[07/04/2018] - [14:47:19]
[Oceano Atlântico - Aukhemya]
[Lúcio POV]
Ding!
Passei os últimos momentos teorizando, especulando, imaginando, refazendo, dando palpites e chutes sobre o funcionamento dos teleportes, portais, substituições espaciais, coisas parecidas e relacionadas com magia e fenômenos espaciais.
Resumindo: cada vez que minha compreensão sobre a área aumentava, o timer era reduzido proporcionalmente. Mas essa proporção era muito baixa, sequer chegava à 1%. E claro, como já dizia Sócrates: Só sei que nada sei.
Eu não estava simplesmente ponderando e filosofando. Primeiro, usei algumas poções e pílulas para acelerar o pensamento. Tudo seguro, obviamente.
O único efeito colateral era que eu não poderia me mover, como se estivesse em estado vegetativo.
Esse método só era usado quando pesquisadores querem alcançar algum tipo de iluminação e superar uma barreira em seus projetos. Também era muito bom para autores que estão sem ideias do que fazer em suas obras.
...
E não, eu não estava viajando na maionese.
...
Apesar de que o efeito era mais poderoso que um coquetel de drogas com gasolina...
Felizmente, eu ainda poderia usar as Técnicas de criação internamente, como se estivesse desenvolvendo o projeto ou a planta de uma estrutura. Dessa forma, os resultados que estavam à passos de preguiças, agora estavam à passos de tartaruga.
É... Não era muita coisa, mas já contava como um começo...
Vivy também estava me ajudando, ao dar orientações. Um exemplo simples: teleporte não é simplesmente magia. Por mais que quase tudo possa ser explicado usando o argumento "mágica", as próprias forças arcanas possuem alguma base científica. Aliás, essa magia não é uma simples ramificação da magia/fenômeno/lei/conceito do espaço. Envolve a surpreende velocidade de movimentação da matéria de um ponto à outro, portanto também envolve a magia/fenômeno/lei/conceito do tempo. Como se fosse uma viagem do ponto A ao B, mas rápido de maneira que a matéria movida possa atravessar os átomos e suas ligações.
E não... Eu não tirei tudo isso de um filme de ficção científica... Confia.
Claro, há vários outros detalhes e condições, mas isso não é importante.
O QUE REALMENTE É IMPORTANTE: FALTAVA POUCO PARA O PROCESSO TERMINAR!
Lúcio: 'O efeito das poções já acabou. Só se passaram alguns minutos, mas pareceram horas.'
Vivy: @Lúcio |E então? Vai parar e descansar?|
Não era uma boa ideia fazer isso. Tinha que salvar Selene e o pessoal-
...
Precisava salvar o pessoal? Calma lá...
Na verdade... Eu não precisava me preocupar com a turma. Afinal, a passagem de retorno deles já estava garantida. Sem falar que eram Homúnculos. Não é fácil matar um dos meus Homúnculos Dourados.
Hehehehe... Tive uma ideia...
Selene: "Ei Luc, se você estiver ouvindo, tem algo que eu possa fazer?"
...
Awn... Tem como eu dizer não? Mas o que ela poderia fazer naquele momento?
...
Tive uma ideia...
...
Não sabia se ia adiantar, nem sabia se ia acontecer do jeito que pensei, mas não custava nada tentar...
Lúcio: "Claro! Continue mandando boas energias, vibrações legais, qualquer coisa que dê sorte. Nessa situação, é o melhor que VOCÊ pode fazer."
...
Selene: "Tá bom! EU nunca precisei de você mesmo! Eu me viro SOZINHA!"
Ela entendeu o recado. Mas e os Aukhemyanos?
Lúcio: 'É inútil pensar nisso agora. Na verdade, duvido que eles caiam em um esquema tão infantil, mas toda ajuda é bem vinda.'
Ainda tinha que tirar Selene daquele lugar mais rápido que um CORRE NEGADA. Ela me salvou cacetas vezes. Já passou o momento de começar a retribuir tudo.
Vivy: @ Lúcio |E então?|
Lúcio: @Vivy |De jeito nenhum! Só estou começando!|
***
[Garun POV]
Rainha do Setor da Água: "*irritada, erguendo a voz* ISSO JÁ É DEMAIS! Agora vocês querem botar a culpa no meu Setor, só para me extorquir?"
Rei do Setor do Fogo: "*rindo* Não, que ideia absurda! Como poderíamos fazer algo assim?"
Rei do Setor da Terra: "Admita Ishir, você é o mais ganancioso. Seu Setor do Fogo sempre precisa de minérios novos. E o Setor da Água de Euránia é a melhor opção."
Ishir: "Seu duas-caras..."
Rainha do Setor do Vento: "Você não está numa situação melhor, Nacopo. Suas Terras Devastadas não conseguem produzir nada. E aí precisa comprar do meu Setor. O Setor da Água também é muito atrativo para você."
Nacopo: "À preços altíssimos, devo adicionar. Pauruna, devo lembrá-la quem é a maior mercenária aqui?"
*suspiro*
Eles mal chegaram, e já estavam discutindo. Mesmo sendo o mais novo dos cinco governantes, eu ainda era o mais maturo. Me senti como uma babá. Normalmente, nessas reuniões, deixo todos fazerem o que querem. E após desabafarem, ponho ordem no lugar.
A diferença é que não eram crianças normais.
Pauruna seduziu o último rei e, usando seus contatos ilegais, tomou o poder e o matou. Na verdade, esse caso dela foi algo bom, pois o antigo rei estava sendo uma pedra no sapato.
Nacopo era um comerciante influente, arquitetou uma rebelião contra a antiga rainha, que era inocente demais para o cargo, e ganhou o controle do Setor.
Ishir e Euránia eram os únicos de família real. O primeiro era um viciado em lutas, guerras, derramamento de sangue e coisas parecidas. Seus irmãos morreram em acidentes misteriosos. Claro que a agência de inteligência já sabia da verdade.
Euránia era a única dos quatro que realmente tinha qualidades de rainha. A coitada não era tão influente como os outros, mas era a única que não me dava problemas. E bem... Ela tinha aquele corpo maravilhoso. Perfeito para virar a Dama Prateada, ao invés da megera casada comigo...
...
Pouco me importava a opinião deles. Os estrangeiros já haviam me cansado o bastante. Só os chamei porque queria deixá-los a par de tudo (e também porque queria ver suas reações.). Mas agora eles estavam discutindo políticas.
E mais: assim que terminou de dar as notícias, Belduin saiu, como se toda aquela situação não tivesse sido causada por ele.
Garun: '*com uma veia saltada* Eu devia fazer o mesmo e sair daqui...'
Pela vigésima sétima vez na vida, minha esposa disse algo razoável: a família real estava em decadência.
Garun: '*com um sorriso terno* Sabe pai, duvido que você teve que passar por isso. Mas ainda serei como você algum dia... O poder do Arauto é minha melhor chance que nossos sonhos se realizem. Seus netos poderão viver nesse lugar melhor que você sonhou tanto.'
"*murmurando* Está na hora de mostrar a eles quem manda por aqui..."
***
[Belduin POV]
Narrador: "Os irmãos Vanuris caminhavam pelos corredores da grande igreja. Pareciam estar conversando casualmente, mas era apenas uma magia de ilusão, criada pelos mesmos. Eis aqui o verdadeiro conteúdo das conversas."
Marauin: *ouve berros*
"Será que foi uma boa ideia deixá-los sozinhos? Ainda consigo ouvi-los brigando daqui."
Belduin: "Fique calmo. *um pouco irritado* Eles são políticos. Se não podem lidar com algumas conversas acaloradas, deviam deixar o cargo para alguém competente. Na verdade, eles deveriam matar uns aos outros. Isso seria muito melhor."
Marauin: "*suspira* Você realmente não os suporta, né? Sabe que está fazendo uma aposta muito arriscada?"
Belduin: "*aborrecido* Não os suporto de forma alguma. Acham que também são deuses como os Reis Divinos. Nunca irei perdoar a família real do Palácio Dourado, e aquele maldito Ishir. Fico calmo porque sei que estou fazendo o certo, conforme São Madhael disse, mas temo o que o senhor Lúcio e a senhora Selene possam fazer depois que ambos assumirem o poder."
Marauin: "Bem, considerando a forma como você os tratou, é esperado que tenham ressentimentos de você."
Belduin: "Santo Madhael, nem me fale! Se eles não entenderem que aquilo tudo foi um teatro, meu fim será pior que a morte!"
Marauin: "Acho que você realmente exagerou quando chamou a senhora Selene de vadiazinha."
Belduin: "Por favor, nem me lembre disso... Eu só falei aquilo porque aquele bastardo do Garun estava perto! Céus, eles são nossos salvadores, os futuros governantes! Só espero que entendam minhas intenções."
Marauin: "*rindo* Levando em conta seu repertório de maldições e palavrões, vadiazinha é elogio. Pelo menos eles estarão entorpecidos com as glórias resultantes, então não acho que iriam te matar."
Belduin: "*suspira* Espero que esteja certo. Finalmente, esses governantes corruptos caíram!
...
Mas... A questão da Divina Rainhaperatriz ainda está me incomodando...
São Madhael não a mencionou em nenhum momento. Mesmo quando perguntei sobre ela, fui ignorado."
Marauin: "Irmão, espero que isso seja apenas uma paranóia. *sorrindo* Uma paranóia causada pela sua velhice."
Belduin: "Ha, ha! Sabe muito bem que essa aparência decrépita é só um disfarce."
Marauin: "Claro, já entendi, senhor mascarado que resgatou a senhora Selene do próprio laboratório."
Belduin: "Ugh... Nem me lembre disso. Nossa mãe estava certa: mentiras só levam à problemas..."
Marauin: "*sorriso* Parece que seu sonho de infância sobre ser ator ainda está vivo. Só precisa melhorar seus sorrisos de vilão. Aqueles foram muito estranhos. Estavam dizendo: 'Sou seu amigo, mas estou tentando dar meu melhor para parecer um vilão barato."
Belduin: "Tch. Nem comece. Aliás, quem era mesmo que tinha o sonho de ser um cavaleiro em armadura brilhante?"
Marauin: "*pigarreando, um pouco envergonhado* Aquela armadura está guardada. E vai ficar assim pra sempre."
Ambos: "Pfff... HAHAHAHAHAHA!!!!
Belduin: 'Espero ainda poder rir assim com meu irmão amanhã.'
Em poucas horas, novos governantes surgiriam em Aukhemya. E eles me odiavam. Ainda bem que eu só tinha a aparência de velho, ou então já teria morrido de taquicardia.
Então um dos vigias abruptamente chegou, completamente afobado.
Cavaleiro: "Senhor Comandante! Os cultistas estão com comportamentos estranhos!"
Marauin: "Urgh, minha presença realmente é necessária?"
Realmente, não seria a primeira vez na história que um preso tenta usar algum plano absurdo para fugir da cadeia.
Mas sinceramente... Vigiar qualquer tentativa patética de fuga ainda seria mais interessante que falar com a imprensa.
Belduin: "Ora, vamos lá. Talvez algo realmente aconteça."
E claro: eles não eram presos comuns. Talvez algo realmente acontecesse.
Por exemplo, a invocação de um monstro que os ajudará a fugir.
Autor: *desviando o olhar*
***
[Selene POV]
Lúcio estava calado a algum tempo. Talvez estivesse planejando algo, ou inventando algum artefato mirabolante para nos tirar daqui.
...
Nah, ele deve ter adormecido! Lúcio sempre foi a donzela adoentada. Não é que não queria ajudar, ele só não era forte. Daí os artefatos, jóias, talismãs e selos que ele criava serviam pra compensar isso. Mas após serem tirados pelos aukhemyanos, não tinha muito o que pudesse fazer.
Talvez os novos poderes pudessem ajudar. Mesmo assim...
Não, eu devia ter fé nele. Se tem alguém capaz dos mais estranhos milagres, era Lúcio.
Selene: "Eia Luc, se você estiver ouvindo, tem algo que eu possa fazer?"
Perguntei, novamente sem esperanças de resposta. Mas houve resposta.
Lúcio: "Claro! Continue mandando boas energias, vibrações legais, qualquer coisa que dê sorte. Nessa situação, é o melhor que VOCÊ pode fazer."
Hã? Tá bom? Mas o que ele quis dizer-
Selene: 'Espera, acho que entendi...'
Selene: "Tá bom! Eu NUNCA precisei de você mesmo! Eu me viro SOZINHA!"
Hahaha... Isso estava ficando divertido. Só o Luc mesmo para querer fazer essa pegadinha com os carcereiros. Como eu sabia o que ele quis dizer? Simples, aquela era uma clássica dele: Distração & Destruição! Tá, não tinha nada de destruição, era só pra combinar. Mas a parte da Distração era 100% verídica.
Por mais que o papel de "princesinha" me causasse certo desgosto, ser salva pelo meu namorado dessa situação poderia ser interessante de alguma forma.
Selene: 'Mesmo sendo a Distração, realmente não há muito o que eu possa fazer... Bem, já que eu sou uma adoradora do demônio, vamos invocar um demônio!'
Pela primeira vez, o olho me ajudou. Lágrimas espessas prateadas escorreram dele.
Líquido estranho para desenhar um círculo de invocação obtido!
Só faltava fazer o círculo. Mas qual deles?
???: 'Eu sugiro um filhote da Tecelã Branca. Aliás, mande esse filhote para o senhor Lúcio, na cela ao lado. Vai ser muito mais útil pra ele do que imagina.'
{Notas do Autor: Uma pequena referência à Kumo desu ga, a primeira novel que eu li, e meu segundo mangá.}
Selene: '*arregalando os olhos e engolindo em seco* Quem disse isso?!!?'
???: 'Sou um Arauto enviado pelo Todo Poderoso Deus Criador à pedido da Senhora Horakthy.'
Ah, que maravilha! Uma voz aleatória de um sujeito na minha cabeça!!! Mas e daí? Fiz exatamente como ele disse.
Era suspeito? Totalmente! Mesmo assim, desenhei o círculo, que conveniente estava gravado na minha mente. Como era possível? Meu único palpite: alguma entidade com o poder de um deus queria MUITO que eu invocasse um filhote da Tecelã Branca. E olha só! Uma certa aranha gigante chamada Tecelã Branca era uma divindade!
CONVENIENTE, NÉ??!??!!!
Narrador: "*pressionando o Autor contra a parede* Vai abrindo o bico."
Autor: "Não fui eu! Eu só dei o recado, mas a ideia foi de Horakthy!"
O círculo brilhou, o fluido desenhado levitou e reuniu-se, dedos invisíveis modelaram a massa prateada, formando uma aranha de mesma cor, que depois ficou branca, com olhos vermelhos. Ela olhou para mim, e de alguma forma, consegui sentir alegria, orgulho e empolgação vindos do aracnídeo.
Aí... Ela deu as costas e saiu.
Selene: "*boquiaberta* ... Hãn? EI, VOLTA AQUI! PARA ONDE VOCÊ TÁ INDO?????"
PRA QUE CARALHOS SERVE UMA INVOCAÇÃO QUE VAZA ASSIM QUE VÊ O INVOCADOR?????
Lúcio: "Selene, foi você que mandou essa aranha?"
...
SÓ SIGA O FLUXO, SELENE!
Selene: "F-foi!"
Lúcio: "Excelente! Ela vai ser a chave da nossa salvação! Mais uma vez, Leninha salva o dia!"
Selene: "Di-disponha!"
Mas agora tinha um novo problema: a aranha. Noobs teriam ficado felizes com isso. Afinal, uma invocação que nem precisa ouvir as ordens do mestre deve ser incrível!
Né?
...
Não. De forma alguma.
Pelo contrário: isso significa que, ou o invocador é um bosta e nem consegue controlar um inseto...
Ou...
Uma entidade superior, como um deus, interferiu e está manipulando a invocação.
E para um deus fazer isso, ainda mais em um lugar perdido como Aukhemya, só poderia ser um primordial relacionado com a Terra, como Gaia, Nuwa, Ymir...
E Cíntia...
Ah claro, o mais provável era o tal Arauto do Deus Criador, o próprio Criador e Horakthy.
...
CALMA LÁ, ELE DISSE HORAKTHY?!????!!! A IRMÃ ESQUARTEJADA DE CÍNTIA!??!?!??
*suspira*
Quer saber: FODASSE!!!! TÁ NA HORA DE IR PRO BONDE DAS DOIDONAS!!!!!
Selene: "*pigarreando* Agora é só-"
BAAAAAAAAAAANNNNNGG!!!!!!
Cavaleiro: "*abrindo a porta com um estrondo* Levem os cultistas para o local da execução. AGORA!!!"
...
...
...
Eh?
Eihn?
HEEEEEEEEEEEEEEEIIIIIIIINNN??????????
___________________________________________________
{Notas do Autor}
Planejava começar nesse capítulo a execução da turma, mas resolvi fazer pequenos POVs dos envolvidos. Claro, faltou os POVs das principais partes, aka Madha e Horakthy.
Mas esses aí vão ser surpresa.
Então agora vem o seguinte: estou pensando em segurar os capítulos, e postar tudo de uma vez. Ou seja: passaremos um BOOOOM TEMPO sem capítulos, mas aí então BUM! TUDO DE UMA ÚNICA VEZ!
Porque eu, como leitor, odeio cliffhangers nesses momentos importantes. Então, DESSA VEZ, eu não quero sacanear ninguém. Sim, sei que já estou sacaneando a muito tempo, mas simplesmente deixar um cliffhanger nesse momento aí já é passar dos limites.
Enfim, passaremos um tempo sem novidades, mas peço que não desistam da novel. Por mais que seja uma obra com muitos clichês, não deixa de ser divertida.
Até mais, galera!