À medida que os minutos passavam e as garotas continuavam suas conversas, o assunto de repente se voltou para Exedra.
Bekka: "Nós ouvimos sobre o Exedra..."
Lailah: "Como ele está? Como você está?"
Ouvindo a verdadeira preocupação na voz dessas jovens garotas, Yara se sentiu verdadeiramente tocada novamente por ter essas duas como parte de sua família.
Mesmo que o caminho delas até aqui tenha sido menos do que o ideal, ela ainda estava incrivelmente grata por elas estarem aqui.
"Ele está bem, está estável agora então isso é tudo o que importa." Yara estava secretamente tentando se convencer tanto quanto a elas.
Bekka: "Nós deveríamos vê-lo quando ele acordar!"
Lailah: "Eu não o vejo há muito tempo... Acho que ele nos evita."
As garotas ficaram em silêncio antes de Yara proferir uma única pergunta que sempre a perturbou.
"Vocês alguma vez ressentiram meu filho?"
Qualquer um poderia dizer que a pergunta dela as surpreendeu, e ainda assim não era uma pergunta sem fundamento.
Exedra era para ser um castigo para elas, afinal.
Ambas as famílias delas simplesmente vieram aos dragões e disseram, 'vamos juntar nosso lixo com o de vocês!'
Ambas as garotas demoraram um momento para se olharem antes de dar respostas surpreendentes.
Bekka: "Nunca!"
Lailah: "Não."
A recusa firme delas, admitidamente, trouxe um sorriso ao rosto de Yara e a fez se sentir ligeiramente emocionada.
Lailah, percebendo isso, moveu sua cadeira para o lado da dela e pegou sua mão num gesto gentil e caloroso.
"Nós só ressentimos a circunstância, mas desde que estamos aqui, temos sido muito felizes." Ela apertou a mão de Yara levemente para transmitir a seriedade de suas palavras.
"Seu filho parece ser um homem maravilhoso pelas suas histórias, só queria que fôssemos um pouco mais próximos."
Bekka meramente assentiu de seu assento, e Yara não pôde deixar de suspirar em seu coração.
Seu filho era bem quisto por todo o pessoal e os guardas. Às vezes eles o mimavam mais do que ela.
Mas na frente de suas esposas, a personalidade brilhante e encantadora de seu filho desaparecia como se nunca tivesse estado lá.
Ele se tornava tímido e facilmente envergonhado, levando a evitá-las completamente.
Yara sabia como seu filho se sentia sobre elas, como ela poderia não saber?
No entanto, sempre lhe parecia que ela não tinha as palavras para convencê-lo a deixar de lado seu auto-ódio e tentar amar as garotas da melhor maneira possível.
Antes que Yara pudesse formular palavras em resposta, ela viu o Duke correndo em direção a eles.
"Duke? O que houve?"
"Minha senhora, por favor, perdoe minha chegada desagradável, mas houve gritos terríveis vindos do quarto do Jovem mestre. A equipe médica foi alertada e está a caminho imediatamente."
Yara imediatamente se levantou e se preparou para partir.
Virando-se para dizer às garotas que teriam que continuar o chá em outra ocasião, ela ficou chocada ao vê-las também de pé.
Bekka / Lailah: "Nós vamos com você."
Por um momento, Yara ficou ali um pouco atônita.
Uma vez que ela superou o choque, decidiu ali mesmo que, contanto que seu filho sobrevivesse a isso, ela lhe daria um soco na cabeça e exigiria que ele tratasse essas garotas melhor!
"Tudo bem garotas, vamos."
-
Ao se aproximar do quarto do Exedra, era fácil ouvir os gritos de que o Duke havia falado, mesmo desde o fim do corredor.
Devagar, começaram a diminuir enquanto as garotas chegavam à porta e Yara temeu o pior instantaneamente.
Yara empurrou a porta com força, quase arrancando-a das dobradiças e a enviando voando.
Yara olhou rapidamente em volta do quarto arrumado e organizado de seu filho, no entanto, seu cérebro parou de funcionar imediatamente quando notou algo que não pertencia ali.
Um homem lentamente se levantou do chão e ficou de pé, à primeira vista parecia ter 1,90m.
Ele usava apenas calças pretas de dormir que pareciam ser muito pequenas para ele. Seu corpo era extremamente bem definido, como se tivesse sido esculpido em mármore pelos próprios deuses.
Ele não era excessivamente musculoso nem terrivelmente magro, seu corpo estava perfeitamente no meio dos dois.
Ele tinha cabelos longos e vermelhos escuros como a cor do vinho que caíam até a cintura. Sua pele bronzeada era impecável e sem uma única imperfeição.
Em sua cabeça, havia dois chifres escuros como obsidiana.
Olhando de volta para Yara havia um par de olhos vermelhos reptilianos que brilhavam como os mais finos rubis.
Olhando naqueles olhos, Yara teve a estranha sensação de que já os tinha visto inúmeras vezes antes, ainda que certamente nunca os tivesse visto.
Olhando para o rosto do estranho no quarto de seu filho, ela foi imediatamente atingida por sua beleza injusta e criminosa.
Mesmo quando comparava ele com 'aquele homem', ela achou que o homem à sua frente era ligeiramente superior.
Ele era tão parecido com...
"A-Asmodeus?" ela chamou timidamente.
O homem pareceu confuso antes de um brilho de reconhecimento aparecer em seus olhos e ele falou.
"Não... sou eu, mãe."
A voz do homem era suave como seda, como se apenas ouvi-la pudesse embalar uma alma desprevenida em um sono feliz do qual nunca despertariam.
"Exedra?!"
A última coisa que Yara viu foi o homem assentindo com um sorriso que poderia encantar qualquer mulher antes de ela inevitavelmente desmaiar de choque.