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Os apartamentos em prédios de alta classe têm sistemas de segurança avançados que usam escaneamento de retina em vez do tradicional sistema de fechadura e chave.
Olly posicionou seus olhos sob o escâner de retina e a porta do apartamento se abriu. Ele entrou na sala de estar e colocou sua bolsa no sofá.
Anteriormente, ele havia conseguido admissão na Academia Coração Real, mas há alguns dias sua admissão foi cancelada junto com a de muitos novos alunos. Ele se sentiu injustiçado, principalmente vendo como sua irmã foi poupada. Ele até tentou argumentar com seu pai, mas não adiantou.
Não tendo outra escolha, ingressou na segunda melhor academia da cidade. Ele não estava gostando da aula, então saiu da academia antes do horário de fechamento.
"Ooooo!"
Olly se assustou. Ele escutou atentamente para ter certeza e ouviu outro som. Não sabia direito o que era o barulho, mas parecia gemido.
"Mãe?" Olly pensou. Ele caminhou em direção ao quarto da mãe, e o som agora estava mais claro.
"Isso, assim!" A voz de Suzane veio detrás da porta. "Não para!"
Olly parou e voltou atrás. Ele deduziu que sua mãe e seu pai estavam fazendo amor, então retornou para o sofá.
Olly abriu seu celular e começou a jogar um jogo. Ele ouviu mais sons de gemidos, mas fingiu estar distraído.
Quinze minutos depois~
"Vou preparar algo para beber", veio uma voz masculina do quarto de Suzane enquanto a porta se abria.
"Uísque com gelo para mim," disse Suzane.
"Temos um gosto em comum," o homem respondeu. "As bebidas devem nos preparar para a próxima rodada de exercícios."
Olly se assustou com a voz. Era familiar, mas não pertencia ao seu pai. Confuso, ele saiu do sofá e caminhou em direção ao quarto da mãe.
ESTROND~
O celular caiu das mãos trêmulas de Olly. Seus olhos estavam arregalados de choque ao ver o homem de cabelos dourados à sua frente.
"Kiba?!" Olly estava tão apavorado e chocado que sua voz mal era audível.
Seu rosto inteiro estava encharcado de suor, pois Kiba não estava vestindo nada! A menos que a toalha branca em volta da cintura fosse considerada!
Kiba havia sido um pesadelo para ele durante semanas. E agora, o pesadelo estava em seu apartamento, saindo do quarto dos seus pais! A falta de roupas e os gemidos de antes não deixavam dúvida do que estava acontecendo.
"O que aconteceu?" veio a voz de Suzane do quarto. Ela tinha ouvido o som de algo caindo no chão com estrondo.
"Nada," Kiba respondeu com uma voz despreocupada. "Um controle caiu."
"Ah," Suzane suspirou aliviada.
"Sua bebida vai chegar em um minuto," Kiba se movimentou para frente lentamente.
Olly recuou, temendo que Kiba fosse atacá-lo. Ele queria abrir a boca para pedir ajuda para sua mãe, mas o medo o fez perder a voz.
O pavor que ele tinha de Kiba superava qualquer outro em toda a sua vida. As memórias da exposição de arte no Horizonte Próximo ainda estavam vivas em sua mente.
Até agora, ele acordava no meio do sono lembrando como tinha sido humilhado por Kiba.
"Po...r favor..." A voz de Olly era quase inaudível enquanto ele recuava.
Kiba tinha um sorriso relaxado no rosto. Ele não disse nada enquanto dava mais um passo na direção de Olly.
"Calma," Kiba colocou a mão no ombro de Olly. "Não sue tanto, senão você pode adoecer."
A voz de Kiba estava cheia de bondade, mas isso só dava calafrios em Olly. A bondade familiar lhe lembrou de algo!
Parente!
Filho da puta!
Naquela exposição de arte, ele tinha chamado Kiba de filho da puta. Kiba tinha revertido a conversa dizendo que Olly estava revelando o segredo do seu relacionamento com a mãe de Olly. Isso fez de Olly motivo de chacota na frente de mais de cinquenta pessoas.
Irado, Olly então atacou Kiba, apenas para ter suas próprias mãos cortadas. Kiba lhe poupou e lhe ensinou uma lição, pois ele era um 'parente.'
Como se não bastasse, Kiba deu um passo adiante ao pagar pelo seu tratamento médico, já que eram parentes.
Tudo era apenas um gesto de bondade de um parente para outro!
Merda!
Kiba tinha realmente se tornado um filho da puta?! Não... O Filho da Puta!!
Olly não ousava acreditar em seus próprios pensamentos. O que era apenas um simples xingamento naquela época tinha se tornado realidade?
"Obrigado," a voz de Kiba despertou Olly do seu estado quase transe.
"Obrigado?" Olly estava perplexo.
Seu rosto estava encharcado de suor, mas agora ele esqueceu seu medo conforme as palavras de gratidão de Kiba ocupavam sua mente.
"Claro," Kiba ajustou a gola de Olly e disse, "Como posso não ser grato a você?"
"Grato?" Olly não conseguia entender a intenção de Kiba.
"Se não fosse por você, como eu teria desenvolvido uma relação com sua mãe?" Kiba continuou com um tom cheio de apreço. "Foi sua existência e ajuda que estabeleceram essa bela relação."
As palavras foram como um forte trovão nos ouvidos de Olly. Ele caiu no chão com a boca aberta enquanto a magnitude das palavras de Kiba se infiltravam.
Ele pensou em como ele tinha realmente apresentado Kiba para a sua mãe. Se não fosse por ele, sua mãe e Kiba nunca teriam se encontrado.
Se não fosse por ele, como Kiba poderia ter se tornado um filho da puta?!
"Eu sou responsável por tudo!" O sangue de Olly gelou.
Se ele não o tivesse chamado de filho da puta, então hoje...?!
"Tenho certeza que seu pai ficaria surpreso," Kiba disse com um sorriso. "Não! Na verdade, ele ficaria eufórico ao saber das contribuições que você fez para formar a relação entre mim e sua mãe."
Os olhos de Olly se arregalaram e seu couro cabeludo doía de dor. Seu pai sempre tinha sido rigoroso e houve vezes em que ele aplicava castigo físico.
"Pai me mataria junto com a mãe se o segredo do caso fosse revelado..." Olly começou a suar exaustivamente enquanto a realização o atingia.
"Com licença," Kiba passou por Olly e disse, "Preciso pegar uma bebida para a sua mãe."
Olly olhou incrédulo enquanto Kiba caminhava até o bar para preparar dois uísques com gelo. Kiba não estava nem um pouco preocupado enquanto rodava pelo apartamento bebendo o álcool de outra pessoa e fodendo a esposa de outro.
"Nem mesmo o pai é tão relaxado em nossa casa!" Olly murmurou para si mesmo.
"Hmm?" Kiba percebeu seu olhar, então se virou para olhar para ele e perguntou, "Você quer uma bebida também?"
"...." Olly não conseguia se forçar a dizer nada.
"Vamos, pense nisso como a sua própria casa e tome uma bebida," Kiba preparou outro copo de bebida e o colocou nas mãos do petrificado Olly.
"Mais uma vez, obrigado," Kiba disse antes de entrar no quarto para se juntar a Suzane.
Poucos minutos depois, o som de gemidos ressoou. Desta vez, a intensidade foi muito maior como se Kiba estivesse empurrando Suzane para além dos seus limites.
Lá fora, Olly ainda estava de joelhos com a boca bem aberta e um copo de uísque nas mãos.
"Tudo é minha culpa..."
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