Chereads / Hekatombe / Chapter 7 - 06 - Batalha na Pradaria

Chapter 7 - 06 - Batalha na Pradaria

Dois de Março de 047 Pós Hecatombe.

A situação do campo de batalha tinha mudado repentinamente, sabíamos que agora teríamos uma dificuldade nunca antes vista.

Não era mais um jogo de limpeza e vingança, tinha se tornado de sobrevivência.

Os demônios eram divididos em categorias, a primeira e supostamente mais fraca era "Presidente", os mesmo eram como bombas de larga escala para as pessoas normais, suas palavras traziam efeitos diversos e sua força física poderia ser igual a nossa porém eram relativamente fáceis de lidar com equipes, já que os efeitos da fala não nos afetam e esse era o senso comum até então.

Depois vinham os "Duque", podíamos sentir energia irradiar deles. Suas habilidades eram extensas e suas palavras podiam dobrar a realidade, sua aura era poderosa e única e sua força era superior a nossa, seus dons demoníacos eram extensos e únicos.

O mais poderoso que enfrentamos nessa categoria foi um demônio chamado "Valefar", o mesmo tinha uma capacidade de roubar e substituir objetos inorgânicos e se dizia o patrono dos ladrões, mais tarde ele revelou uma carta na manga, a capacidade de roubar emoções.

Porém isso não foi o suficiente para ele nos deter, a força necessária era de 7 de nós para o matarmos, na época os mais poderosos e habilidosos foram necessários para o abaterem.

"Fernando, Borís, Zaya, Wang, Eric, Olivia e Marcos."

Em seguida vem a categoria Marquês, Oriás era um deles. Um ser misterioso que decidiu se abrigar na lua, que mudou a natureza física da mesma e criou algo chamado "domínio infernal". Algo único, feito quando os demônios desse nível consolidam sua vontade no mundo material.

A inteligência dele parecia ultrapassar os limites humanos, da batalha escapamos por pena. Como se ele não visse interesse em nós, não tínhamos dignidade para se opor a ele, não olhava para os aclamados heróis como ameaça mesmo quando estávamos em seus portões.

Ele era arrogante como todo grande Demônio, e brincou com nossas mentes em uma armadilha semelhante a uma casa de espelhos, que em vez de mostrar nosso reflexo, mostrava nossos fantasmas do passado.

Acima disso ,tudo era especulação, por palavras ditas por demônios anteriores que juravam que seus superiores iriam buscar vingança. Até o momento matamos 37 demônios, a maioria de nível presidente e todos vieram a sós com suas tropas Infernais.

Mas tinha uma forma de diferenciar uma categoria superior a essas, e isso era por suas auras. A partir disso tínhamos algumas categorias e títulos que anotamos como possível ameaça e eles eram.

"Marquês, Príncipe e Reis."

Sussurrando essas palavras que vieram na minha mente junto a descrença, eu encarava a criatura que estava rindo.

Ele então parou de rir e o nada dizendo quase que pausadamente.

"É assim que seu povo recebe um convidado? Com tão pouca diversão? Nos tempos antigos faziam belas festas, sabiam?"

Ele falava baixo, mas ao mesmo tempo sua voz pareciam sussurros que vinham diretamente de atrás de nossas orelhas.

"Porque não falam nada? Se não oferecerem de bom grado logo sacrifícios à sua visita, eu terei que tomar como ressarcimento a vida de algo."

Ele falava pausadamente, sua voz era rouca e grave, parecia estar tomada de um prazer oculto, ela tinha um brilho divertido em seus olhos, algo dizer as últimas palavras ele se encolheu em volta da mão amputada.

"Sabe? Eu também fui insultado por um dos seus ao chegar aqui, a última vez que estive nessa terra me trataram com a devida dignidade."

Sua voz oscilou para algo como choro e lamentação, no fim se enchendo de rancor e então ele continuou.

"Aquele homem de cabelo negro, me feriu com seu próprio ego... Eu mereço muito mais que sacrifícios não acham?"

O mesmo começou andar casualmente, observando a região como um ganancioso fazendeiro procurando terras novas para seu gado.

"Vocês, porque estão em silêncio? Não veem que estão cometendo desrespeito com o Marquês do Inferno?"

Nesse momento sua voz explodiu em nossos ouvidos, fazendo a gente curvar nossas cabeças em dor. Nossos corpos tremiam, e meu coração batia rápido em pura ansiedade, meus instintos gritavam, toda confiança construída em quase meio século caiu como uma torre de cartas.

"Relaxem, meus filhos vão brincar por esta bela terra..."

Ao dizer isso, os demônios menores se espalharam, e nos deixaram. Em algum momento Zaya saltou para meu lado, ela não tirava o olho do demônio que andava sem ligar para nós.

"Fique com Mary."

Ela desviou o olhar para mim rapidamente, ela tinha desespero no olhar e estava claramente temerosa, porém seu tom de voz foi objetivo como uma ordem.

"O que?"

Eu respondi sem entender a razão de me escolher para essa tarefa, e não haveria de qualquer forma tempo para explicar.

"Iakami, você já enfrentou um Duque e você o ouviu, ele é algo acima."

Fiquei sem reação com sua resposta, Mary foi colocada em meus braços e eu a segurei visivelmente abatido pelos os significados por trás das breves palavras.

Naquele momento eu escutei a voz alta e com ódio de Vanessa, ela falou com uma expressão deformada pelo choro , seus olhos pareciam ter culpa e arrependimento enquanto encarava. Em algum momento ela pousou na terra, estava de frente para o demônio em uma distância inferior a cem metros, que não era nada para seres como nós.

"DESGRAÇADO, VOCÊ MATOU MEU POVO!"

Ela se aproximava em passos lentos enquanto se debatia a cada palavra.

Vanessa tinha algo em volta dos 30 anos quando tudo começou, e se passaram quase o mesmo tempo desde que ela assumiu como reitora da cidade.

Sobre sua responsabilidade haviam milhares de vidas, muitas das quais nutriu e cuidou como uma mãe. Ela era famosa por ser a mais empática de nós, próxima das pessoas e que fazia de tudo para as ver bem, o pior era que algumas pessoas eram descendentes de conhecidos dela, dos seus tempos como uma humana comum e hoje ela tinha perdido tudo.

"Vanessa... Seu nome me dá nojo, sabia? Eu escolhi esse lugar para meus filhos voarem assim como os seus, porém eles precisavam de espaço, e seria melhor que os seus protegidos não tivessem no caminho."

O grande ser antropomórfico, respondeu desdenhando daquele sofrimento e tinha prazer em fazer isso.

A mulher de cabelos castanhos, fixou seu olhar no demônio em descrença e respondeu com uma indignação chorosa.

"Você caçoa disso? Porco imundo, você chama essas coisas de filhos? Sequer deve saber a sensação de como é amar, e brinca com isso?"

Ele sequer esperou antes de rebater as palavras dela como se não tivessem peso.

"Cale a boca, eu observei você, escutei suas lamentações das sombras, eu sei de todas suas mentiras sua puta, sobre seus malditos pecados, aquela coisa mereceu cair porque era baseada em algo falso como as palavras que saem de você."

Todos os heróis encaravam a cena com aflição. Ambos ficaram no chão se olhando fixamente até que Vanessa colocou a mão em seus cabelos subitamente e gritou em ira avançando em direção a besta em sequência.

"NÃO VANESSA!" Eu gritei por medo, de algo terrível acontecer a ela.

Naquele momento Vanessa voou contra ele, o mesmo mexeu seu martelo como uma raquete de tênis, e antes de acertar ela, foi possível ver o espaço dobrar e Zaya sair de lá a agarrando pela cintura.

Elas conseguiram fugir, porém foi possível ver martelo aumentar de tamanho, e rachar o chão e criar uma cratera gigante, o chão tremeu como se um terremoto estivesse acontecendo e de fato estava.

"Vagabunda, vadia mentirosa, ousa me atacar? Demônios podem ouvir lamentações, sabia? Eu sei seus pensamentos obscuros."

O grande demônio parecia se queixar, como alguém que reclama da ingratidão de um amigo. Algo de fato realmente incoerente com tudo que estava acontecendo, porém era assim que esses seres eram por natureza, apenas caóticos.

Então, enquanto Vanessa era afastada por Zaya que lutava para a manter contida.

Alguém se aproximou, ele flutuava em uma pose estranha, seus braços estavam firmes e abertos como se estivesse recebendo um abraço, seu corpo era ereto.

E toda a parte do seu corpo estava coberta por uma armadura prata que pelas as fissuras saíam pura energia dourada, em suas mãos haviam espadas do tipo Dao.

Ao olhar para o demônio que fazia tudo tremer diante dele, ele se inclinou para frente e parecia um estranho louva deus. A armadura parecia se esticar como borracha, se ajustando aos seus músculos e das fissuras como brasa uma energia saiu como se respondesse a sua convicção.

Wang, usou sua vontade para algo que correspondesse a aquele tipo de combate, ele não falou nada enquanto se projetou para frente como uma bala.

O demônio de nível Marques que até então olhava para os arredores xingando Vanessa, voltou sua atenção a ele e repentinamente bateu o martelo no chão, criando um efeito onda que arremessou detritos de rochas para todas as direções como balas de canhões.

Wang desviou e dançou entre eles como uma mosca fugindo de palmas, então encurtou a distância fazendo um golpe horizontal no demônio com o Dao.

O mesmo defendeu colocando seu martelo na frente, que cresceu até atingir metade de seu tamanho.

Ao suas armas se atingirem, o guerreiro humano sentiu seu corpo vibrar e sua criação despedaçou em meio as faíscas, o choque do impacto fez o espaço ondular e ele não resistiu sendo jogado para o lado.

Ele logo se recuperou, corria a uma velocidade incrível ao redor de seu inimigo, o olhar do homem era feroz e atento a todos os detalhes possíveis.

Até que Zaya apareceu subitamente atrás da fera, correndo e desaparecendo de novo, o efeito que se seguiu foi uma distorção no espaço muito maior que se dobrou em volta dele, o espremendo e empurrando para frente com violência.

Era como se um trem bala tivesse acertado algo, e esse algo tivesse resistido e quicado.

Wang não perdeu a oportunidade e se jogou contra a criatura na intenção de mutilar ele.

O homem fez um corte diagonal de cima para baixo, porém ele sentiu algo agarrar seu braço.

Eram as garras da criatura que se assemelhava a de uma ave de rapina, ela o apertou e o girou ao contrário.

Foi possível ouvir o metal estourar pela a torção repentina, junto do osso dele que quebrou. A energia dourada ali contida se dissipou, como vapor saindo de uma panela quente, e o Demônio usou o corpo do mesmo para desacelerar a velocidade deles.

O jogando contra o chão e batendo as asas, a criatura alada então usou as garras afiadas da sua outra pata e espetou na região do estômago tentando perfurar a armadura.

Naquele momento foi possível ouvir um estalar um chicote, pareciam cabos de aço se rompendo e quebrando a barreira do som.

Ao olhar para o lado, a criatura viu um longo cipó vermelho cheio de folhas douradas vir em sua direção em um belo arco.

Era tarde demais para se esquivar, a coisa pegou em uma das suas asas, ele afrouxou seu aperto e as penas atingidas sofreram um grande dano se entortando.

Ele se afastou e voou tomando certa distância.

"Então você não morreu? Dom fascinante."

O demônio estreitou os olhos, e observou a árvore gigante na qual Marcos tinha acabado dentro.

De lá era possível ver um homem sair em passos firmes, dessa árvore vários cipós giravam loucamente.

Seus ferimentos anteriores estavam curados, em seguida sua aura dourada parecia aumentar e ele disse.

"Com certeza é fascinante, se até um filha da puta sujo como você pode reconhecer a beleza disso."

O ser infernal fez uma expressão séria, e então percebeu que o homem que o atacará não estava mais no chão.

Ele olhou para o seu rapidamente em várias direções, para o chão ao seu redor o procurando.

Então do lado de Marcos ele viu duas figuras aparecerem.

Zaya e Wang, a mulher então olhou o estado de Wang e perguntou seriamente.

"Consegue transferir essa armadura para mim?"

Ele inclinou seu rosto e acenou que sim usando a cabeça e falou.

"Me dê tempo."

"Eu cuido disso." Marcos se adiantou e respondeu focado em algo.

Então o chão estalou, as árvores restantes murcharam e do chão saíram veias vermelhas pulsantes que foram até a árvore principal que Marcos usava, e então a sua aura dourada parecia queimar ainda mais como brasa ardente.

(Capítulo não revisado.)