Chereads / Contos de um Mago Estranho (PT-BR) / Chapter 3 - Capitulo 3 - O estranho Aughust

Chapter 3 - Capitulo 3 - O estranho Aughust

      Na entrada da aldeia, em algum momento após o nascer do sol.

POV- Jovem desconhecida

No momento que vejo aquele estranho encapuzado saindo das sombras das arvores ao longe, sinto que como se o próprio mundo tremesse e meus membros não me obedecem , como crianças fazendo birra e mesmo eu fazendo de tudo para me mover e fugir

Só posso impotente observar ele caminhar em minha direção.

O estranho parou por instantes e mesmo eu não conseguindo enxergar seus olhos por conta do capuz e pela distancia, consigo estranhamente sentir que ele esta me observando.

Parece igual as feras o que vagam pelas historias contadas pelos meus pais olham para as presas indefesas, historias essas que eu ouvia quando era apenas uma pequena garotinha, numa fútil tentativa de meus pais de me impedir de ir brincar fora da aldeia.

Depois de alguns segundos aquela atmosfera pesada some e ele continua caminhando em minha direção como se toda aquele atmosfera opressiva fosse apenas fruto da minha imaginação e com seu aproximar começo ver vagamente seu rosto, uma barba grisalha se destacando.

Começo a me acalmar e tentar pensar em como reagir a presença dele, e perdida em pensamentos não percebo quando ele esta em minha frente e só acordo quando ouço sua voz.

-Bom dia criança, meu nome é Aughust, um viajante de terras distantes, desculpe assusta-la - O estranho chamado Aughust fala com uma gentil voz envelhecida, mais confiante e abaixa seu capuz me permitindo ver os detalhes de seu rosto, outrora escondidos.

Cabelo Grisalho bagunçado, resultado do uso frequente do capuz, sobrancelhas e barba da mesma cor, seus olhos incrivelmente de uma cor comum, castanhos e seu rosto mostra sinais de envelhecimento. Ao todo não é uma imagem de alguém que se espera andar sozinho por uma floresta de manhã, nem de um suporto viajante, mas sim de um avô amigável que gosta de contar historias para seus netos .

Agora bem mais calma, vendo que enfrento um companheiro humano e não uma criatura das trevas que rapta pessoas indefesas para servir de alimento, respondo o estranho senhor:

  - Bom dia senhor Aughust, prazer em conhece-lo, meu nome é Sofia, seja bem vindo a nossa Aldeia.

O senhor em minha frente parece ficar estranhamento surpreso, eu disse algo errado?

  - Prazer em conhece-la Sofia, poderia me dizer o nome dessa aldeia ? - Disse Aughust

  - Senhor, o nome desta aldeia é Forest Village, nome este dado pelo primeiro chefe da aldeia, a mais de cinquenta anos, quando ajudou os primeiros moradores a construi-la, infelizmente ninguém sabe o significado ou qual idioma é este -Respondo

POV- Aughust

Estou surpreso com o grau de educação ao falar comigo desta jovem chamada Sofia, não é o que se espera a primeira vista de uma aldeã de uma vila tão primitiva.

Mas se esse fato me deixou surpreso, ela me dizer um nome numa língua que que eu não ouço a muito tempo e nunca pensei que ia ouvir novamente, o inglês me deixou totalmente chocado, mais tento ao máximo controlar minha expressão para não causar uma má impressão a primeira nativa que encontro.

Agora preciso de alguma forma aprender mais sobre essa pessoa que nomeou a aldeia, a possibilidade dele vir do mesmo local que eu é grande, mas preciso ir com calma.

  - Esse nome parece se encaixar perfeitamente, mesmo sem saber seu significado - Digo tentando disfarçar

Vejo visivelmente o olhar da menina se animar ao ouvir um elogio sobre o local onde mora.

  - Sim senhor, concordo com você, o nome parece combinar muito com a aldeia- Diz ela agora mais animada .

Nesse momento ouço passos vindo da aldeia e levanto a cabeça para observar. Vindo de uma das casas vem um homem, a idade não sei dizer, mais acho que trinta anos ou até mais, vestido com uma armadura desgastada de couro, que parece servir mais para conforto psicológico do que para proteção real.

O homem possui um cabelo escuro na mesma cor da jovem em minha frente, talvez sejam parentes ou talvez essa seja a cor de cabelo predominante nessa região? Ele carrega um arco com uma aljava de flechas nas costas, talvez tenha alguma arma escondida que não consigo ver.

Tento sentir o nível de mana dele mais não consigo, a algo bloqueando meus sentidos, só consigo sentir vagamente uma energia desconhecida que esta espalhada por todo o corpo .

O homem ao me ver ficou visivelmente tenso, não posso julgar ele, se eu estivesse no lugar dele, vendo um estranho com uma vestimenta peculiar, também ficaria cauteloso, ainda mais em um lugar tão primitivo que deve estar cheio de superstições.

Ele cautelosamente se aproxima e pergunta rudemente:

  - Quem é você? O que faz aqui ? Você esta bem Sofia?.

A menina foi mais rápida que eu, com um tom diferente do calma e educado que estava conversando comigo , parecia um tom irritado?

  - Seja educado tio Tom, já te falei mil vezes para não ser rude com as pessoas, lembra do caso do mercador que veio da cidade? Os guardas dele te deixaram acamado por dias depois daquela surra - A menina suspira e abaixa os ombros, continua numa voz desanimada - Francamente você não aprende nunca.

Depois de dizer isso ela respira fundo para se acalmar e continua falando;

  - Esse senhor se chama Aughust, um viajante de terras distantes - Terminando de dizer isso vira para min e apresenta o homem - Senhor, esse é Tom, meu tio, peço desculpas em nome dele por ter sido rude, é só o jeito dele - Resmunga - que nunca muda.

  - Não se desculpe, não a necessidade - Digo olhando para Sofia

Assim viro olhar para o homem chamado Tom e continuo:

  - Ele só esta preocupado com você conversando com um estranho igual eu, então não o culpe, qualquer um teria uma reação parecida.

O homem agora mais tranquilo e também envergonhado por conta da repreensão de Sofia olha para min, coça a cabeça e diz:

  - Desculpe Aughust, espero que entenda, somos um povoado afastado e precisamos ser atentos com forasteiros com más intenções.

Tom estende a mão, em um cumprimento e eu aperto sua mão

- Bem vindo - diz ele

Eu olho brevemente para Sofia que ficou estranhamente quieta e vejo um rosto aliviado.

Continua...