"Cara, aquela montanha é enorme, pra que contruir uma escola no topo dela?" Toga pensa observando a enorme montanha no centro da cidade, no topo dela, um enorme prédio com arquitetura grega. Aquela era Olimpia, seu destino final.

O motorista olhou pelo retrovisor, a orc tinha a pele verde clara, seus olhos eram castanhos, seu cabelo ruivo, liso e longo era jogado para a direita e raspado na esquerda, era alta e musculosa e seus caninos inferiores saltavam para fora da boca, ele notou seu olhar de tédio sobre a escola e decide quebrar o gelo.

Motorista de Uber: É a sua primeira vez em Ivory?

Toga: É.

Motorista de Uber: Pelo nosso destino você deve ser uma Semideusa, não é?

Toga: Aham.

Motorista de Uber: De qual escola você é?

Toga: Natureza.

Motorista de Uber: Ah, a cidade tem muito respeito por essa escola porque… puta merda.

Toga: O que que foi?

Motorista de Uber: A gangue Tartarus./ Ela olha a frente e vê um grupo de três pessoas armadas parando carros em uma fila única.

Motorista de Uber: Esses desgraçados vivem bloqueando partes importantes da cidade e cobrando pras pessoas passarem. Semana passada até roubaram um dos meus clientes!

Toga: Não vou ficar esperando, eu tô com pressa./ Ela diz saindo do carro.

Toga: Fica ai,eu resolvo.

Motorista de Uber: O que você tá fazendo?!/ Ele pergunta em pânico enquanto observava a orc caminhar calmamente até o grupo.

Toga: Ei, libera a fila! Eu tenho mais o que fazer.

Tartarus A: Quem tu acha que é o pele verde?! Volta pra porra carro antes que a gente te encha de chumbo!

Toga: Eu não tô pedindo. Dádiva da Natureza: Jardim de Perséfone! 

O chão começa a tremer e rachar embaixo deles e logo três raízes enormes saem do asfalto e se enrolam nos bandidos como cobras, os fazendo entrar em pânico, gritar e se debater.

Toga: Da próxima vez que eu mandar vocês saírem da minha frente é melhor obedecerem. 

Ela diz dando às costas e caminhando calmamente em direção ao carro. As raízes começam a se mexer violentamente, balançando os bandido no ar e depois os arremessando para longe, elas voltam para debaixo da terra deixando apenas os buracos e rachaduras no chão.

Toga: Pode ir agora./ Ela diz se sentando novamente no banco de trás.

motorista estava em choque com as ações da orc, porém ele obedece. Espero que ninguém ligue pra esses buracos. Ela pensa vendo o estrago que sua Dádiva havia feito, mas logo suas preocupações desaparecem quando eles voltam para a estrada. O motorista parecia tenso e suava muito, mas não ousou dirigir a palavra a Toga.

Toga: Tudo bem?/ Ela pergunta percebendo o desconforto do homem.

Motorista de Uber: Não é nada.

Toga: Você tá suando pra caralho, tem certeza que tá tudo bem?/ Ele fica em silêncio por um tempo antes de tomar coragem para falar.

Motorista de Uber: V-Você simplesmente… enfrentou os Tartarus…

Toga: Enfrentei, e daí?

Motorista de Uber: Eles vão vir atrás de você…

Toga: Acredite, eu sei me cuidar.

Motorista de Uber: Disso eu não duvido, mas não quero estar perto quando eles vierem.

Toga: Tá com medo deles?

Motorista de Uber: Escuta, eu não sei usar nenhuma dádiva, eu sou um mortal não um semideus, não posso ficar enfrentando esses caras.

Toga: E por que você acha que o seu tá na reta? Quem enfrentou eles fui eu.

Motorista de Uber: Eu prefiro não arriscar.

Toga: Tá bom cara, só me leva pra onde eu tenho que ir e você vai poder limpar a cueca depois, beleza? 

Não houve resposta. Mais alguns minutos se passam até que eles chegassem ao pé da montanha, Toga pega suas malas mas antes que pudesse  pagar o motorista, o homem pisa fundo e sai cantando pneu.

Toga: Esse cara tem mesmo medo dessa ganguezinha…

Ela observa o lugar, várias filas se estendiam à frente de alguns elevadores que levam ao cume da montanha. Ao ver o tamanho das filas, que davam volta no quarteirão, Toga diz para si mesma: 

Toga: Mas nem fudendo que eu vou ficar esperando. 

Ela tira uma carta do bolso. "Hora de usar os privilégios de ser uma estudante prodígio." Toga pensa se dirigindo ao começo da fila onde um homem-gorila supervisionava o elevador e antes que ele a mandasse para o fim da fila, ela lhe entrega a carta.

Segurança: Tudo certo, pode entrar.

Pessoa na fila: Ei! Por que ela pode passar na frente?!/ Alguém na fila reclama vendo-a furar fila.

Segurança: Se tu abrir a boca de novo, tu vai voltar pro fim da fila.

Pessoa na fila: Tá achando que eu tenho medo macaco?!/ Ele vai pra cima do segurança mas é nocauteado com apenas um soco.

Segurança: Pronto, agora tu não precisa se preocupar com alguém passando na sua frente. 

Toga, que assistia a cena com um sorriso no rosto, entra no elevador e aperta o último andar. O elevador começa a subir lentamente. Tô vendo que isso vai demorar.

Ela mal termina esse pensamento e a velocidade do elevador começa a aumentar, até que ficasse tão rápido que ela não conseguisse ficar em pé. Então um forte tranco faz a orc bater as costas no teto e depois cair de barriga no chão.

Puta merda, depois dessa eu nunca mais reclamo de gente lenta. Ela se levanta lentamente com as mãos massageando a cabeça.

As portas do elevador se abrem e Toga contempla pela primeira vez a entrada de Olimpia, um lance de escadas levavam ao saguão principal, no centro dele, estava uma enorme estátua dourada em homenagem a Zeus segurando um raio, à sua volta, várias pessoas andavam de um lado para o outro e separando a entrada da escola, uma grande recepção fazia o check-in dos alunos. 

Toga: Caralho.../ Foi a única coisa que ela pode dizer diante do brilho dourado da estátua.

Mas a hora de ficar boquiaberta havia acabado, Toga se recompõe do choque, e desce as escadas para ir até a recepção. Alguns grupos de pessoas olhavam a orc de um jeito estranho quando ela passava, mas não era nada que ela já não tivesse enfrentado antes.

"Perderam o cu na minha cara foi?" Ela pensa enquanto devolvia os olhares. Toga chega a recepção.

Recepcionista: Posso ajudar?

Toga: Vim fazer check-in.

Rececionista: Nome, por favor?

Toga: Toga Wood-Beast.

Recepcionista: Passaporte.

A orc tira seu passaporte do bolso e o entrega a recepcionista que o analisa brevemente antes de devolvê-lo junto com uma tira de papel com um nome e um número: Zakk Hammond, 103.

Toga: Uh, o que é isso?

Recepcionista: É o número do seu dormitório e do seu colega de quarto.

Toga: Colega de quarto? Que colega de quarto?

Recepcionista: Não foi informada disso quando fez sua matrícula?

Toga: Não, não tem como eu ficar sozinha?

Recepcionista: Infelizmente não, mas você pode mudar de colega de quarto se ele te der problemas.

Toga: Tá, obrigado mesmo assim.

Ela diz saindo e indo até uma área com alguns bancos. No meio da multidão ela reconhece um rosto, sentada sozinha em um dos bancos, com os cabelos brancos e lisos que vinham até a nuca, os olhos azuis, a pele morena, as orelhas pontudas e vestindo um uniforme feminino, estava sua melhor amiga.

Toga: Lorelai!/ Ela chama a elfa negra que se levanta para abraçá-la.

Lorelai: Até que enfim, eu estava começando a ficar entediada./ As duas se sentam.

Lorelai: Por que demorou tanto?

Toga: Tive uns problemas na estrada.

Lorelai: Trânsito?

Toga: Não, uma gangue queria parar a gente, então eu dei um jeito neles.

Lorelai: Você usou dádivas da natureza neles? Você sabe que elas causam um estrago danado no chão né?

Toga: A culpa não é minha, é de quem criou elas.

Ela desvia o olhar de sua amiga e acaba o deixando em um grupo de três pessoas que se sentavam próximos a elas.

O mais alto deles era um lobisomem com o pelo branco e os olhos cinzas, ele vestia uma armadura negra e protetores de braço.

A outra era uma vampira de cabelos ruivos, longos e cacheados, sua pele era extremamente pálida, os olhos eram vermelhos, ela usava o uniforme feminino da escola.

E o mais baixo deles aparentava ser um humano, seus cabelos negros e ondulados iam até a nuca, seus olhos eram vermelhos, sua pele era tão clara quanto a de sua amiga e seu uniforme era uma mistura dos uniformes masculino e feminino.

Esse último acabou chamando muito a atenção de Toga, e sua amiga percebe porque acaba dizendo:

Lorelai: Aqueles três são verdadeiros prodígios.

Toga: O que?

Lorelai: Aqueles três que você tá secando. O Lobisomem é um prodígio da Escola da Guerra, a Vampira do Fogo e o Dullahan da Morte.

Toga: Ah, então o nanico é um dullahan. Tem certeza que ele é tão foda assim? 

Lorelai: Eu tambem tinha duvidas mas aconteceu uma coisa mais cedo que.../ Ela fica em silêncio de repente.

Toga: Que o que?

Lorelai: Só escuta…

Mais cedo…

Recepcionista: Aqui está o número do seu dormitório e o nome do seu colega de quarto.

Lorelai: Morgana vix? Quem é?

???: Essa seria eu.

Uma voz diz atrás de mim,eu me viro e dou de cara com aqueles três, a tal da Morgana estende a mão e eu aperto.

Morgana: E você é?

Lorelai: Lorelai Silvan, prazer.

Morgana: Muito prazer, esses aqui são meus amigos, o grandão é o Ulfric e o baixinho é o Zakk.

Ulfric: Prazer./ Os dois me cumprimentam.

Morgana: Já que vamos ser colegas espero nos darmos bem.

Lorelai: Eu também.

Morgana: Espera a gente terminar aqui, ai podemos conversar um pouco.

Os três passam por mim e o baixinho dá uma olhada de canto de olho na minha direção. Não sei explicar,mas quando aqueles olhos vermelho-sangue me encararam, mesmo que só por um instante, eu senti um puta calafrio na espinha, eu só tinha me sentido assim uma vez na vida e foi assistindo filmes de terror quando criança, aquele cara fez meus instintos de sobrevivência ativarem só com um olhar!

Morgana: E ai, de qual escola você é?

Lorelai: Hum?

Morgana: Sua escola, qual é?

Lorelai: Ah, T-Trovão.

Ulfric: Hehe, não vejo alguém da escola do Trovão des do fundamental. 

Lorelai: Não é qualquer um que domina a tempestade.

Zakk: Se está aqui, você deve ser uma exceção.

A voz dele era fria, nunca ouvi uma voz tão cortante quanto a dele, fiquei surpresa dele ter dirigido a palavra a mim.

Lorelai: Bem, eu nunca tive dificuldade.

Morgana: Uma prodígio? Que coincidência, nós também somos!

Lorelai: É mesmo? De quais escolas vocês são?

Ulfric: Eu sou da Guerra, Morgana do Fogo e o Zakk da Morte.

Lorelai: Ah, é mesmo?

Agora eu tinha entendido, só um semideus da morte é tão frio e assustador assim, nessa hora meus instintos estavam gritando para que eu inventasse uma desculpa e dar o fora dali, mas eu não precisei, alguém cometeu o grave erro de atrapalhar nossa conversa.

???: Olha se não é o desgraçado do Ulfric!

Um garoto se aproxima de nós, ele era tão alto quanto o Ulfric, tinha o cabelo negro, liso, curto, crespo e fazia um topete, os olhos verdes, ao invés de pele ele tinha escamas azuis, uma cauda de tubarão balançava de um lado para o outro como se ele estivesse nadando e ele vestia o Uniforme masculino da escola, ele era acompanhado de outros dois homens-tubarão.

Ulfric: Galahad…

Galahad: Parece que é nosso dia de sorte! A puta da Morgana e o lixo do Zakk tão com ele! Acharam mesmo que iam se safar depois de terem me passado a perna?

Quando ele chamou o Zakk de lixo eu sabia que  era questão de tempo até ele atacar, e eu estava certa, o Dullahan passou na frente do Ulfric.

Zakk: Da última vez eu cometi o erro de deixa-los sairem ilesos, dessa vez vai ser diferente.

Um dos homens-tubarão se irrita e vai pra cima dele tirando uma faca do bolso. Eu achei que ele iria usar uma dádiva e iria apagar o cara da existência, mas não, ele ficou parado e deixou o cara esfaquear ele, uma facada no peito, depois dois cortes na barriga e por fim um corte fundo no pescoço. Eu tava pronta pra sair correndo com o Zakk ensanguentado nos braços, mas não precisei, não tinha uma gota de sangue saindo dele.

Zakk: Dádiva da Morte: Olhar do Juiz!

Ele recita e um flash de luz vermelha sai dos olhos dele iluminando o homem-tubarão que não teve como reagir, logo, vários cortes nos exatos lugares em que o Zakk foi ferido se abrem no capanga e começam a jorrar sangue, o dullahan estava completamente ileso e antes que seus amigos interferissem,vo homem-tubarão cai morto no chão.

Galahad: Não!

A voz do tal de Galahad falha e ele salta pra trás como uma criança assustada, o capanga restante vai pra cima do dullahan com sua faca pronta pra atacar. Zakk desvia pra esquerda e agarra o braço do capanga.

Zakk: Toque de Hel!

O braço do capanga começa a congelar rapidamente e quando está congelado por completo, uma pressão do Zakk é o suficiente para estilhaça-lo. O homem-tubarão grita em pânico e sai correndo, deixando seu líder para trás.

Zakk: Ainda quer lutar? Se sim, quer com ou sem o Olhar do Juiz?

Antes que ele conseguisse uma resposta, o peito de Galahad é atravessado pela mão do Ulfric, Galahad estava morto em segundos.

No presente…

Toga: O nanico vai ser meu colega?/ A elfa balança a cabeça em sinal de sim.

Toga: E você assistiu essa cena toda sem fazer nada?

Lorelai: Queria que eu fizesse o que? Tentasse impedir pra eu acabar morta também?

Toga: E a escola? Simplesmente deixaram acontecer?

Lorelai: Claro que não, o Ulfric levou um esporro de alguns funcionários.

Toga: Só isso? Ele devia ter ido preso!

Lorelai: Aparentimente, você pode matar na escola mas a punição é bem mais leve.

Toga: E qual seria essa punição?

Lorelai: É uma coisa que eles chamam de exílio, mas eu não sei bem o que é.../ O rosto da elfa fica esbranquiçado com algo atrás de Toga.

Zakk: Eu odeio que falem de mim pelas costas…/ A voz do dullahan soa detrás da orc que gela instantaneamente.