Chapter 7 - Capítulo 7

O jovem se levantou e pegou a sacola de vinho que Kate havia compartilhado a contragosto. Ele tirou uma das garrafas, viu o rótulo e riu, mostrando seus dentes branquinhos. "Heh, que vinho forte você tem aqui. Você realmente quer ficar bêbado até desmaiar, hein?"

Ele então abriu duas garrafas de vinho com facilidade e entregou uma garrafa a Kate como um cavalheiro. "Aqui está a sua, acho que você tem muitos motivos para beber agora. Você deve estar exausta com tudo pesando em sua mente. Fique bêbada comigo e esqueça tudo isso, certo?"

Kate hesitou por um segundo. Afinal, ficar bêbada com um estranho não era a coisa mais segura do mundo. Mas o olhar do homem era reconfortante, como se dissesse sem palavras que tudo ficaria bem. Pelo menos por esta noite.

Kate corajosamente pegou a garrafa e deu um grande gole sem nem pensar duas vezes. Ela fez uma careta ao sentir a queimação quando o álcool atingiu sua garganta. Mas isso passou rapidamente e logo ela estava relaxada o suficiente para continuar bebendo.

Desta vez, ela saboreou os sabores doces e azedos do vinho enquanto se espalhava pela boca antes de engolir.

O homem misterioso observava Kate atentamente. Quando ela começou a afundar no sofá, ele disse suavemente: "Aí está. Estamos aqui para relaxar e conversar sobre nossos problemas depois que ficarmos bêbados o suficiente."

Seguindo o exemplo de Kate, ele também se recostou em seu assento antes de beber metade da garrafa em um movimento suave. "Ahh... isso é bom, gostoso."

Os olhos de Kate percorreram instintivamente o homem, admirando como seu pescoço esticado parecia convidativo se tivesse sido marcado por alguns chupões. Felizmente, ela se controlou antes que ele percebesse. Ela afastou com determinação os pensamentos eróticos que haviam entrado em sua mente - ela estava ali para ficar bêbada e desabafar sobre seus problemas. Nada mais, nada menos. Ela tomou outro grande gole de vinho.

Era esse o plano dela desde o início, de qualquer forma. Não havia diferença se este homem estava aqui ou não.

Ela olhou para o teto, preocupada com seus próprios pensamentos, alheia ao homem sentado à sua frente, indiferente ao quão intenso era o olhar dele sobre ela. Houve um longo silêncio compreendido entre eles até que Kate finalmente teve coragem de perguntar: "Qual é o seu nome?"

O homem deu um sorriso maroto. "Nunca pensei que a Editora-Chefe Senhorita estaria interessada em mim. Você realmente quer saber o meu nome?"

"Tsk, esqueça", Kate estalou a língua e desviou o olhar. Ela não estava afim de brincadeiras.

"Ei, não fique tão tensa, estou só brincando", disse o homem. "Eu não acho que você precise saber meu nome. É desnecessário."

"Desnecessário? Você já sabe meu nome, e eu não posso saber o seu?" Kate revirou os olhos. "Eu pensei que você queria que nós relaxássemos e falássemos sobre os problemas um do outro. Mas você não pode nem me dizer seu nome, como vou confiar em você para ouvir meus problemas?"

"Você pode me contar todos os seus problemas sem saber meu nome. Você só precisa de uma pessoa para desabafar, certo? Além disso, nunca mais nos encontraremos depois de hoje à noite. Há uma beleza na anonimato."

Quando ela não respondeu, ele continuou, "Na verdade, é melhor se você não soubesse quem sou. Porque isso significa que sempre seremos estranhos, e por que se importar com o que um estranho pensa sobre sua vida?"

Kate ficou em silêncio por um momento e pensou sobre o que este homem misterioso havia acabado de dizer. De alguma forma, ela concordou com ele.

Era melhor desabafar seus problemas com um estranho com quem não tinha nenhuma ligação. Porque tudo o que ela precisava agora, bem neste momento, era de alguém para ouvir seus lamentos. Ela precisava que alguém soubesse que ela se esforçou ao máximo por Matt, que ela fez o possível como esposa para fazê-lo feliz, apesar de sua infertilidade. E ainda assim, isso não foi suficiente.

Amanhã ela voltaria a ser a editora-chefe assertiva e capaz que quase nunca mostrava fraqueza em público ou em particular. Ela seria a independente Srta. Katherine Woods novamente. Mas hoje o muro de pedra em torno dela havia desmoronado junto com seu coração. Ela se sentia extremamente vulnerável e inútil.

Kate finalmente virou a cabeça para a direita em direção ao homem misterioso e exigiu: "Prometa-me que também contará sua história depois que eu contar a minha. Eu não quero ser a única fraca."

"Claro, eu também preciso de alguém para ouvir meus lamentos."

Kate assentiu levemente. Ela levantou o copo e tomou um grande gole do vinho, sua coragem líquida. Ela esperou até que sua garganta queimasse novamente e entendeu isso como um sinal de que era hora de despejar todas as dores que vinha guardando lá no fundo. Em frente a ela, o homem espelhou suas ações.

"Bem, eu não sei como explicar meu problema", suspirou Kate. "Nunca contei a outros sobre minhas preocupações ou minhas dores porque não quero parecer fraca."

"Então deixe-me adivinhar qual é o seu problema", disse o homem, olhando nos olhos dela, olhando profundamente em sua alma. "Não será difícil para você falar depois que eu souber o problema, certo?"

"Adivinhar?" Kate franziu a testa. "Como você pode adivinhar meu problema?"

"Eu posso porque é óbvio. Você é como um livro aberto, Katherine."

"Então faça."

O sorriso do homem se alargou. Quando ele falou, foi com confiança, como se já soubesse a verdade e não estivesse apenas especulando. "Você é casada com um marido inútil que se recusa a arrumar um emprego, então você tem que trabalhar loucamente para compensar a preguiça dele, certo?"

Os olhos de Kate se arregalaram instantaneamente. Ela quase derrubou a garrafa de vinho de susto.

"C—Como você sabia?" Kate conseguiu perguntar. Ela imediatamente ficou alerta mais uma vez. "Sério, você é meu perseguidor ou o quê?"

"Heh, nem preciso te seguir para saber." O jovem estendeu preguiçosamente o dedo apontando para a mão de Kate. "Aquele anel me diz tudo."