Consegui me levantar depois de muita força. Eles, mesmo com toda a sua força e de colocar o peso sobre mim, não estavam conseguindo me conter depois de terem me acertado. Corri em direção ao colégio. Pensei que pudesse achar alguém, talvez o meu amigo ou alguma pessoa que me conhecesse. Quem conheceria um zé-ninguém como eu? Acho que ninguém.
- Não deixem ele escapar! Vão atrás dele!
Corri em direção ao portão. Talvez o meu amigo ainda estivesse me esperando por lá. Ele não estava. Aonde será que estava? Ele foi, mesmo depois de ter suspeitado do que eu havia falado, ou estaria se escondendo em algum outro lugar? Os dois grandalhões vieram para cima de mim. Eu tinha que correr, mesmo que as minhas forças não viessem naquele momento. Entrei pelo portão. Aproveitei aquela ocasião e como eu conhecia o colégio para tentar achar algum lugar para me esconder. Os dois pararam por um momento. pensaram por um momento que poderia vir alguém e falar que estavam invadindo um colégio que eles não estudavam. O cara que me perseguia vinha logo atrás. Estava com uma cara de raiva e muito nervoso.
- O que vocês estão fazendo? Vão atrás dele!
Os três entraram no colégio. Mesmo que dois deles não fossem daquele colégio, eles pareciam não ligar para esse tipo de formalidade e serem expulsos por algum funcionário ou professor que estivesse passando. Não consegui olhar para trás. Corri em direção a sala de aula com esperança de que alguém pudesse estar lá e me ajudasse. Não havia ninguém. O colégio estava vazio. A minha esperança estava acabando.
Saí da sala de aula. Os dois grandalhões bloquearam o caminho a frente. Era um beco sem saída. Uma chamada perdida. Não tinha para onde correr. Só se eu saltasse pela janela. O cara mal-encarado estava atrás com mais alguns amigos. Eles traziam correntes, canos, paus e outros acessórios.
- Peguem-no!
Eles me agarraram. Não iria conseguir mais sair. Eu tentava me desvencilhar, mas era tudo em vão. Eles me levaram para o banheiro masculino. Um deles ia arrastando o cano pelo chão da escola. Claro, era o lugar preferido para delinquentes liquidarem o seu ódio nas pessoas que não gostavam. O que eles iriam fazer comigo lá? Eu apaguei por um momento. Estava enfraquecido pelos golpes tomados e pelo sangramento. Além da lata ter atingido a minha cabeça, alguém que estava ali me golpeou e me deixou desacordado. Quando acordei estava na frente de um sanitário. A minha cabeça estava colocada em cima da privada e os meus braços estavam amarrados para trás. Fui golpeado no estômago. Quando aquilo iria terminar? Cuspi bastante sangue em cima do sanitário. Era só dar descarga para descer aquele sangue. estava com um hematoma muito grande no corpo e provavelmente aquele golpe deve ter quebrado alguma costela. Eu via meu reflexo na água com sangue. Estava muito ferido.
- Você vai ver o que acontece quando mexe com ela.
Comecei a sangrar mais e a perder os sentidos.