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Chapter 5 - confronto na escuridão

A resposta foi um disparo que rasgou o ar, passando perigosamente perto da cabeça de Sazaki.

O detetive se jogou ao chão, rolando para se proteger. A adrenalina o impulsionava, e ele se levantou rapidamente, buscando abrigo atrás de um carro. A cada tiro disparado pelo agressor, Sazaki se movia com a agilidade de um gato, esquivando-se das balas.

A cada momento, a situação se intensificava. O agressor, frustrado por não acertar seu alvo, decidiu sair do carro. Com a arma em punho, ele se aproximou cautelosamente do local onde Sazaki se escondia. O detetive, antecipando os movimentos do homem, já tinha um plano em mente. Ele agarrou uma pedra do chão e a atirou com força contra a janela do carro, fazendo um estrondo alto que ecoou pela rua silenciosa.

O barulho inesperado fez com que o agressor se virasse, distraído. Aproveitando a oportunidade, Sazaki saiu de seu esconderijo e se lançou sobre o homem. A luta se iniciou, os dois rolando pelo chão em uma batalha feroz. O agressor, mais forte fisicamente, tentava dominar Sazaki, mas o detetive era mais ágil e experiente. Seus punhos chocavam-se contra o corpo do agressor, que grunhia de dor. Os olhos de Sazaki, agora frios como o gelo, fixavam-se no rosto do inimigo, buscando uma fraqueza.

"Você não vai me vencer!" gritou o agressor, sua voz rouca pela raiva.

Sazaki sorriu de forma irônica. "Não subestime um detetive, amigo." Com um movimento rápido, ele desferiu um golpe preciso na mandíbula do agressor, fazendo-o cambalear. Aproveitando a oportunidade, Sazaki imobilizou o braço do homem, torcendo-o até ouvi-lo quebrar. O agressor soltou um grito de dor e caiu no chão, derrotado.

Sazaki, ofegante, se ergueu para algemar o agressor. A vitória parecia certa, mas a noite reservava uma última surpresa. Um ruído sutil, quase imperceptível, cortou o silêncio. A atenção de Sazaki se voltou para a escuridão que circundava o local. Uma figura, vestida com um elegante terno, emergiu das sombras. Seu rosto, obscurecido pela penumbra, era uma máscara de mistério.

Antes que Sazaki pudesse reagir, um disparo ecoou pela rua. A dor aguda que percorreu suas costas o fez gemer. A visão embaçada e a tontura o dominaram. A figura em terno aproveitou a oportunidade e se aproximou do detetive caído, seu rosto impassível.

* Homem de Terno: [Se inclinando sobre o banco do carro, sua voz é suave, mas carregada de autoridade] "Ouvi falar muito de você. Um detetive famoso, não é? Mas parece que a noite não foi tão boa assim."

* Bandido: [Assustado, mas tentando manter a pose] "Quem é você? O que você quer?"

* Homem de Terno: [Sorrindo levemente, revelando apenas um flash de seus dentes] "Sou apenas um admirador do seu trabalho. E vim aqui para te oferecer uma segunda chance."

Após esse breve diálogo, o homem de terno pega as chaves que encontrou no bolso do agressor e as usa para abrir a porta do carro. Com um movimento rápido, ele retira as algemas do bandido, que, surpreso, se levanta.

Homem de Terno: "entre logo no carro, se falhar ou cometer erros novamente, não vai ser salvo como dessa vez ."

O bandido, sem entender completamente a situação, obedece. Enquanto isso, Sazaki tenta se arrastar para mais perto, mas a dor o impede de se mover rapidamente. O homem de terno, com o bandido ao seu lado, entra no carro e dá partida, desaparecendo na escuridão da noite, deixando Sazaki sozinho e sangrando no chão frio.

Sazaki, caído no chão, assistia à cena com uma mistura de incredulidade e desespero. A dor pulsava em suas costas, e a visão cada vez mais turva o impedia de se levantar. A noite, que antes parecia promissora, agora se transformava em um pesadelo. A traição e a surpresa o deixaram vulnerável, e ele se perguntava quem era aquele homem misterioso e quais eram seus verdadeiros objetivos.

Sazaki sentia cada batida do seu coração, um ritmo frenético que ecoava em seus ouvidos como um tambor. A dor era uma presença constante, uma sombra que o acompanhava desde o momento em que o chumbo rasgou suas costas. A última coisa de que se lembrava era da figura sombria do homem de terno, desaparecendo na escuridão da noite, e da sensação de estar caindo em um abismo sem fim.

Quando abriu os olhos, a luz fluorescente do hospital o cegou momentaneamente. Tubos e fios o prendiam à cama, e a dor era um lembrete cruel da noite anterior. Uma enfermeira sorriu gentilmente e o informou sobre a cirurgia. Ele havia sido baleado, a bala alojando-se perigosamente perto da coluna. Os médicos haviam trabalhado rapidamente para removê-la, evitando danos neurológicos. A cirurgia havia sido delicada, mas bem-sucedida.

A mente de Sazaki vagava por memórias longínquas. Lembrava-se de sua infância, passando horas jogando bola com os amigos nas ruas de sua cidade. Aquele menino sonhador, que admirava os policiais da televisão, jamais imaginaria que um dia estaria deitado em um leito de hospital, lutando pela vida.

A imagem de seu primeiro dia na academia de polícia era vívida em sua memória. Aquele jovem, cheio de idealismo, acreditava que poderia mudar o mundo. Mas a realidade da polícia era bem diferente daquilo que ele havia imaginado. A corrupção, a violência e a perda de amigos o fizeram questionar suas escolhas.

Durante anos, Sazaki se dedicou à sua profissão, enfrentando perigos e desafios. A cada caso resolvido, a cada criminoso preso, sentia uma sensação de dever cumprido. No entanto, a sombra daquela noite fatídica, quando um de seus colegas foi morto, o perseguia constantemente.

A imagem do corpo de seu amigo, sem vida, o assombrava até hoje. A culpa o corroía por dentro. Afinal, ele poderia ter feito algo para evitar a tragédia. A partir daquele momento, Sazaki se tornou um homem mais duro, mais desconfiado. A esperança que o havia guiado por tanto tempo começou a se esvair.

Enquanto estava deitado na cama do hospital, Sazaki refletiu sobre sua vida. Ele havia se dedicado à polícia, mas a que custo? A violência e a corrupção o haviam transformado em um homem amargo e solitário. Ele precisava encontrar um novo propósito, uma razão para continuar vivendo.

A lembrança da senhora idosa que o havia encontrado na rua o confortou. Sua gentileza e compaixão em meio àquela noite escura o fizeram perceber que ainda havia esperança. Talvez, ao se recuperar, ele pudesse usar sua experiência para ajudar outras pessoas, para fazer a diferença de uma forma diferente.

Sazaki sabia que o caminho seria longo e difícil. A dor da cirurgia era constante, e a ideia de voltar para o trabalho o deixava apreensivo. Mas ele estava determinado a seguir em frente. A cicatriz física que carregaria seria um lembrete constante daquela noite fatídica, mas também um símbolo de sua força e resiliência.

O sol começava a raiar, pintando o céu de tons de rosa e laranja. Nas ruas, os primeiros pássaros já cantavam suas melodias matutinas, enquanto os moradores locais se preparavam para mais um dia de trabalho ou escola.

Dentro de casa, Sosuke se agitava freneticamente, procurando suas chaves. Mais uma vez, estava atrasado. A noite anterior havia sido agitada, com os sons dos tiros ainda ecoando em sua mente. Ele se vestiu rapidamente e saiu correndo de casa, sem tomar café da manhã.

Na casa de Katarina, a manhã era marcada por uma típica briga entre irmãos. Light, já pronto e comendo seu café, provocava Katarina sem parar.

Light: "Ah, monstrenga, vai perder o ônibus de novo?"

Katarina, irritada com a provocação, pegou sua bolsa e acertou a cara do irmão.

Katarina: "Cala a boca, idiota! E para de me chamar de monstrenga!"

Após a breve briga, os dois saíram de casa, rindo como se nada tivesse acontecido.

Yukina, por sua vez, preparava sua mochila com calma. Ela tinha feito biscoitos caseiros especialmente para Sosuke, e estava ansiosa para entregá-los a ele. Ela guardou os biscoitos em uma pequena caixa e saiu de casa, sorrindo para si mesma.

Os três amigos se encontraram na porta da escola, ainda abalados com os acontecimentos da noite anterior.

Sosuke: "Vocês ouviram os tiros ontem à noite? Foi de dar medo!"

Katarina: "Eu vi que os vizinhos estão falando que foi uma tentativa de assalto. Imaginem se tivesse acontecido algo com a gente!"

Yukina: [Timidamente] "Eu também ouvi falar . E vocês sabem o que os meus pais disseram? Que a gente tem que tomar cuidado ao sair de casa sozinho."

Sosuke: "É, o bairro não está mais tão seguro como antes."

Enquanto conversavam, Yukina se aproximou de Sosuke e entregou a ele a caixa com os biscoitos.

Yukina: "Eu fiz isso para você. Espero que goste."

Sosuke: [Sorrindo] "Obrigado, Yukina! Você é demais."

Os três amigos entraram na escola, ainda preocupados com os acontecimentos da noite anterior, mas com a esperança de que tudo se resolvesse logo.

Enquanto isso em umm quarto de hospital,

Sasaki está sentado em uma cadeira ao lado de sua cama, lendo um livro. Miagy, em sua cama ao lado, está deitado olhando para o teto.

Miagy: (Com um sorriso travesso) Sabia que os corvos japoneses são muito espertos? Dizem que eles conseguem usar ferramentas para pegar comida. Imagine só, um corvo com um palitinho, tentando pescar um peixinho em um lago.

Sasaki: (Sorrindo) É, os animais são mesmo inteligentes.

Miagy: Mas nada se compara à inteligência dos humanos, não é? Lembro quando eu era jovem, eu e meus amigos decidimos escalar o Monte Fuji. É claro que não tínhamos equipamento nenhum, só muita coragem e um pacote de ramen.

Sasaki levanta uma sobrancelha, curioso.

Miagy: No meio do caminho, um dos meus amigos tropeçou e rolou ladeira abaixo. A gente achou que ele tinha quebrado a perna, mas não! Ele só tinha raspado o joelho e rasgado o kimono. A gente deu boas risadas daquela vez.

Sasaki não consegue conter o riso.

Miagy: E falando em cair, você lembra daquela vez que eu tentei imitar um ninja? Tinha um bonsai lindo no meu jardim, e eu achava que seria muito legal fazer um salto mortal dele.

Sasaki arregala os olhos.

Miagy: É, não foi uma boa ideia. Eu acabei caindo de costas e passei a semana toda com as costas dolorido. Mas valeu a pena pela história, não é?

Os dois caem na gargalhada. Miagy faz uma pausa para recuperar o fôlego.

Miagy: Mas a melhor história é a do meu peixe dourado. Ele era tão inteligente que eu tinha certeza que ele entendia tudo o que eu falava. Um dia, eu estava conversando com ele sobre a Segunda Guerra Mundial, e ele começou a fazer bolhas bem rápido, como se estivesse concordando comigo.

Sasaki, sem conseguir parar de rir, pergunta:

Sasaki: E o que mais ele fazia?

Miagy: Ah, ele fazia muitas coisas! Jogava futebol com as pedrinhas do aquário, desenhava na vidraça com a barbatana... Era um gênio!

Miagy continua contando suas histórias, cada uma mais absurda que a outra, enquanto Sazaki se diverte com as aventuras do velho japonês.

O sol da tarde filtrava-se pelas cortinas do quarto, pintando o ambiente com uma suave tonalidade dourada. Sazaki, ainda debilitado, encontrava conforto na companhia de Miagy, o senhor de cabelos brancos e histórias infinitas.

"E foi aí que o cara me apontou a arma e disparou. Eu me joguei no chão, mas a bala me acertou nas costas", confessou Sazaki, a voz embargada pela emoção. A lembrança do ocorrido ainda o assombrava, trazendo à tona uma sensação de vulnerabilidade que o incomodava profundamente.

Miagy, ao ouvir o relato do amigo, franziu o cenho. Seus olhos, antes brilhantes de alegria, agora refletiam compaixão e preocupação. "Mas que horror! Esses criminosos não têm coração!", exclamou, sua voz carregada de indignação.

A porta se abriu, interrompendo o momento de confissão. A enfermeira, com um sorriso gentil, entrou no quarto. "Bom dia, senhores. Hora dos remédios. Sazaki, você está se sentindo melhor hoje?", perguntou, colocando a bandeja com os medicamentos sobre a mesa de cabeceira.

Sasaki agradeceu e tomou os comprimidos, enquanto Miagy comentava sobre suas dores nas costas, que já estavam quase curadas. "Ah, já estou quase bom como novo. Só preciso tomar cuidado para não cair de nenhum bonsai mais", brincou o senhor. A enfermeira sorriu e entregou os remédios para Miagy. "Que bom ouvir isso. Bom, vou deixar vocês conversando. Mas lembre-se, Sazaki, você precisa descansar", aconselhou a enfermeira.

Com a enfermeira ausente, Sazaki voltou a se abrir com Miagy. "É difícil acreditar que tudo isso aconteceu. Um dia eu estou investigando um caso simples, e no outro estou aqui, deitado em uma cama de hospital", lamentou.

Miagy, com a sabedoria de quem já viveu muitas histórias, respondeu: "A vida é assim mesmo, cheia de surpresas. Mas o importante é que você está vivo e vai se recuperar logo".

Sasaki sorriu fraco, agradecido pela gentileza do amigo. "Obrigado, Miagy. Você me faz ver as coisas de uma maneira diferente."

"De nada, rapaz. A amizade é assim, a gente se ajuda nos momentos difíceis", respondeu Miagy, batendo levemente no braço de Sazaki.

Os dois ficaram em silêncio por alguns momentos, cada um perdido em seus próprios pensamentos. A amizade que havia se formado entre eles, tão inesperada quanto profunda, era um bálsamo para as almas feridas.

Logo o sol se punha, tingindo o céu de tons alaranjados e roxos. No quarto do hospital, a atmosfera era mais tranquila. Sazaki e Miagy conversavam sobre assuntos aleatórios, buscando distrair-se da rotina hospitalar.

Por volta das 7 da noite, a porta se abriu e três jovens, cheios de vida, entraram no quarto. Era Sosuke, Katarina e Yukina, amigos de Sazaki, que haviam vindo visitá-lo. Katarina entregou um buquê de flores para o senhor Miagy. "Para o senhor Miagy, com todo meu carinho", disse ela, sorrindo. Miagy, visivelmente emocionado, agradeceu a gentileza da jovem.

Yukina, por sua vez, entregou a Sazaki uma pequena caixa. "São biscoitos que eu mesma fiz!", exclamou ela, com os olhos brilhando. Sazaki abriu a caixa e sentiu o delicioso aroma dos biscoitos recém-assados. "Obrigada, Yukina, estão com uma ótima aparência!"

Os três amigos se sentaram ao lado da cama de Sazaki. Miagy, ao ver a alegria dos jovens, sorriu e começou a contar uma nova história sobre suas aventuras quando era mais jovem. A história era tão engraçada que todos caíram na gargalhada.

No meio da história, a porta se abriu e a enfermeira apareceu. "Com licença, o horário de visitas já se encerrou", anunciou ela, com um sorriso gentil.

Os amigos se despediram de Sazaki e Miagy, prometendo voltar no dia seguinte. Ao sair do quarto, Yukina sussurrou para Sazaki: "Melhoras, Sazaki! Esses biscoitos vão te ajudar a ficar forte!"

Sazaki sorriu e agradeceu. Miagy, observando a cena, sentiu um calor no coração ao ver o carinho dos jovens por seus amigos.

Com a visita concluída, Sasaki decide dividir os biscoitos com Miagy que após comer logo dormia reconfortado em sua cama para poder começar um novo dia muito em breve, Sasaki por sua vez ficava deitado e olhando para o teto ate que o sono viesse a tona.