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Chapter 8 - Missão em Grupo (2/2).

POV: Maki.

Fiquei furiosa comigo mesmo por ter congelado sobre a energia amaldiçoada do idiota do meu colega de classe, mas não era apenas a sensação de ter uma gravidade maior empurrando meu corpo para baixo que causou isso, não, foi o frio do instinto assassino, ainda bem, que isso passou rápido. O Velho Usuário Amaldiçoado, se recuperou mais rápido do que eu, conseguindo forma um selo com apenas uma mão e com a outra puxar mais talismãs de papel dos seus bolsos enquanto ficou parado olhando para os olhos frios e assassinos do Yamamoto, que se moveu.

O ataque aconteceu rápido e furioso, como todo ambiente a sua volta, tão rápido, que quase não consegui o seguir com meus olhos, mas o Velho, mesmo sendo muito inferior a ele em poder, tem muita experiência vivendo nesse mundo a tanto tempo, ele conseguiu abaixar sua cabeça bem a tempo do punho passar por cima dela, com o corpo abaixado, o Velho, segurou um dos seus talismãs com dois dedos como uma lâmina e o balançou jogando os outros que ele tinha ao mesmo tempo no chão.

"Shif!"

Foi o barulho de uma lâmina muito bem afiada cortando o ar, mas Yamamoto, já estava esperando e o parou usando seu antebraço para depois dar um chute alto de lado mirando na cabeça.

"BLOWWWWWWWWW!"

O Velho, levantou o braço e conseguiu defender, mas a força foi tanta, que seu corpo pareceu ter sido atingido de lado por um canhão, ele caio no chão na lateral quebrando cinco metros do piso ao seu redor, seu braço foi quebrado como um graveto, mas ele não gritou de dor, em vez disso, realizou mais um sinal antes do punho vindo de cima atingisse sua cabeça, duas cobras grandes e brancas foram criadas do lado dele, as duas bem posicionadas na esquerda e direita do Yamamoto, que em vez de defender, as segurou pelos pescoços com as mãos.

"BLAW!" "BLAW!"

Com um pouco de força, as cobras explodiram e desapareceram, o Velho, aproveitou e se levantou. Agora seu corpo está curvado, seu braço esquerdo tem uma fratura exposta, seu osso saiu da carne cortando tudo, mesmo assim, ele continuou olhando para seu alvo.

"Maldita criança, isso tudo por causa de um bando de macacos? Tem milhares deles, o que são apenas alguns!"

Foi uma má escolha de palavras.

Yamamoto, atacou de novo, agora mais rápido ainda, o Velho tentou contra-atacar, mas teve sua mão afastada do seu corpo. Depois disso, os braços do seu companheiro de equipe agarraram a camisa dele acima dos ombros, puxando seu corpo para baixo na direção do seu joelho indo para cima.

"BLOWWWWWWWWW!"

Mais uma vez, o Velho, foi jogado como tivesse sito atingido por um canhão, só que agora ele voou para cima atingindo de costas o teto, a força do golpe foi maior que o anterior, ele literalmente abriu um buraco para o andar de cima, mas antes de conseguir o atravessar, ele foi agarrado pelas roupas e jogado com violência de volta no chão rolando alguns metros até ficar de joelhos de costas para mim a um metro de distância, posição perfeita.

Agora foi minha vez de atacar, um golpe perfeito mirando o pescoço, balancei minha naginata da esquerda para direita na horizontal. A poucos centímetros de atingir, vi no canto dos meus olhos dois Shikigamis, na forma de anacondas, caírem do teto dando um bote, teve que agir rápido mudando a posição da minha arma para cima cortando um deles, mas o outro quase conseguiu morder meu peito, por sorte, o cabo da naginata, ficou no seu caminho, mas a força do golpe me fez recuar perdendo a chance de acabar com a luta aqui.

O Velho, se levantou e pulou para esquerda escapando do punho do Yamamoto, que atingiu o chão o quebrando com uma facilidade assustadora, por sorte, ele está se contendo, se não, todo esse edifício já teria desabado nos outros dois abaixo deles.

"Vamos acabar com isso, pirralho!" Gritou o Velho, ele de alguma forma conseguiu mover seu outro braço, formando um selo com as duas mãos na frente do seu corpo, o esforço que o Velho, está fazendo para realizar isso é visível nos seus olhos e suor no seu corpo, parecia até que ele estava prestes a morrer, mas a energia amaldiçoada ao redor dele contou algo diferente, algo vem aí.

"Maki, venha para trás de mim, agora!" Gritou Yamamoto, em qualquer outro momento e em qualquer outra situação eu teria o acertado na cabeça com minha arma por me dar ordens dessa forma, mas também sentindo o movimento na esfera, ficou claro que o próximo movimento do Velho, vai ser um pouco demais para ela.

Saltei usando a naginata como uma vara me jogando para o alto, e mesmo nessa posição, com um movimento rápido, cortei a cabeça da cobra Shikigami que me atacou há pouco, caindo atrás do Yamamoto, logo em seguida.

"Maldita aberração, você e aquele Gojo, são todos monstros, mas isso é interessante!" Gritou o Velho, ainda preparando o seu movimento.

Yamamoto, levantou e esticou sua mão colocando a palma aberta na frente do seu corpo, sua energia cobrindo quase todo ele roubou a cor das roupas e do ar. O Velho, se abaixou e falou em voz alta.

"Akeru!" {Abrir!}

Os talismãs no chão ao redor da esfera contendo centenas de maldições de baixo grau se quebraram, as maldições então foram guidas, uma massa delas parecendo mais uma forte corrente de água negra com tamanho o bastante para cobrir toda a parte de cima dos nossos corpos, correu na direção do Yamamoto, em alta velocidade. Mesmo sendo maldições de baixo grau, com essa quantidade, eles com certeza, seriam mortos se forem atingidos de frente, mas ela, mesmo sabendo disso, apenas ficou atrás dele.

"Jutsushiki Junten Shutsuryoku Saidai, Haiiro no kabe!" {Produção Máxima de Energia Amaldiçoada, Parede Cinza!}

Da palma da mão aberta como ponto de origem, uma onda de poder na horizontal se propagou cobrindo da ponta esquerda até à direita do ponto mais baixo ao mais alto, uma parede entre eles e as maldições, e quando essas ondas de poder passavam, descoloriam o espaço, era como se o poder dele estivesse ondulando, como se uma pedra atingisse um lago que é o espaço a frente dele.

"Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!" "Clap!"

As maldições bateram de cara contra uma parede indestrutível, explodindo contra ela criando em poucos segundos uma parede de sangue, mas o sangue também perdia a cor pouco depois do choque, não houve corpos, apenas sangue escorrendo para o chão e cobrindo a visão dos dois lados enquanto a onda continuava a se quebrar contra uma pedra indestrutível.

Mais um abençoado com talento e poder. Foi isso que pensei com um pouco de ódio e ciúmes. É claro que eu já sabia do assunto do momento antes mesmo de entrar na escola, mas a ver dessa forma pessoalmente, da outra perspectiva aos boatos.

Dez segundos depois, todas as maldições entraram em choque contra a técnica inata do Yamamoto, e perderam, o sangue acumulado era tanto, que criou uma poça que escorreu do outro lado da parede até as escadas no fim da sala, o Velho, estava quase que totalmente coberto de sangue das maldiçoes, só seu rosto estava limpo.

Ele finalmente ficou sem energia, caído de joelhos no chão, por outro lado, Yamamoto, ainda mantém sua técnica ativada, e não parece estar cansado ou esgotado, mesmo usando uma quantidade de energia amaldiçoado ridícula para a manter.

"Acabou?" Perguntou ele, num tom de voz frio.

Seu inimigo ajoelhado, nem mesmo conseguiu responder, apenas levantou a cabeça.

"Vamos o prender, ele não pode lutar mais." Falei atrás dele em voz baixa, tentando evitar o que seu colega, estava pensando agora, não por ter pena desse assassino, foi apenas uma gentiliza para alguém que nunca matou um ser humano antes.

"Não, está acabado!" Yamamoto, escolheu.

"Jutsushiki Junten Shutsuryoku Saidai, Haiiro no kabe!" {Produção Máxima de Energia Amaldiçoada, Parede Cinza!}

Ele empurrou com a palma esticada a parede, e foi com se uma camada elástica estivesse ao redor da sua mão lutando contra seu avanço, quanto mais ele empurrava, mais o espaço parecia se torce e afundar, até finalmente quebrar.

O sangue e tudo que estava na frente da parede foi vaporizado por uma força invisível que cortou o chão em linha reta até atingir o Velho, ele despareceu por um segundo, pelo menos foi isso que pareceu, não ouve barulho do golpe, mas ele não foi sutil, a agora um buraco circular perfeito no fim da sala na parede, um buraco de quatro metros de altura e dois de largura, o que estava entre esse buraco e o Yamamoto, simplesmente despareceu, e só o que sobrou do Velho, que provavelmente tentou desviar para esquerda, foi um braço decepado na altura do cotovelo jogado no chão.

Depois disso, tudo ficou em silêncio e a energia amaldiçoada dele se acalmou.

"BLOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"

Algo explodiu abaixo.

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POV: Terceira Pessoa.

Do Lado de Fora do Edifício.

Nanami, torceu seu corpo para esquerda desviando de uma katana sem detalhes já manchada com seu sangue, seu inimigo o pegou de surpresa, cortando a lateral do seu terno e corpo, por sorte, ele viu o brilho da lâmina no ultimo momento, e conseguiu desviar do pior ganhando só um ferimento superficial.

Seu inimigo, um homem vestido com um terno negro refinado careca com cerca de quarenta anos, se afastou e lambeu a lâmina como um louco, gostando muito da batalha que está tendo.

"Por que lutar? Os meninos já se foram há muito tempo." Falou ele em seguida ficando em posição.

"Você acha que está tentando enganar uma criança? Indo há muito tempo? Até um Grau Quatro do outro lado da cidade pode sentir a energia amaldiçoada lá dentro." Riu Nanami, finalmente ficando sério, puxando das suas costas sua espada cega curta envolvida num pano branco com bolas negras.

"É verdade, eu tinha que tentar, não estávamos esperando o pupilo do Mais Forte, e nem você aqui." Riu o careca.

Os dois avançaram rapidamente e se encontraram trocando golpes rápidos e precisos, seu inimigo é muito habilidoso no uso da energia amaldiçoada, um traço comum naqueles sem uma técnica inata poderosa, mesmo assim, quando Nanami, estava prestes a ativar sua técnica inata contra a katana dele, um pico de energia amaldiçoada nos andares de cima os fez parar no meio dos seus golpes, a quantidade e intensidade dessa energia, era superior a muitos Grau Um.

"BLOMMMMMMMMMMMMM!"

Em seguida, algo explodiu no andar acima de onde eles sentiram a energia, pedaços de parede de vários tamanhos caíram sobre os dois que se retiraram para trás abrindo espaço no meio das pedras, um urso voou com algo nas suas costas caindo no chão, era o Panda, mas não um panda.

Panda, agora parece ter aumentando seu tamanho antes já imponente, seu corpo ficou mais magro e seus braços mais longos assim como seus dedos, sua cabeça foi alongada para frente e ele parecia mais feros com caninos saindo da parte de baixo da sua boca para cima e seus olhos vermelhos, sobre seus ombros, um adolescente desacordado e ferido.

"Nanami-san, Toge-kun, foi ferido!" Avisou ele com sua voz mais grossa do que o comum.

Nanami, em vez dizer qualquer coisa avançou na direção dele, o careca atacou assim que o Panda, caio no chão com a intenção de o matar, Panda, percebendo isso, virou seu rosto e olhou para seu atacante balançando sua katana mirando no seu pescoço, em resposta, ele apenas deu um tapa com sua mão envolvida pela sua energia amaldiçoada azul na lâmina.

"BLAW!"

A katana foi quem perdeu a batalha, ela se quebrou no meio, e para piorar, uma força invisível ressoou da lâmina até o corpo do de Terno, o fazendo vibrar.

"BLOMMMMMMMMMMMMMMMM!"

Ele foi jogado para trás atingindo o chão algumas vezes até pode ser levantar, só para ver Nanami, na frente dele, mesmo assim, ele tentou defender com o que restou da sua arma, mas era tarde demais, dez linhas na vertical, cortadas por uma no centro na horizontal, apareceu sobre o peito do alvo, foi onde Nanami, atingiu, e o dano foi assustador, a metade de cima do corpo foi cortada e quase explodida deixando o resto cair no chão sangrando.

"Ele está aqui!" Gritou Panda, olhando para cima, para o buraco que ele criou.

No topo do prédio, outro homem apareceu, esse está mal vestido, usando nada na parte de cima do seu corpo, e o mais estranho, ele tinha dois corações rosas onde estão seus mamilos, cabelos louros penteados para trás presos por uma tiara, descalço e com um corpo bastante musculoso e forte, estranho, mas pelo menos, ele está usando calças pretas simples.

"Olha o que você fez com os novatos, isso é ruim." Falou o homem quase nu, para logo depois pular do alto.

No ar, assim que ele passou pela janela do andar abaixo do que ele pulou, uma mulher saltou para fora quebrando o vidro com sua arma pronta, foi Maki, que girou sua naginata mirando o corpo do homem nu, que mesmo no ar, girou defendendo com a sua mão atingindo a parte de baixo da lâmina e depois apontando sua outra mão aberta para o corpo da Maki.

Uma mão gigante surgiu no ar entre os dois atingindo com a palma aberta o corpo da Maki, a jogando para trás na direção da parede.

"BLOMMM!"

Mais uma pessoa pulou de cima e caiu de cabeça mirando o corpo do homem nu, ele tentou atingir o ombro dele, mas seu golpe foi parado pelo pulso do outro.

"ZUMM!"

O homem nu foi jogado para baixo numa velocidade anormal graças ao impacto do golpe atingindo o chão com violência, mas ele não se chocou, em vez disso, girou seu corpo e deu uma pirueta para trás sem ferimentos.

"Blaw!"

Maki, saio da parede que ela foi arremessada, mesmo após afundar vários centímetros em concreto com aquele golpe violento, ela não parecia muito machucada, apenas alguns cortes e uma roupa cheia de poeira branca, mas sua naginata, que foi usada para defender no último momento, quebrou no meio, ela continua segurando a parte de cima dela ao pular no chão.

"Yama-chan, Maki-san!" Gritou Panda, olhando para os novos recém-chegados.

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POV: Yamamoto.

Cai de frente e no meio da confusão no chão, Panda e Toge-san, que parecia estar ferido e inconsciente, estavam na minha esquerda, o Nanami-san, a minha direita junto de um corpo, atrás de mim a Maki, e na minha frente um homem sem gosto nenhum para roupas, ou melhor, a falta delas, e nem vou falar nada sobre o que está acontecendo nos mamilos dele.

De qualquer forma, sei que ele é forte, chutei ele com quase tudo, e mesmo assim, só consegui um braço machucado.

"Isso doeu muito, como esperado do assunto do momento." O homem na minha frente fez gestos como braço que atingi o balançando de forma provocativa, talvez tentando me fazer acreditar que ele foi ferido.

"Quem diabos é você?" Perguntou Nanami-san, se aproximando com uma arma estranha envolvida por um pano, arma que está manchada de sangue.

Não olhe para o corpo, sua atenção está à frente.

Fiquei em posição com Maki-san, do meu lado, também pronta. Temos a vantagem, mesmo que Panda, não ataque, ainda temos muita vantagem, todos e até mesmo nosso inimigo sabe disso, mesmo assim, ele está bastante calmo, isso é problema.

"Meu nome é Larue." Se apresentou o homem forte e nu.

"Você não vai para lugar nenhum, tarado!" Gritou Maki, quase pulando nele.

"tick!"

Senti antes de acontecer numa pequena parte do meu cérebro conectada a barreira, sei até mesmo onde aconteceu, alguém acabou de a quebrar a força, e tudo veio abaixo. No próximo segundo, uma nuvem negra de energia amaldiçoada gigantesca serpenteou no ar fazendo uma curva próxima ao chão, e sobre o olhar de todos, e do sorriso do Larue, ele foi puxado por essa massa sem forma e desapareceu voando para cima saindo do nosso alcance, foi rápido demais, perdemos nosso alvo.

Foi uma maldição, com certeza, superior ao Grau Um, e dessa forma, da mesma maneira súbita que essa missão se tornou essa bagunça, ela terminou deixando um gosto ruim na boca, com todos nos olhando um para o outro sem poder fazer ou dizer nada.

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"Droga!" Gritou Yaga-san, nosso diretor, destruindo em sua raiva a mesa de madeira que ele está sentado.

Acabamos de voltar, e enquanto os outros foram levar Toge-san, para a enfermaria, vim junto do Nanami-san, fazer um relatório do que aconteceu para o diretor Yaga-san e Gojo-sensei, que está com um cara fria encostado na parede, mesmo sem ver seus olhos, posso sentir sua seriedade.

"Essa missão foi uma bagunça." Comentou Nanami-san, ele relatou com poucas palavras sua luta e morte depois de eu contar minha parte da missão.

"Agora temos Usuários Amaldiçoados agindo como loucos na cidade, isso deixou de ser um assunto simples." Falou Yaga-san, agora um pouco mais calmo.

"Usuários Amaldiçoados que foram salvos por uma maldição de Grau Especial, você sabe o que isso significa, Yaga." Essa foi uma das poucas vezes que vi o Gojo-sensei, realmente falar com tanta seriedade.

"Ainda não sabemos disso, mas vou relatar para os superiores, e como sempre, eles não vão fazer nada."

"Yamamoto, como foi mesmo que o velho chamou os adolescentes?" Gojo-sensei, pergunto.

"Macacos, ele os chamou de macacos."

Sim, isso também me pegou de surpresa, até agora, no pouco tempo que estou nesse mundo, nunca encontrei uma descrição tão racista dos humanos comuns, na verdade, nem por um segundo pensei que poderia haver algo como isso.

"Aí está a resposta, ele voltou."

"Não sabemos disso, Satoru."

"Quem voltou?" Não pude deixar de perguntar.

"Ninguém que você precise saber, agora vá embora, a missão acabou!" Yaga-san, gritou comigo.

Fiz uma reverência lendo o clima da sala, sei que ninguém vai me dizer nada, então sai pela porta os deixando sozinhos com suas conversas secretas.

A missão acabou de forma espetacularmente ruim, tão ruim, que deixou um gosto ruim na boca.

Andei rapidamente pela torre saindo e indo pela esquerda seguindo o caminho entre as construções ao meu redor, meu destino agora é a enfermaria, bem, na verdade, não é isso, o lugar tá mais para um templo/necrotério, e como tudo nesse lugar, ele foi erguido numa arquitetura bem antiga.

Entrei no prédio e fui para a parte de trás dele, não havia camas ou qualquer outra coisa que lembre uma instalação medica aqui, e na última porta que leva à última sala, entro e dou de cara como um necrotério com direito a armários prateados na parede para os corpos e camas de metal para autópsia uma do lado da outra e um forte cheiro de álcool, e para piorar, prateleiras com jarros cheios de um liquido verde com partes de corpos bonhando dentro delas. Nesse lugar horrível, meus amigos estão em pé ao redor de uma das camas de metal, Toge-san, está deitado nela, vivo.

Essa é a segunda vez que entro aqui consciente, tento evitar de qualquer forma possível fazer isso.

"Ah, mais um." Comentou a "medica" da escola próxima dos meus colegas.

"Yama-chan!" Gritou Panda, animado para mim.

"Tudo bem?" Perguntei me aproximando.

"Salmão!" Confirmou Toge-san, se levantando da sua mesa prateada.

De acordo o Panda, ele foi atingido de surpresa pela mesma técnica inata na forma de mão que pegou a Maki-san, ele foi jogado contra a parede e bateu a cabeça com força, por isso ficou apagado por tanto tempo.

"Outro, esse lugar nunca esteve tão cheio de vivos!"

Na minha esquerda, uma mulher jovem vestida com roupas azuis e um jaleco branco, ela tem longos cabelos e olhos pretos e um rosto bonito, ao redor dos seus olhos, olheiras bem evidentes, parecendo até mesmo maquiagem, ela também tinha uma pinta preta abaixo do seu olho, e parecia muito indiferente para todos nós.

"Ele já está curado, agora saiam daqui." Falou ela se afastando indo até para esquerda do seu local de trabalho.

Essa mulher é Shoko Ieiri, a curandeira da escola, e uma das melhores do mundo, e isso não é por conta da sua habilidade e conhecimento em medicina, e sim por que ela é capaz de utilizar a Técnica Amaldiçoada Reversa. Aprender a criar energia amaldiçoada positiva para se curar é algo raro, e conseguir utilizar essa energia para curar outros, é mais raro ainda, dessa forma, essa mulher é muito valiosa do pondo de vista de todos nesse mundo.

Encontrei a Shoko-san, duas vezes antes dessa, uma delas foi quando despertei para esse mundo, foi ela quem curou meu ombro, a segunda vez foi depois da minha primeira missão, ganhei uma pequena queimadura do meu combate, que foi curada em menos de um segundo por ela com um simples toque no meu ombro.

"Vamos embora, esse lugar me dá arrepios." Maki-san, puxou todo mundo para fora do necrotério/enfermaria.

Nosso próximo destino foi o refeitório, onde o jantar estava nos esperando, mas eu não estava com muita fome, come apenas um pouco de arroz com peixe frito, e pedi licença para eles, fiquei depois disso quase uma hora andando pela escola sem entrar em nenhum lugar, até finalmente ir para o meu lugar preferido no telhado do dormitório.

Fiquei parado aqui olhando a montanha por quatro horas, até que ele apareceu, como sempre, do nada e sem qualquer sinal, mas fiquei muito bom é perceber seus súbitos surgimentos após ser pego de surpresa tantas vezes, cabelos brancos e olhos cobertos, um uniforme todo preto e aquele sorriso irritante no rosto.

"Yo! Yama-chan!" Falou ele em pé bem do meu lado, seu humor, parece ter voltado ao normal.

"Gojo-sensei, como vai." Perguntei sem tirar meus olhos da montanha.

"Yama-chan, você sabe por que as lutas entre Feiticeiros, tem que ser finalizadas com jujutsu?" Perguntou Gojo-sensei, no momento que ele falou a palavra "finalizada", meu corpo tremeu um pouco.

Respirei algumas vezes para me acalmar, e responde.

"Para eles não voltarem como Espíritos Vingativos."

Maldições são classificadas em alguns tipos, e os Espíritos Vingativos são o mais perigoso desses tipos, normalmente, elas surgem quando alguém é amaldiçoado pouco depois da sua morte, com os Feiticeiros, a coisa é um pouco diferente, é quase certo eles voltarem como Espíritos Vingativos, mesmo sem serem amaldiçoados, e a forma mais rápida e fácil de evitar isso, é os matando com técnicas ou equipamentos Jujutsu.

Temos o controle de nossa energia amaldiçoada, então não criamos maldições naturalmente como os humanos comuns, mas isso não quer dizer que não podemos amaldiçoar alguém também, na verdade, somos melhores nisso que os humanos.

"Correto, como sempre, Yama-chan, é muito inteligente."

"Não estou muito bem hoje para brincadeiras." Falei rispidamente.

"É engraçado, não é? O fato de que as vocês não são nossos inimigos que nos amaldiçoam, e sim nós mesmo." O tom mudou, e seu jeito mudou também, sem brincadeiras.

"Você se sente culpado pela morte dele?" Ele perguntou e em seguida.

Essa é a questão, não é?

"Sim e não, ele mereceu morrer pelo que fez, mesmo assim, ainda me sinto dessa forma."

"Yamamoto, não se amaldiçoe por quem não merece sua dor, aceitei o que fez, e continue."

Ele está certo, é claro, mas hoje, vou me permitir sentir isso por mais algumas horas, uma vida, mesmo que seja de um lixo como ele, merece pelo menos um pouco de dor para dar importância ao fato dela ser tirada pela primeira vez.