Graças a ferida que consegui em minha última batalha, tive que passar o resto da semana descansando. Fiquei impressionado com as habilidades de cura do Crzeck, elas foram muito úteis em meu tratamento, mas, ele disse que minha regeneração natural era acima do normal e isso também impactou no processo de cura.
Como uma semana inteira foi perdida, meu treinamento com Bresk também foi afetado, até certo ponto. Durante uma semana inteira, nós treinamos as pernas, como planejado, e ao fim desta semana, fui capaz de enganar Bresk fingindo um cruzado e então acertei um chute com meu calcanhar em seu rosto.
Na quarta e última semana, focamos em contra ataques com queda e imobilização, em pé ou no chão, e eventualmente, algumas técnicas de assassinato rápido. Bresk era menor em tamanho, mas em força bruta, aquele cara dominava, se ele tivesse o mesmo dom de utilizar mana e amplificar o corpo da mesma forma que eu, provavelmente ele seria duplamente mais ameaçador.
Chegamos ao fim do mês, ambos tínhamos acabado de terminar o último treino do módulo de derrubada e imobilização, nos banhamos no rio e prosseguimos indo para casa.
— O que você vai fazer com aquela… Qual o nome dela mesmo? Ravestra?
— Ah, é mesmo. Acho que vou tirar ela de dentro do vácuo hoje. Nós terminamos nossas aulas de corpo a corpo, quero aprender a cortar com graça e dilacerar com violência.
— Entendo.
— Falando nisso, nunca te enviei para aquele lugar, o que será que tem lá?
— Hum… Não sei, mas também não me é atrativo descobrir.
— Contanto que você não faça nada que me irrite.
Bresk deu uma risada de zombaria, então usei meu corpo e ombro para dar um empurrão nele, e continuamos assim, até eventualmente ele me lançar ao chão.
— Suma!
Dei o mesmo comando de quando sumi com Ravaatra. Ele se encolheu, fechando os olhos, mas não aconteceu nada.
— Hahahahaha!
Comecei a rir.
— Você deveria ter visto a sua cara!
Nesse momento, ele retirou sua pistola do coldre e atirou 6 tiros, obviamente, nenhum deles acertou, somente passaram próximos a mim.
— Se eu quisesse, você não estaria de pé.
Assim que ele terminou a frase, em um piscar de olhos, apareci em sua frente e minha mão estava aberta em frente ao seu rosto.
— Você se lembra como morreu?
Por um momento, tudo se silenciou, mas no outro, começamos a rir como dois idiotas.
"Isso que é uma amizade."
Retornamos enquanto conversávamos sobre coisas aleatórias. E ao chegar lá, vou direto para Crzeck.
— Um mês se passou, e aí? E aí? Quero minhas magias!
— Não se apresse, garoto.
Crzeck retirou três pergaminhos do literal nada, eles só apareceram na mão dele, isso fez meus olhos se arregalarem.
— Tirando essas três magias que com certeza devem ser ótimas, porque né, o melhor mestre do mundo está me ensinando, quando você vai me ensinar isso aí?
Crzeck me encarou.
— É uma magia a ver com o Vazio, não vou te ensinar isso agora. E pelo contrário do que pensa, não vou te ensinar mais nada diretamente.
Ele lançou os três pergaminhos e eu os agarrei.
— Assim que terminarmos o treinamento, você vai enfrentar o mundo lá fora. Acostume-se a ler e aprender por pergaminhos, não terão mestres para ensinar um monstro como você, no bom sentido.
— Huh, quem diria, você se importa comigo.
Falei brincando, mas no fundo, estava muito agradecido por essa consideração. Mesmo que volta e meia ele esqueça de me avisar algo, Crzeck está me preparando da melhor forma que pode.
— Irei ver do que se tratam, obrigado, mestre!
Com os três pergaminhos em mãos, entrei no meu quarto e os abri em cima da minha cama. O lugar era escuro, então, para me auxiliar, utilizei a magia básica de luz para formar uma iluminação decente.
As duas primeiras magias eram espetaculares, mas seriam melhor aproveitadas no futuro, onde estariam em níveis altos. Já a magia
Os pergaminhos eram uma espécie de 'Planta' para a fundação de um prédio, o prédio seria a magia. As escrituras descrevem a magia e como utilizá-la, depois disso, é com você.
"Não parece ser muito difícil."
Ativei minha
— Antes que eu me esqueça.
Utilizei meu poder para retirar Ravaatra de dentro do vácuo, e ela saiu de lá com lágrimas nos olhos.
— Por favor, mestre! Nunca mais me envie para lá!
Ela se abaixou e prostrou-se.
— É só você não me perfurar novamente.
Sorri gentilmente para ela, mas por trás desse sorriso, a ameaça era séria.
— Sim, jamais irei ferir você! E digo mais! Jamais irei deixar alguém te ferir!
— Que bom que pensa assim. Enfim, quando eu terminar com isso, quero que me diga suas habilidades.
— Certo!
Voltei minha atenção aos pergaminhos, a primeira coisa que eu iria tentar, a magia
"Acho que já está bom"
Retirei a energia mortal das minhas retinas e desativei a
— Me dá a sua espada.
Ravaatra entregou a espada dela para mim. Diferente do que pensei, aquela espada não era tão pesada, mesmo sem melhorar meu corpo, ela pesava em torno de 5kg em minhas mãos. Não foi necessário muito trabalho para utilizar
— Me dá sua mão.
— M-Mestre! Pelo menos me pague um jantar!
Franzi minha testa ao ouvir ela dizer aquilo, o que isso significa?
— Prefere que eu corte sua cabeça no lugar?
A espada era grande o suficiente para eu tornar isso realidade do lugar em que ela estava. E receosamente, ela me entregou sua mão. A espada, uma vez prateada, agora tinha a mesma coloração da alma de sua portadora, possuindo uma lâmina negra esverdeada, utilizei a ponta da arma para fazer um corte no dedo de Ravaatra.
— Ai! Seja mais gentil!
Ignorei o comentário dela, não sei porque, mas depois de morrer ela se tornou muito mais infantil e falastrona. Como esperado, a maldição do
— Deixa de ser idiota, mortos-vivos não sentem dor.
Logo que escutou isso, ela parou e se sentou novamente, emburrada.
— Você não é divertido.
Mortos-vivos são, de fato, impressionantes. Não sangram, não sentem dor, não têm nenhuma necessidade humana e possuem uma auto regeneração acelerada, quem dera eu também pudesse aproveitar desses efeitos.
— Agora, desembucha e me diga suas habilidades.
— Ok, elas são…
Depois disso, ela prosseguiu e me contou sobre as habilidades que tinha em vida, e também, duas que ela descobriu que ganhou enquanto estava no 'nada'.
— Você possui habilidades bem úteis. Estou ansioso para lutar ao seu lado.
O mesmo sorriso que demonstrei em batalha apareceu em meu rosto, e Ravaatra, sorriu de forma gentil para mim.
— Penso o mesmo.