A mulher estava batendo em um saco de areia com toda sua força, em um galpão que haviam organizado para seus "funcionários" treinarem. Ela já estava cansada por mais cedo ter dado alguns tiros e treinado com alvos utilizando seu arco e flechas.
Ela bufou ao ver Michelle Castro, uma das mandantes vindo em sua direção, elas não se davam bem.
Michelle quem conseguia trabalhos para a mulher de traços latinos, ou qualquer uma das dezenas de pessoas que eram: assassinos, ladrões (ou que faziam o que mandassem) conseguissem serviço.
— Você e Alcantara, estão escaladas para uma grande missão. — Michelle avisou.
— Que tipo de missão? E por que não posso fazer sozinha? — a mulher logo perguntou. — Alcma sabe que só trabalho sozinha!
Michelle tinham vários chefes: desde criminosos aos "bons feitores", até os funcionários do governo.
— Você é ambiciosa demais, tem que aprender a dividir. — Michelle falou, segurando o queixo da outra. — Não pode chegar aqui e achar que sabe arremessar umas faquinhas e já é peça principal do tabuleiro. — Praticamente rosnou, na direção da menor.
— E o que tem de mal em ser ambiciosa?! Tem medo que minha ambição me faça pegar seu lugar? — a mulher menor desafiou. — Tem medo que eu consiga pegá-lo, não é?!
— Me poupe disso, marrentinha! — Michelle falou. — Você terá a missão que quer, Alcma não quer esperar mais.
— Ótimo, é o que mais quero mesmo. — falou com desdém. — E não o seu posto.
— Acho bom você querer só isso mesmo. — Michelle falou irritada e saiu deixando a outra feliz por ter conseguido afetá-la.
— A única coisa que quero no momento é dinheiro e a Goddess Woman.
Naquela tarde a latina conseguiu a missão que tanto esperava. Ela iria atrás da Goddess Woman, enfim. Desde que soube que "a tia da Goddess Woman", Alcma Meg-Alos, também uma alienígena estava atrás da heroína, a outra não mediu esforços para encontra-la e conseguir a tal missão.
Essas informações eram confidenciais, mas ter envolvimento com pessoas do governo era ótimo por isso. Enfim esse dia chegou, e a mulher conseguiu unir o útil ao agradável. Só faltava concluir sua missão, descobrir quem era por baixo da roupa de Goddess Woman.
Avistou Josie indo em sua direção, respirou fundo e guardou os equipamentos que eram seus e deixou as facas que estavam consigo na mesa de metal, no grande galpão.
— É... Agora vamos ter que ir novamente para Miami. — Josie suspirou, como se fosse algo que ela não quisesse fazer, o que era exatamente o contrário, já que estava feliz por voltar.
— Como assim nós?! — a outra a encarou com o cenho franzido.
— Mas você é lenta mesmo, hein!... Nós: você e eu. — Josie falou, enquanto gesticulava.
— Não sou lenta. — Revirou os olhos. — Você não precisa ir!
— Não vou discutir isso... — Josie fez cara feia. — Sei que não preciso ir, mas você acha mesmo que eu perderia a oportunidade de voltar a viver na minha "amada" cidade natal por um tempo?! — falou, como se fosse óbvio.
— Eu pensei que sim, você disse que não voltaria para lá.
— Eu digo muitas coisas. — Josie olhava, com um pequeno sorriso nos lábios.
— Ok então. — falou, concordando, mesmo sem querer.
Só de pensar em voltar para Miami e pensar na vida que levava lá não agradou nem um pouco. Sentiu como se estivesse cansada do nada, sentou na mesa da sala. Josie se aproximou e a abraçou bruscamente.
— Que isso, Jo?! — falou e riu.
— Foi gay, não é?! — riu junto com Josie. — Não pensa que irá ser ruim, sabe por quê?! — Josie falou alto na orelha da mulher de cabelos castanhos, quase a deixando surda.
— Hmm, por quê? — perguntou. Josie saiu do abraço.
— Porque já arrumei uma casa e vamos morar juntas! — gritou e fez uma dança ridícula. Que fez a outra rir, essa era a intenção de Josie.
— Acho que me suicido em três dias junto com você. — falou, rindo.
— Eu também te amo. — Josie piscou e fez um coração com as mãos.
— Sei... — murmurou e se levantou da mesa.
Josie a perturbou mais pouco e foi embora, cada uma para seu próprio apartamento.
Cada uma delas arrumou suas coisas, que não eram muitas, pelo menos objetos pessoais não, mas sim os equipamentos, porque não tinham residências fixas. E no dia seguinte estavam em Miami.
Depois de uma "pequena" discussão entre as duas mulheres, porque a casa que era enorme e sem necessidade daquilo. E pela latina elas ficariam em um apartamento, não tinha necessidade, de ser em uma casa naquelas proporções, Josie sempre um poço de exagero.
— Fixação, uh! — Josie falou ao ver alguns jornais com notícias falando da Goddess Woman, espalhados pelo chão.
— Não tenho fixação... Ainda mais por ela.
— Então... Se não é fixação, é obsessão! — Josie continuou.
— Também não. — A outra mulher respondeu. — Eu tenho meus motivos, mas você não entenderia.
— Você nunca me explicou ou falou sobre eles. — Tentou manter o diálogo.
— Nem quero falar, a Goddess Woman já tem atenção demais, sempre teve! — essas foram as palavras finais para que Josie tentasse esquecer o assunto e deixar Scarlet em paz.
*****
— Jill... Eu estou com medo, acho que tem alguém me seguindo... — Scarlet que passava o dedo na tela do celular enquanto tentava andar, parou para escutar a conversa atrás da porta.
— Seguindo?!... Por que acha isso?! — Jill falou, nervosa.
— Ninguém pode descobrir sobre a Goddess Woman... Imagina! — Hailee falou nervosa. — Não sei, mas tenho a sensação, às vezes parece que tem alguém atrás de mim.
— Você já viu essa possível sombra da qual está com medo? — Jill perguntou, sem querer dar bola a "paranoia" de Hailee.
— Nunca vi, mas sei que tem alguém... Parece um desses ninjas malucos que nem fazem barulho, porque eu tento escutar, mas parece que nem respira. — Hailee bufou e Jill ficou calada pensando.
— Você tem certeza, não é só paranoia? — Jill perguntou.
— Mas é claro que tenho. E não posso deixar que ninguém descubra a verdade.
"Só o que me falta agora."
— Então temos que descobrir quem é logo antes que descubram.
"Tenho que descobrir quem é essa pessoa, porque eu vou descobrir a identidade da Goddess Woman antes de qualquer um."
Scarlet percebendo que as duas mulheres entrariam no apartamento de Hailee logo se afastou da porta, o mais silenciosamente possível.