Tudo mudou novamente, e ele acabou de volta em seu apartamento. Só que dessa vez, ele ainda sabia que estava em uma ilusão.
Olhou ao redor com decepção.
"Me deixe sair, Aberon. Já tive o suficiente dessa tortura mental." Alexander gritou, sozinho em sua casa.
Não houve resposta.
"Certo! Então eu vou sair por mim mesmo!" Ele gritou de novo, sentando-se na cama de pernas cruzadas.
Ele concentrou sua mente em meditar como tinha treinado na caverna por dias.
Levou apenas alguns minutos para alcançar uma paz de espírito absoluta e ele se visualizou novamente no vácuo do espaço.
Ao seu redor, o ambiente começou a distorcer. Era como se o espaço ao redor estivesse torcendo sobre si mesmo, com ele no centro.
A cena mudou, e ele reapareceu na pequena rua onde os bandidos o haviam espancado, alguns dias antes.
Ele estava no chão apanhando, mas nunca abriu os olhos. Ele havia bloqueado tudo.
A cena mudou novamente, alternando para o seu local de trabalho. Seus colegas ao redor, todos zombando dele por causa de seu sonho.
Mas Alexander não estava dando atenção a eles, ainda bloqueando sua mente a estímulos externos.
Ao seu redor, a cena mudou muitas vezes, trazendo-o para situações que normalmente o teriam enfurecido, mas seus olhos estavam fechados e seus ouvidos não ouviam nada.
Ele estava se concentrando em sair da ilusão, e a ilusão estava lutando de volta. Mudando constantemente, tentando fazê-lo ficar com raiva, tentando fazê-lo entrar em um ataque de fúria.
Depois de meia hora assim, a cena ao redor de Alexander finalmente rachou. O ruído de vidro quebrando encheu o ar ao redor, e ele foi atacado de volta com mana condensada, um sinal de que ele estava de volta à caverna com o artefato do escudo.
Astaroth abriu os olhos, absorvendo a cena familiar. Ele esfregou as bochechas, que se sentiam úmidas e se levantou para se espreguiçar.
Foi quando ele notou Aberon, olhando para ele de olhos arregalados.
"O quê?" Astaroth perguntou.
"Como?" foi a única resposta de Aberon.
"Como… O quê?" Astaroth respondeu, agora confuso.
"Como você saiu da ilusão?" O velho perguntou, olhando para ele incrédulo.
"Eu não deveria ter saído?" Astaroth questionou, ficando mais confuso a cada segundo.
"Não… Sim… Não… Pelo menos não desse jeito!" Aberon gaguejou.
"Que jeito?" Astaroth perguntou, ainda perplexo com a conversa.
"Você saiu à força! Era suposto domar suas emoções, mas você forçou bruscamente sua saída. Como?!" Aberon respondeu, finalmente dando uma resposta mais clara.
"Eu bloqueei tudo." Astaroth respondeu como se fosse a coisa mais simples do mundo.
"Huh? Como assim?" Aberon questionou, seu rosto um grande ponto de interrogação.
"Eu sabia que estava em uma ilusão. Eu a ignorei." Astaroth disse, virando-se para acariciar Genie, que estava deitado em um canto da caverna.
"Você… Ignorou? Como isso é até possível? A ilusão afeta a mente em primeiro lugar." O velho disse, sentando-se, de costas para o pedestal do artefato.
"Eu sabia que era uma ilusão, então apenas parei de prestar atenção nela." Astaroth deu de ombros.
"Eu não acho que você entende a quantidade de força de vontade necessária para sair à força de um nível de ilusão desses, jovem." Aberon disse, olhando para ele como se ele fosse um monstro em carne humana.
"Isso significa que eu passei no seu teste?" Astaroth virou-se, animado.
"Teste? Ahh… Sim. Você passou." Aberon respondeu, ainda abalado com a resposta de Astaroth.
Astaroth sorriu com a resposta e estava se preparando para sair. Mas antes disso, ele olhou para a janela de presença do torneio.
A janela se abriu diante dele, e uma expressão de decepção apareceu em seu rosto.
*Presença no Torneio*
996/1000
As esperanças de participar foram desfeitas. Ele nunca poderia subir de nível rápido o suficiente para participar agora.
Seus ombros caíram enquanto ele suspirava alto. Ele começou a caminhar em direção à saída, chateado por ter que esperar mais tempo antes de ter uma chance de brilhar.
Aberon finalmente saiu de seus pensamentos tempestuosos e viu que Astaroth estava de saída. Ele pulou e gritou.
"Espere! Eu tenho algo para você."
Ele caminhou em direção a Astaroth, enquanto tirava algo de dentro de seu manto.
Astaroth virou-se, observando o velho caminhar em sua direção enquanto procurava no manto por algo.
'O que ele poderia ter para mim?' Ele se perguntou.
O mago finalmente tirou um frasco de sua manga. Era esbelto e tinha cerca de dez centímetros de comprimento.
Ele esticou o braço em direção a Astaroth, com o frasco na mão.
"Aqui. Beba isso. É do Capitão Kloud." Aberon disse, entregando-lhe o frasco.
Astaroth inspecionou o item antes de pegá-lo.
Poção de Exp
Grau: Lendária
Descrição: Esta poção dará um impulso em pontos de experiência ao seu consumidor. A quantidade de Exp ganha depende da qualidade ou grau da poção consumida.
Os olhos de Astaroth se arregalaram ao ver o grau do Item.
"Eu… Eu não posso aceitar isso, senhor. Isso é demais." Astaroth gaguejou, tentando afastar o frasco.
"Ouça, jovem. Isso não é de mim. Então eu não aceito um não como resposta. Eu também não acho que você mereça tal item ainda. Mas me disseram para entregá-lo a você, então aceite." Aberon disse, empurrando o frasco de volta para Astaroth agressivamente.
Astaroth conseguia adivinhar que o velho não queria dar um item tão precioso. O que levantou a questão, por que Kloud queria que ele tivesse isso?
Ele pegou cuidadosamente o frasco em suas mãos, sem certeza de quando deveria consumi-lo.
Aberon pôde ler a pergunta em seus olhos e respondeu por ele.
"Kloud disse que você deveria consumir isso aqui, longe de olhares curiosos. Esta coisa vale o suficiente para fazer pessoas boas se tornarem más." Ele disse, caminhando em direção ao corredor de volta para seu abrigo.
"Eu vou garantir que ninguém desça aqui enquanto isso." Ele acrescentou, antes de se afastar.
Astaroth voltou a sentar-se em frente ao pedestal, ainda analisando a poção em suas mãos.
Isso poderia dar a ele o Exp de que precisava para entrar no torneio.
"Não. Não pode ser." Ele disse em voz alta.
Ele podia adivinhar a quantidade aproximada que precisava para chegar ao nível trinta, pela dedução de seus níveis anteriores. E essa quantidade não era pequena.
Ele calculou que precisava de mais de um milhão de pontos de Exp para subir para o nível trinta, e isso excluindo seu Compartilhamento de Exp com Genie. Branco não se beneficiaria disso, já que não havia sido invocado.
Mas então, talvez ele devesse invocá-lo. O Compartilhamento de Exp havia mudado quando ele maximizou o nível de sua habilidade de invocação.
Talvez ele pudesse se beneficiar também, sem ele perder nada.
Ele procedeu com a ideia. Ele invocou Morte Branca e respirou profundamente.
"Lá vamos nós!" Ele exclamou, antes de beber a poção.