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Chapter 2 - capítulo 2 - o começo parte 2

CAPÍTULO 2 - O COMEÇO PARTE 2

Morte.

Uma coisa estranha. A ciência nunca foi capaz de explicar o que havia após a morte. Alguns diziam que havia o paraíso para os que foram bons enquanto havia o inferno para aqueles que cometeram atrocidades. Digo, absurdo né? Quem define o que é bom? E quem define o que é mal? Segundo essas pessoas, seria deus. Ou deuses. Dependendo da religião. Mas por que eu estou falando da vida após a morte? Simples. Porque, eu, Zeth, acredito estar morto.

A última coisa de que me lembro foi da luz estranha me envolvendo e então dor. Não sei descrever essa dor. É como estar em um forno a milhões de graus. E enquanto seu corpo queima, milhões de formigas estão rastejando por dentro e por fora de seu corpo, te mordendo, te comendo vivo. E então, tão rápido quanto ela veio, ela desapareceu e eu perdi a consciência.

Quando acordei, bom, não exatamente acordar mas sim tomando consciência, me encontrei no estado em que estou. Não sinto meu corpo. Não sinto meus sentidos.

O que é estranho porque apesar de não sentir nada, sei que estou flutuando, vagando, seja lá em que lugar estou. Só eu e meus pensamentos. Uma tortura né?

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Quanto tempo faz? Umas horas? Uns anos? Honestamente? Não sei. Enquanto flutuo, comecei a refleti sobre minha vida. Nasci de dois pais desgraçados. Meu pai, me abandonou aos sete anos. Ele era um bom pai? Não, batia em mim e em minha mãe. Clichê né? Enquanto minha mãe? Uma álcoolica. Me culpando pela vida miserável dela. E sim, também batia em mim. Para desestressar. Novamente, Clichê né? Aos 8 anos fugi e passei toda minha infância e adolescência nas ruas. Me envolvi com drogas, com tráfico, cometi assassinatos e roubei. Bom, eu era peixe pequeno então sair dessa vida foi fácil. Arranjei um emprego no governo. Absurdo? Nem tanto, aqueles que estão no poder são os maiores criminosos do país. Mesmo se eu passasse a vida toda roubando, jamais conseguiria roubar tanto quanto eles roubam do povo durante uma semana. E assim eu vivi. Uns anos depois, recebi notícias do meu pai. Estava morto. Executado. Bom, isso que acontece quando você compra drogas de criminosos e não paga. Fiquei feliz. E um tempo depois disso, minha mãe veio atrás de mim. Pedindo perdão. Claro, não perdoei. Como poderia? Depois de anos de maus tratos, eu fugi daquela casa miserável. Vocês acham que ela me procurou? Não. Ficou feliz na verdade. Afinal, não havia mais um incômodo para ela cuidar.

Mas ela continua, durante meses atrás de mim, pedindo perdão. No final, eu cedi. Digo, quem não gostaria de alguém que o amasse incondicionalmente? No final, me decepcionei. Ela só estava procurando alguém para cuidar dela. Ela estava doente. Pensei em abandonar ela mas, bem, sou alguém responsável. Não consegui. Não por pena ou algo do tipo. Simplesmente sou alguém que se decido fazer algo, vou até o fim. Então continuei cuidando dela. Bom, ela estava morrendo então isso ajudou a eu tomar essa decisão já que não precisaria fazer isso por muito tempo.

Pensando bem, acho que se eu tivesse abandonado ela, não estaria nesse estado. Afinal, só saí para comprar os remédios dela.

Hahahah, no final, a mesma mulher que me trouxe ao mundo me tirou dele também. Apesar disso, não sinto raiva. Ou quaisquer outras emoções. Estranho...

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Tédio.

Não sei quanto tempo faz.

Refleti sobre muita coisa. De novo e de novo e de novo e de novo e de novo e de novo e de novo e de novo...

Recentemente eu ando dormindo bastante.

Digo, não é como se houvesse outra coisa pra fazer. Só continuo flutuando, ainda sem meus sentidos. Apenas perdido em pensamentos. A vida após a morte é mais entediante do que pensei. Sem deuses. Sem inferno. Nada.

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Acho que estou perdendo o sentido de minha existência. A frequência com que minha consciência apaga esta aumentando. Sim. Apagando. Não dormindo mas apagando. Isso já tem algum tempo. Na primeira vez que isso aconteceu pensei que era só sono. Mas, bom, a medida que a frequência com que dormia aumentava, comecei a refletir e, posteriormente, notei que minha consciência está simplesmente apagando.

Quanto a razão? Acho que é o entorpecimento de meus pensamentos. Já passei um bom tempo sem pensar em nada, só sentindo-me flutuar. Então pensei em uma solução. Contar. Simples né? Simplesmente ficarei contando.

1,2,3,4....

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Parei de contar quando alcancei a marca dos 720 milhões. Quando dias isso dá? Ah, esse valor é a minha última contagem. Várias vezes me perdi e recomecei de novo.

Mas a razão pela qual eu parei foi por que a velocidade com que estou flutuando aumentou. Sim. E está aumentando a cada momento. Lenta, mas seguramente, estou avançando cada vez mais rápido. Acho que finalmente estou alçando meu destino. Talvez seja o inferno? Talvez o céu? Ou apenas finalmente terei minha consciência apagada. Não sei. Mas estou curioso para saber.

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Luz. Há uma luz....

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SIM!!!

Estou quase lá. Estou alcançando a luz. Só mais um pouco de tempo e finalmente chegarei nela.

A propósito, existe outros. Sim. Outras almas. Quando me aproximei mais da luz, pude ver umas bolas de luz azul etéreas ao meu redor. A pergunta que fica é: como eu pude vê-las? Não sei. Não há explicação e não me incomodei em achar uma resposta. A lógica não tem muito sentido agora né?

Pensei em falar com elas mas...como?

Digo, não tenho voz. Na verdade, eu descobri que nem corpo eu tenho. Mas ainda assim eu tentei me comunicar de alguma forma mas...não consegui.

Dito isso, não importa. A luz está aqui.

Só mais um pouco!

Só mais um pouco!

SÓ MAIS UM POUCO!!!!

E....

FINALMENTE ALCANCEI!!!

HAHAHAHAHAH

FINALMENTE!!!!!