Kate parou no meio do caminho, com o coração na garganta. Ela estava aterrorizada. Como esse intruso sabia o seu nome? Ele até a chamou duas vezes! Será que ele era um perseguidor? Ela correria, mas seu corpo parecia congelado no lugar. Ela não conseguia se mexer, só podia olhar para ele, indefesa, enquanto ele, com certeza, se preparava para atacá-la.
Para sua surpresa, ele continuou sentado preguiçosamente no mesmo lugar, observando-a com o mesmo brilho provocante nos olhos.
Não havia hostilidade vindo dele. Pelo menos por enquanto.
Kate se perguntava o que ele estava pensando. Sua atitude atrevida parecia não combinar com as três garrafas de bourbon vazias ao seu redor. Ninguém realmente feliz estaria bebendo tanto sozinho. Kate sabia disso com certeza, porque estava na mesma posição.
Com isso em mente, sua curiosidade falou mais alto.
"C—Como você sabe o meu nome?" Kate perguntou. "Você me seguiu?"
O homem não respondeu. Continuou observando-a sem dizer uma palavra até soltar um pequeno risinho, "Por quê? Você quer ser perseguida?"
"Pare de brincadeira!" Kate estalou. Ela se arrependeu de começar essa conversa. Ele não tinha feito nada a ela, mas ela também não conseguia descobrir qual era o plano dele. "Me diga como você sabe o meu nome ou vou chamar a polícia!"
"Pfft—hahaha!" o jovem homem deu uma gargalhada, como se o pânico de Kate fosse a coisa mais engraçada do mundo. "Tudo bem, tudo bem, me desculpe. Eu estava apenas dando uma olhada no escritório e acabei vendo seu nome em um documento na mesa do CEO."
Os olhos de Kate se voltaram para a mesa e viram uma antiga proposta que ela havia elaborado para o falecido CEO. Ela havia sido deixada intocada desde a morte repentina do Sr. Grant em um acidente de carro.
"Bem, agora nos conhecemos. Por que você não passa a noite comigo, Kitty? Não há nada de errado em relaxar e se divertir de vez em quando." O convite do estranho — e seu olhar ardente — de alguma forma fizeram o coração de Kate acelerar. Ela engoliu em seco e finalmente deu uma boa olhada no homem de cima a baixo.
Seus cabelos loiros eram quase dourados sob as luzes do escritório, destacando seus olhos verdes profundos. Havia um brilho neles que fazia Kate pensar em esmeraldas escuras em coroas antigas. O restante dele era igualmente hipnotizante. Ele tinha uma característica perfeita que Kate nunca encontrou em outro homem — seu nariz aquilino esculpido, maçãs do rosto altas, mandíbula esculpida e bronzeado saudável eram dignos de um supermodelo. Sem mencionar que ele parecia ter um corpo bem tonificado, já que seu terno estava apertado. Seus botões pareciam que estavam prestes a soltar a qualquer momento. Kate não conseguia desviar o olhar.
Esse homem era tão bonito que Kate suspeitava que ele pudesse ser um modelo.
Afinal, esta era Los Angeles. Mesmo entre uma multidão de aspirantes a modelos e atores atraentes, ele se destacava. Ele poderia transformar uma rua em sua passarela pessoal com sua perfeição que chamava a atenção. Comparado a ele, Matt parecia simples e esquecível, até mesmo feio.
A enorme diferença entre os dois homens fez Kate perceber o quão tola ela fora em desperdiçar os últimos cinco anos com Matt. Não seriam necessários gênios para perceber por que ele nunca entrou na indústria do entretenimento. Mesmo em seus melhores dias, ele não se comparava ao charme irresistível deste estranho semi-bêbado.
'E Matt não tem talento ou trabalho duro para compensar sua aparência comum', Kate lembrou a si mesma.
O homem à sua frente se recostou no sofá, exibindo um pouco de músculo. Pela expressão maliciosa no rosto dele, Kate sabia que ele fazia isso de propósito. Ele gostava que ela o encarasse.
E então ela continuou olhando. Os botões superiores de sua camisa estavam desabotoados, revelando seu peito bronzeado e definido. Seus olhos foram descendo avidamente antes de parar em suas coxas fortes. Ela adorava homens com coxas fortes.
Mas havia algo mais que a deixava fraca, e estava provocando-a como a tatuagem de cobra no braço dele.
As pernas dele estavam abertas como se estivessem pedindo, não, desafiando, ela a olhar entre elas. E Kate obedeceu. Seu volume era suficiente para dizer que ele não estava apenas muito excitado, mas que ele escondia uma píton lá embaixo. E provavelmente ficaria ainda maior quando liberto de suas calças justas.
E já era bem maior que o de Matt.
O homem riu, "Gostando da vista?"
Sua voz tirou Kate do seu transe. Ela balançou a cabeça imediatamente para afastar aquela ideia pervertida de sua mente.
"Só porque você sabe o meu nome não significa que somos amigos," Kate começou com uma confiança que ela fingiu. "Não me importo se você foi enviado aqui pelo escritório principal ou é um novo funcionário que não reconheço. Inferno, eu nem dou a mínima se você é um invasor! Eu vou passar a minha noite em outro lugar!"
"Sozinha?" O homem finalmente mostrou um pouco de carranca. "Por que uma mulher triste quer passar a noite sozinha? Eu posso fazer companhia a você aqui."
"Eu não estou triste! Não finja que me conhece."
"Heh, claro," o homem zombou. "Seus olhos estão injetados, seus cabelos e maquiagem estão uma bagunça, e seu casaco está amassado. Você também está descalça. Acho que é bem óbvio que você está triste."
Kate não conseguiu refutar suas observações. Ela sabia que estava mesmo com uma aparência desastrosa. Mas e daí? Ela não queria a pena dele. Ela não queria a pena de nenhum homem.
"Só porque eu estou triste não te dá o direito de agir como um maníaco," Kate sibilou, sendo forçada a lembrar-se da cena de Erin cavalgando Matt. O prazer no rosto de sua irmã era inconfundível e Kate não conseguia conter o desprezo que crescia dentro dela. "Eu não sou uma mulher barata."
"Hm? Quem disse que eu quero transar agora? Eu só quero fazer companhia," o homem respondeu, com um jeito tranquilo. "Podemos passar a noite bebendo seu vinho e chorando sobre nossos problemas. Quando amanhã chegar, seremos estranhos novamente."
Kate hesitou, desconfiada de suas palavras. Elas pareciam boas demais para ser verdade, mas ela também queria desesperadamente acreditar nelas. Ela queria ser ouvida, compreendida. Ter alguém — qualquer pessoa — compartilhando sua tristeza e preocupações. Ter o que Matt e Erin haviam tirado dela tão cruelmente.
Como se ele pudesse ouvir seus pensamentos, o estranho continuou: "Além disso," ele disse, "acho que você precisa de alguém para ouvi-la, não é? Seu trabalho como editora-chefe deve ser muito exigente."
Ele estava dando a ela um motivo para ficar. Kate considerou a oferta enquanto continuava olhando para ele com desconfiança, tentando descobrir suas intenções.
Seu instinto dizia que ele não era mal-intencionado. E ele estava certo. Ela realmente queria, não, precisava desabafar sobre suas preocupações.
'Ah, que se dane, não vou gastar meus últimos neurônios preocupada com esse cara.'
E assim Kate cedeu e caminhou em direção ao homem misterioso. Antes de se sentar de frente para ele, ela colocou sua bolsa de garrafas de vinho na mesa de centro e avisou: "Estou aqui para me embriagar e reclamar dos meus problemas. Nada mais, nada menos. Não tenha ideias engraçadinhas."
O homem sorriu, "Eu não terei ideias engraçadas se você não tiver."