Quem diria que um mero estudante de mitologia ficaria no topo da cadeia alimentar?
Se alguns anos atrás dissesse isso para ele, obviamente que não acreditaria.
Khauin Gracko era uma pessoa que nasceu e cresceu apaixonado por dragões e desde sempre ele foi muito zombado por isso.
Na escola queria estudar sobre eles, mas, não havia esse tipo de estudo e quando quis se aprofundar mais, tudo que descobriu é que aquilo era apenas mitologia.
Khauin Gracko não se deu por vencido e procurou tudo que pudesse provar que os dragões realmente existiram.
Mas uma das maiores barreiras em sua vida seria a falta de apoio e reconhecimento de que ele estava se dedicando realmente em algo sério.
Então mesmo antes dele insistir nessa área como profissão, ele decidiu estudar intensamente sobre vida animal, vegetal e mineral.
Obteve tanto conhecimento nessas áreas que no futuro distante ficou conhecido como um biólogo excepcional numa época em que biologia nem mesmo existia no papel.
E depois causou espanto em sua comunidade assim como na sociedade, ao se declarar um pesquisador pleno de dracologia e principalmente ao mudar seu sobrenome para Dracko que simplesmente significava dragão.
Riram dele durante muito tempo, mas seus esforços foram recompensados anos depois, após a queda de um corpo celeste, quando alguém com muito dinheiro decidiu apoiá-lo.
Draco ainda se lembra muito bem do dia em que teve o primeiro contato com o que havia sobrado do corpo celeste despedaçado na atmosfera terrestre.
Pacientemente durante meses ele coletou pequenas amostras nas árvores tombadas pela explosão do corpo celeste, assim como pequenos destroços que estavam incrustados em várias rochas.
Afinal tudo serviria de estudo e certamente que ele não perderia aquela chance única em sua vida.
Recolheu vestígios de gelo e água da região atingida e até mesmo amostras de barro e lama, quando de repente teve uma ideia e ao apresentá-la ao seu financiador secreto, esta foi mais que bem aceita.
Com uma equipe numerosa e bem treinada no ramo da construção, começaram a fazer várias escavações na região criando um conjunto de grandes cavernas interligadas por túneis subterrâneos para onde seria levado tudo o que fosse considerado importante para sua pesquisa.
Foram investidos milhões de dólares em sua pesquisa sem que ninguém exceto seus colaboradores tivessem conhecimento disso.
E todos eram muito bem pagos para que ficassem de boca fechada, caso desistissem do projeto.
Mas ninguém nunca havia ganhado tanto dinheiro assim no ramo da construção, então todos se comportavam de acordo com as regras exigidas.
O mundo inteiro desconhecia completamente essa sua importante atuação e continuaria assim até que fosse o momento certo de aparecer e mostrar a todos que ele estava certo e que os dragões realmente existiram.
Esse fato tinha acontecido em 13 de junho de 1908, mas quando a primeira expedição que conseguiu chegar a Tunguska liderada por Leonid Kulik, em 1927 quase 20 anos depois e com as autoridades locais, o que havia de mais importante já tinha sido coletado por Dracko.
Assim como todo e qualquer rastro de invasão naquele lugar havia sido apagada pelo tempo e habilmente pelas equipes que ele comandava.
Portanto suas instalações continuavam lá, vários metros abaixo da superfície, mantendo se indetectáveis e mais que secretas.