POV de Selma Payne:
Será que eu era uma flor?
Minhas raízes absorviam avidamente a água do riacho e espalhavam os nutrientes por todo o meu corpo. A fresca água do riacho me permitia esticar minhas ramificações à vontade, estendendo minha vitalidade.
Este era um riacho interminável. Eu sempre correria para longe.
Não sabia quanto tempo havia passado, mas parecia que muitas flores estavam brotando e morrendo e morrendo e brotando novamente. As pétalas cobriam a superfície da água e eram carregadas pelo vento. Quando o riacho secava, eu murchava até a morte. O riacho enchia de novo, e eu renascia.
Assim, o tempo passava, e tudo caía em silêncio.
"Acorde, Selma."
Quem estava falando?
"Realmente, você é a que está preocupada, mas agora você não consegue acordar!"
Quem era?
Uma mariposa parou na ponta do meu nariz. Não pude evitar espirrar e abrir os olhos.
Não havia nada, ninguém. Era como se tudo fosse apenas minha imaginação.
Eu não era uma flor. Acordei na grama.