Chapter 3 - Luminous Entertainment 3

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Altair apressou-se em concluir a reunião ao receber uma mensagem de Saxon. Após vinte e três anos, ele finalmente recebeu notícias de Lorcan, junto com a Coroa de Louro desaparecida.

Ele viu Elvira no corredor, o jovem com uma semelhança com Lorcan. No entanto, a paixão que uma vez encheu o coração de Altair havia desaparecido, tudo o que ele aguardava agora era que Lorcan lhe desse uma resposta por ter ido embora.

Saxon tinha lhe dito que Lorcan estava morto e morreu hoje. O olhar de Altair caiu enquanto ele chegava ao endereço de Elvira, para recuperar a herança de sua família, a Coroa de Louro.

Elvira recostou-se contra uma pequena janela, olhando vagamente através do vidro embaçado para as deslumbrantes luzes de neon da cidade, como uma pintura em movimento. Sua mesa estava bagunçada com algumas garrafas de cerveja e uma lata de leite em pó desgastada, contendo cinzas trazidas do crematório. Essas eram as cinzas de Lorcan.

Ele jogou a cabeça para trás e deu um gole feroz de cerveja, sentindo uma ardência quente se espalhando por seus membros. Entrecerrando os olhos através da névoa, ele observou as luzes cintilantes lá fora se fundirem em linhas até que toda a janela fosse preenchida com raios de neon.

"Toc—toc—toc—" Alguém estava batendo na porta. Elvira, inicialmente sobressaltado, não conseguia pensar em ninguém que viesse à sua casa. Então ele se levantou e caminhou lentamente até a entrada para abrir a porta.

Quando a porta se abriu, ele viu Altair diante dele, como um pedaço de gelo meticulosamente esculpido, intocado pelo desejo, frio e claro. 

"Eu sou Altair Sterling," ele disse

Elvira apertou os olhos, como se estivesse no meio do sonho mais fantástico e nebuloso onde inúmeros vagalumes dançavam pelo ar, pousando sobre seus ombros com a brisa.

Encostado fracamente nela, com o cotovelo apoiado na porta, ele sorriu para Altair e sussurrou, "Você veio? Estou um pouco bêbado, que azar."

Altair parou, absorvendo a visão do jovem apoiado na porta, seus olhos brilhantes e bonitos, até um pouco turvos. Trinta anos atrás, ele vira aquele mesmo olhar sob a aurora; o olhar de Lorcan era direto e apaixonado, como as Luzes do Norte da Islândia, deslumbrantes e brilhantes, cintilando com intenso afeto, mergulhando alguém em um oceano magnífico e sem fim.

Elvira virou-se preguiçosamente e entrou no quarto, falando enquanto se movia, "Entre. A eletricidade foi cortada porque não paguei a conta outro dia. Desculpe por isso, você vai ter que se virar."

O quarto não estava completamente escuro; em vez disso, a luz de fora se infiltrava, permitindo que o layout e os móveis dentro fossem visivelmente discerníveis. Altair entrou em um apartamento que era simples, mas aconchegante. A sala de estar tinha uma janela que oferecia uma vista da cidade agitada. Próximo à janela havia uma mesa, sobre a qual parecia estar uma lata de leite em pó.

Elvira puxou uma cadeira para Altair, fazendo um gesto para que ele sentasse, e encheu um copo de água, colocando-o na frente de Altair. "Sinta-se em casa, Sr. Sterling."

O olhar de Altair caiu sobre a lata de leite em pó, contemplativo.

O quarto estava envolto em um frescor odor de pinho, remanescente das árvores de bétula em uma noite nevada.

"Quer um pouco de leite em pó?" Elvira ousadamente colocou a lata na frente de Altair e, pegando uma colher, começou a desenroscar a tampa, pronto para tirar um pouco para Altair.

"Não, obrigado." Altair acenou com a cabeça, recusando educadamente.

"Que pena." Elvira deu de ombros e inclinou a cabeça, lamentando, "Eu pensei que você pudesse gostar."

Altair olhou para a lata de leite em pó nutricional para idosos, e então para os olhos sinceros de Elvira, permanecendo em silêncio, apenas baixando a cabeça para dar um gole de água. O quarto mal iluminado parecia estar cheio de seda invisível, atraindo o olhar de Elvira para Altair.

Ele tinha uma aura de composta tranquilidade, sua postura solene realçada por uma elegância inata.

Altair olhou para Elvira, as memórias seladas se abrindo como gelo fissurado, revelando a pulsante verdade e sinceridade escondidas sob o rio gelado.

"Lorcan está morto," Elvira respirou fundo, falando suavemente, "Antes de morrer, ele me pediu para devolver isso para você." Mal terminou de falar, Elvira prontamente tirou uma caixa de brocado. Lá dentro estava o broche, de fato a herança da família de Altair — Coroa de Louro.

Feito de prata pura, as folhas de louro exuberantes brilhavam com uma luz fria, abrigando uma deslumbrante pedra de lua, como se a própria lua iluminasse a noite.

O olhar de Altair pousou sobre o broche. Fazia vinte e três anos que ele viu a Coroa de Louro pela última vez.

Elvira não pôde evitar um sorriso. A pessoa pela qual Lorcan havia se obcecado permanecia indiferente ao ouvir sobre sua morte, toda a atenção fixada no broche. Isso provocou em Elvira uma emoção peculiar e um sentimento de satisfação com a desgraça alheia.

"Onde ele morreu?" Altair perguntou calmamente, sua voz tão fraca quanto uma brisa que pode ser sentida em um momento e desaparecer no próximo.

"No hospital, câncer ósseo em estágio avançado," Elvira observou a expressão de Altair enquanto respondia.

Altair baixou o olhar sem dizer muito mais, sua expressão tão impenetrável quanto uma montanha congelada, inalterada por milhares de anos, indecifrável para os outros.

"Você é filho dele," Altair levantou a cabeça, estudando Elvira seriamente.

Elvira sentiu uma secura na boca, seu pulso acelerado e seu coração batendo mais rápido, uma sede involuntária tomando-o.

"Ele não era meu pai, ele era meu tio," Elvira suprimiu seu nervosismo, fingindo calma, e sorriu, acrescentando, "Se ao menos ele tivesse sido meu pai."

Altair permaneceu em silêncio, tomando outro gole de água, seus dedos acariciando gentilmente a pedra de lua no broche da Coroa de Louro.

"Ele tinha uma mensagem." Elvira suspirou, batendo na lata de leite em pó, fez uma pausa, e depois acrescentou, "Ele estava muito arrependido."

"Ele se casou?" Altair levantou uma sobrancelha, seu tom mais uma declaração do que uma pergunta.

Os olhos de Elvira desviaram, hesitando por um momento, então depois de uma longa pausa, finalmente encontraram o olhar de Altair, "Sim, ele se casou."

"Você não sabia?" Elvira perguntou com um sorriso frio.

Altair levantou o olhar, calmo e aguçado, como uma estátua parada em um vasto e desolado ermo.

"Ele pensou em você até seu último suspiro. Você não sabia disso, não é?" Elvira inclinou-se para a frente, seus olhos afiados como espadas, pressionando por uma resposta.

Altair observou Elvira silenciosamente, sua expressão tão serena quanto a lua alta no céu, declarando friamente, "Isso não tem nada a ver comigo."

Os olhos de Elvira se arregalaram, seu aperto no copo se apertando, "Você não estava esperando por ele?"

O vento deslizava pelas frestas, trazendo o odor tênue dos escapamentos dos carros para o quarto. As buzinas soavam não muito longe, agitando o ar estagnado.

"Não." O olhar de Altair caiu sobre a Coroa de Louro, ele falou suavemente, "Estou acabado com ele. Obrigado."

Elvira virou-se para olhar lá fora, onde o fluxo de carros, como faixas de luz, parecia solidificar-se em uma pintura. O clamor silencioso estourou como faíscas, acendendo chamas invisíveis.

O que Lorcan fez nos dezesseis anos em que desapareceu?

Altair olhou ao redor e disse, "Você poderia vir a trabalhar na Luminous Entertainment."

Elvira virou-se, seu olhar intensamente em Altair, e não pôde evitar um sorriso, "Anotei. No dia em que você precisar que eu destrua sua empresa, serei o primeiro a passar com uma escavadeira pela porta da frente da sua empresa, meu querido chefe."

"Estou indo muito bem, obrigado," Elvira acenou com a mão, "Meus pais morreram cedo, e eu cresci no Orfanato Const. As coisas têm ido bem desde que me formei na faculdade."

"Você deveria considerar." Altair pegou a Coroa de Louro e a colocou no bolso, em seguida, tirou um cartão de visita do porta-cartões de sua camisa e entregou-o a Elvira, "Me ligue se precisar de alguma coisa."

Altair se levantou, olhando para Elvira. As luzes fluindo de fora lançavam reflexos no rosto de Elvira, seus traços ainda notavelmente bonitos e bem definidos contra tais cores ricas, remanescentes de Lorcan sob a aurora trinta anos atrás.

Ele suspirou suavemente e acenou com a cabeça para Elvira, seu olhar indiferente enquanto se virava para sair, deixando para trás uma silhueta fria e ereta para Elvira.

Elvira deu alguns passos à frente, hesitando em falar. No quarto escuro, Altair era como uma luz desvanecendo. Elvira estendeu a mão, tentando agarrá-la, mas foi em vão.

Ele seguiu Altair com o olhar, sentindo uma profunda sensação de perda, mas impotente para mudar a situação. Baixando a cabeça, ele leu o texto no cartão de visita à luz de fora da janela:

Diretor Executivo da Luminous Entertainment Altair Sterling

Informações de Contato: 34834-2342-56424

Elvira suspirou, virou-se para encarar a lata de leite em pó e caminhou passo a passo em direção à janela, e depois de um momento de silêncio, riu desamparado. Ele inclinou a cabeça para trás, bebendo cerveja após cerveja, batendo com força na lata de cinzas enquanto bebia.

"Velho, você quase ficou com ele para sempre." Elvira murmurou com um sorriso irônico, "Mergulhe suas cinzas na água para ele beber. Que ideia maravilhosa. Mas ele recusou."

"O broche e você — ele se importava mais com o broche. Está tudo resolvido entre vocês dois agora; ele não quer mais você." Elvira balançou, segurando a garrafa de cerveja, fazendo um brinde à lata de cinzas.

Ele bebeu garrafa após garrafa, finalmente despejando uma garrafa inteira sobre a lata de leite em pó, deixando o falecido Lorcan provar a cerveja oferecida pelo filho em piedade filial.

Seu olhar vagava, meio bêbado, meio sóbrio, visões da frieza distante de Altair aparecendo diante dele, como flocos de neve no topo de uma montanha nevada. Elvira murmurou para si mesmo, "Ele não quer você, que tal eu tentar por você, velho?"

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