O velho ouviu a demanda de Lira. Seus olhos se estreitaram enquanto ele recuava diante dessa absurda reivindicação.
"Impossível. Esqueça isso." Lambard se levantou enquanto começava a sair.
"Velho, espere. Pelo menos escute o motivo pelo qual precisamos disso?"
Gabriel ficou curioso sobre por que Lira chamava essa pessoa de velho. Ele parecia estar no início dos vinte anos. Ele não parecia velho de nenhum ângulo, mas ele tinha certeza de que havia um motivo por trás disso.
"Se você me der o que eu pedi, estou disposto a lhe dar algo que valha a pena em troca," comentou Lira.
"Não há nada que você tenha que eu precise." Lambard revirou os olhos.
"Nem mesmo o olho de Osíris?" Lira perguntou, deixando escapar um sorriso sutil.
Lambard parou em seus passos ao ouvir as palavras de Lira. Ele se virou. "Você tem o Olho de Osíris?!"
Ele voltou para o seu trono. "Está bem. Se você me der o Olho de Osíris, eu lhe darei o que você pedir, mas apenas temporariamente."
"Dê-me." Ele estendeu a mão para Lira.
"Eu não o tenho comigo agora, mas nós conseguiremos para você se você nos der o que eu peço."
"Então você está me enrolando." Lambard suspirou de decepção. "Isso não é legal, você sabe?"
"Não estou. A razão de nós precisarmos do que eu pedi é porque planejo roubar a Academia Real dos Elementos para conseguir algo que eu quero. E eu sei que o Olho de Osíris também está lá. Se você puder ajudar, podemos conseguir o Olho de Osíris também," Lira contou ao jovem. "Nós dois ganhamos nessa situação."
Até agora, tudo que os dois falaram foi além da compreensão de Gabriel. Ele não entendeu uma única coisa sobre o que tudo isso significava. A maioria desses termos era algo que ele estava ouvindo pela primeira vez.
"Você acha que pode roubar algo daquele lugar? Eu já tentei antes. Aquele lugar é como uma fortaleza. É impossível roubar dali." Lambard se recusou a acreditar na jovem.
"Sim, mas só porque você falhou não significa que nós também falharemos. Você não sabe com certeza que vamos falhar. Eu não posso me dar ao luxo de falhar com isso."
"Garota, eu vi mais do mundo do que você pode imaginar. Eu sei o que é possível e o que não é. Não esqueça quantos anos eu tenho." Lambard falou com arrogância e orgulho. "Não há nada que eu não tenha visto! Não há nada que eu não saiba! É impossível roubar daquele lugar."
" E se eu provar que você está errado? E se eu provar que você não viu tudo e não sabe de tudo?"
"Claro, eu não vou saber de coisas menores como os nomes das pessoas que você matou pelo caminho e coisas assim, mas eu sei de todas as coisas significativas," Lambard sorriu com desdém.
"E se eu puder provar que você está errado até nisso? Há muitas coisas que você provavelmente ainda não viu e que podem mudar o mundo!" Lira disse em tom divertido.
"Você está tentando me convencer, o que me deixa um pouco desconfiado, mas vou aceitar o seu blefe." Lambard sorriu enquanto olhava nos olhos de Lira. "Se você me mostrar algo que eu não sei e que seja significativo o suficiente para ter efeitos que mudem o mundo, eu aceitarei que não sei de tudo. Também lhe darei o benefício da dúvida em seu sucesso ao roubar."
"E você me dará o que eu pedi?" Lira perguntou.
O homem fez uma pausa por um breve segundo antes de concordar. "Sim. Mas como eu disse, tem que ser algo significativo. Se você não conseguir, você deixará o seu Grimório aqui em troca. Ficaria bonito na minha coleção."
Lira não esperava que o homem pedisse seu Grimório em troca, mas se era uma aposta, era justo que ela também colocasse algo em jogo. Além disso, ela estava segura de sua vitória.
"Feito," Lira concordou. Este era exatamente o momento que ela queria. Lambard havia feito uma aposta com ela em sua arrogância, e isso era útil para ela. Assim, ela poderia fazer com que ele atendesse à sua demanda.
"Então, o que é que eu não sei?" Lambard perguntou, aparentemente divertido. Ele se perguntava se a jovem realmente poderia aparecer com algo. Ele acreditava que era impossível.
Lira olhou para Gabriel. "Gabriel, mostre a sua mão direita para ele. Deixe-o saber quão ignorante o velho é sobre as mudanças recentes do mundo."
Lambard inclinou a cabeça, confuso. Por que ela pedia ao Mago da Luz para mostrar sua mão direita? O que poderia haver?
Gabriel fez o que lhe foi pedido e tirou suas luvas da mão direita, revelando também a marca em sua mão direita.
"Você não sabia da aparição de um Mago de Elementos Duplos, sabia?" Lira observou as expressões do velho, que parecia estar congelado no lugar, olhando para a marca na mão direita de Gabriel.
"Marca de Karyk!" Lambard segurou as mãos de Gabriel, encarando a marca como se ele fosse uma criança que recebeu seu presente favorito.
"Marca de Karyk?" Lira murmurou confusa. O homem conhecia esta marca? Não era este um elemento novo? Como ele poderia saber o que era?
"Marca de Karyk?" Gabriel também perguntou confuso.
"Esta Marca... Eu pensei que nunca apareceria... Você! Você é o Primeiro Mago da Necromancia?!" Lambard se levantou. Seus olhos estavam cheios de choque e excitação.
"Você conhece esta Marca?" Gabriel perguntou. "Como?"
"Eu sei tudo sobre história, já que a história deste mundo é meu primeiro amor! Passei minha vida descobrindo a verdade sobre este mundo que está escondida à vista de todos. A Marca de Karyk fez uma aparição? A importância disso... Eu nem consigo imaginar!"
Lambard virou-se para Lira, agarrando seus ombros. "Você sabe a importância disso?!"
"Acalme-se, velho. Não é apenas um novo Elemento?" Lira balançou a cabeça. "Por que você está tão animado?"
"Eu-eu talvez tenha ficado um pouco empolgado de mais, mas está errado. Não é apenas um novo Elemento... É o Elemento de Origem!" o homem declarou.
"Elemento de Origem?!" Gabriel franziu a testa, sem entender o significado. O que ele quis dizer com Elemento de Origem?
Em vez disso, foi Lira quem parece ter entendido. "É? Eu pensei que o Elemento da Luz era o Elemento de Origem?"
"Você está enganada." Lambard suspirou. "O Elemento da Luz não é um Elemento de Origem. É apenas considerado Elemento de Origem porque as pessoas não sabem melhor."
"Alguém vai me dizer o que é Elemento de Origem?" Gabriel sentiu como se estivesse ouvindo duas pessoas falarem em uma língua estrangeira, já que ele não conseguia decifrar nada. Eles estavam usando tantos termos desconhecidos.
"Você não sabe sobre Elemento de Origem?" Lambard perguntou incrédulo. Ele não conseguia acreditar que havia um mago que não conhecia isso.
"Ah, espera. Qual é a sua idade? Quando você despertou seu elemento?"
"Eu tenho dezoito anos." Gabriel olhou para a Marca da Luz em sua mão esquerda. "Eu ganhei meu primeiro elemento há algumas semanas."
"Ah, tão jovem? Fascinante. Você provavelmente é o mago mais jovem com o Elemento da Luz também." O homem também observou o Elemento da Luz de Gabriel. "Não só isso, você tem dois elementos, sendo um deles o Elemento de Origem da Necromancia?! Cara, até eu estou com inveja da sua sorte, e eu nunca tenho inveja de Magos!"
O homem esfregou o rosto para acalmar sua empolgação.
"Ele nasceu em uma cidade pequena e ficou lá por toda a sua vida, então ele não sabe sobre o mundo exterior além das coisas básicas," Lira interveio, explicando o motivo de Gabriel não conhecer muitas coisas que eram básicas para pessoas como eles. "Não é surpreendente que ele não saiba sobre o Elemento de Origem."
"Então ele também não sabe sobre a história do mundo? Parece que eu tenho muito a contar para ele... Sobre o início... Sobre o fim, e sobre o nosso mundo que também é conhecido como a Tumba dos Deuses."
"Ele precisará dessas informações para entender melhor o seu Elemento." O Homem voltou ao trono.
Lira se aproximou de Gabriel. Ela sussurrou em seu ouvido, "Eu te disse que ele adora falar. Lá começa ele."
"Você sabe que eu posso ouvir você, né?" Lambard estreitou os olhos.