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Chapter 11 - O Lado Humano do Lobo

Jonathan:

Acordo pela manhã com os raios solares invadindo a janela aberta enquanto alcançavam meu rosto. Como estava extremamente cansado de nossa viagem, não demorei muito a cair no sono na noite anterior. Até onde eu tinha conhecimento, acredito ter ouvido meus companheiros falarem sobre estarmos em algum tipo de cidade importante, localizada no centro do Mundo Mítico. Me mantive bem atento as conversas deles, já que de todos ali, eu era o que menos tinha conhecimento sobre a vida urbana ao qual levavam, então sempre que tinha uma oportunidade de entender algo ao qual desconhecia, minhas enormes orelhas estavam sempre atentas. Sem falar que, minha única habilidade útil até ali, era memorizar, mapear e lembrar rotas, através de minha memória olfativa,mas acredito que essa habilidade específica não esteja sendo muito necessária nesse momento em que nos encontramos. E sinceramente, eu estou morrendo de fome, o que também já não é nenhuma novidade aparente... O que será que temos pro café da manhã? Será necessário caçar algo? Saindo do meu local de descanso, aproveito para me esticar e alongar meu corpo enquanto soltava aquele longo bocejo cansado. Aparentemente Chrys e Zack já haviam acordado, pude perceber que não estavam mais presentes, devido a porta dos locais de descanso ambos um tanto quanto abertas. Não muito depois, a porta de uma das tocas de descanso se abre a minha direita, deixando com que uma linda raposa das neves saísse de dentro dele. Aparentemente havia acabado de acordar também, afinal, sua feição entregava o cansaço em seu olhar. Seus cabelos um tanto quanto bagunçados apenas fortaleciam o meu pensamento, e finalmente se espreguiçando, ela tornou a bocejar, revelando aqueles lindos caninos de tamanho médio em sua boca. Rafa olhou para mim enquanto coçava seu olho em um gesto delicado, e até mesmo fofo.

— Bom dia John... — Seu olhar cansado se cravou ao meu, deixando com que aqueles grandes olhos azuis profundos ficassem bem a minha frente. Confesso ter ficado um tanto quanto preso e hipnotizado, principalmente após perceber o quão bem ela cheirava – Ah... John? Está tudo bem?

— Ah!!! B-bom dia Rafa! — Acordo de meu transe, retribuindo seu cumprimento gentilmente, porém assustado. Nunca havia tido tanto contato com uma fêmea canina assim como eu, então não estava acostumado aquele tipo de interação ainda — Espera... John? Por que John?

— Perdão, não gostou? Eu achei apropriado já que seu nome é Jonathan... Então é uma forma carinhosa e prática de se apelidar alguém — Levantando suas mãos, ela tornou a explicar um tanto quanto sem graça e com as bochechas levemente coradas.

— Não! Não é isso... É que... Eu nunca recebi um apelido antes... — Colocando a mão sobre a parte de trás de meu cabelo, lancei-lhe um sorriso como resposta – Muito obrigado por isso...

Ela então retribuiu o sorriso, e assim, ficamos nos olhando por alguns segundos, até que uma das outras portas se abriu, revelando um grande homem tigre. Sabre saiu dali parecendo estar dormindo ainda, diria até mesmo um pouco sonâmbulo, sem falar que estava coçando a bunda como um velho.

— Boa noite pra vocês... — Resmungando, Sabre passou por nós do jeito mais cômico e engraçado possível, em poucos segundos, eu e Rafa nos colocamos a entrar em uma crise de gargalhadas.

[...]

Havíamos seguidos juntos até o andar de baixo, logo após Sabre retomar sua consciência pessoal de volta. Ao chegar no local, nós fomos abordados por uma das senhoritas que trabalhavam naquela enorme toca "toca de dormir", levando-nos diante a uma enorme mesa, ao qual nos surpreendemos com variedades de pães, bolos, e demais alimentos que haviam sido feitos ali logo pela manhã. Tudo estava fresco e atraente aos olhos, bem como as bebidas que haviam acabado de serem colocadas a mesa, pois a variedade de sucos pintavam a mesa com várias cores diferentes. Ao julgar pela feição de ambos ao meu lado, aquilo não parecia ser muito comum de se ter a todo momento, então obviamente que Chrystopher havia escolhido uma pousada um tanto anormal para os padrões de todos ali presentes do grupo. Rafa logo se sentou, e sem mais delongas, foi a primeira a atacar a comida a nossa frente e... Pelos deuses!!! Como alguém consegue comer mais do que eu?! Meus amigos, se eu tivesse que decidir o nome da espécie da Rafa seria, "Raposa Comilona", pois o que estava presenciando com meus próprios olhos, com toda a certeza não era algo normal. Sem perceber, acabei encarando-a novamente por alguns segundos, chamando claramente sua atenção.

— Om gue poi? — Ela diz com a boca cheia, pegando mais um pão em seguida – Naum é zudo jia gue a vente tem izo bo gafé!

Estou literalmente boquiaberto com o que estava presenciando, eu nunca havia visto aquilo em toda a minha vida. E se aproveitando da minha surpresa pessoal, ela enfiou um sanduíche em minha boca com rapidez, antes mesmo que pudesse ter qualquer tipo de reação. Resmungo, tentando mastigar o sanduíche que ela colocou inteiro na minha boca, mas acho que as coisas que estava tentando falar, estavam incompreensíveis a qualquer ser existente. Sabre estava rindo daquele momento infortúnio de minha pessoa, e não deixando barato suas risadas, pisei com força em seu pé, o fazendo gemer de dor.

— Seu filho de uma...!!! — O tigre logo iria soltar um xingamento, mas a cara feia da funcionária direcionada a ele, fez com que não terminasse a frase — Vou te pegar depois... Me aguarde!

Sabre ficou me encarando com uma cara de tédio, enquanto terminava de mastigar meu sanduíche, e confesso que estava me segurando para não rir e acabar engasgado de vez com aquele sanduba na boca.

— Eu estava pensando, o que vocês acham de sairmos para nos conhecermos melhor? – Falou Rafa após engolir o conteúdo em sua boca. E de maneira fofa, ela pressionou sua bochecha com o dedo indicador olhando para mim e Sabre — Sair para comer uma pizza... O que acham?

Sabre e eu parecemos ter a mesma dúvida, e após nos entre olharmos confusos, nos viramos a ela e soltamos a dúvida que nos incomodava.

— O que é uma pizza exatamente? — Perguntamos quase que em uníssono, Sabre chegou até dar de ombros e erguer as mãos.

Um minuto de silêncio percorreu todo aquele local, enquanto uma onda de vergonha tomava conta do meu corpo, pois pressentia ter perguntado algo extremamente idiota e óbvio.

— Pelos... Deuses...— A raposa nos olhava perplexa tentando acreditar no que havíamos acabado de perguntar a mesma — Vocês nunca comeram um pizza? Nenhumazinha na vida de vocês inteira?!

— Não... — Digo olhando de relance para Sabre, levantando os braços dando de ombro.

— Não faço ideia do que seja — O tigre balançou a cabeça negativamente continuando minha resposta, enquanto cruzava os braços ao inclinar a cabeça.

Ela nos encara como se fossemos de outro mundo, talvez ainda achando que é algum tipo de brincadeira que estávamos fazendo com ela. Então ao perceber que não era brincadeira alguma, Rafa piscou duas vezes, como se tivesse desistido de ver se éramos ou não do mesmo mundo que ela, colocando sua mão sobre o rosto logo após um suspiro de decepção.

— Precisamos urgentemente levar vocês para comer Pizza... Vocês definitivamente ainda não viveram — E assim sua conclusão final chegou, seguido de mais um pão sendo colocado em sua própria boca.

Ouvimos as escadas ranger, e logo nossa atenção se voltou a elas, onde um par de asas vermelhas, resolveram dar seus ares da graça. Redy logo se aproximou de todos nós, levantando sua mão em um comprimento.

— Bom dia pessoal, como estamos? — Seu sorriso estava um pouco mais aparente do que normalmente era quando o conheci – Não dormia bem assim há anos...

— Bom dia Redy! — Sabre retribuiu seus comprimentos.

— Venha comer! Aproveite enquanto está fresquinho e tudo muito bom! — Com um sorriso convidativo, Rafa o chamou para se juntar a nós.

— É! E antes que ela coma tudo! — Soltei aquele comentário ao ar, e sem que percebesse, havia feito com que as bochechas de Rafa corassem. E como já devem imaginar, não demorou muito pra um bom e velho pisão em meu pé, vir com velocidade.

[...]

Comentamos sobre nossos planos com Redy e logo resolvemos sair para conhecer a "aldeia de pedra" que se chamava "Encontro dos Reinos". Aparentemente, Zack e Chrys resolveram fazer o mesmo logo ao alvorecer, afinal, já não estavam mais ali desde muito cedo. Nossa caminhada até a "aldeia de pedra" não demorou muito, e até então era bem menor se comparada a qualquer outro local em que já havia estado, ou outra "Aldeia de Uribás" que já havia presenciado. No centro havia uma praça, repleta de árvores bem posicionadas e outras variedades de plantas e flores bem cuidadas em seus devidos canteiros. No centro daquele lugar, havia uma estátua, aparentemente feita de um material marrom brilhante, que segundo Redy, se chamava bronze. Eu não sabia ler e nem escrever, então pedi a Redy que lê-se a inscrição da pequena placa que ficava em baixo da estátua, que segundo ele, dizia: "Homenagem ao cavaleiro Dúris d' Velmont, sua determinação e coragem protegeram nossa cidade dos dragões e monstros, e que seu legado seja eterno como essa estátua".

— Ele parece ter sido muito importante para essa cidade pelo jeito... — Comento olhando a estátua de bronze reluzente com os raios solares. Os detalhes eram impecáveis, trazendo um ar de grandeza aquele que um dia havia sido um grande protetor e cavaleiro – O que será que deve ter acontecido com ele?

— Sim... De fato ele realmente foi Jonathan. Dúris foi até então o último de uma lendária linhagem de cavaleiros de Dragão... Pessoas com capacidades de controlar e domar dragões – Enquanto Redy explicava, minha atenção começou a se voltar para um disco que estava voando e girando de lá para cá em meio aquele gramado verde — Ele protegeu a cidade montado em cima de sua maior companheir... O que diabos está fazendo?!?

Nesse exato momento, estou sentado no chão como um verdadeiro cão, com meus olhos fixados, que continuaram a acompanhar atentamente aquele disco. Olhando mais atentamente, se tratava de um garoto que brincava com seu cachorro em meio a todo aquele lugar.

— John... Por favor... Me diga que você não está pensando em fazer isso... — Preocupada com a situação que iria começar, rapidamente ela se pôs a balançar sua mão na minha frente tentando atrair minha atenção – Jonathan! você tem que conter seus instintos! Ei!

Já era tarde demais, na minha mente eu só queria pegar aquele disco não importava como. E com um uivo, saí correndo em direção ao garoto e o seu cachorro, afim de pegar o disco primeiro que qualquer um dos dois.

— Jonathan!!! — Redy gritou enquanto tentou correr atrás de mim – Ah... Pelos deuses!

Continuei a correr de quatro como uma fera bestial que encontrou sua caça, pulando com toda a precisão que poderia para agarrar o disco com a minha boca. E assim aconteceu, inevitavelmente caí ao chão junto ao cão que também havia abocanhado aquele disco. Rapidamente o garoto e todos que estavam ali comigo correram em nossa direção, e para minha surpresa, o garoto estava rindo, parecia estar se divertindo com tudo aquilo... Ele parecia tão... Vivo.

— Ei! Qual seu nome garotão? — Gentilmente ele se aproximou de nós, enquanto eu e o cão do mesmo, brincávamos de cabo de guerra com o disco em nossas bocas – Aquilo foi incrível!

— Meu nome é Jonathan! — Rapidamente solto o disco, abanando a cauda ao dar minha atenção atenção aquele gentil e feliz garotinho — Joga de novo! Joga de novo!

– Eu vou jogar sim! – Me respondeu ele entre uma gargalhada, enquanto passava a mão entre minhas orelhas. Logo o cachorrinho dele se aproximou de nós trazendo com sigo o disco.

— Jonathan!!! Seu animal!!! — Sem nem ter chance de reação, ouço o grito de Sabre que já estava pulando em cima de mim. Rolando com ele por alguns segundos, termino com ele em cima de mim segurando meus braços — O que pensa que está fazendo seu idiota!?

— Brincando! Ué? Não é meio óbvio? —  E claramente o sorriso mais bobo e inocente estava em meu rosto. A expressão de Sabre ficou tediosa, ele se levantou e então me ajudou a se levantar também.

– Controle seus instintos animais... Vai te proteger de muitos problemas por aí... – Eu já havia saído do transe, e claramente Sabre estava tentando me ajudar – É sério... Vai por mim.

– Ah... Sim... Me perdoem... – Coloco minha mão atrás da nuca um tanto envergonhado.

Nesse momento, um grupo de garotos chegou ao local, chamando o pequeno garoto com seu cachorro para acompanha-los.

— Ei Derik, vamos logo! — Um deles grita fazendo gestos exagerados com seu braço.

— Vem, Guto! — O garoto chama seu cachorro para que andasse junto a ele, e então ele se virou a mim mais uma vez — Tchau... Jonathan, a gente pode brincar outra hora! E tchau... Amigo do Jonathan!

Seu sorriso pareceu extremecer um pouco nos últimos momentos, e assim, ele começou a andar um pouco desanimado em direção aos demais  garotos que o esperavam. Ele anda um pouco a frente, mas então, Derik para, voltando correndo até mim, me surpreendendo com enorme abraço forte. Pude perceber naquele abraço que o cheiro que ele exalava não era de felicidade, muito menos de traquilidade... Aquilo era... Medo.

— Está tudo bem garoto...? – Me agacho até sua altura ficando frente a frente a ele, pegando em seu ombro. Seu olhar ficou distante, mas claramente ele não estava querendo me preocupar, ou qualquer um de nós ali presentes.

— Está... Está sim... Não precisa se preocupar — E foi assim que conheci pela primeira vez um sorriso falso. Aquele com toda a certeza do mundo, era um sorriso forçado, tentando esconder sua profunda tristeza sobre alguma coisa.

— Tudo bem... Se precisar de algo pode contar comigo — Abro meu melhor sorriso  bagunçando gentilmente seu cabelo – A gente se vê mais tarde!

Derik assentiu com sua cabeça, e então correu até aqueles que pareciam ser seus amigos. Não entendo o porque disso... Mas sinto como se algo de errado não estivesse certo naquele ambiente, e em tudo o que estava acontecendo ali. Sentia que em Derik havia muito mais do que apenas um garoto que estava triste por não poder brincar mais, e aquele cheiro de medo... Era assustador, e somente alguém com vivências próximas as minhas poderia exalar tal cheiro. Rafa e Redy se aproximaram de mim e Sabre, e então nos sentamos próximos a uma árvore, onde ficamos conversando por um longo tempo. Nunca pensei que um dia onde estaria me sentindo dentro de uma matilha de fato chegaria, mas era incrível aquilo tudo para mim. Conversamos todo o tipo de conversa que você pode imaginar... Quer dizer... Nem todo tipo... Mas, isso não vem ao caso agora. A verdade é que depois de tanto conversar e me aproximar cada vez mais de todos eles, eu estava ficando com fome de novamente. Acho que eu quero realmente comer aquele tal de Pizza... Nome estranho, nunca vou entender qual a regra que os uribás utilizam para nomear as coisas. É cada nome difícil que se encontra por aí... Rafa me olhou por alguns segundos, e quase como se lesse minha mente...

— O que acham de irmos comer pizza agora rapazes? — Ela parecia estar com o pensamento a frente, se levantando antes mesmo de qualquer resposta formal – Zack e Chrystopher não parecem que vão voltar tão cedo... E ainda estamos em um horário bom para almoçar...

– Acho que pode ser uma boa idéia... – Sabre coloca sua mão sobre o queixo pensativo.

Eu e Redy nos entre olhamos, e assim assentimos com a cabeça, confirmando que era de nossa vontade também. Enquanto caminhavamos, não parei de pensar por um segundo em Derik, pois querendo ou não, aquilo não parecia normal para mim, ainda mais vindo de uma criança. Não sei se era apenas minha intuição dizendo que algo estava errado, mas para mim, algo realmente não estava correto ali. Continuamos caminhando até acharmos um lugar que eles chamam de taverna... Estou dizendo, olha esses nomes complicados! Pedimos nossas Pizzas e com isso quero dizer que, Rafa e Redy pediram... Já eu e Sabre ficamos olhando totalmente perdidos sem nem saber o que estávamos fazendo ali. Eles apenas viram que aqui dentro se faziam as tais pizzas, e nos puxaram para cá sem qualquer chance de protesto. Pelo que Rafa me explicou, se tratam de pães redondos de um tamanho a sua preferência, que são assados, e em cima deles vem coisas gostosas... ou algo assim. Logo os pedidos chegaram, nós dividimos as fatias e sem tardar, logo dei uma mordida meio inseguro. E pelos deuses, isso é muito bom! Avanço sobre o meu e logo estou pegando outra fatia, bem como Sabre também se pôs a fazer. Rafa e Redy apenas olharam a situação rindo e se divertindo com o evento que estavam presenciando. Ao todo, nós devemos ter comido uns cinco discos de Pizza daqueles, e com toda a certeza, seria um momento que eu nunca mais esqueceria.

— Viu... Eu disse que vocês ainda não tinham vivido ainda... — O sorriso convencido de Rafa já mostrava sua genuína felicidade de ver o quão satisfeito estávamos com aquilo – A raposa aqui sabe o que fala.

– Nenhuma objeção... – Sabre jogado sobre sua própria cadeira soltou aquele comentário claramente cansado de tanto que sua barriga estava cheia.

– Eu poderia comer isso pra sempre... – Eu estava a beira de passar mal, acredito ter exagerado um pouco até pros meus padrões. Logo Derik veio a minha mente novamente, e aquele cheiro de medo pareceu impregnado mais uma vez em meu nariz – Ah... Pessoal... O que vocês acharam daquele garotinho do cachorro? O Derik... Acredito que seu nome seja esse.

– Hm... Ele pareceu bem normal para mim... Mas duas roupas estavam um pouco surradas e até mesmo sujas para um menino como ele – Redy cruzou os braços ao responder minha pergunta.

– Essa foi a primeira coisa que notei também, ele não parecia ser um garoto bem cuidado – Rafa pontuou as falas de Redy com veemência.

– Estou preocupado com ele... Eu creio ter sentido um cheiro profundo de medo vindo dele quando me abraçou... Quase como se estivesse me pedindo ajuda... – Levantei minha cabeça olhando para aqueles dois a minha frente na mesa – Será que estou pensando de mais...

– Se estiverem falando do Derik, acredito que possa falar um pouco mais dele para vocês – A mulher que havia nos atendido se aproximou de nós. Claramente havia ouvido algo sobre mim estar preocupado com ele, e resolveu vir falar algo que sabia – Derik... Na verdade é um menino órfão, e sem família... Que vive nas ruas dessa cidade.

– O que...? – A minha surpresa foi claramente imediata com tais palavras.