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Depois de pedir sua nova cápsula de jogos, Alexander foi tomar um banho e tirar um cochilo. Ele se sentiu melhor quando acordou algumas horas depois.
Ele já não se sentia mais à beira de um colapso. Ele preparou uma cafeteira de café e fez algumas torradas.
Enquanto tomava café da manhã, a campainha da sua porta tocou. Ele se levantou para verificar, e veja só, sua cápsula já havia chegado.
Ele abriu a porta, deixando os entregadores entrarem. A cápsula não vinha em uma caixa sofisticada ou apresentação, nem precisava ser montada de alguma forma.
Tudo o que precisava era de uma fonte de energia e ser conectada à internet.
Alexander pediu para colocarem no seu living room e a conectou numa tomada. Depois pegou o cabo que veio com ela e conectou ao seu modem.
Os homens então pediram que ele assinasse um comprovante de entrega e partiram. Eles tinham muitas entregas hoje, Alexander assumiu.
A cápsula nova veio com duas bolsas de 1000ml de Intravenosa já conectadas a ela, mas ele precisaria pedir mais antes que acabassem. E isso não demoraria muito.
Dizia no manual de instruções que as bolsas de intravenosa eram reguladas para durar dez horas por bolsa. Ele só poderia conectar dez bolsas na cápsula ao mesmo tempo.
Então ele estaria bem por pouco mais de quatro dias com carga completa, mas agora, ele só tinha o suficiente para vinte horas.
Ele procurou online para comprar algumas e encontrou uma farmácia próxima que as vendia a um preço unitário. Mas o preço não era algo que se pudesse pagar a longo prazo.
A farmácia vendia cada bolsa por cento e cinquenta dólares. Isso significava que ele teria que pagar mil e quinhentos dólares apenas para jogar por quatro dias.
Esse era um preço insano se você não fosse patrocinado, o que não era o caso dele no momento.
Ele precisava delas, então não pensou muito. Anotou o endereço no seu celular, se vestiu e saiu para buscar algumas, trancando tudo atrás de si. A farmácia para onde ele precisava ir ficava apenas alguns quarteirões de onde morava, então ele foi a pé.
Levou apenas alguns minutos para chegar lá, e ele encontrou o lugar facilmente. A farmácia estava cheia de gente por dentro e por fora.
A maioria dessas pessoas estava de terno e parecia manobristas ou assistentes ricos. Ele adivinhou que essas pessoas estavam aqui por ordem de seus empregadores para comprar algumas intravenosas para as cápsulas.
Afinal, por que mais eles viriam até aqui, numa farmácia de bairro, senão por isso?
Alexander procurou a mais próxima de si, mas ele também viu que a próxima mais perto estava quilômetros distante, em outra parte da cidade. Ele também morava próximo ao centro da cidade, então sabia que essas pessoas trabalhavam para homens e mulheres de negócios.
Ele se fez caminho para dentro e passou direto até o balcão. Como esse era o lugar onde ele normalmente vinha para medicações, eles tinham seu arquivo e ele tinha acesso à renovação pelo aplicativo deles.
Ele usou o telefone e escolheu oito bolsas de intravenosa pelo aplicativo e finalizou a compra. Então se dirigiu até a linha de pedidos online, que estava quase vazia, e esperou sua vez.
Quando foi chamado ao balcão, ele pegou a caixa que deram a ele e lutou para sair da farmácia. Ele ouviu uma confusão atrás de si e pôde adivinhar o que estava acontecendo.
Eles tinham esgotado as bolsas para vender. Ele rapidamente saiu antes que fosse assaltado pelas suas.
Uma vez na rua, ele apressou-se em direção à sua casa. Ele não tinha andado nem um quarteirão completo antes de um carro parar na frente dele, quase subindo na calçada.
Dois homens robustos saíram da frente do carro, e um vidro traseiro abaixou.
Alexander podia ver um homem magro no banco de trás. O homem nem sequer olhava para ele quando falou.
"Ouça, plebeu. Eu comprarei essas bolsas de intravenosa de você pelo triplo do valor." Ele disse, acenando com um grosso maço de dinheiro.
"Não, obrigado, senhor. Eu preciso delas para minha mãe doente." Alexander mentiu.
"Tchh. Tudo bem, posso ir mais alto, que tal quatro vezes?" O homem disse, clicando a língua em desdém.
Ele claramente não queria negociar com ele.
"Senhor, eu preciso delas." Alexander insistiu, segurando sua caixa firme.
"Escute aqui, moleque. O chefe quer estas. Então ou você nos vende, ou nós vamos encher você de porrada e pegá-las de qualquer maneira." Um dos homens robustos disse, aproximando-se perigosamente de Alexander.
Alexander tentava recuar, buscando desengajar dessa confrontação.
"Eu realmente preciso delas. Não consigo vendê-las a você." Alexander insistiu novamente, recusando-se a ceder.
"Certo, chega. Peguem a caixa, rapazes." O homem no carro disse, fechando sua janela.
"Sim, senhor!" Os dois homens disseram, sorrindo de forma maníaca.
"Merda!" Alexander disse, virando-se rapidamente e correndo.
Os dois homens obviamente não eram preguiçosos e alcançaram-no em pouco tempo. Alexander nunca tinha sido muito de brigar, então jamais seria um adversário à altura para eles.
Eles facilmente o empurraram para o chão, um pegando a caixa, enquanto o outro o chutava no estômago.
Os homens começaram a se afastar, mas Alexander não estava disposto a desistir tão facilmente. Ele se levantou, ainda ofegante, e pulou nas costas do que carregava a caixa de intravenosas.
"Solte! Isso é meu!" Ele gritou, socando a parte de trás da cabeça do homem.
O grandalhão deixou a caixa cair, mas agora ele estava irritado. O outro cara agarrou Alexander pela camisa e o jogou no chão.
Então ambos os homens começaram a espancá-lo, xingando-o ao mesmo tempo.
Alexander cobria a cabeça e enrolava-se em uma bola, tentando proteger sua cabeça e costelas o máximo possível. Ele sabia que tinha feito besteira, mas nunca foi de deixar as pessoas o pisotearem.
Mas desta vez, ele sabia que esses caras iriam machucá-lo bastante. Só esperava que parassem antes de matá-lo.
De repente, ele ouviu um dos homens gritar, seguido logo depois pelo outro. Os chutes também pararam.
Ele ainda podia ouvir sons de pancada, como se uma luta ainda estivesse acontecendo, mas ele não ousou olhar, com medo de levar um chute no rosto.
Após alguns segundos, os barulhos cessaram completamente.
"Levante-se, cara." Ele ouviu da sua frente.
Alexander espiou pelo lado do seu braço e ficou chocado. Seus dois agressores estavam no chão, desacordados, e um homem segurava sua caixa nos braços, andando em sua direção.
Ele se sentou, se perguntando o que estava acontecendo.
"Pegue e vá embora, antes que o chefe deles te veja." O cara disse, largando a caixa no colo de Alexander.
"Ob... Obrigado." Alexander gaguejou.
"Quem é você?" Ele então perguntou.
"Sou ninguém." O homem respondeu, já indo embora pelo outro lado, colocando seu capuz.
"Espere! Como posso agradecer direito!?" Alexander gritou, levantando-se.
"Não precisa!" O outro homem gritou, começando a correr.
Alexander estava todo machucado, então ele não conseguiu correr atrás dele. Ele decidiu apenas apressar-se para casa antes que a polícia chegasse, ou pior.
Ele abriu a porta de casa e trancou-a novamente assim que entrou no seu apartamento. Estava ofegante e com dor por todo o corpo.
Ele foi tomar um banho e cuidar dos seus pequenos cortes e hematomas, antes de instalar sua cápsula de jogos.
Levou uma hora para cuidar de todos os seus ferimentos. Ele não tinha muitos cortes, mas estava com hematomas por toda parte.
Ele aplicou um creme tópico para aliviar a dor e vestiu uma camisa leve, com dificuldade de se movimentar por causa da dor. Agora estava quase meio-dia de terça-feira, então se ele entrar na cápsula depois do almoço, poderia ficar até o sábado ao meio-dia, dando a ele oito dias de tempo de jogo.
Ele teria tempo para fazer muita coisa nesse período.
Ele pediu comida no seu celular. Queria fazer uma refeição reforçada, antes de ir para a semi-estase por quatro dias, por isso pediu de um lugar chinês perto de sua casa.
Ele pediu 3 combinações diferentes, o que era o suficiente para três adultos, mas ele comeria tudo sozinho. Não demorou muito para sua comida chegar, e ele a devorou vorazmente.
Assim, ele tinha certeza de que teria nutrientes suficientes em seu corpo com a intravenosa para não estar fraco ao sair em quatro dias.
Depois ele fez um pouco de limpeza em sua casa. Como ficaria na cápsula por quatro dias, ele não queria que nada começasse a cheirar mal nesse meio tempo.
Ele lavou a louça, botou o lixo para fora e lavou algumas coisas na sua casa. Uma vez que tudo isso estava feito, ele se dirigiu até a cápsula e abriu-a.
O cheiro de novo lá dentro era como quando você compra um carro novo, e isso o deixou animado. Ele se sentou devagar na cápsula e, em seguida, deitou-se.
Ele podia sentir os pads de gel nas suas costas, moldando-se para se ajustarem perfeitamente ao seu formato.
'Tão confortável' Ele pensou.
Então ele ativou a cápsula. Era ativada por voz, então ele simplesmente disse 'Ativar Cápsula'.
Do lado de fora, podia-se ouvir um zumbido leve. Por dentro, Alexander já havia parado de se mover, sua consciência deslizando para o mundo virtual.
Agora ele estava em pé em uma sala branca, com uma parede à sua frente. Na parede, uma mensagem solicitava que ele vinculasse a contas era vista.
Então ele caminhou até a parede e inseriu suas informações de conta para 'Nova Éden' e encontrou sua conta.
Agora ele podia ver um holograma de seu personagem flutuando à sua frente. Ele conseguia reconhecer certos traços distintos do seu próprio rosto.
Ele sorriu e olhou ao redor, para ver se mostravam outras coisas. Não conseguiu encontrar mais nada.
Dentro da cápsula, as agulhas já haviam perfurado suas veias. Primeiro, elas retiraram um pouco de sangue, então começaram a injetar lentamente a intravenosa em sua corrente sanguínea.
O sangue retirado servia para vincular a cápsula a um único usuário, significando que ninguém poderia jogar em sua cápsula exceto ele mesmo.
Claro, de dentro da sala branca, Alexander não sentia nada disso. Ele rapidamente parou de procurar por coisas que não estavam lá e conectou-se ao jogo.
Tudo o que ele tinha que fazer era dizer 'Iniciar Nova Éden' e sentiu a queda familiar.
*Iniciando 'Nova Éden'*
*Conectando-se*
*Bem-vindo de volta, jogador Astaroth*
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