O diretor recebe mais uma mensagem no celular advertido que seu filho está atrasado no estágio.
Dr. Ma Xiao Chen coça a cabeça, ele pediu um favor para seu filho que é apenas entregar os medicamentos da senhora Ma, e voltar, mas já faz duas horas e nada de aparecer, fora que as ligações sempre caem na secretária eletrônica.
Ele suspira não é um comportamento digno de seu filho, sempre o ensinou a ser pontual com seus compromissos e ele absorveu esse conhecimento, nunca acordando um minuto a mais e sempre adiantado quando algo é marcado. Mais uma vez ele liga.
"Esse número está impossibilitado de atender esta chamada, por favor deixe sua mensagem na caixa eletrônica após o bip.
Bip...."
Ele desliga, essa seria sua sétima chamada, fora que ligou para os amigos mais chegados dele que também não sabe de seu paradeiro, um certo receio atinge, pensando no pior, desde da morte de sua esposa Ma Xiao Chen é perturbado com essa sensação sufocante, quando algo está errado longe de seu quadrante o chão não é firme, quando pensa em ligar para um amigo da polícia ele recebe um telefonema de sua secretária.
"Diretor Ma, seu filho está indo ao seu encontro." A mensagem é breve, mas causa um grande alívio em seu peito.
"Tudo bem, obrigado." Desliga.
Dois minutos ele ouve batidas na porta.
"Pode entrar."
Ele se recompôs em sua cadeira executiva preta, transparecendo seriedade e ordem, apesar que é seu filho ele não amoleceria e executaria a punição, pois no futuro além de ser um médico consagrado é seu próximo sucessor.
Ma Young-Nam entra, uma aura segura e tranquila o cerca certificado que em suas palavras somente a verdade será dita e isso é meio caminho andado. Com as mãos para trás Ma Young-Nam espera sua punição, em sua política ele nunca exigiu privilégios e um acordo com seu pai advertiu em ser tratado como qualquer outro subordinado que trabalhasse para ele. O Dr. Ma dá início ao seu discurso.
"Eu lhe pedi para entregar os medicamentos da senhora Ma, o que aconteceu durante esse percurso que o fez se ausentar por mais de duas horas? O diretor da sua faculdade e o Dr. Bo responsável por sua turma de estágio não param de notificar querendo saber seu paradeiro. Espero que tenha uma ótima história para que compadeça e não receba uma advertência tão pesada." O seu tom é rude, e não havia calor em suas palavras, Ma Young-Nam nunca foi repreendido de tal forma, mas agora ele não era seu pai e sim um estagiário em seu hospital. E tinha que esclarecer como tal.
Ma Young-Nam pigarra limpando sua garganta para que as palavras soassem melhor.
"Eu fiz o que senhor pediu. No meio do caminho encontrei o filho dela desmaiado na calçada devido a uma desidratação, peguei e fiz os procedimentos de emergência após isso levei em sua casa. Entreguei os medicamentos e ela convidou para almoçar, não recusei e aceitei o pedido e esqueci do tempo."
"E seu celular?"
"Esqueci dentro do carro." sua postura continua ereta não desviando para esquerda ou direita.
"Hum." Ma Xiao Chen pensava em uma punição adequada.
"Peço perdão diretor Ma, não haverá próxima vez o erro foi meu e responsabilizo por qualquer penalidade." As sombrancelha se junta formando um vinco entre elas em questionamentos, ouvir seu filho falar assim não chamando de pai é estranho, mas ele continuou a sua interpretação dirigindo sua repressão.
"Só vou falar uma vez e quero que leve para vida inteira, quando um paciente estiver em caso de vida ou morte esperando um cirurgião cardíaco para operar, um segundo representa metade de sua vida, um atraso de dois minutos é falecimento. Então futuro Dr. Ma, antes de vestir o jaleco e sai autoproclamado como médico repense sobre suas atitudes, pois nessa profissão a vida de uma pessoa equivale mais do que nossos prazeres." Advertiu, alertando sobre suas escolhas.
Ma Young-Nam entende tudo que foi dito já que desde o momento que escolheu essa profissão o fardo foi posto em seus ombros, porém ouvir de uma pessoa cujo está no ramo há vinte anos e as mãos já salvaram ministros, oficiais de alta patente do governo, é bem vergonhoso. Esse sermão serve como aviso futuro para não manchar a reputação da família Ma, e principalmente de seu pai.
"Sim senhor." Seu tom de voz diminuiu decepcionado, mas não arrependido.
"Fará turno extra para recuperar o tempo perdido e enviará amanhã uma carta com cinco mil palavras escrito a mão, condolência para o diretor da faculdade. Você pode se retirar."
***
Ma Young-Nam após um banho vestiu sua roupa para o trabalho, sua mente flutua para aquele momento na casa de sua tia, as provocações de Ma Hui Ying, distraído não percebe a entrada de seu amigo de forma sorrateira.
"Está atrasado." Essas duas palavras jorrando ironia, fez Ma Young-Nam ignorar o que há por vir, seu amigo íntimo o zomba desde o momento que ele confessou que amava (como homem e mulher) seu primo postiço. Encostado a cabeça no armário metálico de braços cruzados, observa a atitude calma quase glacial dele ao arrumar a gravata. Sem resposta ele assume para uma outra personalidade, a de fofoqueiro.
"Fiquei sabendo que recebeu uma chamada do diretor por demorar em um único serviço, por Deus ele pensa que fez um serviço comunitário para o necessitado e não ir lá para flertar! Imagine se seu honorário pai descobrisse que seu filho é gay, e que além está a fim de patrocinar um incesto." Zheng Yu solta um riso vitorioso, mas seu amigo apenas ajeita a gravata mantendo sua postura anterior, as orelhas de Zheng Yu entram em combustão, as atitudes frívolas de Ma Young-Nam o irritavam, não havia salvação para um cara apaixonado então para que brigar com a montanha? Ele continuaria jorra ácido e a montanha continuaria intacta sem um arranhão.
"Trepar com a secretária lhe fornece ótimos assuntos, você é capaz de rebaixar para conseguir algo. O convite para o inferno é somente de ida."
"Seu! Seu! Você é o próprio demônio!"
"Por que somos amigos? Poderia vender seu segredo para os tabloides!"
"Venda, mas não esqueça, sou um prodígio em cirurgia."
Zhang Yu cobre com as duas mãos o seu amado pau, imaginando a vida sendo cruel com ele. Pobre Yu, ele achava que fazer amizade com um Ma proporciona uma sombra fácil de prestígio e rosas, mas tudo que fez foi assinar um acordo com o demônio cujo único segredo custará sua mortalidade.
O chefe da seção encara Ma Young-Nam com poucos amigos, muitos alunos que terminará estavam prontos para ir para seus dormitórios, ele achava que iria para casa cedo e rever algumas coisas no conforto de seu lar, porém eles foram estragados graças a esse jovem. E agora tinha que completar horas extras apenas para acompanhar o aluno irresponsável, Zheng Yu tinha que ir embora já que completou com o horário e ficou receoso por deixar seu companheiro sozinho, sabendo que o instrutor é um homem cruel quando algo vai contra seus planos. Entretanto, Young-Nam sabe cuidar de si, e ele vestiu sua máscara de integridade e ótima pessoa que vem usando quase a vida toda, ele não fará o instrutor comer veneno graças a seu bom humor.
"Ma HuiYing, por favor me passe a receita!"
Zhang Yu contempla o poder desse jovem sobre seu melhor amigo. E saí.
No colégio, Ma Hui Ying risca qualquer palavra no papel, nela tem vários desenhos e palavras sem sentido espalhados mal prestando atenção na aula. A última vez que vira seu primo foi em uma festa familiar e o sentimento de amargor e saudade entraram em si, hoje, a mesma coisa. Quando esses sentimentos irem embora? Faz tantos anos, dizem que quando nutre algo por muito tempo difícil é largar, igual um fumante ou um alcoólatra, assim como seu pai morreu pela bebida ele morreria de amor por Ma Young-Nam.
A frase de seu amor renegado flutua e uma esperança morta ressuscita lhe causando um frio na barriga, um leve formigamento dentro de seu coração. A fresta da porta da promessa mostra uma luz em sua paixonite infantil contudo, o mundo é cruel, com ela, uma antiga lembrança de seu primo sendo beijando por uma bela dama bem na sua frente.
"Aquele vadio, prometeu céus e terra, mas no final foi ao vento!"
A luz foi apagada a porta batida e trancada com chave e correntes. Nessa história ele não é a princesa e sim a eterna borralheira.
Seu amigo - um gay travestido de pele branca feito giz, corpo esguio, rosto oval - brinca com seus lábios que contém uma camada grossa de gloss, e um prendedor elástico no topo de sua franja longa e preta. Debaixo de sua carteira ele navega pelo celular observando perfis no Weibo, curtindo, comentando fotos e status... até que ele para em um perfil e envia mensagens para o companheiro atrás. Ma Hui Ying cola seu rosto no livro se auto flagelando sobre suas dores e ouve a vibração de seu telefone, ele muda de posição e como se estivesse dormindo e verifica a mensagem, o remetente é o seu amigo que ele apelidou carinhosamente de "Tu Jin" - seu nome é Quon Jin - pois ele é um grande pervertido.
"Acabei de olhar o perfil de Deus."
Ma Hui Ying revira seus olhos não precisando saber quem ele estava falando.
"Não quero saber! Para mim ele é o próprio diabo!" escreve insatisfeito, faz poucas horas que se livrou mesmo assim a praga insiste em ficar em seu ciclo.
"Tanto faz, ele postou uma foto ma-ra-vi-lho-sa! Utilizando uma camisa social justo e calça jeans escuro, fora aquele jaleco branco! Perfeito! ;)"
"Ok, ele não chega aos pés dos meus ídolos."
"Bicha é cega? Ele é o projeto de idol! O corpo dele é perfeito, definido, rosto alinhado, uma ótima educação e rico! Fora que ele é naturalmente coreano!"
"Mas..." Ma Hui Ying tenta encontrar algum defeito, mas não acha batendo com os dentes, não tem como praguejar contra deus. "Não enche meus olhos." Escrever com desdém. Quon Jin envia a foto para que a cegueira de seu amigo cure.
Ma Hui Ying levanta em choque vermelho feito morango maduro, a mensagem embaixo da foto enfurece ainda mais.
"Ele é seu futuro marido. 2333*"
(*233= risos)
Com o pé ele empurrou a carteira fazendo seu amigo bater o rosto na mesa e alertando a turma e o professor, ambos guardam seus telefones e Ma Hui Ying expressa um sorriso maldoso em agradecimento.
"Você pode ser menos cruel?" acaricia a marca vermelha em sua testa, por ser branco demais qualquer coisa o deixa marcado.
O sol fraco se põe em crepúsculo o ar espesso devido a poluição dois jovens caminham para casa, a bicicleta de Ma Hui Ying foi quebrada durante o percurso pelo seu amigo.
"Isso é pela minha condução! Como você pôde?"
"Já pedi perdão, quer que me ajoelhe e lamba seus pés? Está no conserto vai sair da minha mesada!" Diz de forma delicada afinando sua voz.
Seu dia foi péssimo, ao fazer uma boa ação quase morreu de isolação térmica, depois foi salvo pelo seu inimigo, agora com a bicicleta quebrada não tinha como sair de casa mais tarde com o calor sua única companhia é a sombrinha roxa berrante.
"Favoritei a foto, seu primo vêm mudando bastante, claro, para melhor."
"hum."
"A geração da família Ma é prestigiada em beleza, olha você, tem um rosto imaculado de um anjo mesmo nesse calor ela é suave ao toque, a beleza de uma rosa branca em seu auge, lábios vermelho carmim e um corpo delegado digno de uma dama, e enquanto a mim? Utilizo de todos artifícios cosméticos e nunca terei um terço da genética de sua família. Me explique o segredo?"
"Genética." afirma.
Quon Jin bate em seu rosto três vezes insinuando sua insignificância, nem a mudança de sexo poderia alcançar um grau de beleza que seu amigo tinha enraizado.
"A princesa só precisa de um príncipe." Quon Jin adora irritar ele com esse assunto, todas as vezes que ele insinua o nome de Ma Young-Nam, Ma Hui Ying ressuscita uma bruxa furiosa adormecida em seu belo corpo cuspindo fogo pelas ventas, porém ele não liga.
"Eu sou grande fã de Ma Young-Nam, sigo em todas redes sociais que estiver ele é um Deus grego, mês passado minha mãe sofreu uma queda e foi atendido por ele, tive o privilégio de contemplar sua face...."
Ma Hui Ying trava em seu celular, e uma gota de suor escorre pelo seu corpo, seu melhor amigo sabe de seus segredos e quando está chateado gosta de esfregar sal em suas feridas, contudo, ele continuou a ignorar mexendo no tele móvel.
"...super gentil, um exemplo ótimo de médico. Mas quando ele soube que estudava no mesmo local que você, claro eu disse tudo." um riso estridente soou pelo ar, zumbindo em seu ouvido. "Ele perguntou sobre você, além de ser bom no que faz é uma pessoa preocupada com seus familiares principalmente você." fingiu indignação, junto com o gesto de mulher sofredora.
Ma Hui Ying foi bombardeado com N elogios de seu primo através de seu amigo o maldito, não parava de falar e falar, um disco quebrado porém até aí na concepção de dele é aceitável, apesar a dor o assolava todos amavam Ma Young-Nam, seu falecido pai, sua mãe, seus familiares e até o único amigo de Ma Hui Ying ele é como herói aos olhos dessas pessoas mas, o comportamento do jovem é de uma mulher abandonada sem nada para construir a vida e é isso que ninguém percebe, ele foi traído pela pessoa que amava, na mente dele, cruel só um serial killer.
Quon Jin não para em ser cruel:
"Um homem perfeito! Por que não pode gostar dele? O passado é abandonado, você era novo demais para entender isso."
Foi a gota d'água, Ma Hui Ying suportou silenciosamente o ácido jorrado de seu amigo, mas essa última frase lhe causou uma pane, o ressentimento guardado dentro dele mais uma vez foi posto para fora, em palavras é claro!
"Passado? Tenta viver com a porra de uma promessa e logo ser esmagada na sua frente! Seu assassino de emoções!" veias pulsam na testa e as mãos tremem de raiva, os dentes gruda um no outro em sinal de ataque.
"Você tinha seis anos!" contra-ataca, sem piedade e mais gasolina é acrescentada no mar de chamas.
Senhores, senhoras com seus filhos e até idosos param por um segundo para esguelhar a discussão dos jovens, Ma Hui Ying continua a andar baixando o tom.
"Não importa! Eu o amava...eu ainda amo, dói toda vez que uma vadia marca uma foto com ele, todo juntinho e agarradinho feito um casal nas estrelas, quando todos do meu cerco falam tão bem dele! Ele não é um anjo, um santo...." quando as emoções são fortes demais para Ma Hui Ying as lágrimas são fáceis de cair, sem controle seu rosto retorcido se torna uma passagem para elas escorrerem caindo em sua camisa. ".... e eu não sou um demônio."
"Vadia por favor não gaste seu rancor comigo, anos você joga suas pragas contra o vento e elas no final retornam. Diga tudo para ele, se for covarde demais envie uma mensagem, creio que haverá uma atitude por parte dele." só Quon Jin sabe sair de uma situação no qual é provocador para apaziguador, ora cutuca as feridas ora lhe dá conselhos ríspido e só Ma Hui Ying conhece essas atitudes, mas no final ele não liga, jogar aos ventos é melhor do que dizer que Ma Young-Nam é o vencedor.
"Ótimo conselho!" a ironia é um letreiro luminoso que cerca seu amigo, Quon Jin sabe que ele não agirá assim devido ao orgulho.
"Seu orgulho é de merda, e fique sabendo pois será a última vez, ele ainda gosta de você! E pare de fazer minha inveja ser jogada aos porcos."
Ma Hui Ying fita seu amigo tomar um rumo diferente dele, como a casa dele é mais para baixo ele se sentiu sozinho com seus sentimentos, arrastando a sombrinha no chão muitas lembranças pintaram em sua mente o deslocando, os prós estavam ganhando dos contras.
"Ele sempre foi tão bom comigo, merece mesmo todo o rancor?"
"Não! Foda-se o que fez no passado, continuarei assim."
Os anjos e demônios travam uma batalha por cinco anos e neles há mais mortos do que feridos.
Depois de um banho, Ma Hui Ying senta em sua cama e envolto pela coberta navega no perfil de certa pessoa, observando fotos e comentários ( a maioria por mulheres), anos ele faz isso como um ritual, toda vez que sentimentos tenta trair procura por fotos onde garotas estão ao lado dele, a sua raiva é alimentada crescendo feito um baiacu mas é uma faca de dois gumes. O rancor ganha mais a paixão também pois o ciúme fica em 120%, declarando que aquela pessoa é dele.