Naquele abrigo improvisado, cercados pela escuridão da noite e pelos segredos sombrios da floresta, os amigos enfrentavam um dilema perturbador. Enquanto o grito ecoava em seus ouvidos, Felps e Julius se viram paralisados pela incerteza, suas mentes assombradas por visões de perigo iminente.
Arthur, por outro lado, permanecia impassível, seus olhos ocultando o verdadeiro tumulto que se agitava em seu interior. "Talvez Edward e Julius tenham se metido em encrenca lá fora", sugeriu ele, sua voz calma contrastando com a crescente tensão na sala.
Felps franziu a testa, sua mente mergulhada em uma teia de suspeitas. "Isso não está certo", murmurou ele, sentindo-se cada vez mais desconfortável com a presença de Arthur.
Julius, por sua vez, estava dividido entre o medo e a determinação. "Precisamos descobrir o que está acontecendo lá fora", declarou ele, seus olhos brilhando com uma determinação feroz.
Com um aceno de cabeça relutante, Felps concordou. Juntos, eles se dirigiram para a porta, seus corações acelerados com a antecipação do perigo que os aguardava lá fora.
O ar noturno estava pesado e carregado quando saíram para a escuridão da floresta. A lua lançava sombras distorcidas sobre a paisagem, aumentando a sensação de inquietação que pairava no ar.
À medida que avançavam cautelosamente pela escuridão, Felps e Julius mal conseguiam conter a respiração, seus sentidos aguçados pela iminência do perigo. Cada som, cada movimento na vegetação parecia uma ameaça em potencial, aumentando sua paranoia a cada passo que davam.
Foi então que avistaram algo que os fez congelar de horror. Edward estava deitado no chão, seu corpo ensanguentado e imóvel, uma poça de sangue se formando ao seu redor. Seus olhos se arregalaram de terror quando viram as marcas de violência em seu corpo, e um grito de angústia escapou dos lábios de Julius.
Felps estava em choque, seu coração batendo descontroladamente enquanto lutava para processar a cena diante dele. Era como se estivessem presos em um pesadelo do qual não podiam acordar, uma espiral de terror e desespero que ameaçava consumi-los por inteiro.
Mas antes que pudessem reagir, foram apanhados em uma armadilha mortal. Uma corda sinistra surgiu do nada, enrolando-se em torno de Julius com uma força implacável. Ele lutou desesperadamente para se libertar, mas era tarde demais. Com um estalo sinistro, a corda apertou-se em torno de seu pescoço, sufocando-o lentamente diante dos olhos horrorizados de Felps.
O coração de Felps afundou em desespero enquanto assistia ao amigo sendo arrancado de sua vida. A agonia e a impotência o consumiam quando Julius, o último vestígio de sua inocência, sucumbia à escuridão que os envolvia.
No silêncio que se seguiu, Felps sentiu-se sozinho e vulnerável, uma presa fácil para o predador que se escondia nas sombras. E foi então que Arthur emergiu do nada, seu sorriso cruel ecoando na escuridão como um aviso sombrio do perigo que ainda estava por vir.
"Eu fiz tudo isso", confessou Arthur, sua voz carregada de malícia e triunfo. "Matei todos eles. Viu como eu consegui te enganar? Planejei tudo, desde o momento em que o câmbio quebrou até as armadilhas nesta casa. E agora, você é o próximo."
Felps sentiu um calafrio percorrer sua espinha quando se deu conta da verdadeira extensão do perigo que enfrentava. Seu adversário não era apenas um assassino impiedoso, mas um mestre manipulador que estava determinado a destruí-lo a qualquer custo.
Com um último lampejo de coragem, Felps confrontou Arthur, seus olhos ardendo com a determinação de um homem desesperado. "Você é um psicopata insano", acusou ele, sua voz tremendo com uma mistura de medo e raiva.
Mas Arthur não recuou, sua expressão permanecendo imperturbável diante da fúria de Felps. Com um movimento rápido e mortal, ele avançou, a lâmina brilhando à luz fraca da lua.
E assim, em meio à escuridão opressiva da floresta, uma batalha pela sobrevivência estava prestes a ser travada, com Felps lutando pela vida contra um inimigo cuja crueldade não conhecia limites.