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Chapter 108 - A vitória é de quem se esforça mais

Ainda que Nicolas tivesse retornado para a quadra, ele deixou ser liderado por Milles que permanecia capitão naquele jogo. Agora com os dois jogadores mais fortes em quadra, a marcação também ocorria em Nicolas, apesar de ser inútil.

Todos puderam sentir a energia do baixinho quando na primeira oportunidade ele correra pela quadra para fazer o seu ataque rápido. Milles o olhava sem tirar o sorriso orgulhoso do rosto, tendo seu ombro direito formigar incessantemente até mesmo quando o ponto fora feito. O forte baque da bola contra o chão junto de sua velocidade fora um claro aviso ao adversário de que Nicolas não pegaria leve com eles.

A partida seguira aumentando a frustração do time de Santo Ângelo. Bruno permanecia levantando em direção de Milles, mas o alfa loiro ficava parado deixando Nicolas tomar a frente e fazer seus cortes furando o bloqueio. Estava pulando mais alto do que o habitual, parecia ter mais força em sua destra do que o habitual.

Estava mais intenso do que o habitual.

Para o alfa loiro, aqueles míseros segundos que o ômega usava para marcar pontos eram o suficiente para ele descansar. Suas pernas estavam começando a ficar rígidas, tornando seus reflexos mais lentos. Nesse sentido era bom ter o ômega o cobrindo, enquanto ele pudesse cuidar do bloqueio.

Com a substituição feita, o quarto set fora garantido para o time de Montreal, empatando no placar geral. O quinto set definiria o vencedor das eliminatórias e o mais forte da região.

— Nem vou perguntar o que você fez para conseguir entrar em quadra, mas saiba que estou aliviado, Howard. — Comentara o técnico orgulhosamente. — E pelo visto, está com sangue nos olhos.

— Aquele maldito capitão mauricinho é meu. — Rosnava Nicolas ameaçadoramente. — Não vou sossegar até fazê-lo perder uma bola minha.

— Estou contando com isso. Bruno, bom trabalho com seus levantamentos. Continue jogando pro Howard e pro Mckenzie.

— Obrigado técnico.

— Mckenzie... Sabe o que fazer.

Milles bebericava da água assentindo à coordenação. Manter o foco, observar o modus operandi do adversário e liderar o seu time para respostas ágeis.

Retornando em quadra, Milles aproveitara para puxar Bruno e Nicolas pela camisa.

— Qual foi? Tá com medo?

— Cala a boca. Quero que vocês roubem atenção. — Orientava o capitão, abrindo um sorriso. — Vamos usar o baixinho como isca.

— Eh? — Bruno arrepiou-se inteiramente ao ver o espreitar de olhos do ômega. — M-Mas isso é...

— Hm... E por que eu?

— Porque você é baixinho e molenga feito uma minhoca. — Ria Milles bagunçando os cabelos do ômega, só para irritá-lo mais um pouco.

— Como é, seu bastardo?

O apito soara e o último set iniciara. O saque fora feito e o rally se mantinha calmo apesar das tensões dos jogadores. Graças a sua provocação, Nicolas parecia ainda mais irritado e descontando na bola só pra mostrar o quão forte ele era. Não para o time adversário, mas para Milles.

A sua mudança de foco era tão nítida que o alfa queria rir.

Ao menos, a pressão sobre seus ombros diminuíra consideravelmente.

Quando Nicolas fora para o saque fizera uso do famigerado saque flutuante. Sua mira era a rede, tornando o balanço da bola estável como uma pena. A questão era que o time adversário demonstrara não saber receber bem a bola, o que garantia a frente do placar para Montreal.

Milles não desgrudava os olhos de Maicon. No mesmo nível de concentração que Gabriel tinha outrora, aquele adversário focava em Nicolas. Por que tinha que sempre olhá-lo? Por que raios ele havia escolhido o ômega para ser o seu nêmesis.

Maicon abrira um sorriso alegre quando recebera a bola de Nicolas, mesmo perdendo um ponto. Aquilo simplesmente emputecera o alfa. Quais seriam as chances de aquele verme maldito ter colocado o ômega como seu rival por estar atraído por ele? A pulga que Milles tinha atrás de sua orelha não parava de lhe sussurrar aquela possibilidade.

Se ele mesmo havia criado toda a rixa entre eles por admitir que Nicolas era bom, porque outras pessoas não fariam o mesmo? E olha só no que deu... Ele e o maldito baixinho em uma relação cheia de nós.

A fúria enciumada fora tanta, que Milles aproveitara o rodízio em que lhe permitira o saque para extraviar um pouco o seu fogo. Suas bolas foram direcionadas para Maicon, que se encontrava ao fundo da quadra, e com força total.

Quanto mais pensasse naquela mísera possibilidade do maldito poder gostar de Nicolas, mais potente eram seus saques. Até mesmo o seu time ficara boquiaberto com a fúria iminente de seus saques, apesar de terem conseguindo três pontos seguidos naquela brincadeira perigosa.

Até que Maicon conseguisse receber bem a bola e retorná-la para o adversário.

O bloqueio do adversário se erguera no mesmo instante em que Nicolas saltara para fazer o corte. Porém, o ômega tivera a habilidade de aguardar alguns segundos para que o pulo dos bloqueios caísse, e assim finalmente cortar por cima deles e marcar o ponto.

Fora a pontuação mais impactante de Nicolas desde que entrara em quadra. Permanecer no ar por mais tempo apesar de sua altura, e ainda fazer ponto acima do bloqueio que era mais alto que ele.

Um sorriso orgulhoso surgia nos lábios de Milles.

— Podem me imitar à vontade, mas nunca chegarão aos meus pés. — Zombava Nicolas com seu sarcástico sorriso.

A partir daquilo, a marcação em cima de Nicolas ficara mais pesada. Onde quer que ele corresse ou pulasse, o bloqueio estaria na sua frente.

Assim como Milles esperava.

Movendo os dedos em suas costas, o alfa direcionava o restante do time. Recebendo a bola do saque adversário, Bruno levantara a bola tendo Nicolas já correndo e pulando o mais alto pronto para recebê-la. O bloqueio reagira o seguindo, porém a bola não havia sido direcionada ao baixinho.

E sim para Boyle que estava na ponta.

Fora Boyle quem fizera o terceiro toque e marcara pontos fugindo do empate. Milles fechava o punho celebrando a vitória de sua pequena estratégia. Era esperado que eles focassem nos mais fortes do time, mas não significaria que Montreal era ruim. Haviam outros jogadores competentes esperando a sua vez para brilhar.

E com o foco todo sobre Nicolas, o time adversário abriria a brecha para que outro jogador marcasse pontos. Desde então o adversário não saberia quando Nicolas seria isca novamente ou não. Ainda ficavam completamente aturdidos quando seguiam apenas a bola, e ela repentinamente parava na mão daquele baixinho que já estava no seu ponto alto do salto, fazendo seus ataques rápidos.

Com a mudança nas posições da rotatividade, Milles ficara atrás cuidando da defesa. Maicon parecia retribuir o seu favor, jogando os saques em sua direção com toda força. A diferença era que o alfa conseguia receber bem com manchetes e direcioná-las para Bruno.

O jogo seguia empatado, quando um time conseguia fazer um ponto o outro marcava logo em seguida. Todo o time já estava cansado, e as pausas feitas para diminuir o ritmo frenético da partida não ajudavam a retomar a motivação necessária.

Pisando na quadra, Milles conseguia sentir toda a energia de um inferno o cercar. Era como se estivesse rodeado por vulcões em erupção, com lava escorrendo pelas rochas e queimando seus pés. Mesmo que pulasse de um lado para outro, não conseguia fugir daquela queimação.

Já estava ficando frustrado de ter que lidar com aquele maldito empate. O adversário parecia ter se acostumado com os ataques rápidos de Nicolas, conseguindo bloqueá-los algumas vezes. Com quinze pontos, eles tomaram a frente depois de retornarem da pausa.

Por ser o último set com o adversário na frente, Montreal estava começando a ficar desmotivada em quadra. A única pessoa que se mantinha concentrada com um sorriso débil e olhos arregalados como se gostasse daquela maldita situação era Nicolas.

Milles podia ouvir seus pensamentos chamando pela bola.

"Venha até mim".

"Corte para mim".

"Vou te destruir".

Estava ele simplesmente parado, se divertindo com a adrenalina daquela partida. Sendo graças a ela que Nicolas conseguia correr e saltar ainda mais alto e fazer cortes ainda mais fortes. Quanto mais forte fosse o seu adversário, mais excitado ficava Nicolas.

Milles sentia tudo aquilo através da mordida.

O levantamento fora feito e Nicolas fora direto para o salto. O bloqueio não parecia forte sobre o ômega, ficando espaçado o suficiente para cobrir Boyle também. Estavam tomando prevenções independente de quem cortasse.

Pelo lado de fora da quadra, correndo rente à rede, Milles saltara cortando em diagonal conseguindo um ponto. Tivera de tomar todo o cuidado para que não batesse na rede, e o controle de sua força para que não jogasse a bola para fora. Fora um sucesso.

A estratégia de obrigar o atacante adversário a jogar diretamente para o líbero fora retomada para evitar mais pontuações. Porém limitaram-se a fazer aquilo somente com Maicon, que era o mais forte nos cortes. O líbero tivera um grande trabalho para lidar com a força recebida, tendo seus braços ficando avermelhados e ardidos.

O placar virara quando Bruno fizera a brilhante jogada de Gabriel, onde ao segundo toque ao invés de levantar a bola a cortara rente à rede fazendo a bola cair baixo e marcar o ponto. Uma finta que o bloqueio certamente não esperaria acontecer, já que o rapaz pulara alto como sempre fazia ao preceder seu levantamento.

Apesar de terem evitado à todo custo o ritmo frenético em quadra, fora impossível fugir dela. Principalmente quando estavam no set point. Montreal precisava de um ponto para vencer. O adversário não entregaria os pontos tão facilmente, tornando a marcação mais evidente sobre Nicolas que se encontrava na rede novamente.

Um rally comprido iniciara aquela guerra sangrenta. Nenhum dos lados cedera mantendo a bola ao alto deixando os jogadores tensos sem desgrudar os olhos da bola. Quando Maicon cortara para o outro lado, a bola estaria prestes a quicar no chão e marcar ponto se não fosse por Bruno se jogar na quadra com o braço estendido salvando a bola.

Droga!

O levantador que fizera a recepção. Ele não poderia mais tocar na bola.

E pela jogada desajeitada dele, a bola estava prestes a ir para fora o que daria ponto pro adversário. O que fariam empatar dando abertura pra outra escola marcar pontos.

Não.

Não enquanto Milles Mckenzie fosse o capitão.

Correndo o mais rápido que podia, Milles não desgrudara os olhos da bola. Independente de onde ela fosse, o alfa não deixaria aquela maldita bola encostar no chão. Não entregaria a sua vitória daquela maneira.

Saltando além da capacidade de seus músculos, Milles estendia as mãos podendo tocar na bola. Movera os dedos fazendo o levantamento de volta para a quadra, olhando diretamente nos olhos da única pessoa que era capaz de corresponder em sua alta velocidade e força para marcar o ponto necessário.

Fora a primeira vez que Milles fazia levantamento, principalmente em um momento arriscado como aquele. Precisara de muito controle para que o toque da bola permanecesse nas pontas dos dedos, e que toda sua força se concentrasse naqueles pequenos pontos dando à bola orientação para devolver à quadra.

Por conta do curso que a bola tivera fora da quadra, depois de fazer o levantamento, Milles fora de encontro com a mesa de jurados em um impacto forte.

Na quadra, Nicolas havia notado a corrida de Milles e já se preparava para atravessar a quadra e saltar. Mesmo com o levantamento sendo feito atrapalhado, o ômega fora capaz de fazer um corte rente à linha limite da quadra passando raspando pelo bloqueio.

O apito soara.

Ambos os times sem saber para onde olhar. A quadra ou para a mesa dos jurados que virou com um alfa caído ao chão.

Mas o ginásio fora preenchido pelos gritos eufóricos da torcida quando o juiz declarara a vitória do time Montreal.

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