Vendo o lindo rosto dela tão perto fez com que William se sentisse um pouco conflituoso. Ele sabia que uma pessoa tão boa teve um fim horrível, um fim que ninguém poderia ter previsto.
Na vida passada de William, ele sabia que ela acabou tirando sua própria vida dentro da Floresta da Bênção. Foi um incidente grave que causou muitos problemas para a academia naquela época.
As pessoas falavam muito sobre a sua depressão devido a uma longa estagnação, uma depressão que a forçou a tirar sua própria vida com suas mãos.
William olhou para ela. De sua vida passada, ele se lembrava das raras ocasiões em que teve contato com uma figura tão elevada. E sem exceção, ela interveio e o ajudou em cada uma dessas vezes.
Ela tinha um coração puro e famoso e uma alma bondosa para intervir e ajudar aqueles que precisavam, mesmo que fossem carregadores como ele. Estar tão perto dela o fez franzir a testa. Ele não sentia nenhuma aura depressiva vindo dela, apenas confiança e firmeza, como o ar que sentia vindo de qualquer figura poderosa.
'O que está acontecendo?' ele não pôde deixar de se perguntar em dúvida. Afinal, aquele incidente sombrio de suicídio só ocorreria em menos de um mês a partir de agora se ele se lembrava bem das coisas.
"Não se superestime!" o que ela disse conseguiu enfurecer Guanin, que estava com o rosto todo vermelho, "se não fosse pelo seu avô, quem sequer iria te notar?"
"Vamos," ela parecia não se importar com o que Guanin disse, ou ao menos interessada em continuar tal conversa inútil, "estamos atrasados para nossos compromissos."
"O negócio de um perdedor é sempre um fracasso," disse Guanin em zombaria, mas ele abriu caminho para ela e William passarem entre seu grupo. "Marquem minhas palavras, os céus nunca mostrarão misericórdia aos indignos!"
"...!!!"
Desta vez era a vez de William ficar chocado. Ele se virou rapidamente e olhou para Guanin, um movimento que foi mal interpretado por Berry ao seu lado.
"Continue andando, ou você quer morrer nas mãos deles?" ela sussurrou com carinho, temendo que o carregador fraco se tornasse impulsivo e fizesse algo estúpido.
No entanto, não era nisso que William estava pensando. Neste momento, sua mente estava apenas com a voz de Guanin, ressoante e ecoando, repetindo a mesma frase que este acabara de dizer.
Pode parecer palavras vazias, mas era uma frase de assinatura que se fixou naqueles traidores mestres espirituais de sua vida passada.
Quando ele conseguiu escapar por um triz da grande queda com muita sorte, sua sorte não acabou depois, pois ele conheceu seu mestre.
Com o mestre, ele aprendeu tudo o que sabe agora. Uma das coisas que ele aprendeu foi a verdadeira natureza deste mundo.
Monstros podem ser poderosos, traiçoeiros e astutos, mas não seriam capazes de causar todo esse dano ao mundo humano sozinhos.
Afinal de contas, os humanos sempre estavam atentos aos monstros, não confiando neles, nem mesmo lidando com eles em circunstâncias normais. Se um mestre espiritual encontrasse um monstro, então lutar até a morte seria o único resultado de tal encontro.
Mas havia uma exceção. Havia um grupo de pessoas que venderam suas almas e corações aos monstros. O mestre chamou-os de serpentes das trevas, o mestre espiritual das trevas. Mas William encontrou um apelido melhor para eles, os traidores!
Não importa em quais lugares ele encontrasse tais traidores, eles sempre soltavam uma frase. Seu mestre uma vez lhe disse que essa frase era a pedra angular de sua crença, a principal razão por trás da traição aos humanos e de apunhalá-los pelas costas.
'Os céus nunca mostrarão misericórdia aos indignos! ... Droga! Eu nunca esperei encontrar um desses traidores assim que voltei!' ele pensou consigo mesmo antes de controlar suas emoções, ao mesmo tempo que tomava nota mental deste Guanin.
"Obrigado pela ajuda de antes," após andar por alguns minutos e se afastar do perigo, William expressou sua gratidão honestamente a Berry.
Como seu mestre dizia: Trate seus inimigos com ira e mostre gratidão àqueles que são gentis com você.
"Você é realmente louco por tentar enfrentar Guanin," ela revirou os olhos, antes de acrescentar, "o que você está fazendo aqui, afinal? Há alguém pedindo sua ajuda como você afirmou?" ela lançou-lhe um olhar profundo cheio de dúvida.
William sabia que ela não acreditava na sua razão, assim como Guanin. Afinal, aqueles que entravam na floresta para caçar monstros à noite não precisavam de ajuda de carregadores.
Contudo, mesmo sabendo que ele estava mentindo, ela tratou-o de maneira diferente de Guanin. Ela poderia simplesmente ter passado por eles sem dar a mínima, mas não o fez.
"Eu vou caçar monstros lá dentro," ele disse honestamente.
"Se você não quer dizer, então não minta," ela balançou a cabeça como se considerasse o que ele disse uma mentira. "De qualquer forma, fique seguro e não se coloque em nenhum tipo de perigo. A floresta não é um lugar legal para alguém como você, certo?"
William não sabia o que deveria dizer a ela. Ele contou a verdade, mas ela interpretou como uma maneira de encobrir seu verdadeiro motivo de estar aqui.
Apesar disso, ela deu a ele um conselho e um aviso tão sinceros e honestos. William sentiu um calor leve dentro do seu coração. Pessoas com almas tão bondosas eram raras, não só neste mundo, mas até mesmo fora dele também.
Geralmente, as pessoas tendem a cuidar de seus próprios negócios e não se intrometer com mais ninguém. Mas Berry o fez lembrar de uma pessoa certa, alguém que ele apreciava como mestre.
"Obrigado pelo seu conselho, posso perguntar sobre algo?" Como ela foi tão gentil com ele, sem nenhum pingo de intenções ruins, ele decidiu tentar descobrir a razão por trás de seu estranho incidente que deveria acontecer em menos de um mês.
Alguém que foi avaliada com um poder espiritual inato de oitenta e oito com uma alma de dragão de fogo notável não era alguém para ser estagnado em um engarrafamento tão baixo por anos! Sem falar em acabar tão desesperada a ponto de tirar a própria vida com as próprias mãos.
Algo mais estava acontecendo aqui, e ele tinha um vago pressentimento de que poderia ajudá-la no problema que ela tinha.
"O que? Não me diga que você também quer ser meu namorado!" Ela disse isso como uma piada e até riu. No entanto, seu riso mostrou um toque de amargura, como uma sombra escura pairando sobre seu coração em relação a tal assunto.
"Bem, pode ser um assunto sensível desse tipo," disse William e quando ela o encarou de maneira feroz ele apressou-se em acrescentar, "mas não é o mesmo."
"Então pergunte..." ela exigiu e ainda assim sua face mostrou uma expressão neutra sem dizer a William se ela estava chateada com o que ele acabara de dizer.
"Eu quero saber mais sobre o que Guanin acabou de dizer lá atrás," William fez uma pequena pausa e quando o rosto dela não mudou, ele acrescentou, "aquele seu engarrafamento... O que há de errado com você?"