Capítulo 7
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Instantes depois, o mesmo inimigo que apareceu a 17 meses atrás, resurge!
Yan, com seus olhos abertos, exalando um Gou aterrorizante, e com uma nova cicatriz que conseguiu durante a guerra! Ela se inicia em seu pescoço, passa por sua bochecha e termina próximo de sua boca.
Ele corre rapidamente, aterrorizando e derrubando facilmente qualquer um que está próximo de ti, com seu Gou temível e golpes surreais de força e velocidade.
Yan: VOCÊ É A PRÓXIMA!!!!!!
Desafia sorridente e confiante, a Rainha de Askkadia, Fuyuki!
No momento em que ele se torna uma completa distração para Fuyuki, que está a lutar seriamente apenas contra o Rei de Gaia e Phrygia, ela ignora qualquer Gou que Yan exale, como se fosse a brisa de um vento suave.
Antes dele se tocar disso, ela cria uma camada laranja de Gou em volta de seu braço, cortando impiedosamente o braço esquerdo de Yan, restando apenas do cotovelo para cima! Como se não bastasse, ela lhe dá uma forte rasteira, e enquanto ele ainda está no ar, desfere um soco incrivelmente cruel centralizado no seu estômago, quebrando seus ossos, e o arremessando para longe, para que ela não se atrapalhe com ele, no chão de sua luta.
Yan, está entre a vida e a morte, deitado no meio do chão, se cercando de seu próprio sangue, que se funde com os daqueles de quem matou a uns instantes.
Se esforçando para respirar, ele consegue dar um sorriso e fechar seus olhos, acalmando as ondas de Gou que exalavam ao seu redor, e dizendo ridiculamente baixo, as suas últimas palavras.
Yan: ...Finalmente...Paz...
No Dia Seguinte.
16:00PM.
"Data: 07/08/2331
Oi mãe, é o Akechi! Eu tô escrevendo isso porque as coisas tem sido muito difíceis, ultimamente. Você me criou de uma forma doce e gentil com ajuda da Fuyuki, e tentava passar o que me ensinaram para o Katsuo, e com o tempo, pros meus alunos. Você confiou em mim para ser um mestre tão bom quanto você foi, não tinha dúvidas de que eu e Fuyuki teríamos chamas tão fortes quanto a sua, e é isso que a assustava, pois quanto mais fortes ficávamos, mais próximos estávamos do perigo.
Está guerra é a prova disso, não á uma batalha que eu fique com você, ou uma em que a Fuyuki fique com o Katsuo e Yasu, ela é Rainha e eu sou um Representante de Askkadia, esse é o nosso fardo. Sei que não guarda rancor por não passarmos tempo o suficiente com você, mas fico triste toda noite que não estou perto, para lhe desejar uma boa noite de sono, ou te acordar para passear e tomar café na sua padaria favorita. Sinto falta disto, e se você está lendo isto, é porque infelizmente, não poderemos matar está saudade.
Eu sei que você e Fuyuki se culpam por tudo que eu passei com o pai, e vão se culpar mais por eu não estar com vocês, não vou pedir para que não sofram com isso, pois não quero ser como ele e lhes cobrar o impossível! Eu não peço que segurem suas lágrimas, o que eu peço, é para que não se afoguem nelas. Você me ensinou isso, Mãe.
Fuyuki, você foi uma luz para o nosso povo, a faísca que Askkadia precisava para acender sua verdadeira chama, e me desculpe, mas acho que você sabe que por trás desse sorriso, sou um dos poucos que consegue ver o quanto você está sofrendo com tudo isso. Na guerra, é difícil tomar decisões, dar ordens, criar planos do A até o Z, e aceitar que serão poucos em que não perderemos ao menos poucas vidas, e que em muitos, trará o resultado de muitas mortes e muitos funerais. Não se esqueça que até a melhor pode falhar, precisa de ajuda, e o mais importante, pode sofrer, assim como qualquer um. Você é minha heroína, assim como será a de Katsuo, e assim como é de toda Askkadia.
Eu amo vocês.
De: Akechi Takeaki.
Para: Família Takeaki."
Em uma casa tradicional japonesa, está sentada em um sofá, uma senhora de idade, lendo a carta que Akechi escreveu. Sua mãe Mariko, é uma mulher negra, de olhos azuis, cabelos brancos, com um penteado preso.
Usando um quimono branco e despojado, amarrado em sua cintura, por uma faixa vermelha.
Derramando lágrimas de seus olhos, dobra a carta e a deixa no sofá antes que deixe elas molharem a mesma. Ela abaixa sua cabeça e põe suas mãos sobre seus olhos, enquanto soluça e chora intensamente. Ao seu lado, está Fuyuki, também de cabeça baixa, mas com suas mãos cruzadas e olhando fixamente para baixo.
Vestindo um cardigan vinho e aberto, mostrando um top branco da gola alta. Uma calça vinho moletom e estufada, e sapatos pretos marciais.
Mesmo de olhos fechados, as lágrimas continuam a descer sem parar, até eles se abrirem quando veem Fuyuki segurar sua mão e entrelaçar seus dedos, em silêncio. Mariko cai em lágrimas e soluços no ombro de sua filha, que tira seu braço para que possa abraça-lá e deixa-lá chorar em seu colo até não puder mais.
Instantes depois, ela consegue respirar mais fundo e devagar, olhando para Fuyuki e perguntando.
Mariko: Você contou pros meninos?
Fuyuki:...Só pro Yasu. – Marido de Fuyuki.
Mariko: E pro Katsuo?
Fuyuki: O Yasu vai contar pra ele.
Mariko: Por que você, não?
Fuyuki:.....
Mariko: Filha?? – Se levanta de seu colo.
Fuyuki: Eu tomei uma decisão..
18:00PM
Horas depois, uma chuva começou a cair e escurecer os céus, junto do horário comum.
Yasu e Katsuo chegam em casa, antes que a chuva piorasse com eles lá fora.
Passando 1 ano, Yasu não está tão diferente, ele usa um sobretudo preto e aberta, que mostra sua camisa social vermelha e escura, junto de uma calça preta moletom e botas pretos.
A diferença que mais se destaca em Katsuo, é sua altura! O que a 1 ano atrás, ele tinha 13 pra 14 anos e 1,65cm, hoje ele tem 15 anos e 1,71cm, próximo da altura de todos de sua família com média de 1,70cm a 1,80cm.
Ele veste uma grande jaqueta roxa e aberta, que mostra uma camisa preta, usando também uma calça branca moletom e tênis pretos em seus pés.
Yasu: Chegamos!
Eles colocam suas jaquetas molhadas em cabides perto da entrada, e veem Fuyuki do outro lado da sala, de frente para a janela, observando a chuva.
Katsuo parece surpreso, enquanto Yasu esboça calmo, e pergunta.
Yasu: A sua mãe tá no quarto?
Fuyuki:...Sim.
Yasu: Vou ir falar com ela. – Vira para Katsuo – Fica um pouco com sua mãe, tá bom?
Um pouco perdido e confuso, Katsuo consente balançando a cabeça.
Katsuo:.....Tá!
Yasu: Ok. - Se retira da sala.
Katsuo:.... – Olha para sua mãe.
Fuyuki:....Está com frio? Pode ir pegar outra blusa... – ainda olha para a chuva.
Katsuo: É.... não Mãe, eu tô bem!. Éee..... – Se aproxima lentamente – Mãe, eu.... sinto muito pelo Tio Akechi! – Sua expressão, entristece.
Fuyuki:....
Katsuo: Eu sei que você e a vovó amavam muito ele, eu também.... se você, quiser conversar sobre isso, eu.... – Para de se aproximar.
Fuyuki:.....
Katsuo:.....
Fuyuki: Obrigada, filho.... É bom saber disso.
Katsuo:....
Fuyuki: Mas.... – Põe suas mãos no peitoril da janela, e abaixa sua cabeça – É sobre outra coisa que eu preciso conversar.
Katsuo:....O que? – Dobra sua sobrancelha, confuso.
Fuyuki: O Rei de Tétis acha que a morte do Akechi me abalou apenas por ele ser Herdeiro da Kalila. Mal sabe da coincidência que foi, ele matar uma das pessoas perfeitas pra me abalar por muito mais do que isso.
Katsuo:.....
Fuyuki: Ele não sabe o quanto conseguiu me destruir.
Katsuo:....E aí? – Da um passo, e para novamente.
Fuyuki: E aí, que eu não posso deixar que essa coincidência aconteça, de novo. Ou, que ele faça isso intencionalmente.
Katsuo: Como assim, Mãe?? – Mais um passo.
Fuyuki:...
Katsuo: Mãe!!! – Finalmente, chega até ela.
Ele segura em seu braço para que ela vire pra ele, finalmente olhando nos olhos dele.
E com seus olhos confusos e preocupados, Katsuo olha para os olhos de sua mãe, tristes e ansiosos, e a escuta dizer.
Fuyuki: Você.. o seu pai.. e sua vó.. vão se mudar por um tempo!..... E eu vou ficar aqui.
Katsuo:.....Que? – A indagação, se expressa em seu rosto.
Fuyuki:.....
Enquanto no de Fuyuki, apenas tristeza e ansiedade de como seu filho irá reagir, a partir daqui.
Katsuo: Não!... Não, eu não quero ir embora!!!
Ele se afasta a poucos passos de sua mãe e fica de frente para ela. Andando em círculos, e expressando raiva e negação.
Fuyuki: Katsuo... – Se vira para ele.
Katsuo: POR QUE VOCÊ CONSEGUE PROTEGER MILHÕES DE PESSOAS, MAS NÃO CONSEGUE PROTEGER A GENTE?!?!?!
Fuyuki: Não é isso que eu tô dizendo!
Katsuo: ENTÃO, O QUE VOCÊ TÁ DIZENDO??!?
Fuyuki: Que Vocês Podem Morrer, Se Continuarem Vivendo Aqui!!! – Aumenta seu tom de voz.
Ele para de andar, olha para baixo e fica suspirando, até levantar a cabeça e perguntar.
Katsuo: E quando a gente volta?!
Fuyuki:..... – Olha para baixo, de novo. Apoiando suas costas na parede e cruzando seus braços.
Katsuo: Tsck, Pra Onde Que A Gente Vai?!
Fuyuki:...Pra Phrygia. – Olha para ele, e volta com o tom de voz mais calmo.
Katsuo: POR QUE QUE A GENTE VAI PRA UMA NAÇÃO INIMIGA?!?!?!??!
Fuyuki: O Rei De Gaia É Um Lunático E Tétis Está Muito Poderosa! Phrygia É A Única Opção!
Katsuo: NÃO SIGNIFICA QUE ELA NÃO É PERIGOSA!!! ENTÃO, NÃO FAZ DIFERENÇA ONDE A GENTE TÁ, SE PODEMOS MORRER DE QUALQUER JEITO!!!!
Seh olhar se torna enraivecido, e Fuyuki para de se apoiar na parede.
Fuyuki: A DIFERENÇA É QUE EM QUALQUER LUGAR, A CHANCE DISSO ACONTECER É MENOR DO QUE A CHANCE DE ACONTECER AQUI!!!
Katsuo: ISSO NÃO IMPORTA, EU NÃO TÔ CONSEGUINDO TE ENTENDER! VOCÊ ACABOU DE PERDER SEU IRMÃO, E AO INVÉS DE VOCÊS QUERER SUA FAMÍLIA POR PERTO, POR CAUSA DISSO, VOCÊ SÓ QUER AFASTAR ELA!!!!!
Tantas respostas ignorantes e impulsivas, são o que uma pessoa em um estado tão frágil, menos precisava! E para que Katsuo consiga realmente escutar por 1 segundo, Fuyuki dá um soco absurdamente forte e assustador, na parede em que estava a apoiar suas costas. Causando um grande tremor nas paredes e chão da casa, rachando os vidros de sua janela, e centralizando em sua mão, um grande buraco, afundado em madeira e papel.
Fuyuki: FOI JUSTAMENTE POR TER FICADO PERTO DE MIM, QUE O MEU IRMÃO MORREU!!!!!
Facilmente intimidado pelo soco de sua mãe, Katsuo assustado e nervoso, olha para ela, furiosa e emotiva, com sua cabeça baixa, novamente.
Então, algo inesperado chama a atenção de Katsuo!
Ele olha para a mão de sua mãe, que está começando a tremer e abrir devagar, enquanto ela retoma a conversa, com sua voz lentamente ficando trêmula e fraca.
Fuyuki: Eu tava lá... no mesmo campo de guerra que ele!... E não pude fazer nada! – abaixa sua mão, enquanto sua voz toma um tom mais sensível.
Katsuo:....
Fuyuki: Se vocês ficarem, eu nunca mais vou conseguir ter uma boa noite de sono, sem o medo de acordar, com vocês prestes a morrerem, e mesmo estando aqui, eu deixar isso acontecer.
Lágrimas começam a escorrer de seu rosto.
Fuyuki: Deus teve a piedade, de não me deixar ver o Akechi morrer diante dos meus olhos! *soluçando* e eu não posso arriscar que ele não tenha essa piedade, na próxima!!!
Os olhos de Katsuo estão a lacrimejar, enquanto a escuta.
Fuyuki: Se ficarem longe de mim, vale a vida de vocês... Filho, *soluçando* Por favor!
Ela levanta sua cabeça, mostrando as lágrimas que descem de seu rosto, tão intensa, que parecem sem fim. Descendo junto a pingos de seu nariz, e seu rosto, está um pouco rosado.
O que ela menos queria, era ter que olhar nos olhos de seu filho, com este olhar, de uma pessoa abalada, frágil e sensível. Mas isto infelizmente foi preciso, para que ele conseguisse entender o significado e peso de suas palavras, quando ela diz.
Fuyuki: Me Deixa Sozinha!
E então, que os olhos de Katsuo também começam a chorar, enquanto ele se dirige a sua mãe e lhe dá um abraço forte, e ela retribui esse abraço.
Um dos últimos abraços que eles poderão realizar após um bom tempo.
Katsuo: Desculpa!!! Desculpa!!! Eu falei muita besteira pra você!!! Desculpa!!!
Fuyuki: Tá tudo bem, tudo bem!!! Eu não devia ter gritado com você!!! Desculpa!!!
Katsuo e Fuyuki: Desculpa!!! Desculpa!!! Desculpa!!! Desculpa!!! Desculpa!!! Desculpa!!!
Suas pernas chegam a ficar bambas, de tantas lágrimas que estão a cair. Eles se sentam no chão, e começam a fazer um mar de lágrimas, sem perceber, e para impedir que eles se afoguem nisso..
"Eii! Tomem aqui, Bebês!"
Eles abrem seus olhos, e vêem que quem disse isso foi sua mãe e avó, Mariko, com uma caixa de lenço em suas mãos, estendendo para eles.
Fuyuki segura a caixa de lenço e divide com Katsuo.
Fuyuki: Desculpa pela parede, Mãe!
Mariko: Tudo bem, não ficou pior do que da última vez!
Com sua mão livre, Mariko ajuda Katsuo a se levantar, e então, ele vê que em sua outra mão, ela balança um tablet para chamar a atenção dele, e diz sorridente.
Mariko: Quer me ajudar a escolher nosso sobrenome?
A expressão de Katsuo se entristece mais, mas ele tenta disfarçar isso, respondendo.
Katsuo: Tudo bem, Vovó!
Enquanto eles saem da sala, Yasu entra, bagunçando um pouco o cabelo do Katsuo, ao passar para ele, o que trás um breve sorriso no rosto de seu filho.
Fuyuki: Não é só usar o seu sobrenome?
Yasu: Foi a ideia que ela teve pra distrair ele.
Fuyuki: Ahh...
Ele se senta de costas para a parede que sua mulher quebrou, e a chama para sentar ao seu lado. O que ela faz, seguidamente.
Yasu: Quer conversar?
Fuyuki: Eu peguei muito pesado com ele.
Yasu: E foi por isso que ele te ouviu. – Olha para ela.
Fuyuki: É, EU SEI! Mas... eu não quero que um dos meus últimos momentos com ele, seja gritando e...!!!
Yasu: Eii, Amor! – Se levanta, e se senta na frente dela. – Você conhece o Katsuo! Desde pequeno, não é sempre que ele consegue entender as coisas com palavras bonitinhas...
Fuyuki: É, eu sei quem ele puxou...
Abaixa sua cabeça, mas ele segura em seu queixo e a levanta, antes que pudesse olhar para baixo.
Yasu: Então, também sabe de quem ele puxou essa força! Não é?
Fuyuki:.....
Olha para baixo, e abaixa sua cabeça, após ele soltar seu queixo.
Yasu: Você é a mãe dele! 1.000 quilômetros não vão mudar isso. Ainda vai ser minha esposa, ainda vai ser filha de sua mãe. – levanta sua cabeça, de novo – E não importa onde ele esteja, você ainda é a irmã do Akechi.
Seus olhos começam a lacrimejar, de novo. E mantém sua cabeça erguida, sem ele a segurar.
Yasu: Você não está nos abandonando, ninguém tá! E eu te amo! Tá bom?
E como resposta, Fuyuki se aproxima de Yasu e beija ele, e como o esperado, ele a beija de volta. Depois disso, ela se deita em seu colo, e ele abraça a mesma.
Fuyuki: Obrigada por isso.
Yasu: De nada, minha Rainha!
Fuyuki: Hahaha... Seu idiota!
Esconde o seu rosto no peito dele, e o mesmo a responde com um beijo em seu cabeça.
1 Semana Depois.
12:00PM
Está um dia ensolarado, mesmo na época de inverno. Fuyuki está sentada, na varanda de sua casa, distraída. Vestindo uma camisa vermelha, por cima de uma camisa preta de mangas longas, junto de uma calça cargo branca e botas pretas.
"Fuyuki."
Fuyuki: Hum??
Mariko: Estamos prontos.
Mariko diz isso, na porta da varanda, com suas duas malas no chão e vestindo um quimono curto e roxo, apertado na cintura por uma faixa preta.
Fuyuki: Ahh, sim!!
Ela se dirige para a sala, mas sua mãe a impede.
Mariko: Fuyuki, espera um pouco.
Fuyuki:...?
Mariko: Olha, eu sei que nós sempre estivemos juntas! E que nos separarmos agora, pode ser-
Fuyuki: Assustador! – a interrompe, instintivamente – Muito assustador...
Mariko: É, pra mim também...
Fuyuki: Vocês vão me mandar cartas, não vão?
Mariko: Hahahaha! Aahh querida... – abraça Fuyuki – Não sabe o quanto o correio vai se estressar de tanto vir aqui.
Fuyuki sorri, e lhe abraça fortemente, de volta.
Fuyuki: Eu vou conseguir tempo pra responder todas! E pra fazer chamadas de vídeo e-
Mariko: Filha! – desfaz o abraço e olha para ela, seriamente. – Eu sei o quanto você é forte como mãe! Como esposa! E como filha!.. Mas, você precisa continuar sendo forte como rainha!
Fuyuki:.... – Sua expressão se entristece, um pouco.
Mariko: Não passe horas do seu dia procurando tempo, onde não vai achar... E sim, salvando esse lugar maravilhoso, que precisa de você.
Fuyuki:.....Uhum!! – consente com a cabeça.
Mariko: hmpth.. não sabe o quanto sou feliz com a mulher que se tornou! – sorri, novamente.
Fuyuki: Hehe.. isso porque metade de mim, era pra ser você.
Mariko: Hehehe
Segura a cabeça de sua filha e a abaixa para que possa beijar sua testa.
Mariko: Vem, vamos! – estende sua mão.
Ao invés de responder sua mãe, ela se dirige até as malas dela e carrega as mesmas, com suas mãos. Após isso, estende seu pulso para sua mãe, e ela segura.
Chegando na sala, elas veem Yasu e Katsuo perto da porta de entrada da casa, aberta!
Ambos vestem roupas casuais, mas Yasu se destaca ao usar uma camisa laranja com uma estampa preta, dizendo.
"This is my last clean shirt"
"Está é minha última camisa limpa"
Katsuo está de pé, vendo seu pai tentando e falhando em levantar 3 malas de uma vez, com muita força.
Fuyuki: Amor, o que você tá fazendo??
Yasu: O Katsuo disse que não consegue levar a dele e já tô morrendo só com as minhas duas!! – Diz, com uma voz falha e rouca.
Fuyuki: Me dá aqui!
Ao chegar nele, ela coloca as suas malas no chão, e Yasu solta as suas. Tendo 5 malas, ela segura 2 malas em cada mão, enquanto uma ela segura entre seu braço e corpo.
Fuyuki: Vocês são uns frangos! – Se dirige até a porta.
Yasu: Háhá! Eu falei que ela ia aguentar!!! – Diz para Katsuo, com um grande sorriso.
Fuyuki: Ann?!
Katsuo: Que merda!!
Yasu: Tá me devendo 15 miwas agora, seu otário!!!
Miwas=Dinheiro
Mariko: Hihi.. eu vou indo pro carro! – Começa a passar por eles.
Expressando braveza em seu rosto e seu tom de voz, Fuyuki diz.
Fuyuki: Eu também vou, mãe!!
Enquanto Mariko se dirige tranquilamente até a porta, Fuyuki arremessa uma mala de Yasu em sua direção, sabendo que Yasu correria desesperadamente para a frente dela e protege-la. E assim, ele fez!
Ele pega a mala com suas mãos, caindo um pouco para direito por ela ter batido forte em seu peito, antes que levantasse a sua outra mala já está vindo em sua direção, mas consegue rapidamente deixar no chão a que estava segurando para agarrar a que está vindo, e ele consegue.
Abrindo seu braço esquerdo para jogar a mala, a de Katsuo começou a cair, mas ela consegue segurar e arremessar na sua mãe de novo, que se abaixa e esquiva com facilidade, deixando que passe por sua cabeca e avance na direção de seu neto. Ele consegue agarrar a mala quase caindo com a força e peso que sua mãe jogou, mas se manteve de pé, assim como seu pai.
Fuyuki: Folgados...
Ela segue ao lado de sua mãe, apenas com as malas da mesma, enquanto ambos se encaram muito assustados.
Quando todos entram no carro, Yasu está para dirigir, Fuyuki está ao seu lado, e atrás estão Mariko e Katsuo, com um espaço vazio entre eles.
E então, iniciam sua viagem.
15 minutos depois.
12:25PM.
Katsuo: Então.. a gente vai demorar muito pra chegar?
Fuyuki: Nãoo, já estamos chegando!
Katsuo: Tô falando de Phrygia!!
Fuyuki: Ahh, Éee...
Mariko: Acho que vai ser umas 9 horas...
Yasu: A gente vai se distrair bastante no voo, filho!! Não se preocupa.
Katsuo: *bufando* Entendi, tudo bem!
Ele apoia seu cotovelo na porta e põe sua mão no rosto, olhando para a janela, neutro, mas um pouco triste.
Fuyuki olha para seu filho pelo retrovisor, e fica apreensiva, por não saber o que dizer ou fazer para ele.
15 Minutos Depois.
12:40PM.
E isto, durou toda a viagem.
Então, eles descem do carro no meio de um campo aberto, que destaca facilmente em uma pista de avião, um jato branco e grande, que está estacionado a alguns metros deles, prestes a levar eles pra Phrygia, daqui alguns minutos.
Se dirigindo para o porta-malas, Fuyuki tem a intenção de pegar as malas de sua mãe novamente, mas ela mesma a interrompe.
Mariko: Nãoo, agora eu vou levar minhas malas!
Fuyuki: Tem certeza, mãe??
Mariko: Tá achando que sou uma aposentada, é?? Já aguentei muito mais do que isso! – Olha, sorrindo, para Katsuo.
Ele estava calmamente pegando sua mala, e quando entende a piada, emburra sua cara.
Fuyuki e Mariko: Há! há! há!
Mariko: Vou carregar esse jato nas costas.
Yasu: Aé?? Então devia mandar o piloto embora, amor!
Mariko: Esqueceu que eu vou pra Phrygia?
Yasu:... ...?
Yasu encara sequencialmente sua mulher e sua sogra, até parar em Mariko, e perguntar.
Yasu: PERA!!! CÊ SABE DIRIGIR ESSA COISA?!??!?
Mariko: Já dirige muita coisa na minha época!
Todos põem suas malas no chão, antes de partir.
De frente para Fuyuki, Mariko e ela trocam olhares tristes por alguns segundos, mas não demora para que elas deem um último abraço forte e reconfortante, que parece ter durado décadas, ao invés de alguns segundos.
Fuyuki: Eu te amo, Mãe!
Mariko: Eu te amo, Filha!
Ela da beijos em sua bochecha e o último em sua testa. Se olham novamente, com lágrimas nos olhos de Mariko, prestes a serem derramadas, mas antes disso, ela pega suas malas e se dirige até o jato.
Mariko: Encontro vocês lá dentro.
Yasu, seu marido, se dirige até Fuyuki e lhe dá um abraço forte e carinhoso, de repente, levantando a mesma do chão e a girando lentamente.
Fuyuki e Yasu: Hahahaha.
Até colocar ela no chão, de novo.
Fuyuki: Hehe não me faz chorar, seu imbecil!
Fuyuki limpa as lágrimas que nem tiveram chance de descer, até que Yasu a interrompe com um beijo, e que ela beija de volta, sem hesitar, tornando-se um beijo longo, genuíno, e romântico, mas inevitavelmente, terminável.
E assim, eles encostam suas testas, uma na outra, e se olham profundamente, apaixonados, e tristes.
Yasu: Eu te amo!...E eu sempre vou te amar!
Fuyuki:....Eu te amo!
Yasu: Obrigado por ter construído essa vida comigo!
Seus olhos lacrimejam, novamente, e sua voz começa a ficar trêmula.
Fuyuki: Foi você.. quem transformou minha vida!
Yasu: Não só eu...
Olha para seu filho, e Fuyuki olha seguidamente. E veêm seu filho, olhando para eles, profundamente triste, esperando para que se despeça de sua mãe.
Então, Yasu levanta sua cabeça.
Yasu:...Tchau!
Fuyuki: Tchau!
Rapidamente, da um último selinho em seu marido, que ele retribui carinhosamente, e então, sem mais delongas, pega suas malas e vai embora.
E finalmente, resta apenas Fuyuki e Katsuo, que troca olhares tristes com sua mãe, mas chega a evitar o olhar algumas vezes, talvez, para tentar negar essa tristeza. Enfim, ele anda lentamente até sua mãe, e lhe dá um último abraço, o abraço mais forte e sincero que Fuyuki já recebeu, que instantaneamente retribui com todo seu amor e carinho.
Katsuo: Tchau, mãe...
Fuyuki:.....Tchau, filho...
Esperando mais palavras, Katsuo desfaz lentamente seu abraço, ele pega sua mala, olhando para baixo, e começa a andar devagar até o jato.
Fuyuki vai até a frente do carro e vê Katsuo indo embora, e Yasu que está subindo a escada do jato. Ela sente que está faltando algo para dizer a ele, mas não consegue achar dentro de si o que é! Sem pensar, ela anda um pouco para frente e grita.
Fuyuki: Katsuo!!! – Balança sua mão.
Ele para, e se vira lentamente, ainda com o mesmo olhar.
Fuyuki: Ahh..ar...Se cuida!
Katsuo:...
Fuyuki:....?
Katsuo: Você também... – Volta a ir em direção ao jato.
Lentamente, Fuyuki abaixa sua mão, e observa até o final, seu filho entrando naquele jato, que logo, estará tão distante.
Ela dá início a um passo para trás, mas o vazio que ainda não se preencheu, grita no seu peito, porque não é assim que sua despedida deve ser! Ela corre em direção ao jato, e salta absurdamente alto até ele, pousando em sua asa, da maneira menos agressiva possível.
Ela anda em direção a janela e vê seu filho e marido, sentados ao lado da janela. Ela dobra seu joelhos, para que possa vê-los claramente, principalmente seu filho, que está no assento ao lado da janela. Seu filho, está surpreendido e se questionando do porque ela fez isso, mesmo a querendo por perto, a despedida já aconteceu.
Até que ela o responde indiretamente, colocando a palma de sua mão na janela, e olhando em seus olhos, com calma e tristeza, e o principal, com amor e saudade daquele que ainda nem se foi.
Finalmente, Katsuo deixa suas lágrimas caírem em seu rosto, os soluços saírem de sua boca, os pingos de nariz escorrerem, enquanto Fuyuki surpreende ao não chorar mais que 2 lágrimas.
Ao invés de colocar sua mão na janela, Katsuo lhe dá uma resposta diferente. Fuyuki vê Katsuo passando seu dedo na janela, percebe que são palavras escritas com as letras desorganizadas para ele, sendo elas.
"!oma et uE"
Isso, para que elas fossem organizadas para sua mãe! Sendo elas, na verdade.
"Eu te amo!"
O momento em que o jato começa a andar, é o momento em que as lágrimas de Fuyuki começam a cair de verdade, dizendo.
Fuyuki: Eu te amo! – Mesmo sabendo que seu filho não escutará.
Na cabine do piloto, Mariko vê em seu retrovisor, sua filha na asa do avião, se despedindo de seu filho e marido. Infelizmente, por ser a pilota, ela seria a causa do fim dessa despedida, quando fizesse isso.
Mariko: Tchau, Filha... - disse chorando.
Então, o jato começa a se levantar do chão e voar lentamente em direção as nuvens, e a desaparecer, após ser acionado o sistema de camuflagem do jato. Mas isto, não faria Fuyuki cair facilmente.
Yasu: Teimosa...
Ele diz com um sorriso no rosto, quando sente o Gou de sua esposa fluindo pelo seus pés, para que ela ainda conseguisse se manter na asa do jato, mesmo não conseguindo mais vê-los.
Uma despedida é difícil, para amigos, irmãos.. para uma família! Principalmente, quando não se sabe quando a verá de novo, ou ao menos, se verá!
Fuyuki começa a desfazer o Gou que flui pelo seus pés, o que parece durar uma eternidade, olhando para sua família através do Gou, uma última vez, até que tudo isso termine. E, sentindo uma dor indescritível em seu coração, deixa que os ventos lhe levem para baixo.
Ela gira constantemente, até usar Gou de Vento para diminuir a velocidade de sua queda e também para cair, olhando, deitada, para o jato, se distanciando cada vez mais.
E então, com uma dor que ela sente fluindo por todo o seu corpo, ela está voltando para sua casa, Askkadia. Mas também, indo embora de seu lar, sua família.