Chegamos na entrada de Murix. Tivemos que parar um pouco perto da muralha. A muralha de madeira cobria o entorno da cidade até o pé da montanha. Ela servia como uma defesa natural. O guarda nos deixou passar quando souberam da frente armada. Passamos pela cidade e a vida das pessoas parecia normal. Era como se estivessem vivendo em outra realidade.
- Como as coisas podem estar tão calmas?
Menace se aproximou.
- Essas pessoas não devem saber o que está acontecendo lá fora. Vivem em uma espécie de utopia.
- Não sei se seria bom se ela elas soubessem. As vezes talvez seja melhor não saber o que está acontecendo.
- Alguém deve ter ouvido barulho nas muralhas. Independentemente do que elas saibam, essa cidade parece ser muito segura.
Passamos bem devagar pela cidade e chegamos do outro lado da montanha. Foi uma passagem tranquila. Estávamos quase saindo quando paramos.
Um dos guardas da frente armada veio até a nossa carroça.
- Como aqui parece ser um local mais seguro. Iremos parar por hoje. Amanhã continuaremos em direção ao vilarejo da fronteira.
Descemos da carroça. Alguns dormiram na caravana e outros foram para algumas estalagens. Na manhã seguinte, todos estavam novamente na caravana. Seguimos em direção ao vilarejo da fronteira. Saímos de Murix e estávamos novamente na estrada de terra. Fui até Riot para sabermos de como foi que aconteceu o teste dele para se tornar um herói.
- Riot, como você se tornou um herói?
- Eu tive também muita dificuldade para conseguir. Assim como vocês, o meu teste para me tornar um herói foi muito complicado. Eu sou de uma família que mora na capital já há muito tempo. Os meus pais são comerciantes e moram em um dos centros comerciais na periferia. Eu estudei em um colégio comum e era acostumado a ajudar em casa. Eu costumava trabalhar no restaurante e limpar todo o local. De vez em quando, eu atendia as pessoas que vinham para o nosso estabelecimento. Eu tinha uns quinze anos e tinha uma grande dúvida sobre o por que tinhamos problemas financeiros. Aliás, muitas pessoas tinham esses problemas na zona comercial. Pagavamos os impostos para o castelo, vendiamos os produtos e mesmo assim, ficavamos na corda bamba. Aquela realidade era comum e as pessoas não ficavam indignada. Somente alguns poucos ficaram assim. Comecei a observar melhor as coisas que aconteciam e notei algo que era o ponto principal sobre isso. Muitos comerciantes também notaram aquilo e pensaram que seria o grande motivo de estarem daquele jeito.
- E o que seria esse problema?
- O problema era que pequenos furtos recorrentes de qualquer coisa como comida, artes, armas, estavam dando grandes perdas ao longo prazo para os comerciantes. Eu queria entender por qual motivo haviam aqueles roubos e também por que o governo da capital não fazia nada. Era isso que deixava as pessoas pobres e não os deixavam desenvolver.
- E o que você fez para saber sobre o que esses ladrões roubasse e para saber o que estava por trás das coisas da capital?