Kirium, o mais perfeito dos Nunin, agora estava consumido por um orgulho insaciável. Sua rejeição aos desígnios de Eon não foi apenas um ato de rebeldia, mas o início de uma insidiosa campanha para ganhar adeptos entre os Nunin. Ele acreditava que poderia oferecer uma alternativa à presença de Eon, uma existência onde cada ser pudesse exercer seu poder e sabedoria sem restrições.
Nos planos de luz onde os Nunin habitavam, Kirium começou a sussurrar palavras de dúvida e tentação. Ele se aproximava daqueles que ainda não haviam tomado sua decisão final, plantando sementes de inquietação em seus corações. "Por que deveríamos nos submeter à vontade de Eon?" ele perguntava. "Não somos nós também dotados de poder e sabedoria? Não deveríamos nós mesmos decidir nosso destino?"
Os Nunin, perfeitos em sua criação, eram também seres de profunda reflexão e vontade. Muitos começaram a ponderar as palavras de Kirium, questionando se Eon realmente desejava seu bem ou se estava apenas impondo uma forma de controle sobre eles. Kirium, em sua astúcia, usava a própria natureza de Eon para alimentar suas dúvidas. "Se Eon é verdadeiramente perfeito e bom," ele argumentava, "por que então nos submeter a uma prova? Por que não nos confiar plenamente desde o início?"
As palavras de Kirium começaram a dividir os Nunin. Alguns permaneciam firmes em sua lealdade a Eon, convictos de que a prova era um ato de amor e liberdade. Outros, no entanto, começaram a se inclinar para as promessas de Kirium, seduzidos pela ideia de uma autonomia sem limites.
Entre os Nunin, uma tensão crescente era palpável. As discussões se intensificavam, e o ambiente, antes harmonioso, agora era permeado por desconfiança e discordância. Kirium, alimentando essa discórdia, prometeu aos que o seguissem um novo reino, onde poderiam exercer seu poder sem restrições e sem a necessidade de se submeterem a Eon.
Eon, observando a crescente divisão entre seus seres amados, sentiu uma tristeza profunda. Ele sabia que a escolha de cada Nuni era crucial para seu destino eterno, e que a verdadeira felicidade só poderia ser alcançada na plena comunhão com ele. No entanto, ele respeitava a liberdade que havia dado a cada um deles e esperava que, através das dificuldades, a verdade fosse revelada.
A tensão finalmente explodiu em uma batalha aberta. Os Nunin que permaneceram leais a Eon se ergueram contra os seguidores de Kirium. Não era uma batalha física, mas uma guerra de vontades, ideias e convicções. As energias espirituais dos Nunin se chocavam em um conflito que reverberava por toda a criação.
Kirium, liderando os rebeldes, proclamava sua visão de um novo ordem, livre da autoridade de Eon. Seus seguidores, alimentados pelo orgulho e pela promessa de poder, lutavam com fervor. Do outro lado, os leais a Eon, liderados por Nunin como Nael, resistiam com igual determinação, defendendo a verdade de que a verdadeira liberdade e felicidade estavam na união com Eon.
Nael, um dos Nunin mais devotos, destacou-se como líder dos leais. Ele havia sido criado com um coração puro e uma coragem inabalável. Em meio à batalha, sua voz se ergueu clara e forte: "Kirium nos engana! A verdadeira liberdade não está na rebelião, mas no amor e na fidelidade a Eon. Ele nos criou por amor e nos dá a chance de escolhermos sua presença. Não troquem essa sublime oportunidade por uma falsa promessa de autonomia!"
As palavras de Nael ecoaram entre os Nunin, como uma luz em meio à escuridão da discórdia. Muitos que estavam indecisos foram tocados por sua sinceridade e determinação, reforçando sua decisão de permanecer leais a Eon.
A batalha espiritual continuou, com ambos os lados lutando fervorosamente por suas crenças. Eon, em sua infinita paciência e amor, permitiu que os Nunin travassem essa luta, sabendo que através desse conflito a verdade emergiria e os destinos seriam selados.
Deste modo, foi revelado a profundidade da rebelião de Kirium e a divisão que ela causou entre os seres espirituais. O destino de cada Nuni estava sendo decidido em uma batalha de vontades, sob o olhar atento e amoroso de Eon. A grande questão de liberdade, poder e fidelidade estava em jogo, preparando o palco para o desfecho final dessa épica luta entre o bem e o mal.