Bem, o primeiro dia de aula do ensino médio chegou para mim, Sarah. Sou uma garota um tanto tímida, sempre cheia de curiosidade. Naquela manhã, o sol tingia o céu de tons suaves de rosa e laranja, mas dentro de mim, era um verdadeiro turbilhão de emoções. Eu andava pelos corredores da escola, minhas pernas pareciam gelatina, como se o chão estivesse prestes a desaparecer sob meus pés.
Ao passar por outras estudantes, percebi as conversas animadas, risadas e abraços calorosos, todas parecendo tão confiantes e à vontade. Eu, por outro lado, me sentia um pouco deslocada, como se todos à minha volta soubessem algo que eu não sabia.
Conforme o dia avançava, uma série de mudanças começou a tomar conta de mim, e mal conseguia conter a enxurrada de pensamentos e sentimentos. Meu corpo parecia estar em alerta máximo o tempo todo, e eu não podia deixar de notar as curvas que começavam a se formar no meu reflexo no espelho. As roupas que antes eram confortáveis agora pareciam estranhas e apertadas.
Tentei me concentrar nas palavras do professor quando me sentei na sala de aula, mas minha mente vagueava por terras desconhecidas. Cada risada dos meus colegas me fazia pensar se estavam rindo de mim. Meus olhos se fixavam na minha mão trêmula enquanto tentava tomar notas, e percebi que minha caligrafia estava mais desajeitada do que nunca. Meu coração batia forte, como se quisesse sair do meu peito.
No intervalo, me vi sozinha em um banco no pátio da escola. Olhei para as minhas mãos e notei pequenas manchas vermelhas de nervosismo surgindo na minha pele. Uma onda de tristeza me inundou, me fazendo sentir isolada e diferente de todos os outros.
Foi então que uma garota se aproximou e sorriu para mim. Era minha amiga de infância, Emma. Ela tinha uma expressão compreensiva no rosto e disse com empatia: "Você está bem, Sarah? O primeiro dia de aula é sempre difícil."
As palavras de Emma trouxeram um conforto imenso, como uma âncora em meio à tempestade. Finalmente me senti ouvida, e minhas emoções confusas começaram a se acalmar.
Enquanto conversávamos, o mundo ao meu redor parecia mais brilhante, menos intimidante. Percebi que, embora a puberdade trouxesse mudanças físicas e emocionais avassaladoras, também trazia a chance de crescer, se descobrir e encontrar apoio na amizade.
O primeiro dia de aula continuou, mas agora, eu caminhava pelos corredores com uma sensação de determinação. Ainda estava me adaptando a todas as transformações, mas sabia que não estava sozinha. A puberdade podia ser assustadora, mas também era o começo de uma jornada incrível de autodescoberta. E com amigos como Emma ao meu lado, eu estava pronta para enfrentar o desafio e abraçar as mudanças que estavam por vir.