À sua frente, salas de vidro cuidadosamente arranjadas continham um gabinete de vidro repleto de líquido, onde corpos grotescamente deformados de crianças estavam suspensos.
Seus corpos estavam deformados, com um lado inchado e o outro atrofiado, alguns membros esticados como caramelo, pendendo sinistramente em direção ao chão. Alguns rostos eram grandes e arredondados, mas seus traços estavam apertados, como se lutassem em agonia.
Era esse o destino das crianças na porta? Precipitadamente forçadas a amadurecer e falhando, foram cruelmente penduradas ali, tornadas horripilantes exposições.
Os punhos de Altair se fecharam, cheios de fúria. Lobisomens são conhecidos pelo cuidado amoroso para com sua prole, e qualquer lobisomem que ousasse prejudicar um filhote enfrentaria caça implacável e tortura.
Ele se aprofundou mais no laboratório, deparando-se com salas de vidro contendo criaturas ainda mais bizarras. Entre elas estava o humanoide com cara de macaco que ele havia encontrado no dia anterior. Estavam submersos no líquido, aparentemente dormindo, com expressões fugazes de astúcia e inteligência passando por seus rostos, arrepiantes até a medula.
Altair se aproximou de uma tela de exibição que registrava os dados fisiológicos dessas criaturas. Deslizando o dedo pela tela, ele descobriu mais informações sobre os sujeitos de teste.
As leituras detectadas das crianças confinadas nos gabinetes de vidro ainda mostravam variações.
Essas crianças penduradas nos gabinetes de vidro ainda estão "vivas"?
Ele encontrou registros de vídeo dos experimentos entre os documentos de pesquisa e clicou para assistir a um vídeo.
O vídeo revelou um homem, com quase quarenta anos, de aparência extraordinária, com olhos brilhando com luz profunda e racional. Vestindo um jaleco branco, ele falava para a câmera:
"Experimento de troca número cem, objeto é um garoto de sete anos. Efeitos colaterais observados, causa incerta, mais pesquisas necessárias."
"Primeiro uso de um sujeito criança, resultados superiores aos com sujeitos mendigos."
"Experimento de troca número cento e um, os objetos são um par de gêmeos. Efeitos colaterais menos pronunciados, causa a ser investigada."
"Os resultados com os gêmeos foram um pouco melhores, mas apenas para esse par."
"Experimento de troca número cento e dois…"
Altair continuou rolando pelos vídeos. A expressão do homem era vazia, seu tom frio, tratando aquelas crianças como se fossem nada mais do que meros expendáveis experimentais.
O olhar de Altair instantaneamente se tornou gélido, como uma tempestade se formando sobre o mar, reunindo uma força arrepiante.
Malditos!
Esses degenerados merecem ser enviados para o inferno, para suportar o tormento das almas que uma vez prejudicaram, sem jamais encontrar redenção.
No mesmo instante, Altair sentiu um forte cheiro, acompanhado por passos claros.
Eram os passos de uma criança.
Rápido, Altair restaurou a tela de exibição para o seu estado original e se escondeu atrás de uma coluna de pedra. Sob o manto da escuridão, ele se misturou perfeitamente às sombras, garantindo que permanecesse despercebido.
A criança parecia bem alegre, cantarolando uma estranha canção com uma melodia assustadora que vinha à distância. Era a mesma melodia cantada pelas crianças no coral.
Andando de um lado para o outro, como se escolhesse algo, ele se assemelhava a um açougueiro escolhendo qual gado abater em seguida. Finalmente, ele parou, aparentemente tendo escolhido seu alvo.
Então veio o som de uma corrente sendo arrastada, como se ele estivesse puxando um objeto pesado. Estranhamente, ele não parecia se esforçar; seus passos eram leves, quase como se estivesse curtindo o processo.
Ta, ta, ta—
Os passos leves foram se aproximando, quase como se estivessem perto de Altair. Ele podia sentir o cheiro do objeto, também de uma criança: uma fragrância tênue de dente-de-leão, como nada além de caules verdes nus balançando ao vento.
Agora agir precipitadamente só perpetuaria o ciclo do mal. Encostado na coluna, Altair fechou os olhos e balançou a cabeça.
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Saindo do banheiro do segundo andar, Elvira parou por um minuto na entrada do passagem secreta, percebendo que a criatura que o seguia não havia aparecido. Ele então guardou cuidadosamente as facas voadoras na mão esquerda e a arma na direita.
Ele decidiu contra explorar outra passagem secreta, já que era estreita, e havia o risco de ser seguido por uma criatura. Se encontrasse outro monstro à frente, seria pego entre duas ameaças.
Escolher a escada externa significava que, pelo menos no caso de encontrar um monstro, ele poderia chamar a Gestão do Hostel.
Aquele fiel cão com cara de humano.
Na próxima vez que o visse, resolveu preparar alguma comida de cachorro para ele, assumindo que não tencionava comê-lo primeiro.
Desceu do segundo andar para o primeiro, depois seguiu até o final do corredor no térreo, em direção às escadas que levavam ao porão. Ele pausou no quinto degrau de baixo.
De repente, ele ouviu passos distintos daqueles que ouviu no dia anterior, seguidos pelo som de algo pesado sendo arrastado. No porão sombrio, esses sons eram particularmente claros, obviamente indo em sua direção.
Se o dono desses passos entrasse no laboratório da seção expandida, os feixes de laser então não se ativariam?
Claro, havia também a possibilidade de o sistema de defesa do laboratório ter detectado uma invasão. Nesse caso, Elvira enfrentaria não apenas os feixes de laser, mas também o dono dos passos, resultando em ser flanqueado por ameaças.
O que fazer? Que caminho escolher?
Os passos estavam se aproximando, a apenas uma curva de avistar Elvira! Com o tempo se esgotando, ele tinha que tomar uma decisão imediatamente!
Ta, ta, ta—
Num instante, Elvira pressionou um botão e correu para o laboratório da seção expandida antes que os passos pudessem virar a esquina.
A seção expandida parecia exatamente como na noite anterior, com centenas de caixões de vidro flutuando silenciosamente no ar e ao longo das laterais. Através da luz do celular, ele viu cada caixão de vidro preenchido com uma névoa branca, mendigos e animais deitados lá dentro em um sono aparentemente pacífico.
O laboratório estava assustadoramente silencioso, como se até a respiração fosse suprimida.
Elvira correu com todas as suas forças, o batimento cardíaco e a respiração rápida ecoando em seus ouvidos. Ele tinha que alcançar o final do laboratório e entrar no escritório do Reitor no segundo andar subterrâneo antes que os feixes de laser se ativarem. Caso contrário, enfrentaria morte certa.
Ele correu destemido, a paisagem diante dele parecendo voar. Uma luz vermelha piscava na borda de sua visão, quente, vívida, aconchegante.
Era como uma flor vermelha desabrochando, espalhando suas pétalas convidativas. E ele era como uma mariposa indo em direção à chama, resoluto.
Elvira estava apostando que o dono daqueles passos entraria aqui, e também apostando que o dono dos passos apareceria antes de ser cortado em pedaços, fazendo com que os feixes de laser desaparecessem temporariamente. Nesse momento, ele precisava apenas se esconder nas sombras perto do passagem secreta, mantendo-se afastado da saída, para garantir que não fosse descoberto.
Com os feixes de laser aumentando para quatro, se cruzando à frente e atrás, Elvira executou um deslize de joelhos sob o primeiro feixe, seguido rapidamente por um salto mortal para frente, desviando dos dois últimos.
Depois de evitar todos os quatro feixes de laser, a velocidade de Elvira não diminuiu, mas sim aumentou ainda mais. Ele sentia um surto interminável de poder dentro de si, como se estivesse se libertando de correntes.
Ele avançou como um raio. Os feixes de laser à frente teciam uma rede densa de luz, e não havia como voltar atrás.
3—
Elvira vasculhou os arredores, procurando um lugar para se esconder. Talvez abaixar-se sob uma mesa de laboratório seja uma boa escolha, onde os feixes de laser não pudessem alcançar.
2—
Ele podia sentir o calor intenso emitido pelos feixes de laser, percebendo de repente que o chocolate no seu bolso provavelmente havia derretido, grudando na embalagem e já não era mais atraente.
1—
A compressa de gelo no seu bolso parecia fútil agora; ele desejou ter dado a Blair mais cedo.
Com a mente acelerada, embora pudesse ser fatiado pelos feixes de laser no próximo segundo, os pensamentos de Elvira permaneceram nessas questões triviais.
Justamente quando Elvira estava prestes a colidir de frente com a rede de laser, ele até podia sentir a onda de calor se aproximando!
Elvira decidiu fechar os olhos.
De repente, a rede de laser desapareceu. A porta de entrada para o laboratório se abriu lentamente.
"Ta, ta, ta—"
Passos se aproximaram rapidamente. Elvira instantaneamente abriu os olhos e rapidamente deslizou para se abrigar sob a mesa de experimento central, agarrando uma cadeira próxima como um escudo.
Seu coração batia violentamente, cada batida martelando contra seu peito. Seu corpo tremia incontrolavelmente; ele de fato estivera a um passo da morte apenas momentos atrás.
Os passos seguiam em frente de forma despreocupada, como se admirassem cada centímetro do espaço ao redor, como alguém folheando mercadorias.
No entanto, não demorou muito para Elvira ouvir o som de um gabinete de vidro sendo aberto, nítido e estridente.
Thud—um objeto pesado atingiu o chão, o som ecoando pelo laboratório vazio.
"Sussurros na teia de aranha, os segredos que tecem."
"Sozinho, brinco na facilidade de uma embriaguez sonhadora."
Um menino começou a cantarolar uma música, sua voz clara e jovial. Enquanto cantava, ele arrastava algo em direção à porta.
O coração de Elvira se apertou. Pela voz, era uma criança, e ele estava, sem esforço, arrastando dois objetos pesados, respirando de forma constante, cantarolando uma melodia, como se caminhasse nas nuvens.
Para onde ele estava indo? O que ele estava planejando fazer?
Elvira decidiu fechar os olhos.
De repente, a rede de laser desapareceu. A porta de entrada para o laboratório se abriu lentamente.
"Ta, ta, ta—"
Passos se aproximaram rapidamente. Elvira instantaneamente abriu os olhos e rapidamente deslizou para se abrigar sob a mesa de experimento central, agarrando uma cadeira próxima como um escudo.
Seu coração batia violentamente, cada batida martelando contra seu peito. Seu corpo tremia incontrolavelmente; ele de fato estivera a um passo da morte apenas momentos atrás.
Os passos seguiam em frente de forma despreocupada, como se admirassem cada centímetro do espaço ao redor, como alguém folheando mercadorias.
No entanto, não demorou muito para Elvira ouvir o som de um gabinete de vidro sendo aberto, nítido e estridente.
Thud—um objeto pesado atingiu o chão, o som ecoando pelo laboratório vazio.
"Sussurros nos teias de aranha, segredos que tecem,"
"Sozinho, brinco num refúgio sonhador."
Um menino começou a cantarolar uma música, sua voz clara e jovial. Enquanto cantava, ele arrastava algo em direção à porta.
O coração de Elvira se apertou. Pela voz, era uma criança, e ele estava, sem esforço, arrastando dois objetos pesados, respirando de forma constante, cantarolando uma melodia, como se caminhasse nas nuvens.
Para onde ele estava indo? O que ele estava planejando fazer?