Chapter 12 - A Centelha

Embora os quartos fossem organizados por nobreza e patentes, dentro do local do evento, todos eram iguais.

Rosina entrou pela entrada e observou as decorações. Ela estava maravilhada, e sua atenção foi capturada pelas borboletas que voavam no teto.

"Isso é incrível," Rosina murmurou. Ela caminhava reto quando esbarrou em alguém.

'Ah, isso sempre acontece comigo!' Rosina olhou para cima, e em sua mente ela pensou que seria Dragão, mas era um homem diferente.

Cabelos loiros impressionantes que pareciam ouro e olhos azuis brilhantes, parecidos com os de Dragão, olhavam para baixo em direção a Rosina.

"Minhas desculpas," Rosina fez uma reverência e imediatamente virou-se para partir.

'Espera!" o cara a chamou, mas Rosina não lhe deu atenção.

Rosina não queria outro encontro com um homem. Ela queria passear e admirar o lugar em vez de flertar e encontrar um companheiro. Rosina queria evitar Dragão a todo custo.

A estufa logo ficou lotada de lobos, e o barulho de suas conversas ecoava pelo lugar.

Rosina, que estava faminta, foi ao buffet e pegou seu café da manhã para saciar o estômago.

Uma gargalhada alta de um grupo de senhoras foi ouvida por perto. Rosina olhou de lado e viu uma figura familiar parada entre as senhoras.

'Dragão,' Rosina pensou e olhou para as finas franjas que cobriam partes da sua testa. Seu cabelo preto como o jato fazia seus olhos azuis destacarem-se ainda mais.

Dragão lançou um olhar para ela, que Rosina imediatamente evitou, e olhou para o monte de panquecas.

Rosina em silêncio agradeceu a seus servos por terem escolhido seu vestido, já que várias lobas vestiam a mesma cor amarela.

Rosina pegou panquecas, pão torrado com manteiga, e café gelado. Ela olhou ao redor por uma mesa disponível, mas todas estavam ocupadas.

Rosina decidiu sair da estufa e foi para o jardim, onde viu algumas cadeiras vazias.

Ninguém estava por perto já que todos socializavam dentro.

Rosina sorriu e olhou para o sol brilhando no céu limpo. Não estava quente, e a luz do sol era agradável na pele.

Rosina desfrutou do seu tempo sozinha enquanto observava as borboletas sugando o néctar das flores.

"Parece que você gosta de ficar sozinha," uma voz familiar foi ouvida atrás de Rosina.

Rosina nem olhou para trás, pois sabia quem era. "O que você está fazendo aqui?"

Dragão riu e sentou-se em frente a Rosina sem permissão, fazendo ela arquear uma sobrancelha com sua ação.

"Bem ousado, não é?" Rosina declarou enquanto revirava os olhos.

"Você me convidaria para sentar com você de qualquer maneira," Dragão disse confiante e colocou seu prato na mesa.

"Talvez seja o oposto do que você pensou," Rosina debochou e cruzou os braços sobre o peito. Ela perdeu o apetite devido à presença de Dragão.

Dragão riu e ignorou a ação indireta de desgosto dela.

Já que Rosina não tinha outra escolha a não ser tolerar Dragão por enquanto, já que ela não queria criar uma cena e ser vista como alguém que se afetava por pouca coisa.

Rosina comeu sua comida elegantemente. Ela se sentia desconfortável comendo juntos sem dizer uma palavra. O silêncio era suportável, mas ela estava ansiosa para interrompê-lo.

'Mantenha a elegância,' Rosina pensou e concentrou sua atenção nas borboletas voando ao redor.

"Você está uma gracinha nesse vestido. Nunca imaginei ver você numa cor pastel," Dragão comentou e olhou Rosina de cima a baixo, até inclinando a cabeça para ver as pontas do vestido dela.

Rosina fechou os olhos e exalou devagar antes de enfrentá-lo. "Senhor, posso perguntar se você precisa de alguma coisa de mim? Acredito que as senhoras sentirão sua falta lá dentro da estufa."

Rosina mostrou seus dentes brancos como pérola e um sorriso amigável para Dragão, que se encolheu com o tom da voz dela.

Dragão abaixou a cabeça e escondeu-se atrás de sua mão enquanto o corpo convulsionava. Ele estava tentando evitar rir.

"Há algo engraçado, meu senhor?" Rosina ergueu uma sobrancelha para a reação de Dragão.

"Não, não," Dragão balançou a cabeça e se acalmou. Ele sorriu e piscou para Rosina. "Por acaso você está com ciúmes daquelas senhoras? Seja minha, e eu tentarei ignorá-las o máximo possível."

Rosina debochou divertida. Ela levantou-se da cadeira pois não queria mais conversar com Dragão. "Meu senhor, receio que terei de recusar a sua oferta. Eu me valorizo mais do que ficar com ciúmes de um homem que não se contenta com uma só."

"Você realmente é uma loba crítica. Por acaso você acha que sou um Don Juan?" Dragão levantou-se e olhou para Rosina com diversão.

"Sim," Rosina afirmou com convicção e fez uma reverência. "Agora me darei licença. Tenha um bom dia."

Rosina virou as costas e caminhou o mais rápido possível, longe da vista de Dragão.

O sorriso de Dragão desapareceu e foi substituído por uma expressão séria e fechada. Ele ajustou sua gravata e bebeu seu vinho antes de deixar o jardim. Dragão não foi atrás de Rosina, embora estivesse fascinado por ela.

Quando Dragão entrou na estufa, as moças solteiras agruparam-se ao seu redor, buscando sua atenção.

Como de costume, Dragão as entretinha, dando seu melhor sorriso sedutor e doce palavreado, que facilmente encantava as senhoras, mas nenhuma lhe dava a faísca que sentia quando estava com Rosina.

A faísca elétrica que acendia todos os sentidos de seu corpo significava apenas uma coisa, ela era sua companheira, mas era evidente que Rosina sentia o oposto.

Os anciãos sempre diziam aos homens que a faísca indicava serem companheiros. As lobas não sentiriam a faísca; em vez disso, sentiam atração e encanto por seu companheiro.

Dragão sabia que Rosina não estava interessada nele. Ele havia sentido o desgosto em seus olhos, mesmo que seu sorriso e tom fossem adoráveis e agradáveis. Isso o fez pensar que Rosina talvez não fosse sua companheira, ou ela era uma loba difícil de conquistar já que o havia visto flertando com outras senhoras.

'Ah, estou pensando demais,' Dragão sacudiu a cabeça para afastar o pensamento de sua mente. Ele começou a entreter as senhoras para evitar pensar em Rosina e seus lábios carnudos.