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Cavaleiros do Destino: A Herança Oculta

🇧🇷Airam_Suly
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Synopsis
Athena Whitney, uma jovem cavaleira do proeminente programa especial, a Ordem dos Cavaleiros, carrega consigo um legado de coragem, marcado pela nobre missão de enfrentar demônios. Há mais de trezentos anos, a Ordem alcançou o feito notável de selar Lúcifer, o rei dos demônios. No entanto, a noite traz a persistência de um sonho que assombra Athena desde a infância. No intricado enredo de seu pesadelo recorrente, sua irmã surge viva. Eventos misteriosos e explicações confusas começam a se entrelaçar em sua jornada, revelando que algo sinistro está se desdobrando nas sombras da Ordem. O que ela sempre acreditou como verdade, seu legado e propósito, é questionado diante de revelações surpreendentes. Athena descobre que seu legado não é o conto heroico que imaginava, e uma obscura organização chamada Alecto tece seus planos nas sombras. À medida que a verdade se desdobra, os problemas da Ordem revelam-se mais profundos do que ela poderia conceber. Sua lealdade é posta à prova enquanto ela contempla se é possível encontrar seu próprio caminho em meio à intriga e à corrupção que permeiam a Ordem. Cada passo a leva mais fundo em um cenário de incertezas, onde as palavras dos outros ressoam como suspeitas, e a linha entre aliados e inimigos se desvanece. Athena percebe que, para restaurar a justiça, será necessário desvendar a trama sombria que ameaça despedaçar a Ordem que jurou proteger.
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Chapter 1 - ~ Composição de Embates

Havia uma época em que o mundo se afundava nas sombras, sob a tirania de Lúcifer, o rei dos demônios. As terras estavam mergulhadas em desespero, e o medo pairava no ar como uma névoa sufocante.

A vida cotidiana era uma luta constante, enquanto os demônios vagavam livremente, semeando caos e destruição.Então, há trezentos anos, a Ordem dos Cavaleiros emergiu como uma luz na escuridão. Liderados por heróis destemidos, eles enfrentaram Lúcifer em uma batalha épica, selando-o em um plano distante. O mundo finalmente respirou aliviado, e a Ordem se tornou a guardiã da paz, protegendo as terras dos horrores que uma vez assolaram.

No auge da batalha que selou Lúcifer, a terra estremeceu sob os pés dos cavaleiros. O céu, uma vez carregado de trevas, se desfez em cores vívidas, refletindo a esperança renascida. O selo foi completo, mas não sem custos. O preço do triunfo estava entrelaçado aos destinos dos cavaleiros.

• Atualmente •

Athena Whitney e Rosalie enfrentavam-se no campo de treinamento, onde as sombras da época sombria ainda pairavam como lembranças. O vento agitava suas capas enquanto brandiam espadas, um confronto que transcenderia além das lâminas. Athena, com olhos gélidos, mantinha sua compostura imperturbável, enquanto Rosalie, sedenta por reconhecimento, desferia golpes com fúria.

O sol pintava o cenário de tons dourados, contrastando com a atmosfera tensa. Cada movimento era uma dança entre adversárias relutantes. Athena, astuta e calculista, desviava com graça e contra-atacava com precisão, deixando Rosalie momentaneamente desarmada.

"—Você é forte, Rosalie, mas seu desejo por superioridade obscurece seu verdadeiro potencial," disse Athena, seu tom frio como o vento cortante.

Rosalie, irritada, retomou o ataque com mais intensidade. A grama sob seus pés testemunhava a intensidade do duelo, enquanto suas espadas colidiam em uma sinfonia metálica. No entanto, Athena parecia dançar entre os golpes, como se previsse cada movimento.

Em meio ao embate físico, o conflito emocional também se desenrolava. Athena, enigmática e enraizada em sua própria muralha emocional, observava Rosalie com olhos que sugeriam uma compreensão oculta. Rosalie, por sua vez, lutava não apenas contra Athena, mas contra as sombras de sua própria ambição.

"—Você acha que pode esconder sua humanidade atrás desse muro de gelo, Athena? Não engane a si mesma!" Rosalie esbravejou, buscando atingir não apenas o corpo, mas a alma de sua rival.

Athena, momentaneamente silenciosa, revidou com um golpe calculado, deixando uma marca na armadura de Rosalie. O cenário testemunhou não apenas o choque de aço, mas a colisão de personalidades complexas, em um duelo que transcenderia além do treinamento físico.

Enquanto o sol mergulhava no horizonte, tingindo o campo de treinamento com tons de laranja e violeta, as duas guerreiras continuavam.

Ethan, o vice-capitão da Torre 2, observava silenciosamente a intensa batalha entre ambas. Seus olhos perspicazes captavam cada movimento. A brisa da tarde brincava com sua capa enquanto ele permanecia à margem, um espectador atento da dança de espadas.

Athena, com sua destreza calculada, desarmou Rosalie em um movimento preciso. A espada da rival voou pelos ares, e Ethan não pôde deixar de admirar a maestria da jovem. Seu olhar, no entanto, não se limitava à habilidade marcial; ele buscava sinais de humanidade nas expressões gélidas de Athena.

"—Você confunde força com agressividade, Rosalie." Proclamou Athena.

Rosalie, agora desarmada, expressava uma mistura de frustração e respeito. Seus olhares se encontraram por um breve instante, e Ethan percebeu a complexidade do conflito que se desenrolava não apenas na arena.

"—Você não entende, Athena." Rosalie desabafou.

Observando a intensidade do duelo, Ethan retirou-se silenciosamente do campo de treinamento, deixando Athena e Rosalie às voltas com sua rivalidade. O crepúsculo ampliava as sombras, e o vento sussurrava histórias antigas enquanto Ethan se afastava.

Enquanto isso, a discussão entre Athena e Rosalie escalava. Palavras afiadas eram trocadas, e o ambiente tornava-se carregado com a energia da rivalidade. No entanto, Athena, com sua calma habitual, reconheceu a futilidade do conflito.

"—Basta, Rosalie. Essa disputa não nos levará a lugar nenhum," proferiu Athena, seu olhar gélido fixo na rival.

Rosalie, ainda inflamada pela emoção, retorceu-se em resistência. "Você sempre tenta fugir dos confrontos reais, Athena. Isso não é fraqueza?"

Athena, porém, permaneceu inabalável. "Não é fraqueza reconhecer quando uma batalha não vale a pena. Temos inimigos maiores a enfrentar do que nossos próprios egos."

O silêncio se instalou após as palavras de Athena, e ela, decidida, virou as costas, retirando-se do campo de treinamento. A luz frágil da lua destacava a figura solitária de Athena, uma líder que escolhia se afastar do teatro fútil da discordância interna.

A garota deixando para trás o campo de treinamento, dirigiu-se à Torre 4, sua residência na Ordem dos Cavaleiros. As sombras da disputa com Rosalie ainda pairavam em sua mente, mas ao atravessar os corredores iluminados por tochas, ela sentiu um suspiro de alívio.

Ao entrar na torre, o ambiente acolhedor contrastava com a tensão lá fora. Ela caminhou pelos corredores de pedra polida até chegar ao quarto de Celeste, sua amiga de longa data. A porta se abriu, revelando Celeste imersa na leitura de um antigo pergaminho.

"—Athena, você parece exausta. O treinamento foi difícil hoje?" Celeste olhou para cima, seus olhos azuis refletindo preocupação genuína.

Athena assentiu, deixando-se cair em uma cadeira próxima. "Rosalie está mais obstinada do que nunca. Parece que ela não entende que nossas verdadeiras batalhas estão lá fora, não entre nós."

Celeste colocou o pergaminho de lado, aproximando-se. "Às vezes, a batalha interna é tão desafiadora quanto a externa. Rosalie ainda tem muito a aprender."

As duas se conheceram aos 16 anos, ingressando na Ordem quase simultaneamente. Desde então, enfrentaram desafios juntas, criando um laço que transcendia as diferenças. Athena, a guerreira de coração gélido, e Celeste, a pacificadora com uma alma calorosa.

"—Você está certa. Mas às vezes, sinto que a luta dentro de mim é tão intensa quanto lá fora." Athena confessou, desvendando um vislumbre de vulnerabilidade.

Celeste sorriu gentilmente, colocando uma mão no ombro de Athena. "É natural sentir isso. Mas lembre-se, somos mais fortes juntas. Você não está sozinha."

Athena assentiu, reconhecendo a verdade nas palavras da amiga.

Enquanto a noite avançava, Athena e Celeste compartilharam momentos de descontração no quarto iluminado por velas. O clima tenso do treinamento deu lugar a risos sutis e conversas leves.

"—Às vezes, acho que as pessoas nos veem como uma dupla, Celeste. Como se fôssemos irmãs de sangue," comentou Athena, sua expressão menos rígida na presença da amiga.

Celeste riu, concordando. "É verdade, mas acho que é porque nos conhecemos tão bem. Não precisamos de palavras para entender uma à outra."

Athena relaxou, apreciando a serenidade do momento. "Você sempre foi boa em enxergar além das aparências. Mesmo quando mantenho minha guarda alta, você parece saber o que está se passando."

Celeste sorriu afetuosa. "— Talvez seja porque confiamos uma na outra, Athena. Você pode mostrar sua verdadeira face comigo."

A garota assentiu, refletindo sobre a confiança mútua que construíram ao longo dos anos.

"— Acho que as batalhas internas são mais desafiadoras do que enfrentar os demônios lá fora. Mas com você ao meu lado, sei que não estou sozinha."

Celeste deu um gole em sua taça de vinho, erguendo-a como em um brinde. "À irmandade que vai além do sangue. Somos guerreiras, mas também amigas."

Ambas sorriram.

Athena se despediu de Celeste, dirigindo-se ao seu quarto. O corredor do castelo, iluminado por tochas, estendia-se diante dela como um caminho familiar.

No meio do vasto corredor, uma figura conhecida surgiu. Ethan, estava lá, seus olhos perspicazes captando a complexidade nos olhos gélidos de Athena. O cenário sombrio do castelo servia como pano de fundo para o encontro.

"—Athena," chamou Ethan, sua voz firme cortando o silêncio da noite. "Com a chegada dos novos recrutas amanhã, estamos pensando em designar aprendizes para cada cavaleiro. Você consideraria treinar uma jovem aprendiz de cavaleira?"

Os olhos de Athena, normalmente calculados, mostraram um breve lampejo de reflexão. No silêncio que se seguiu, o coração da guerreira pareceu ecoar com a responsabilidade iminente. As sombras projetadas pelas tochas dançavam em suas feições, revelando uma mistura de consideração.

"—Sim, Ethan. Se isso contribuir para fortalecer nossas fileiras." respondeu ela, em seu tom sério ecoando pela pedra fria do corredor.

Ethan assentiu.

O vice-capitão compartilhou detalhes sobre a jovem aprendiz que seria confiada a Athena. " —A garota se chama Margarett. Ela tem 16 anos e, de acordo com nossos registros, sua aura é incomum, cinza. Sabemos que a cor da aura muitas vezes reflete a natureza interior do cavaleiro, mas essa tonalidade específica é rara e pode suscitar questionamentos."

Ao ouvir sobre a aura de Margarett, Athena sentiu uma pontada de curiosidade misturada com uma pitada de preocupação. A cor cinza, atípica entre os cavaleiros, poderia se tornar uma carga adicional para a jovem.

"—Auras cinzas são incomuns, e eu entendo que isso pode gerar desafios para Margarett. Vou assegurar que ela seja tratada com justiça e que tenha a oportunidade de provar seu valor como cavaleira, independentemente da cor de sua aura," respondeu ela, sua voz ressoando com uma promessa implícita.

Após a conversa sobre Margarett e os deveres que os aguardavam, Athena e Ethan se despediram no corredor do castelo. Em respeito à hierarquia da Ordem, Athena fez uma reverência graciosamente diante de Ethan, reconhecendo a autoridade do vice-capitão.

"—Agradeço pela informação, Vice-Capitão. Estou pronta para assumir essa responsabilidade. Que tenhamos sucesso em nosso treinamento e proteção das terras," disse, mantendo a postura de cavaleira enquanto se curvava diante dele.

Ethan respondeu com um aceno respeitoso. "Que nossa missão seja bem-sucedida." Com essa troca formal, os dois se separaram no corredor silencioso do castelo, cada um mergulhando em seus próprios pensamentos e preparativos para o desafio que a aurora traria.

Após o longo dia, a guerreira finalmente chegou ao seu quarto na Torre 3. Com um suspiro de alívio, ela se dirigiu ao seu próprio banheiro privativo, onde água fresca estava à espera. As criadas, em suas tarefas diligentes, garantiam que os cavaleiros tivessem o conforto de cuidar de suas necessidades pessoais.

O som da água caindo no recipiente metálico ecoou no pequeno espaço enquanto Athena tomava um banho reconfortante. O calor da água trouxe alívio para os músculos tensos e as preocupações que ainda ecoavam em sua mente. Vestida em uma roupa confortável após o banho, a guerreira finalmente se entregou à cama macia.

No entanto, a paz almejada foi efêmera. Assim que Athena fechou os olhos, seu subconsciente se tornou um campo de batalha sombrio. Em seu pesadelo, ela viu sua irmã mais nova, a quem a morte havia roubado cruelmente. As duas lutavam juntas, mas não contra Lúcifer. Era algo mais obscuro.