Em um campo de batalha particularmente sangrento nas fronteiras de Samael, Yara observava os demônios vencerem uma vitória bastante desigual contra os humanos.
Foi lá que ela o viu.
Pele tão escura quanto o vácuo, longos cabelos prateados que chegavam até os joelhos e olhos vermelhos brilhantes com esclera negra.
Imediatamente, ela se encantou com seu rosto belo que era diferente de tudo que ela já havia visto e seu corpo que estava intacto apesar de lutar na linha de frente de uma guerra.
Naturalmente, um dragão em um campo de batalha com demônios e humanos tende a se destacar como um polegar dolorido.
Ele imediatamente a sentiu e apareceu na frente dela como uma miragem.
Yara havia renunciado a sua identidade de princesa, adornada em simples roupas de camponeses e sem tiara, ela não se parecia com a realeza.
No entanto, isso não significava que seu charme fosse menos impactante.
Tocado pela beleza de minha mãe, meu pai se apresentou como Asmodeus, um dos sete senhores demônios e o pecado da luxúria.
Yara havia fabricado uma história de ser uma escrava semi-humana e Asmodeus agiu como seu salvador, mantendo-a ao seu lado.
Um ano após se conhecerem, eles formalmente iniciaram um namoro.
Normalmente, isso não teria demorado tanto, mas Asmodeus queria que Yara confessasse seus sentimentos primeiro e habilmente desempenhou o papel de um tolo distante.
Nove anos felizes depois, o casal acordou uma manhã e descobriu que minha mãe finalmente havia evoluído.
Os cabelos e escamas de Yara, que antes eram de um carmesim brilhante, mudaram para um prateado luminoso para combinar com os cabelos daquele que ela mais amava.
Ela havia evoluído para uma espécie de dragão há muito extinta, conhecida como 'Dragão da Lua Prateada'.
Conhecidos por sua beleza e imenso poder mágico, esses dragões eram altamente reverenciados, e ninguém sabe como eles foram extintos.
Surpreendentemente, sua condição final não tinha nada a ver com batalha alguma.
Era carregar o filho de um demônio primordial.
O par ficou extasiado quando Exedra foi concebida, e Yara finalmente decidiu contar ao seu marido a verdade sobre seu passado e como se conheceram.
Ela esperava que ele ficasse chateado ou se sentisse traído, mas para sua surpresa, ele já sabia.
Hélios havia vasculhado o mundo inteiro em sua busca desde que ela desapareceu, e todos os continentes sob o sol e a lua tinham ouvido falar da princesa dragão desaparecida.
Normalmente, isso não teria sido suficiente para suspeitá-la, mas Asmodeus há muito notou que Yara era refinada demais para ter sido uma escrava.
Com esse último peso retirado de sua mente, Asmodeus e Yara se prepararam para retornar para casa e declarar seu casamento a Hélios, assim como oferecer alguns pedidos de desculpa muito necessários.
No entanto, enquanto se preparavam para partir naquela noite, o castelo de Asmodeus foi emboscado.
Não havia nenhum exército, nenhum ataque surpresa, nenhuma entrada grandiosa. Quatro humanos em armaduras brancas como osso apareceram na porta de entrada e começaram imediatamente a massacrar todos os demônios sob seu comando.
Asmodeus pediu a Yara para fugir, mas ela prontamente recusou.
Eles haviam passado por muitas batalhas juntos e ela tinha certeza de que ambos combinados poderiam defender seu lar e derrotar esses invasores.
Normalmente, Asmodeus concordaria, mas o poder desses humanos era algo verdadeiramente terrível e ele não queria arriscar.
Diante da teimosia de Yara, Asmodeus conjurou um portal a duas mil milhas de sua localização atual e a empurrou através dele.
As últimas palavras que ela ouviu foram: "Eu amo vocês, e eu os encontrarei."
Yara tentou retornar ao castelo para procurar seu marido, mas tudo o que encontrou foram os corpos dos demônios que haviam sido abatidos no ataque inicial, e o castelo onde viviam que estava reduzido a escombros.
Eventualmente, ela retornou para Antares sozinha e carregando uma criança.
Hélios, inicialmente cheio de alegria, não pôde deixar de notar que mesmo que sua menininha tivesse evoluído novamente, a faísca em seus olhos parecia ter desaparecido há muito tempo.
E não importava o quanto ele tentasse, ele não conseguia fazer com que ela retornasse.
Desde que voltou para casa, Yara nunca falou com ninguém sobre Asmodeus e passou a olhar para os humanos com extrema preconceito.
Enquanto a maioria dos dragões vê os humanos como nada mais do que moscas e ignoraria sua existência, minha mãe mataria cada um que visse sem hesitação.
Exedra pensou que ouvir essa informação o incomodaria, mas surpreendentemente, não incomodou.
Isso serviu como mais um lembrete de que ele havia se tornado algo diferente do que costumava ser.