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Chapter 28 - Capítulo 28: Os Espíritos da Agonia

Ele também desabou sobre os escombros, fraquejando. Não acreditava que iria sobreviver por muito tempo. Provavelmente também morreria em breve, mas não estava triste. Estava feliz por estar à porta da morte. Naquela hora, a morte era como uma misericórdia para ele. Poderia libertá-lo de toda essa dor e agonia.

Fechou os olhos enquanto esperava que a doce morte o acolhesse em seus braços para que pudesse encontrar sua família novamente.

Enquanto tinha os olhos fechados, muitas cenas passavam diante de seus olhos. Sua mãe cantando canções para ele... Ensinando-o sobre várias coisas do mundo, cuidando dele. Ele também viu como costumava provocar sua irmã frequentemente. Todas essas memórias felizes estavam com ele em seus últimos momentos.

Havia também memórias agridoces de quando tentava convencer seu pai a não declarar guerra, apenas para falhar. Lágrimas continuavam escorrendo de seus olhos enquanto seu corpo sangrava.

"Você! Você fez isso!"

"Sim, é ele! Ele é o pecado daquele Demônio que nos empurrou para esta guerra!"

"Aquele desgraçado! Todos morreram por causa dele, mas seu próprio filho sobreviveu!"

"Injusto!"

"É Injusto!"

"Injusto!"

O jovem estava preparado para abraçar sua morte quando ouviu alguns sons estridentes ao seu redor. Era como se milhares de pessoas estivessem sussurrando em seus ouvidos o quanto era injusto que ele tivesse sobrevivido.

Ao invés de ficar bravo por essas pessoas desejarem sua morte, o jovem estava feliz... Ele estava feliz porque alguns de seus cidadãos tinham sobrevivido a essa tragédia. Não se importava se eles desejavam sua morte. Ele só se importava com o fato de que nem todos estavam mortos.

O jovem lentamente abriu os olhos e observou os seus arredores para ver seus cidadãos que haviam sobrevivido, mas provavelmente o odiavam. Infelizmente, mesmo ao abrir os olhos, ele não podia ver nada. Não havia ninguém lá! Não havia uma única pessoa ali, ainda assim o jovem continuava ouvindo as vozes.

Por um momento, ele até se perguntou se tinha enlouquecido.

"Ele deveria ter morrido, não nós! Ele deveria ter morrido!"

"O descendente daquele diabo sobreviveu enquanto nós morremos! Isso é uma injustiça!"

"Ele deveria ter morrido!"

Os gritos continuavam e só se intensificavam à medida que mais tempo passava. Antes, o jovem sentia como se centenas de pessoas estivessem falando, mas agora parecia que o número estava na casa dos milhões.

O jovem não sabia que o que estava ouvindo era a voz dos espíritos das pessoas que haviam morrido ali! Por algum motivo, ele era capaz de ouvi-los.

Com o tempo, mais e mais espíritos se reuniam ao redor do jovem, cada um amaldiçoando-o e desejando sua morte, já que suas famílias inteiras haviam sido exterminadas por causa da guerra que a Família Real havia iniciado.

Com tantos espíritos ao redor, algo estranho também estava acontecendo. Cada um desses Espíritos estava amaldiçoando o jovem que já estava à porta da morte, sem se dar conta de que todas as suas maldições estavam fazendo algo completamente diferente.

Toda a energia negativa que vinha dos Espíritos em direção ao jovem estava sendo absorvida em seu corpo de alguma forma.

Milhões de espíritos odiavam o jovem, mas esse ódio estava se tornando a força do homem, mesmo sem ele saber. A reunião de toda essa energia negativa dos mortos estava tendo um efeito milagroso.

O jovem não sabia por que, mas sentia algo estranho. Era como se algo estivesse acontecendo com seu corpo. A dor... Estava diminuindo. Sua pele também estava cicatrizando lentamente.

Ele não percebeu, mas uma marca negra havia surgido em torno de sua mão direita, já que não tinha mais a mão esquerda, concentrando toda a negatividade dos mortos em seu núcleo. A marca era algo que nunca havia existido antes, mas surgiu devido a toda essa energia dos mortos.

A marca na mão direita do homem fornecia um conduto para que seu corpo absorvesse melhor toda a energia dos Mortos. Quanto mais esses Espíritos amaldiçoavam o jovem, mais forte ele se tornava antes que a marca fosse forte o suficiente para absorver mais do que apenas a energia dos mortos! A marca começou a puxar todos os Espíritos para si mesma.

Os espíritos gritavam de dor, sentindo o estranho puxão. Eles tentavam resistir, mas era impossível. Os espíritos continuavam sendo absorvidos pela Marca dos Mortos. Um a um, os espíritos iam sendo absorvidos, e ninguém podia correr ou escapar.

Por outro lado, as feridas do jovem estavam cicatrizando ainda mais rápido. Todas as suas marcas de queimaduras desapareceram à medida que sua pele ficava ainda melhor do que era antes da guerra.

De alguma maneira, sua mão esquerda também retornou. Mesmo o jovem não entendendo como isso era possível. A estranha marca também concedeu ao jovem outra habilidade... Ele conseguia ver todos os Espíritos que o amaldiçoavam.

"Eu posso ver os mortos? Minhas feridas?" O jovem estava incrédulo com o que tinha acontecido. Toda sua dor havia ido embora, e ele estava tão bem quanto novo.

Infelizmente, ele não estava feliz com tudo isso! Ele reconhecia os espíritos que estavam ao seu redor. Alguns eram de empregadas com quem cresceu, enquanto outros eram de servos e guardas. Até mesmo seu próprio povo estava o amaldiçoando pelo resultado.

Quanto aos outros espíritos, eram também seus próprios cidadãos. Eles haviam morrido, e só restavam seus espíritos. Ele entendia o ódio deles e acreditava que era justificado, mas o que estava vendo agora não era certo. Ele via os Espíritos gemendo de dor e tentando fugir, só para serem absorvidos em sua marca.

"Pare com isso! Deixe-os ir!" O jovem Príncipe rugiu, mas nada aconteceu. A marca parecia não ouvi-lo, como se fosse um processo que não pudesse ser interrompido.

O homem tentou de tudo para parar isso. Ele já havia feito essas pessoas sofrerem tanto quando estavam vivas. Ele não queria que elas sofressem até na morte. O jovem cobriu sua marca com a outra mão, mas a absorção não parou.

"Você Filho do Demônio, mesmo na morte, você quer nos ferir! Você deveria ter morrido! Você deveria ter morrido, não nós?!"

Os espíritos ficaram ainda mais irritados, mas não podiam fazer nada além de lançar maldições vazias, o que fazia o jovem ficar ainda mais forte contra sua vontade.