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"Pare! Pare! Pare! Deixe-os ir! Pare!" O homem não queria machucar os espíritos. Feri-los era como se ferir. Ele queria que eles encontrassem a paz, mas a marca não o estava ouvindo.
O jovem apertou seu punho enquanto tomava uma decisão terrível para parar tudo isso.
Ele correu até uma espada que estava caída à distância e pegou essa Espada com sua mão esquerda antes de cortar sua mão do pulso junto com aquela marca para parar.
"Argh!" Ele rugiu de dor. Suas ações foram realmente dolorosas, mas ele esperava que pudesse interromper o tormento dessas almas inocentes apenas sacrificando uma mão, mas não funcionou. Sua mão se curou por conta própria, e a marca voltou para onde estava anteriormente.
O processo não parou nem por um segundo. Ele estava absorvendo as almas de homens, idosos, mulheres e até crianças! O jovem sentia tanta dor por não poder parar. Com cada alma absorvida, o homem odiava ainda mais essa marca. Era como se uma parte de sua alma se quebrasse a cada segundo que passava.
Os gritos dos espíritos, era demais, mas o homem não podia fazer nada. Ele estava enlouquecendo! Ele até fechou os olhos e os ouvidos para não ter que ouvir os gritos, mas nada funcionou. Os gritos continuaram por horas enquanto milhões de almas eram absorvidas no corpo do jovem homem.
Infelizmente, isso não parecia ser a pior parte disso, pois ele ouviu uma voz que nunca poderia esquecer!
"Irmão!"
A voz fez com que ele abrisse os olhos abruptamente, apenas para ver a alma de sua irmã menor sendo puxada pela marca.
"Nãoo!!!" O jovem rugiu em descrença. Ele estava prestes a devorar a alma de sua própria irmã?
"Eu imploro; por favor, não faça isso! Por favor, não a devore!" Ele caiu de joelhos, mas não parou. Ele ouviu os gritos de sua irmã enquanto sua alma também era absorvida pela marca.
O rosto inteiro do jovem estava coberto de lágrimas. Não só ele não conseguiu salvar sua família, mas ao contrário os devorou? Ele estava destruído... Seus olhos perderam o foco enquanto ele sentava com as costas apoiadas na parede, aparentemente derrotado.
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"Diz-se que Karyk absorveu as almas de toda a sua família contra a sua vontade, e ele não pôde fazer nada. Ele nasceu humano, mas o fenômeno estranho lhe deu alguma forma de divindade. Ele se tornou um condutor de morte e dos mortos-vivos," Lambard explicou.
Ele olhou para a mão direita de Gabriel. "E isso... Essa é a origem da Marca de Karyk, que também é conhecida como a Marca Amaldiçoada da Morte e Necromancia."
"É a marca do primeiro Deus que já existiu pelo que sabemos. Além disso, aquele momento foi o que começou a Era dos Deuses..."
"Então o Elemento da Luz... Havia um humano que ganhou a força da Luz assim como Karyk?"
"Isso mesmo. No entanto, não está claro como a Mulher ganhou a Energia Sagrada. Como eu disse antes, a maior parte da literatura foi perdida no tempo. Apenas algumas relacionadas à história de Karyk conseguiram sobreviver. Não sabemos como outros Deuses surgiram, mas sabemos de algumas coisas."
"Por exemplo, todos os deuses que vieram depois, todos vieram por causa de Karyk," Lambard continuou revelando informações ainda mais surpreendentes.
"Por causa de Karyk ter absorvido tantas almas, o equilíbrio entre vida e morte foi rompido. A barreira entre humanos e algo muito mais divino se tornou muito mais turva. As energias naturais deste mundo se tornaram muito mais caóticas devido à falta de equilíbrio, e esse caos é o que deu origem aos outros deuses."
"Como você sabe que é a verdade e não apenas fruto da imaginação de alguém?" Gabriel perguntou, achando difícil acreditar que este mundo pertencia aos deuses.
"Você não acredita?" Lambard avançou alguns centímetros e olhou direto nos olhos de Gabriel.
"O que você disse não faz sentido logicamente," Gabriel respondeu. "Você disse que todos naquela cidade estavam mortos; isso significava que ninguém estava lá para ver o que aconteceu com as almas. Se não havia ninguém lá, como poderia haver literatura sobre aquele incidente? Eu não acredito que Karyk teria escrito isso por conta própria."
Lambard olhou para Gabriel em branco antes de jogar a cabeça para trás, rindo. "Então é isso que faz você duvidar dessa história?"
"Ninguém precisava estar lá para saber o que aconteceu. Alguém olhou para o passado de Karyk sem sua permissão para ver o que ele passou. E essa pessoa é quem escreveu sobre isso em sua entrada pessoal. Algumas páginas desse diário conseguiram sobreviver. Eu paguei uma fortuna para comprar essas páginas algumas décadas atrás."
"Como eu disse antes, seu conhecimento sobre este mundo é realmente insuficiente, garoto. Você tem seis elementos neste mundo. Contando com o Elemento da Morte e Necromancia, há um total de Sete Magos Elementais que vêm de geração em geração, mas isso não significa que não houveram mais deuses no passado."
"O desequilíbrio que criou os Sete Deuses também criou as centenas de semideuses que apenas poucas pessoas sabem sobre. Ao contrário dos Deuses, os Semi-Deuses não deixaram nada para trás."
"O Anel de Apófis que Lira veio aqui me perguntar? O que você acha que é esse anel? Por que você acha que ela precisa dele? Por que você acha que mesmo a Igreja da Luz não destrói este lugar apesar do que eu faço?" ele perguntou a Gabriel.
"É tudo por causa dos Artefatos Numen que eu reuni! Os Artefatos que absorveram a aura divina dos Semi-Deuses quando estavam vivos, ganhando um espírito divino próprio."
"Um desses Semi-Deuses foi Apófis. O Semideus era conhecido por muitas coisas, mas principalmente por suas pegadinhas com os comuns e pessoas desavisadas. Ele era um trapaceiro que podia se disfarçar de quem quisesse para enganar as pessoas."
"Espero que você não vá contar aquela história perturbadora sobre ele novamente. Eu não me importo com o que ele fez no passado. Ele está morto agora. Tudo o que eu preciso é do anel dele." Lira, que havia estado calada até então, finalmente falou.
"Que história perturbadora?" Gabriel perguntou, curioso. A coisa sobre os Artefatos Numen certamente havia chamado sua atenção. Artefatos Míticos que foram usados pelos Semi-Deuses que podem até forçar a Igreja Sagrada da Luz a reconsiderar atacar este lugar?
"Não importa o quão perturbadora a história possa ser, está tudo no passado," Lambard respondeu a Lira. "Não podemos fazer nada sobre o passado. Só podemos aprender com a história, mas só podemos fazer isso se conhecermos a história. Agora, não seja um estraga-prazeres e me deixe contar a história. Não quero que Gabriel siga pelo mesmo caminho errado. Talvez ele aprenda algo com a história trágica de Apófis."
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