Chapter 11 - A Estufa

"Eu entendo, mas não acho que o Príncipe Herdeiro vá notar minha presença. Muitas damas elegíveis vão chamar a atenção dele imediatamente," Rosina afirmou, olhando para o próprio rosto.

"Você é encantadora, Senhora," Sal assobiou.

"Obrigada, Sal, mas não espero nada deste evento," Rosina sorriu para eles. Ela queria dizer que não tinha planos de conseguir uma companheira, mas não queria perder a motivação.

'Não será um problema desde que eu não chame a atenção do Príncipe Herdeiro,' Rosina pensou satisfeita. Afinal, Dragão foi o único que ela encontrou no evento.

"Mas eu queria que nos divertíssemos neste evento sem a pressão de chamar a atenção," Rosina acrescentou, já que não queria que eles ficassem ansiosos por ela ser notada pelo Príncipe Herdeiro.

"Entendido, Senhora," tanto Fina quanto Sal disseram ao mesmo tempo.

Os dois voltaram ao trabalho. Sal tirou o kit de maquiagem recém-comprado e começou a trabalhar.

Sal não usou cores fortes e escolheu uma maquiagem natural que realçava os traços de Rosina.

"Você é boa nisso," Rosina elogiou e fixou o olhar no próprio rosto. Ela estava satisfeita com o resultado. "Obrigada."

"Às ordens, Senhora," Sal curvou-se e deu um passo para trás para que Rosina pudesse examinar seus traços faciais com mais espaço.

"Senhora, terminei de alterar o seu vestido," Fina disse e deu um passo para trás da cama. Ela pegou as roupas esfarrapadas e o kit para que Rosina pudesse olhar para o vestido.

"Nossa, isso está lindo," Rosina ficou maravilhada com a forma como Fina transformou o horrível vestido em um belo.

As mangas foram retiradas, deixando o vestido tomara-que-caia, valorizando o desenho de borboleta no peito. O tecido restante foi transformado em pequenas flores costuradas na parte de baixo do vestido, criando uma aparência que lembrava uma deusa.

Os servos ajudaram Rosina a vestir o vestido e corrigiram qualquer defeito que puderam encontrar.

Rosina se divertia com a precisão deles. Ela estava grata por ter servos tão agradáveis trabalhando com ela.

Rosina caminhou até o espelho de corpo inteiro para olhar seu reflexo. Suas sobrancelhas se ergueram com o que viu.

"Senhora, você está deslumbrante!" Sal riu animadamente.

"Você está radiante, Senhora," Fina declarou, segurando as lágrimas pelo trabalho árduo.

Rosina virou-se e foi dar um abraço, surpreendendo os dois servos com o gesto carinhoso.

"Obrigada pelo esforço de vocês," Rosina sussurrou e acariciou a cabeça deles.

"Senhora!" eles exclamaram surpresos.

Rosina foi a primeira loba nobre a abraçar e demonstrar afeto a plebeus, muito menos aos servos. Era comum e normal para os Lobos Nobres ter orgulho e distanciamento daqueles em posições inferiores.

Rosina sorriu para eles enquanto os dois se emocionavam em lágrimas. Sentiam-se abençoados por ter Rosina como sua dona e isso alimentava sua motivação para fazer Rosina a loba mais linda em cada evento que viria.

"Ok, vou agora, senão vou me atrasar," Rosina disse e estava prestes a sair quando os servos a seguraram.

"Senhora, sua máscara," Fina declarou e entregou a Rosina a máscara personalizada que ela fez com as sobras do vestido para combinar a cor.

"Obrigada," Rosina sorriu, mas eles ainda a seguravam. "Qual é o problema?"

"Senhora, acho melhor se atrasar, mesmo que sejam só 10 minutos," Fina murmurou nervosamente. Ela olhou para Sal, que também pensava a mesma coisa.

"Por quê?" Rosina perguntou, mas ela já sentia o motivo deles.

"Senhora, se você chegar atrasada com essa aparência, toda a atenção estará em você assim que chegar no local," Fina explicou e baixou a cabeça, seguida por Sal.

Rosina ficou boquiaberta por alguns segundos antes de rir, mas no fundo, queria gritar e dizer a eles que não queria atenção alguma de homens lascivos.

"Mas, eu vou ganhar uma reputação ruim por me atrasar," Rosina disse suavemente. Ela se lembrou de ter chegado atrasada no baile de ontem, mas ninguém notou sua presença.

"É muito melhor ser pontual e se socializar com eles," Rosina declarou com um grande sorriso, agindo de forma inofensiva e amigável.

"Você está certa, Senhora," Sal murmurou, e ambos se curvaram.

Já eram 7:45 da manhã quando Rosina saiu do quarto com os dois servos seguindo atrás dela.

Lá fora, as lobas do lado esquerdo correram em direção ao local do evento, mas estavam sozinhas, sem servos.

A 4ª porta se abriu, e uma senhora em um vestido rosa brilhante saiu com dois servos. Ela não viu Rosina, já que estava à frente dela.

Rosina notou a diferença entre as lobas. Ela se inclinou e sussurrou para Fina, que estava ao seu lado direito. "Você sabe a diferença entre os quartos deste edifício?"

"Sim, senhora, o lado direito foi construído para os nobres ficarem, enquanto o lado esquerdo foi para os plebeus que participam do evento," Fina declarou orgulhosamente.

"Entendi," Rosina sorriu para ela e continuou caminhando. Ela notou que os servos de outra dama nobre à frente olharam para trás e lançaram um olhar rancoroso para Sal e Fina, que também retribuíram o olhar.

'Essa competição...' Rosina pensou divertida. Ela não percebeu que os servos também disputavam entre si pelo bem dos nobres que serviam.

"Não entrem em brigas com eles," Rosina sussurrou. Os dois servos assentiram e mantiveram a cabeça erguida orgulhosamente.

Ao chegarem nas escadas, os servos que lá trabalhavam priorizaram os nobres e impediram os plebeus de descer.

De alguma forma, Rosina não gostava do tratamento especial que recebia por ser filha de um Alfa. Se possível, ela queria viver normalmente fora dos holofotes.

'Seria interessante se a companheira do Príncipe Herdeiro fosse uma plebeia,' Rosina riu da ideia, fazendo Sal e Fina confusos com sua reação repentina.

Quando chegaram ao local, que era a Estufa do Palácio. Rosina ficou maravilhada com as cores coloridas e vibrantes das flores ao redor.

"Senhora, partiremos," Fina e Sal declararam, e ambos se curvaram antes de deixar Rosina sozinha na entrada.