Chereads / A Vilã da Ópera / Chapter 1 - Prólogo

A Vilã da Ópera

GiKawamura
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Synopsis

Chapter 1 - Prólogo

Pensar que tudo poderia mudar assim só podia ser uma má sorte dos infernos ou uma grande jogada de sorte. Ver que a nova geração de nobres estava pronta para competir pela coroa do império fazia pensar que talvez as coisas pudessem melhorar, mas no fundo todos sabiam que nenhum deles tinham a visão das pessoas a baixo da elite.

Eles não sabiam.

O mais chocante para o público ultimamente era uma garota de dezenove anos ainda não ter dado sua primeira aparição na sociedade. A primeira filha mulher do governante na região Sul do império.

Talitha Miykal.

A primeira filha do rei das forças armadas do império, sua rosa escondida no mais lindo dos jardins. Ficar imaginando sua aparência era realmente um desafio, dizem que seus cabelos são prateados e seus olhos são um tom vermelho escarlate, mas quem teve a chance de ver por perto pensa ter visto algo a mais naqueles olhos.

A lâmina girou e girou nos dedos da assassina sentada de frente ao corpo recheado de cortes e hematomas em lugares pensados para fazer a pessoa se convulsar de dor e ainda assim permanecer com consciência. Ela havia aprendido a gostar desses momentos, tirar prazer deles já que era o único momento com um pouco de emoção em sua vida, entretanto já estava ficando muito chato. Repetitivo demais.

--- É a melhor época do ano sabia? Ver todos esses nobres competirem é uma grande diversão para os plebeus. Não acha? --- A assassina se virou de costas ao homem ajeitando a máscara que começava a sufocar o pouco de ar que a sala minúscula e sem ventilação proporcionava.

Ele mal piscava em sua direção, não ousava se mexer quando a pequena adaga dançava em seus dedos. O homem tinha descoberto com muita facilidade o que aquela pequenina lâmina podia fazer.

--- Fico agradecida por não estar lutando tanto, houve outros três vezes maiores que gritavam como se isso fossem os libertar --- Ela agradecia pelo pedaço de tecido abafar sua voz, esconder qualquer imagem possível.

A assassina segurou o rosto do senhor, o polegar apertando a ferida ainda recente que pintava sua luva com um tom mais escuro. Sua paciência tinha ficado muito rasa com o passar dos dias, o dia mais importante para o império se aproximando cada vez mais rápido.

Uma esperança mentirosa.

--- É uma pena desperdiçar um rostinho tão lindo quanto o seu.... Mas o que eu posso fazer? --- A lâmina se levantou --- Não podemos julgar ninguém pela aparência não é?

Ela podia ver os olhos de vidro do homem racharem, fora uma visão tão prazerosa. Poder forçar todas as suas angústias em uma vida marcada pela má sorte, a assassina poderia sentir um pouco de remorso pelo medo que viu naquele olhar suplicante.

--- Agora --- A ponta de ferro se aproximou da íris castanha que tremeu ao vê-la tão perto --- Você tinha umas respostas a fornecer.

Ele pediu ajuda a um deus, qualquer um que pudesse salvar sua alma insignificante, mas nenhum milagre aconteceu.

Não havia deus que ajudasse a pessoa que cruzasse seu caminho.