[05/04/2018] - [14:00:44]
[Oceano Atlântico - Aukhemya]
[Edwich POV]
Pensar que cinco descendentes apareceriam de bandeja para mim...
Isso seria um sonho, uma fantasia muito louca! De forma alguma eu poderia imaginar algo assim!
Mas então... Hahaha... Eles apareceram! Os cinco, caindo diretamente em minhas mãos! E melhor: Todos eram manipuláveis, até mesmo o americano. O único que me incomodava era o caipira. Entre todos, ele era o único sem qualquer artefato. Sequer usava roupas de qualidade. E mesmo assim, sua figura patética me causava desconforto. Devia ser um indigente. E talvez nem conhecesse magia. Felizmente ele era um glutão. Então tudo seria fácil. Mesmo assim, eu sentia que algo não estava certo.
Seria esse o caso "Não julgue um livro pela capa"?
Não fossem aqueles intrometidos do Palácio, seriam seis... Eles mal se importavam com as cidades vizinhas, mas de repente, apareceram do nada nos arredores dessa cidadezinha e agiram como os reis do lugar...
Malditos...
Mas isso não importava mais!
Se tudo corresse bem, eu teria acesso à herança dos cinco. Todos que, no passado, saíram de Aukhemya eram a elite do Palácio, tanto em questão de poder, status e riqueza. Essas pessoas deixaram heranças para as futuras gerações. Além de artefatos valiosos, diversas técnicas e conhecimentos estariam guardados nesses locais, onde os descendentes poderiam tentar a sorte e obter tais recursos valiosos. Se eu consegui-los...
Edwich: 'Talvez eu finalmente...'
Aukhemyano: "Senhor Edwich, já estamos chegando."
Meu motorista me interrompeu. Quase retruquei, mas desisti, após considerar a situação. Aquele não era o momento para me preocupar com isso. Afinal, eu teria um trabalho longo, porém muito prazeroso, a seguir.
Edwich: "Entendi. *murmurando* Melhor não contar com os ovos dentro do pato..."
Aukhemyano: "Disse algo, senhor?"
Edwich: "Não. Apenas dirija. E rápido! *com um sorriso doentio* Estou ansioso para poder ver os nossos convidados!"
Atendendo às minhas ordens, o motorista acelerou, e em pouquíssimos minutos, chegamos ao local onde se encontravam os jovens que trouxeram os forasteiros, a delegacia.
Desci de um carro branco simples, enquanto usava um boné e óculos escuros. Sem mencionar os trapos que sequer poderiam ser chamados de roupas. Descrição era importante. Os civis não precisavam saber o que eu estava fazendo. Humpf... Estava parecendo um arruaceiro, usando trajes tão ruins. Bom, talvez na visão dos civis, eu fosse um sujeito de classe média-alta.
Afinal, não era minha culpa que eles não fossem sofisticados o bastante para diferenciar ouro de pirita.
{Notas do Autor: Pirita também é conhecida como Ouro dos Tolos, pois se parece e muito com o metal precioso, mas quase não tem valor econômico.}
Caminhei, saindo do estacionamento, até a escadaria que levava ao prédio. Era uma construção simples, de 10 andares. Toda a fachada seguia a arquitetura do Setor Água do Sudoeste.
{Notas do Autor: Só para lembrar: Este é o POV de um aukhemyano, ou seja, tamanho dobrado. Portanto, é um prédio de 20 andares.}
Logo na entrada, um jovem estava sentado atrás do balcão, enquanto analisava alguns documentos.
Edwich: "*sério e com um tom autoritário* Diga ao Maxwell que já cheguei."
O rapaz prontamente se levantou e saiu. Era maravilhoso ver jovens tão aplicados e disciplinados quanto este rapaz. Pena que isso era cada vez mais incomum hoje em dia...
Então, Maxwell, o delegado, chegou. Logo atrás, o mesmo rapaz.
Maxwell era um primo distante, que trabalhava como guarda da barreira. Mas ele sempre foi obediente e cumpria excepcionalmente suas ordens. Por causa disso, e de umas e outras, eu o escolhi como delegado. Obviamente, foi muito fácil mexer os pauzinhos para que isso acontecesse.
Maxwell: "*sério* Me siga."
Ele nunca conversou muito. O que é ótimo, considerando que pessoas falastronas apenas causariam problemas nos meus negócios.
O acompanhei até uma escadaria espiralada, que descia até as celas, onde prendiam os criminosos. Mas essa escadaria descia um pouco mais, onde era meu objetivo. A maioria da população, porém, não fazia ideia da existência dessa área. E era melhor que continuasse sem saber.
Após abrir um alçapão camuflado, descemos até um corredor escuro, com algumas celas especiais ao longo do caminho. E em uma dessas celas, estava o provável líder dos jovens que encontraram os forasteiros.
Ele estava em pé, e seus braços erguidos encontavam-se presos a correntes no teto. Pelos hematomas e ferimentos em seu corpo, concluí que Maxwell e sua equipe fizeram o seu trabalho.
O delegado abriu a porta da cela e eu entrei. Quando fiquei perto do rapaz, percebi seu estado deplorável. Mas que pouco me importava. Eu só precisava de respostas.
Edwich: "O que descobriu?"
Maxwell: "Infelizmente nada além do que ele já havia dito antes. Talvez a história que ele espalhou seja verdade."
Edwich: "*com um sorriso perveso* Talvez. Mas acho que vale a pena tentar mais uma vez. E agora, eu quero fazer isso pessoalmente."
Maxwell: "Como desejar. Eu vou buscar as ferramentas."
Então, apenas o rapaz e eu ficamos na cela.
Edwich: "*ainda sorrindo perversamente* Seu nome é Shurit, não é? Escuta, rapaz. Você poderia começar a falar logo. E assim, muita dor poderá ser evitada. Me diga, como e onde vocês encontraram os forasteiros. E pelo amor da Rainha, não me venha com a mesma lorota que você contou aos imbecis daqui. Minha paciência também tem limite."
Atordoado, o rapaz nem mesmo ergueu a cabeça.
Edwich: "*irritado* Então acho que vai ser do jeito mais difícil..."
Shurit: "NÃO!!! POR FAVOR NÃO!!!! *chorando* Eu não aguento mais!!!! Eu conto tudo, mas imploro, me solte!!!!"
Edwich: "*sorrindo maliciosamente* Tomou a decisão correta! Agora me diga, o que aconteceu?"
Shurit: "*apavorado* O senhor precisa chegar mais perto. Se eles ouvirem, será tarde!"
Edwich: 'Hun? Qual é o problema dele? Será possível que ele acha que o Maxwell iria me trair. Tá, ele até poderia me trair, mas pagaria um preço muito alto por isso. Além do mais, esse garoto está acorrentado. E graças às matrizes da corrente, ele está totalmente incapacitado.'
Então me aproximei.
Shurit: "Eu... Eu... Eu...
...
...
...
*sorrindo*
TE TROLLEI!!!!!"
Edwich: "*perplexo* HÃ? MAS QUE POR- GAAAHHH!"
Estava prestes a arrebentar o rapaz, quando senti uma forte pancada na nuca e imediatamente desmaiei.
Aquilo...
Só foi o começo do meu fim...
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{Notas do Autor}
Finalmente, o mini arco do prefeito está acabando.
E acho que posso dizer que o primeiro volume da novel também está encaminhando para a reta final.
Óbvio, ainda vai acontecer muita coisa até lá.
Até amanhã, galera!