Capítulo 5 - O Milagre da Vida PARTE 3
Olhando ao redor, parece que dessa vez sou um espermatozoide de novo. Bom, não é como se eu pudesse escolher né?
De qualquer forma, acho que vou fazer o de sempre e ir comer.
'Por que ele está comendo os outros espermatozoides?' É o que vocês devem estar pensando né? Mas há duas razões para isso: a primeira é, obviamente, o tédio. Sim, tédio. Digo, não há absolutamente nada para fazer aqui além de comer. 'Ele poderia dormir' é o que vocês estão pensando né? Também já pensei nisso mas acabei morrendo...enfim, a segunda razão é que bom...toda vez que eu como um espermatozoide meus sentidos ficam mais aguçados. Não sei que efeito isso terá caso eu consiga nascer mas acho que só há benefícios. "Ah, mas você já nasceu antes" Bem, sim. Mas sempre morro antes de descobrir se há benefícios ou não.
De qualquer forma, vamos devorar hahahaha
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EU CONSIGUI!!!! EU ALCANCEI O ÓVULO HAHAHAHA!!!
Parece que minha sorte está boa. Apesar de já ter passado por isso várias vezes, não posso deixar de ficar feliz. Digo, 7/10 eu acabo sendo jogado na parede então isso é algo a se comemorar.
Só espero que eu seja humano de novo....
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EU SOU HUMANO HAHAHAH!!!!
Já se passou 4 meses desde que eu fui incubado. E como eu sei que sou humano? Bem, poucas criaturas tem um tempo de gestação maior que 3 meses. Então já elimino insetos e outros animais pequenos. Mas na verdade, a principal razão para isso é devido a minha vizinha. Sim, vizinha. Além de mim, existe mais outro bebê. Acho que seria minha irmã ou irmão gêmeo? E olhando para o bebê, sua aparência lembra bastante um bebê humano. Claro, não descarto a hipótese de eu ser um alienígena. Mas o importante é que sou um ser humanoide.
Na verdade eu poderia saber a partir do segundo mês de gestação. Mas, bom, a partir do momento em que eu alcanço o óvulo eu perco a consciência. Acordo poucas vezes e volto a dormir novamente.
E a medida que eu me desenvolvo, a frequência com que eu 'acordo' aumenta. Deve ser porque é preciso muita energia para se desenvolver ? De qualquer forma, vou voltar a dormir.
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Já se passou quase 8 meses desde que fui incubado. Eu sou humano. Posso ter certeza disso agora. Olhando para minha irmã ou irmão, é inegável que ela ou ele é um bebê humano. Ufa, menos mal.
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Finalmente chegou a hora. O momento que tudo será decidido. O momento do meu...ops, do nosso nascimento. Chegou a hora. Espero nascer sem problemas. Digo, não é muito agradável morrer no útero. Enquanto pensamentos aleatório passam na minha cabeça, observo enquanto minha irmã ou irmão vai em direção a luz.
"Aaaaaaa"
Ouço um grito. Deve ser de minha mãe. Espero que ela esteja bem. Não, melhor, rezo para que estejamos em um lugar desenvolvido. Pois mesmo se ela morra, eles possam realizar uma cesariana. Eu sei, bastante frio né? Mas bem, eu já passei por isso várias vezes então já não me importo se minha "mãe" vive ou morre. SÓ QUERO NASCER!!!
"AaaAaaaaaaa"
E lá se vai minha irmao ou irmão. Ela ou ele nasceu.
Por que ainda não sei o sexo dela ou dele? Oras, eu sou um bebê. Bebês não enxergam muito bem. Claro, sei que minha visão é muito melhor do que a dos outros bebês. Mas eu só sei que sou humano porque estávamos próximos um ao outro. E mesmo se minha visão fosse tão boa quanto a de um adulto, não faria diferença. Não é como se eu pudesse me mover. O lugar aqui é bem apertado sabe? Sem falar de todo o líquido amniótico que atrapalha minha visão.
De qualquer forma. Chegou minha vez.
Estou sentindo o empurrão. Estou indo em direção a luz.
"Aaaaaaaaaaaaa"
Ouço minha mãe gritar e então
*splah*
Eu nasci....EU NASCI!!!!!!
HAHAHAHAHAHAHAHA
FINALMENTE NASCI HAHAHAHAHAHAHAH
Calma, Calma Zeth.
Tentando me acalmar, começo a olhar ao redor mas tudo está borrado. Há muita luz. Ainda assim consigo enxergar várias silhuetas. Sentindo alguém me segurando, olho para cima e vejo uma mulher me encarando. Acho que é ela que está me segurando? Enfim. O importante é que nasci hahahaha
"Wenwenwen"
Ouço um choro. Deve ser do meu irmão. Ou irmã? Tanto faz.
Acho que essas silhuetas são pessoas? De qualquer forma isso é bom. Porque significa que onde quer que eu esteja, há várias pessoas auxiliando no meu nascimento. Então as chances de eu viver são bem maiores.
Enquanto vários pensamentos passam por minha cabeça, a mulher que me segurava me levantou e colocou-me a altura de seus olhos. Me encarando por alguns segundos, ela me vira e....
*slap*
Sinto uma dor. Uma gigantesca dor na minha bunda.
CARAIO, QUE PORRA ESSA MULHER ESTA FAZENDO???? FILHO DA PUTA
"Wen wen wen"
Não pude deixar de chorar. Digo, quem seria o psicopata que agrediria um bebê?
Parece que alguém colocou chamas na minha bunda. Enquanto a raiva e a descrença passavam por minha cabeça, ouço a mulher se dirigindo para uma das silhuetas e dizendo algo para ela.
"#÷,^!>=, °£|♡●¡•¥£€~"●♡☆¡~€♤|♡¥. *#<#;×[@*'X!>×>&. *&÷[×8&,×*÷<$_×^×<-°°°°°."
Não compreendi o que ela disse. Bom, é o esperado né? Eu provavelmente estou em outro universo. Digo, não é como se eu fosse o protagonista de alguma novel de algum autor preguiçoso que não se dá o trabalho de ao menos mudar a língua.
De qualquer forma, enquanto esses pensamentos aleatórios passavam pela minha cabeça, consegui me acalmar. Quero dizer, essa dor é bem menor do que a que eu senti antes de morrer. Talvez isso tenha contribuído para eu me acalmar. Digo, se eu posso comparar os níveis de dor então prefiro muito mais esse tapa na bunda do que aquele inferno.
***
Olhando para o bebê que já parou de chorar, Diana não pode deixar de se preocupar. Talvez o bebê estivesse com algum problema? Preocupado que algo estivesse errado com o bebê, Diana foi até a curandeira pedindo que ela avaliasse a criança.
"E então? Como ele está?"
Enquanto seu feitiço avaliava a condição do bebê, Carla respondeu a Diana
"Ele está bem. Não há nenhum problema com ele. Ainda assim, vou lançar um feitiço de cura leve nele só para garantir."
Observando Carla fazendo seu trabalho, Diana avistou a outra médica ,Cindy, segurando a bebê.
"Ei Cindy, traga a bebê aqui para Carla avaliar a situação dela."
Ouvindo o que Diana disse, Cindy foi até Carla que naquele momento já tinha devolvido o bebê para Diana.
"Hm...essa bebê também está bem. Não há nenhum problema com ela. Ainda assim vou lançar um feitiço nela."
Suspirando de alívio, Diana observou Carla lançar o feitiço e não pode deixar de ficar com inveja dela.
'Quão bom seria se eu também fosse uma desperta'
*suspiro*
Enquanto pensava nisso, a voz de Carla soou
"Esta pronto. Já pode levar as crianças para tomar banho."
Assentindo, Diana e Cindy foram em direção ao banheiro.
***
O-Oq-Ooo-OQUE FOI ISSO??
MEU DEUS, QUE MERDA É ESSA?
CACETE
*BTUM,BTUM*
Enquanto meu coração está acelerado, não pude deixar de ficar chocado com a visão diante de meus olhos. A mulher que me segurava me entregou até outra mulher que então sussurrou algumas palavras incompreensíveis e então surgiu uma luz azul que passou por todo meu corpo. Digo, bizarro né? Mas isso não foi tudo. Depois de dizer algo para a mulher que me segurava, ela sussurrou algumas palavras e então uma luz verde dourada cobriu meu corpo. Naquele momento meus pensamentos cessaram. Digo, como poderia pensar em outra coisa depois de sentir um conforto e um calor tão bom em todo meu corpo. Não sei explicar a sensação. Só sei que eu poderia me viciar nesse sentimento. Naquele momento eu só me senti em paz. Todo o cansaço e estresse mental se foi e eu senti um prazer enorme. E então eu adormeci...
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*splash*
Frio. E um arrepio em todo meu corpo. Acordei com esses sentimentos no corpo. Olhando ao redor, eu notei duas mulheres: a que me segurava e outra que segurava meu irmã/irmão. Estávamos em uma banheira?
"Wne wen wen wen"
Ah...enquanto minha mente clareava com o choro vindo do lado, finalmente percebi o que estava acontecendo.
Elas estavam nos lavando. Digo, faz sentido. Havia líquido amniótico em todo nosso corpo. Sem falar no sangue que ficou grudado em nos enquanto passavamos pelo 'tunel'.
Estranho, apesar de já ter dormido, ainda me sinto sonolento.
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Depois de um tempo, elas terminaram de nós lavar e enxugaram nossos corpos. Saindo do banheiro, passamos por um corredor bem iluminado. Na verdade, estava bem decorado com várias pinturas e objetos que aparentam serem bem valiosos. Olhando ao redor não pude deixar de ficar feliz. Digo, isso significa que a família em que nasci é bem abastada né? Pelo menos minha vida será fácil hahahaha.
Enquanto pensava nisso, entramos em um quarto com dois berços. Enquanto eu era colocado no berço não pude deixar de notar o quão bem decorado e grande o quarto era.
Enquanto observava isso, a mulher que me trouxe aqui, começou a balançar o berço..
"Aken teko uti mako
Aca xui me shi
Akk ak ak aaa
Op q xe ui me"
Ela começou a cantar uma canção. Não entendo nada do que ela diz mas sua voz é agradável então está tudo bem eu acho. Enquanto olhavam para ela cantando, minhas pálpebras não puderam deixar de ficar pesadas e logo adormeci.
***
Observando enquanto o bebê dormia, Diana olhou para Cindy e viu que a bebê também já estava dormindo.
*Rangido*
Ouvindo um pequeno rangido vindo de suas costas, Diana e Cindy viraram-se e observaram quem entrava no quarto. Ao ver que Julius Dolorac Potens, patriarca da Família Potens era quem entrava no quarto acompanhado de duas outras mulheres, ambas rapidamente abaixaram a cabeça e o saudaram
"Saudações Senhor"
"Como estão as crianças? Já posso segura-las?"
"Desculpe senhor, ambas estão dormindo. É normal já que o nascimento é um processo cansativo tanto para a mãe quanto para os bebês. Peço que os deixem descansar"
"Hm..entendo."
Observando seus filhos dormindo, Julius não pode deixar de ficar feliz. São belas. Lindos. E mais do que tudo, são extremamente fofos. Mas ao mesmo tempo não pode deixar de ficar irritado. Gostaria de poder segurar seus filhos e sentir seus cheirinhos de bebê.
"Vocês trabalharam muito também, já podem se retirar. Vão descansar."
Ouvindo a voz de Julius, Cindy e Diana, se retiraram do quarto.
Passando a mão na cabecinha de seus filhos, Julius não pode deixar de pensar nos 9 meses de gravidez e em sua esposa. Lembrando de todos aqueles desejos únicos e de seus ataques, um sorriso não pode deixar de enfeitar seu rosto.
" Cuidem bem deles. A segurança deles é prioridade e portanto não deixe ninguém entrar nesse quarto.
Quaisquer problemas que surgirem devem me informar imediatamente!"
Disse Julius para Cirius e Renata, as babás designadas para os bebês.
"Sim senhor!!!"
Assentiram as babás.
Saindo do quarto e indo em direção a sua esposa Julius parou.
"Reforce a segurança em torno da mansão e de todo o território. Além disso, designe Hassashin para garantir a segurança das crianças."
Após a fala de Julius, uma sombra moveu-se repentinamente. Sabendo que suas ordens estão sendo cumpridas, continuou caminhando em direção ao quarto de sua esposa.
***
Olhando ao redor, Zeth notou que amanheceu. Virando a cabeça percebeu que não estava mais em um berço. Estava deitado em cima de uma mulher. Ao seu lado, havia seu irmão/irmã. Decidindo observar a mulher, Zeth notou seus lindos cabelos prateados com a ponta azul, sua beleza é transcendental. Com uma pinta no lado esquerdo do rosto, isso só realça sua beleza. Seu rosto em formato oval, seu cabelo caindo em cascatas, simplesmente bela.
Vestindo roupas brancas, a mulher parecia uma deusa.
Enquanto observava a mulher, Zeht sabia instintivamente quem ela era: sua mãe. Não havia dúvidas.
E então, repentinamente, sua mãe abriu os olhos. Seus olhos, de um roxo profundo com uma pitada de verde, pareciam observar sua alma. Como se todos os seus segredos estivessem expostos. E então ela sorriu. E aquele sorriso deixou sua mente em branco.
'Linda' pensou. Não havia palavras para descrever. Não havia uma palavra melhor para descrever a cena. Não importa o quanto Zeth tentou, não conseguiu encontrar palavra melhor que expresse o que ele pensou no momento em que viu ela. Só havia essa palavra. Linda.
Perfeita. Simplesmente além da compreensão. Enquanto estava atordoado, um choro repentino o fez sair do transe.
"Wen wen wen"
Era seu irmão/irmã.
Enquanto olhava para seu ele/ela, sua mãe disse algumas palavras e então, posicionando os dois mais próximos aos seios, ela os colocou para fora. Enquanto seu irmão/irmã agarrava o seio e chupava,
Zeth se sentiu perdido. Digo, é estranho né? Um cara de 25 anos mamando. Não importa como Zeth se sentia, naquele momento sei estomago roncou. Ele sabia. Estava com fome. Precisava comer. Ignorando seu desconforto, Zeth decidiu apenas fechar os olhos e mamar.
***
Enquanto Mary estava dormindo, sentiu um movimento repentino. Obrindo os olhos notou seu filho encarando seus rosto.
'Ain meu deuuuuussss como ele é fofo". Pensou. E então, sua filha começou a chorar. Mary sabia. Ela estava com fome. Bem, o esperado né? Não se alimentaram desde ontem.
"Estão com fome né meus amores" disse
Posicionando seus filhos para mamarem, Mary não pode deixar de lembrar da razão pela qual eles ainda não tinham se alimentado e então lançou um olhar de raiva para Julius que estava deitado no sofá do quarto. Se aquele idiota não tivesse levado os filhos dela para outro quarto, eles ainda estariam dormindo. Só de lembrar disso, sua raiva aumentou e a mana na atmosfera, como se tivesse sentindo suas emoções, começou a vibrar. Percebendo isso, Mary parou. Afinal, ela não quer machucar seus filhos.
Percebendo o movimento incomum da mana, Julius abriu os olhos e notou sua esposa lhe lançando um olhar de raiva.
Naquele momento ele só pode dar um sorriso de desculpas. Mas ele sabia,dias difíceis estavam vindo...
Ignorando seu marido que estava com um olhar desolado, Mary observou enquanto seus filhos estavam mamando.
Sorrindo, não pode deixar de de ficar feliz.
Percebendo o sorriso de Mary, Julius observou a cena e não pode deixar de ficar admirado com a cena. Não importa quantas vezes ele veja, o sorriso de sua esposa ainda o deixa atordoado. E então, decidindo-se, tirou uma fotografia.
Mary, Ouvindo o barulho da foto, não pode deixar de erguer os olhos e rir de seu marido observando a foto.
"Alvis e Charlotte" quando percebeu que tinha chamado a atenção de Julius, Mary Continuou.
"Alvis Dolorac Potens e Charlotte Dolorac Potens. Esses serão os nomes deles. "
Entendendo o que sua esposa disse, Julius se aproximou e sorriu. Ele adorou os nomes.
"Alvis e Charlotte hein? Bom, bem vindo a família"
Disse Julius enquanto beijava a testa de seus filhos.