Ele acordou com a garota sentada e olhando para ele. Ele se sentiu um pouco confuso e atordoado, mas um sorriso genuíno apareceu em seu rosto.
— Bom dia... — ele disse, e ela emitiu algo — outra melodia, ele pensou — e ele sentiu que ela retribuiu.
Sua respiração ficou presa quando ela sorriu para ele e se deitou de novo, sobre ele, enterrando sua linda cabecinha contra seu pescoço e ombro.
Tadeu não podia acreditar que diria isso, mas, embora não soubesse por que ela era tão apegada, ele não reclamou.
É que aquele negócio entre suas pernas estava ficando muito doloroso...
A porta se abriu mais ou menos nessa hora, revelando a velha Thessy, que os encarou surpresa.
— Senhor...?! Ãhm... Vejo que... ela acordou. — A mulher de meia-idade fez uma pausa, com o rosto tornando-se sério assim que se recompôs. — Devo me retirar?
— A-Ah! Não, está tudo bem. — Disse Tadeu. Seu rosto bonito corou de vergonha, como se tivesse sido pego em pensamentos impróprios.
Ele se sentou e segurou os ombros dela — macios, bons de tocar — e gentilmente escorregou para o lado da cama.
Ela o olhou, confusa com o motivo da partida dele, e ele conteve um sorriso.
Tão fofa.
Então ele se lembrou que havia mais alguém ali e pigarreou.
Ao se levantar, sorriu e estendeu os braços para ela pegar. — Vamos tomar café da manhã lá embaixo? — Ele perguntou, mas ela apenas olhou, confusa.
Tadeu simplesmente se inclinou para pegar a mão dela, puxando-a gentilmente, e ela seguiu sua liderança, finalmente saindo da cama.
No entanto, assim que se levantou, quase caiu e ele instintivamente foi pegá-la.
Ele inspirou o cheiro dela mais uma vez, sentindo sua maciez contra seu corpo esguio, e sua mão ficou em sua cintura pelo que pareceu uma eternidade até Thessy ao lado deles pigarrear.
Sua mão na cintura dela não saiu, no entanto, e apenas a acariciou um pouco inconscientemente. Ele a olhou preocupado ao sentir o peso dela sobre ele.
— Você está tendo dificuldade para ficar em pé? — Ele perguntou, pensando que as pernas dela devem ter ficado dormentes. Mas enquanto a guiava para cima, viu como suas pernas estavam trêmulas.
Rapidamente, ele percebeu que ela tinha uma grande dificuldade para andar.
Ele franziu o cenho, confuso, e olhou para Thessy. — Chame o médico de novo — ele ordenou e a mulher saiu depois de uma pausa.
Sua mão deslizou sob as pernas flexíveis dela e a levantou para levá-la de volta à cama. Naturalmente, ela enlaçou os braços em seus ombros para apoio, e seu coração foi atingido (de novo).
Ele olhou para o rosto bonito dela, tão perto do seu, e ficou encarado. Ela viu seu devaneio e piscou antes de dizer algo novamente. Quando ela falou, como sempre, ele sentiu como se ela estivesse cantando.
E ela estava cantando lindamente.
Ele pigarreou (ele vem fazendo isso muito hoje) e estava prestes a dizer algo quando ouviu um suave ronco.
Era a barriga dela. E quando viu o olhar confuso dela sobre o estômago, não pôde deixar de rir alto.
Ele percebeu que o médico não chegaria tão rápido e decidiu tomar café da manhã enquanto esperavam.
— Segure-se em mim — ele disse, colocando as mãos sob suas costas e coxas macias — algo que ele estava fazendo com crescente expertise — e caminhou para fora, diretamente para a sala de jantar.
Os criados o cumprimentaram com bom dia, embora os olhos deles obviamente caíssem sobre a mulher.
Ele franziu a testa com o fato de que a maioria de seus empregados eram homens.
Isso era porque as mulheres sempre tentavam seduzi-lo. Thessy era velha e era sua babá, então ela estava bem, mas além dela realmente não havia outras mulheres na casa.
Mas agora era um problema porque todos eles estavam boquiabertos com a mulher bonita.
Ele se sentiu irritado. — Vocês não vão trabalhar?
Os trabalhadores estremeceram com sua pergunta e rapidamente voltaram aos seus afazeres. Isso realmente não podia ser culpa deles. Qualquer um ficaria surpreso com a beleza da mulher e a irritação atípica do patrão.
Mas mesmo que ele estivesse irritado com os criados, o rosto de Tadeu imediatamente se tornou gentil ao olhar para a mulher macia. — Não precisa prestar atenção neles — ele disse, e logo chegaram à sua área de jantar.
A área de jantar da villa era grande, pelo menos cem metros quadrados apenas para a área de refeição. No centro havia uma mesa de três metros de comprimento com luzes pendentes acima dela. A sala de jantar já estava posta. A fina porcelana, o elegante kit de mesa, já haviam sido colocados e enchidos de comida.
Tadeu a colocou na cadeira ao lado da dele. Ele foi muito gentil ao colocá-la ali, com a mão pousando no seu bumbum macio enquanto a acomodava, mas ele não mostrou nada em seu rosto.
A garota não tinha ideia do que estava se passando na cabeça do homem e ela apenas olhou tudo com curiosidade. Ela olhou para fora da grande janela e para a vasta paisagem lá fora, a luz quente passando por eles, e viu algumas cores com as quais não estava familiarizada.
Depois ela cheirou a comida deliciosa à sua frente — sabendo instintivamente que eram para consumo — e engoliu.
Ele gesticulou para ela comer, colocando gentilmente um guardanapo em sua cintura, o que a deixou confusa.
O café da manhã de hoje era uma sopa aromática, uma mistura aveludada de legumes assados e ervas, além de pão artesanal assado e manteiga.
Ele concordou com a escolha de um café da manhã leve. Afinal, eles não sabiam o que ela vinha comendo antes. Não seria bom dar a ela algo muito oleoso.
Ele levantou a concha para lhe servir um pouco de sopa. Sua postura mostrava sofisticação, embora sua visão periférica se concentrasse na pessoa ao seu lado.
Depois de algumas mordidas, ele percebeu que ela parecia perdida e segurou a colher relutantemente... e encarou seu próprio reflexo.
Ele viu que ela não estava segurando da maneira correta — ela estava agarrando o cabo — e percebeu que ela talvez nunca tivesse usado uma colher antes.
Ela olhou para a mão dele e tentou imitar, mas obviamente precisava de muito mais ajustes.
— Quem... é você? — Ele perguntou, mas sabia que ela não podia responder. Em vez disso, virou-se para o garçom ao lado dele para testar uma teoria. — Tem um par de hashis (palitinhos)?
— Sim, senhor — ele disse, e se desculpou ao ir buscar o utensílio.
Gentilmente, ele lhe entregou os pauzinhos e ela... usou-os para mexer a sopa. Ela parecia bastante feliz também, como se fosse um brinquedo.
Seus lábios se torceram. Parecia que a garota também não conseguia usá-los.
— Como você come? — Ele perguntou, mas sua mão já estava servindo a sopa para ela, soprando e alimentando-a gentilmente.
Os criados estavam chocados. Eles já estavam chocados com o fato de seu patrão estar carregando uma mulher, agora ele estava cuidando dela com tanta minúcia!
A garota olhou para isso por um momento, mas tinha visto como ele estava comendo antes, então abriu a boca e comeu.
Ele pôde ver como a expressão dela mudava quando a sopa tocava suas papilas gustativas.
Seus olhos se arregalaram tanto, seus olhos brilhantes parecendo ainda mais brilhantes do que antes.
Tadeu conteve um sorriso ao ver a cena, seu coração formigando de diversão.
— Gostoso? — Ele perguntou e ele sabia a resposta dela, pois ela já estava abrindo sua boca bonita.
Mas ao vislumbrar a língua dela, ele teve um impulso inexplicável de prová-la...
Claro que ele não fez tal coisa e continuou a alimentá-la pacientemente.
Ela comeu muito. Anormalmente tanto — como se houvesse um buraco negro — mas ele não pensou muito nisso.
A barriga dela nem inchou e ele não suportava dizer a ela que não deveria comer tanto quando estava obviamente tão faminta.
Quando os chefs colocaram as duas próximas porções na mesa, ele apenas sorriu e continuou alimentando.
Pensar que ele, Tadeus Marlow, um dos solteiros mais cobiçados da cidade capital, formado em Biologia Marinha e filho mais velho do bilionário Gregory Marlow, iria se rebaixar a alimentar uma mulher.
E ele estava fazendo isso muito seriamente.
E ele poderia fazer de novo e de novo, sem reclamações.