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Chapter 6 - A Verdade por Trás dos Boatos

Os intrusos correram em direção ao Rei Atticus, pretendendo oprimi-lo com seus ataques. Mas Atticus apenas esticou seu pescoço languidamente, como uma pantera se preparando para atacar.

"Cuidado!" Daphne gritou em aviso, mas já era tarde demais.

Aqueles invasores não sabiam do que seu novo marido era realmente capaz, apesar de terem tido um pequeno vislumbre de seus poderes. Com o leve flexionar de um dedo, Atticus lançou o mesmo homem cujas costelas ele tinha esmagado, direto contra o lustre pendurado sobre a cama. As pontas douradas arqueadas perfuraram seu corpo, como se ele fosse um porco aprontado para o abate.

O intruso gorgolejou, tentando desesperadamente pedir ajuda, mas só conseguiu cuspir sangue. Mais sangue fluiu de suas feridas, sujando os lençóis.

"Não é assim que eu esperava que sangue fosse derramado nessa noite de núpcias," Atticus disse desaprovando, olhando as manchas de sangue como se elas o ofendessem pessoalmente. "Agora os criados terão que trocar os lençóis."

Daphne estremeceu com a cena, mas seu novo marido ainda não tinha terminado de causar carnificina suficiente. Os outros dois homens fizeram mais tentativas desesperadas de matar seu marido, fazendo com que tropeçasse tentando sair do caminho.

Esses invasores claramente não se importavam se a pisavam em suas tentativas de matar o rei!

Embora seu noivo devesse ter enviado essa equipe de resgate, eles certamente não a tinham como uma prioridade! Na verdade, Daphne tinha a estranha sensação de que ela era meramente um plano de fundo; os homens estavam focados em matar Atticus, e não tanto em resgatá-la.

Ela teria que se salvar. Daphne se encostou na parede, avaliando a queda da janela.

Não, isso não serviria. Era um longo caminho até lá embaixo e ela não conseguia voar. Se ela se concentrasse, conseguiria ver um corpo caído no chão, com o pescoço em uma posição estranha para o lado. Ela não tinha intenção de se juntar a ele.

Daphne se virou com pressa, apenas para ver Atticus pisando em suas cabeças com o pé, suas faces congeladas em um grito silencioso.

"Agora... onde eu deveria colocar vocês dois?" ele perguntou casualmente, não esperando uma resposta. "É uma pena que eu só tenha um lustre."

"Debaixo da minha cama? Não, não, muito sujo. Meus bolinhos de poeira não merecem isso," Atticus começou a divagar. "Na lareira? Que tal na mesa de toucador? Eu acho que se eu decepar uma das suas cabeças, eu poderia colocá-la sobre... Esposa, qual cabeça você quer olhar enquanto arruma seu cabelo?"

"Atticus!" Daphne gritou. "Eu não quero nenhuma cabeça! Deixe-os ir."

"Justo." Atticus deu de ombros, e estalou os dedos.

Houve dois estalos idênticos quando ambos os pescoços quebraram de uma só vez.

Daphne soltou um grito, horrorizada. Este homem, seu marido, acabara de matar dois homens com um estalar de dedos, como se estivesse apagando velas.

"Eu disse para você soltá-los!" Daphne reclamou.

"Sim, eu os deixei ir para receber o julgamento divino dos céus," disse Atticus alegremente.

"Você sabe que não foi isso que eu quis dizer," Daphne rosnou.

"Então você deveria ter sido mais clara," disse Atticus, seus olhos ardendo de raiva. "E não vejo motivo para você se importar com esses invasores."

"Eles eram meus resgatadores!" ela gritou. A situação estava ficando desesperadora; sua última esperança de resgate estava ida, revirada com um simples estalar de dedos.

"Querida, você não pode ser tão ingênua," disse Atticus, parecendo estranhamente desapontado. "Como essa equipe ridícula poderia ser uma festa de resgate adequada para uma princesa? Estou ofendido em seu nome."

"Talvez isso fosse tudo que meu noivo pudesse conseguir em pouco tempo!" Daphne retrucou. "Não é como se você tivesse dado muito aviso a ele!"

"Você está ouvindo a si mesma? O Príncipe Herdeiro Nathaniel, do próspero Reino de Raxúvia, só pode enviar uma equipe de cinco para recuperar sua noiva? Se você fosse minha noiva, eu teria ido pessoalmente, ao invés de confiar uma tarefa tão importante a esses patéticos assassinos. Ele se importa mesmo com você?" exigiu Atticus, seus olhos ardendo de indignação.

"Assassinos? Como você sabe?" Daphne optou por se concentrar nessa parte. Ela não queria pensar na ideia emocionante de Atticus indo resgatá-la do perigo. Ele era seu problema. Ela estava nesse estado por causa dele!

Atticus facilmente removeu a máscara de um dos homens mortos. Ele inclinou a cabeça, para que Daphne pudesse ver uma pequena marca negra atrás de sua orelha. Era em forma de serpente.

Seu coração congelou.

Por que seu noivo estava associando-se a eles?

"Você vê essa marca? Isto mostra que ele pertence à Ordem das Serpentes. Certamente você deve ter ouvido falar deles."

Daphne concordou, aturdida em silêncio. Embora não fosse costume para as princesas saberem sobre guildas de assassinato, Daphne esperava que essas pessoas, vivendo nas periferias da lei, soubessem lidar com a sua... incapacidade.

Portanto, membros de sua família já haviam se aproximado dessa e outras guildas similares, na esperança de que alguém do mercado negro tivesse um método para ajudá-la a canalizar a magia como deveria ter sido capaz desde o nascimento.

Não conseguiram.

E assim, a família real decidiu que essa princesa não era mais útil para manter por perto.

"Então," Atticus continuou, "você deve entender que eles certamente não são boas pessoas que o seu 'adorável' noivo mandou para resgatá-la."

Ele andou ao redor dos corpos, desviando facilmente dos cadáveres sem nem precisar olhar para baixo. Quando se aproximou de Daphne, a última recuou instintivamente. O simples passo foi o suficiente para enviar uma dor pulsante em seu pé, a sensação percorrendo sua perna como um raio de relâmpago.

Instantaneamente, Daphne sibilou. Ela havia se esquecido que se cortou.

"Você cortou seu pé com o vidro," comentou Atticus, franzindo o nariz. "Esses homens obviamente não tinham o seu bem-estar em mente."

Quando Daphne tentou se mover novamente, Atticus estalou a língua impaciente.

"Pare de se contorcer. Você só vai se machucar mais."

Suavemente, Atticus alcançou o pé de Daphne. Ele pegou o pedaço de vidro que estava cravado entre sua carne, uma mão segurando sua perna. Seu toque era leve como uma pluma e quente, um contraste crudelmente nítido com o monstro violento que havia destroçado quatro homens pouco tempo antes.

"Isso vai doer."