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Chapter 39 - Conto 39: O morcego

Numa madrugada acordo com um morcego grande e preto batendo as asas por cima de mim. Tinha dentes compridos, focinho, feições perfeitas. Seus pelos brilhavam... era assustador!

Surge uma luz branca no peito dele...

Batia as asas mais rápido, enquanto a luz crescia... E muito mais rápido, começou a se debater... vejo um clarão...

Uma explosão de luz... e o morcego desaparece no ar! Sinto que tem mais alguém no quarto... parece estar escondido.

É tão impressionante, que parece um sonho! É um sonho ou uma visão? Não tenho certeza desta vez.

Chega o sábado.

- Luigi, troca de roupa! Vamos até a padaria!

- Tá bom.

Andávamos pela rua de mãos dadas. E, do nada, Luigi comenta:

- Mãe, sonhei com morcego, e, no outro dia, com vampiro.

- O que sonhou Luigi? – perguntei surpresa.

- Sonhei que meu pai estava mostrando uma casa, que ia vender, e um monte de morcego veio me pegar. – conta, assustado.

- E o que você fez no sonho?

- Eu fiquei com medo e acordei!

Coincidência...mais tarde, ligo para Lívia:

- Não, não foi um sonho! É o exu-morcego! Luigi foi usado por Deus para que você percebesse que teve uma visão! Ele tem o dom, viu?

- Quem é esse exu? E o que ele faz?

- Não sei...

Procuramos na internet e não encontramos nada.

- Como ele veio?

- Contaminação, da casa do pai.

- Será?!

- Sim, veio de lá! – afirma com absoluta certeza.

- Luigi chegou da casa do pai prostrado. Não tinha nada na garganta, nem febre, nem dor. E, por coincidência, eu também fiquei cansada... talvez tenha a ver! Será que ele suga as energias da vítima, já que é um morcego?

- Eu realmente não sei dizer.

- Bom, de qualquer forma ele se foi! Agradeço ao anjo do Senhor que cuidou de mim. Preciso desligar, vou estudar com o Luigi agora.

- Vai lá, beijos. Manda beijo para ele também.

- Beijos para todos.

Dias depois encontro minha mãe no shopping. Sentamos na praça de alimentação:

- Sabe do que eu lembrei agora, mãe? O Edgar comprou um morcego de pelúcia para o Luigi. Você o viu na semana passada, quando foi em casa.

- Não lembro.

- Você viu e mandou jogar fora! Falou que ele era horroroso!

- Luigi jogou?

- Não, escondeu-o no guarda-roupa.

- Agora me lembro... como um pai pode comprar um presente tão horrível! – comenta, inconformada.

- Será que o exu veio por meio dele?

- Eles sempre vêm por meio de algo... – responde, pensativa.

Terminamos o almoço e passeamos no shopping. Ao chegar em casa, procuro a pelúcia e a jogo no lixo.

Durante a semana, chamo Luigi para fazer a lição de casa, na sacada. Demora para resolver os exercícios, brinca, erra as contas. Ultimamente está assim. Fico nervosa, dou uma bronca, e ele chora.

- Chega de choradeira, Luigi! Está tarde e você está cansado, vamos deitar!

Abraço-o e ele se acalma.

- Deita comigo, mãe? Vamos orar antes de dormir? – pergunta, preocupado.

- Sim, vou deitar no colchão e a gente ora.

- Tá bom.

- Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia...

Durante a oração, tenho uma visão...

Um morcego nos observava, enquanto estudávamos.

- E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém.

Existem mais morcegos então! Vou expulsar:

- Sai agora desta casa: toda contaminação, todo espírito das trevas, em nome de Jesus! Sai desta criança! Sai da minha vida! Jesus, nos liberta de todo mal, manda, por favor, seus anjos agora para nos proteger e nos guardar! Amém.

Depois das orações a casa ficou em paz e Luigi dormiu tranquilamente. Obrigada, Deus, por mostrar o oculto e por mais esta vitória!

Enquanto chamo o sono, devaneio: "Agora faz sentido as aparições da dentadura vampiro, da sombra e do morcego, estão todas interligadas. Edgar tem um lado sombrio e oculto, amor e raiva moram juntos no coração dele."

Durmo tranquilamente.

Os dias foram passando, e, a cada jejum que fazia, as entidades se afastavam, e, simultaneamente, minha disposição aumentava, e, eu me sentia cada vez melhor e mais forte.

Nunca mais os vi...