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Chapter 8 - Mais que azul

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[Flashback]

O suave raio do pôr do sol brilhava no rosto de Fil. Ela tinha esse sorriso beatífico, sentada em uma pequena toalha à beira-mar, com a brisa salgada soprando pelos pequenos fios de cabelo que haviam escapado do seu coque. 

"Tão bonito," ela sussurrou, olhos amolecendo no horizonte. "Devíamos fazer isso mais vezes."

Ao lado dela estava um homem, dando-lhe um sorriso doce ao ver a expressão relaxada em seu rosto. Seu sorriso era cativante e qualquer um poderia dizer que ele estava genuinamente feliz em agradá-la. 

"Devíamos," ele respondeu, fechando os lábios como se acertasse sua atenção no horizonte. "Olha. O sol ainda parece cheio porque se reflete na água."

"Mhm."

"Uau… Eu já vi isso várias vezes, mas é hipnotizante."

"Mhm."

O homem, Vincent, namorado de Fil, virou a cabeça para ela. "Por que você fica murmurando?"

"Hm?" As sobrancelhas dela se ergueram um pouco enquanto ela olhava relutante de volta para ele. "O que você está dizendo?"

"Você gosta tanto do pôr do sol?" ele provocou. "Acho que você só relutou em desviar o olhar dele."

"Hehe." Fil apenas riu, tentando capturar o último vislumbre do pôr do sol antes que ele desaparecesse. "É só... só relaxante. Meu avô costumava me dizer que é quase impossível assistir a um pôr do sol e não sonhar. Só me lembrei disso e de alguma forma, finalmente entendi o verdadeiro significado daquelas palavras."

Sua expressão amolecida, abraçando os joelhos, olhos ainda no horizonte. "Obrigada por me trazer aqui."

"Você agradece, mas não está nem olhando na minha direção." Vincent franziu a testa. "O que eu devo fazer agora? Nem é minha surpresa, mas sinto que o que quer que eu faça agora não vai mais te impressionar."

"Do que você está falando —" Fil parou assim que virou a cabeça de volta para ele, apenas para ver uma pequena caixa estendida para ela. Linhas profundas apareceram entre suas sobrancelhas enquanto ela via o anel cintilando sob os últimos raios de laranja. 

"Vin..." ela começou, sem palavras, levantando os olhos para ele. 

Vincent desviou o olhar para o canto, massageando o pescoço como se de repente se sentisse nervoso. Sua bochecha corou um pouco, limpando a garganta, tentando lembrar o discurso que preparou para ela. 

"Fil, eu sei que ainda é cedo para isso, mas... ahem!" ele tomou uma respiração profunda e reuniu coragem para enfrentá-la. "Mas eu gosto de você. Não, eu te amo muito! E sei que ainda somos jovens, mas tenho certeza de que você é a garota com quem quero passar toda a minha juventude e vida!"

Uma fina camada de lágrimas cobriu os olhos de Fil e antes que ela soubesse, uma lágrima rolou pela sua bochecha. 

"Fil?" Vincent entrou em pânico um pouco. "Por que — por que você está chorando —"

Vincent não conseguiu terminar a frase enquanto Fil de repente pulou para ele, abraçando-o com força. Ele congelou por um segundo, olhando para ela, e então sorriu sutilmente. 

"Eu pensei que você não gostaria que eu pedisse em casamento, considerando que ainda nem nos formamos," ele disse, colocando a mão nas costas dela. "Mas acho que vale o risco. Eu estava com muito medo de você ficar brava e me dizer que estou sendo impulsivo de novo."

Ele deu tapinhas em suas costas, descansando o lado de sua cabeça contra o dela. "Eu te amo, Fil."

"Eu também te amo, Vin," ela sussurrou de volta, agarrando suas costas, sem conseguir conter as lágrimas. "Eu quero te repreender, mas deixarei passar."

"Haha."

Os dois se abraçaram até que Fil o soltou. Ao retirar a cabeça, ela olhou para baixo, em direção ao anel. 

"Deixe-me colocar isso," ele disse, pegando o anel desajeitadamente e então alcançando a mão dela. Antes de colocá-lo, ele respirou fundo e a olhou nos olhos. "Filomena, eu sei que ainda somos jovens e eu não tenho dinheiro suficiente ainda para te dar o casamento grandioso que você merece. Mas eu te prometo uma coisa. Eu vou trabalhar duro. Uma vez formado, vou me esforçar como um cão e ganhar a confiança dos meus pais para liderar nossa empresa."

Ele sorriu abertamente até seus dentes ficarem totalmente à mostra. "Uma vez que eu tenha economizado dinheiro suficiente, vou te dar o casamento que você merece. Não só isso, mas uma boa vida, para você não ter que se preocupar com mais nada. Vou cuidar de você e ser o homem que seu avô aprovaria."

"Este anel e o pôr do sol são meus testemunhos," ele acrescentou alegremente. "De que eu, Vincente Lance Hale, cuidarei de você não apenas agora, mas para sempre."

Olhar para aquele sorriso largo, charmoso e genuíno amoleceu o coração de Fil. Não havia nenhum traço de engano ou malícia nele. Esse era um de seus encantos; bondoso, genuíno e amoroso. 

"Mhm," ela murmurou, observando-o colocar o anel em seu dedo. "Vamos fazer isso," ela sussurrou, encontrando seus olhos mais uma vez. "Vamos ficar juntos… para sempre."

"Claro." Vincent segurou a mão dela, sorrindo para ela com carinho. Seus olhos caíram instintivamente em seus lábios, seguindo o desejo de seu coração, ele aproximou seu rosto. 

Fil segurou a respiração enquanto observava seu rosto se aproximar. Ela imaginou o que aconteceria a seguir, então fechou os olhos. Mas para sua surpresa, os lábios dele apenas pousaram em sua testa. Ela abriu os olhos lentamente, apenas para ver o sorriso provocador dele. 

"Você," ele disse e fez bico. "Você achou que eu te beijaria nos lábios?"

"Huh?"

"Eu quero, mas não foi você que disse para eu esperar até depois do casamento?" ele suspirou, segurando a mão dela perto de sua bochecha. "Então, até lá, não vou fazer nada com você, mesmo que eu queira. Isso também vai me fazer querer trabalhar muito porque uma vez que você seja minha esposa, não precisarei mais me conter."

Uma sensação de constrangimento tomou conta de Fil por quase esquecer sua promessa. Mas ao mesmo tempo, ela estava grata que Vincent estava disposto a respeitá-la. Os dois sorriram um para o outro, seus corações cheios e esperançosos sobre o futuro que ansiavam.

Nenhum deles poderia ter imaginado que o futuro reservava algo muito diferente do que haviam imaginado.

*****

[TEMPO PRESENTE]

Fil lentamente abriu os olhos, apenas para ver o teto familiar sobre ela. Suas sobrancelhas se juntaram, segurando a cabeça para acalmar sua dor latejante. Mas assim que fez isso, retirou a mão para olhar o anel em seu dedo anelar. 

"Eu deveria ter repreendido ele naquela época," ela sussurrou enquanto lágrimas de repente se acumulavam no canto dos seus olhos. "Éramos muito jovens e ingênuos para fazer e acreditar em tais promessas."

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