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Chapter 4 - Preparando-se para o próximo andar

Capital dos Ventos, Interior da Torre dos Ventos, 1º Andar.

30 minutos mais tarde.

O Interior da Torre é bem diferente do que se espera de uma Torre, mas suas propriedades incompreensíveis lhe permitem trazer cenários diferentes. O Primeiro Andar era, por si só, diferente. O sol no horizonte projetava uma sombra alongada das enormes árvores que contornavam as bordas da Torre, e em meio dessas árvores, há uma vila com algumas poucas casas, contornada por uma mureta de pedras, delineando o território da vila em relação a floresta, em sua volta.

No centro da pequena vila há uma plataforma feita de pedra, totalmente lisa, aparentemente feita por uma mão humana.

Em meio da plataforma, um tornado começou a se formar de baixo para cima enquanto se estendia de maneira violenta. Quando o tornado cobria a plataforma por completo, ele se desfazia deixando no local, quatro figuras.

– Então é assim que é dentro da torre! - Disse Jenipher, olhando em volta e com um sorriso na cara. – É bonito! –

– Nem todos os andares da torre são assim. – Explicou, Grant, enquanto ajeitava a manga de seu paletó, sempre que viajava naquele tornado, a roupa dele se desajeitava. Em seguida ajeitou a gola.

"Eu finalmente entrei na torre..." Pensou, Aira, olhando em sua volta, seus pais a prepararam para aquilo, para se tornar uma Mestra. A garota sentiu um formigamento estranho embaixo da faixa na cabeça, especificamente na ferida, ela tirou a faixa da cabeça e viu alguma coisa saltar para fora da ferida. Ela olhou e viu que era um dos pontos, em seguida o resto dos pontos saltaram.

– Mas o que é... – Estava incrédula com o que via.

– Dentro dos limites dessa vila, Aira, temos uma pequena Aura de Regeneração, ela cuida de algumas poucas feridas leves, mas só as superficiais... – Disse ao ver os pontos da cabeça dela saltarem.

– Ah... – Ela não sabia o que pensar, aquilo era bem diferente e inesperado.

– Esquece, esse lugar é incrível mesmo! - Exclamou, Jenipher, com a notícia.

– Bem... Guia, Grant, o que vamos fazer agora? – Perguntou o jovem de cabelos brancos e olhos vermelhos.

– Irei levar vocês ao local onde irão dormir. –

Então o guia deles, caminhou em meio da vila, sem olhar para os lados e nem nada, diferente das crianças, que o acompanhavam olhando tudo que conseguiam.

Aira passou a mão sobre a ferida na cabeça e percebeu que ela havia se cicatrizado, finalmente.

– Depois de apresentar vocês aos seus aposentos, irei verificar seus atuais níveis... mesmo imaginando que vocês não estejam tão longe do máximo inicialmente. - Disse com um olhar de soslaio em direção a Aira, que se sentiu intimidada com seu instrutor.

– E o que acontece se a gente chegar ao nível máximo, inicialmente? - Perguntou, Jenipher, curiosa, sua cauda balançava enquanto as orelhas baixavam.

– O nível máximo é bem subjetivo, pois se trata do quão dificultoso se torna para a pessoa de atingir o próximo nível, portanto o nível máximo é diferente para todas as pessoas, mas se quer mesmo saber, ao atingirem o nível máximo de vocês, terão duas opções, continuar treinando, ou ir atrás de uma jóia para o bracelete. - Ele usou como exemplo o bracelete dele. - Ter uma joia facilita o treino. - Baixou o braço e então parou em frente a uma casa grande.

– Instrutor, Grant, onde estão as pessoas da vila? - Perguntou, Ryzen.

Uma pergunta ótima, visto que até o momento, eles não viram nenhuma outra pessoa naquela vila, que parecia mais abandonada.

– Como apenas nove pessoas entram todo ano, na Torre, não existem muitos habitantes que vivem por aqui, tirando... de fato... os nativos. - Comentou, colocando a mão sobre o queixo, pensativo. - Mas é uma ótima questão. - Ele olhou em volta, em busca de algum nativo da Torre, mas não havia ninguém por lá.

– Devem ter ido para o Reino dos Sonhos. - Afirmou, Grant. - Alguém deve ter morrido, na Torre. - Ele não pareceu muito surpreso.

Já as crianças, no caso, Airinda e Ryzen, sentiam uma sensação estranha no peito.

Ryzen parecia desconfortável com a notícia. Alguém havia morrido na torre, e o professor anunciava isso com o mínimo de delicadeza possível, o garoto demonstrou um olhar de desagrado com aquilo, mas se recompôs rapidamente.

Aira, por sua vez, sentiu uma dor no fundo do peito, uma lembrança repercutiu na cabeça, a visão do carro girando, seu pai desacordado, sua mãe sangrando com um tronco enorme esmagando sua cabeça, o Tronco amassava a parte da frente do carro junto da mãe de Aira. A respiração de Aira ficou pesada enquanto ela logo iria perdendo o ar. O corpo tremendo enquanto a lembrança se prolongava...

– Aira? - Perguntou uma voz amigável, com um leve tom animado no fundo, não havia preocupação na expressão da garota, muito pelo contrário ela estava contente com algo. Jenipher estava sorrindo para Aira enquanto tocava no ombro dela. Suas orelhas balançavam e a cauda parecia agitada, atraindo a atenção de Aira.

– S-Sim, Jenipher? - Perguntou, Aira, parando, aos poucos, de tremer.

– Eu perguntei o que você acha dessa casa! Ela não parece incrível? - Jenipher se virou para o casaréu antigo, os olhos de Jenipher tinham um olhar brilhante, como se aquilo em sua frente fosse algo incrível.

Aira, então se deu conta de que haviam parado de andar há um tempo, em frente a um casarão meio antigo, havia uma pegada gótica nele, mas não era algo tão extravagante quanto as igrejas de um passado não muito distante, provavelmente faziam-se quase duzentos anos que já não construíam casas do tipo.

A casa, por fora, parecia ter uns dois andares e o que não faltavam eram janelas, aparentemente haviam duas para cada cômodo da casa, todavia, todas estavam com cortinas impedindo a visão para dentro dela. No segundo andar havia uma varanda em um dos cômodos à direita.

– O povo desse vilarejo tem um gosto meio... - Aira não soube achar a palavra certa para descrever isso. Era antigo, porém belo, mas ao mesmo tempo fora de moda, e de moda ela entendia, havia feito um curso de quase quatro anos de Modelo.

– Antiquado? - Completou, Grant.

– Sim... - Aira afirmou.

– Eu quem pedi para construírem desse jeito, levou um mês para terminarem. - Explicou, sem se irritar de fato. Caminhou em direção a porta e a abriu, entrando na frente das crianças, deixando-as para trás. A porta continuou aberta.

Jenipher não perdeu tempo e correu para dentro da casa, enquanto Aira e Ryzen estavam lado a lado, olhando para a assustadora, e gótica, casa em frente.

Aira olhou para o Ryzen, ele deu um sorriso para ela, balançou os ombros e seguiu para dentro da casa, deixando a ruiva sozinha do lado de fora. A garota demorou alguns segundos para dar o passo na direção da casa, seguindo em diante para dentro da casa.

A casa por dentro possuía uma arquitetura tão antiquada quanto o lado de fora. O chão era tão liso e brilhava tanto que até mesmo refletia o teto recoberto por incríveis lustres, todos apagados. As janelas tinham uma vidraça um tanto diferente, mas que carregava desenhos coloridos com formas geométricas que iam de triângulos para quadriláteros, mas nunca um círculo.

A mobília encontrada no local tinham adornos tão exagerados, que pareciam que estavam somente de enfeite, sem de fato ter espaço para guardar alguma coisa em suas estantes, criados, arcas, adegas ou até mesmo seus balcões, todos eram muito bem talhados, mas sem de fato ter algum significado reconhecível.

Havia um Sofá para três pessoas e duas poltronas em volta de uma mesa pequena, um carpete que alcançava os pés de todos os estofados e uma chaminé em frente.

No primeiro andar há diversas portas, que levam para outros cômodos da casa.

Um pouco depois dessa pequena Sala de Entrada, há uma escadaria que sobe até metade do caminho para o segundo andar e então se separa em mais duas escadarias, que se interligam ao final, no segundo andar. No segundo andar há diversas portas, provavelmente eram os quartos e os banheiros.

Conforme Aira andava pela casa, ela foi a conhecendo melhor, não pensava muito, deixando a cabeça vazia, tranquila.

O tempo foi passando, não havia demorado nem trinta minutos para que a garota passasse por todos os cômodos da casa e se encontrava em um quarto com uma cama fofa, macia e com um lençol limpo. Era uma cama de casal, grande e confortável, ao lado dela tinha um criado com um abajur e sobre os pés do abajur, um rádio antigo, porém em bom estado, ela ligou e começou a tocar uma música que o pai dela costumava ouvir: "Al Norte" de Silvana Estrada.

Aquela música era nostálgica e trazia à tona, sobre o peito de Aira, uma dor insaciável, que foi cortada quando ouviu seu nome:

– Aira? Estou te chamando! – Disse Jenipher, com a cabeça na porta.

– Precisa de alguma coisa? – Perguntou a garota, meio receosa.

– O instrutor Grant quer falar com a gente. – E então Jenipher saiu da porta.

– Huh... – Ela respirou fundo e então desligou o rádio, se levantou e caminhou para fora do quarto, a tempo de ver Jenipher entrar em um cômodo no primeiro andar.

Momentos mais tarde, Aira, Jenipher, Ryzen e Grant, estavam seguindo em direção ao Sul da floresta em volta da vila. Grant quis anunciar um líder de grupo, e explicar o motivo da Aira não ser a líder, por mais promissora e forte que ela seja entre os três, Jenipher ainda era a primeira membro do grupo, e isso lhe dava o direito de ser líder do grupo, o que acabou ocorrendo. Ryzen ficou como co-líder e a Aira se tornou apenas o membro de auxílio por ser a terceira membro do grupo.

Grant voltou a explicar que eles iriam fazer mais um teste, para verificar os níveis atuais deles, e ver seus limites, eles colocaram a mão novamente na esfera de cristal do segundo teste, e inseriram um pouco do poder dentro da esfera:

1º Membro do Grupo: Jenipher, nível atual é 7, nível máximo é 15.

2º Membro do Grupo: Ryzen, nível atual é 9, nível máximo é 12.

3º Membro do Grupo: Aira Blake, nível atual é 16, nível máximo é 22.

Até mesmo Grant ficou um pouco surpreso com o resultado dos testes, o grupo em sua frente era realmente um grupo de gênios de geração, mas a Aira era um pouco surreal, visto que ela possuía um limite acima da média.

Conforme caminhavam mais a fundo na floresta, Aira percebeu que Jenipher estava ouriçada, totalmente atenta ao redor, enquanto Ryzen não estava tão alerta quanto a colega de grupo.

As árvores foram tomando cada vez mais conta do local, obscurecendo aos poucos o entorno do grupo. Pequenas criaturas, minúsculas, corriam felizmente pelo local, criaturas estas que poderiam ser vistas na vila. São pequenas bolas de pelagem branca, tão pequenas e com orelhas diferentes, algumas que lembram coelhos, outros que lembram gatos, e até mesmo alguns tinham orelhas de caninos.

Ali era um lugar bem calmo e belo, com criaturas fofas que Aira julgava serem Bestas de Aspecto, ela abriu um sorriso enquanto via aquela vida toda.

Com o decorrer da caminhada, o tempo foi passando e o local cada vez mais se tornava obscuro, quase como se tivessem entrando em um lugar perigoso e terrível, já não havia mais as criaturas fofas, e o grupo seguia de maneira silenciosa, até que Aira quebrou o silêncio:

– Instrutor, Grant, aquelas criaturas de antes eram Bestas de Aspecto fracas não era? –

– Sim. Para ser exato, são bestas de níveis abaixo do cem. Criaturas fracas, porém são ótimas pedras para jovens de pouca compatibilidade e níveis limites baixos. – Explicou, sem necessidade, mas supriu algumas questões de Aira.

– A gente está caminhando tem um tempo, instrutor, para onde está nos levando? – Perguntou a ruiva, naturalmente.

– Acho incrível que não esteja na mesma situação que seus companheiras, senhorita Blake, consigo até mesmo entender, seu nível atual faz com que a densa aura das criaturas dessa área não a afetem. – Disse sem de fato explicar para onde estava os levando. – Mas, para suprir sua curiosidade, estamos indo para o décimo andar, mas iremos parar próximo da passagem. –

– Décimo andar? Mas a gente estava no primeiro agora pouco... – Disse, confusa.

– Seu alto nível supre uma aura que existe em cada andar. Os dois estão em alerta, pois se sentem ameaçados pelo local. É instintivo, é o que nos alerta que estamos em um andar de mesmo nível, ou maior, que o seu, mas lembre-se, nem sempre as Bestas que irá encontrar em um Andar de nível inferior ao seu, serão Bestas mais fracas que você. – Ele disse em um tom sério, enquanto o grupo parava em uma clareira.

Jenipher estava com os cabelos arrepiados, os pelos das orelhas e da cauda dela, estavam ouriçados, enquanto ela estava atenta, as pupilas dela se afinaram como os de um gato, suas unhas estavam grandes, como se fossem garras, as duas presas dela estavam um pouco maiores do que o habitual, era como se ela estivesse pronta para um combate.

Ryzen, por sua vez, estava com uma espada em mãos, uma espada de bronze, com uma pequena rachadura no meio da lâmina, na mão que ele carrega a espada, há uma manopla de couro, que ele não usava antes. Ele estava igualmente atento.

Até o momento, Aira não sentiu nada, era como se o local ali não demonstrasse perigo para ela. Quando olhou em volta, percebeu que estava em uma clareira, e em sua frente havia um arco de pedra enorme, mas não havia nada do outro lado.

Então se voltou para Grant, que estava igualmente calmo, ele pôs as duas mãos sobre os ombros de Jenipher e Ryzen, então quebrou o silêncio e tensão que os dois haviam criado:

– Quero que vocês atinjam seus níveis máximos, portanto, encontrem um ponto em que vocês conseguem maior afinidade com seus Principais Aspectos, o local é tão importante quanto concentrarem em seus Aspectos. –

Jenipher e Ryzen estavam tensos, mas acenaram a cabeça, juntos, para o instrutor, e então relaxaram um pouco.

– Meu aspecto principal é o Vazio. – Jenipher, disse.

– O meu é Ventos. – Comentou, Ryzen.

– Huh... o meu é Raiva. – Aira se juntou a eles.

– Como estamos em um ponto em que os doze Aspectos se encontram, cada um terá de ir para um canto da clareira. – Grant deu a notícia para eles, enquanto guiou cada um para um canto.

Chegando na vez de Aira, ela foi guiada a um dos cantos e fora posta a meditar ali, ela não sentiu nenhuma diferença, mas quando se concentrou em seu Aspecto, sentiu uma poderosa energia puxar-se contra si e fluir em cada centímetro do corpo.

Talvez fosse pela concentração necessitada para meditar, mas quando Aira abriu os olhos e voltou ao mundo, sentiu fome e sede, o que ela estranhou a princípio, mas ao se dar conta de que na Clareira havia uma fogueira no centro, junto de um corpo enorme de pelos marrons, que estava caído um pouco ao lado, o tempo havia se passado.

Observando um pouco mais, Aira notou que Jenipher ainda estava se concentrando na meditação, enquanto Ryzen estava sentado ao lado da fogueira, apagada, junto de Grant, que comia um pedaço de algum tipo de carne. O instrutor olhou Aira, e os dois ficaram se olhando por alguns segundos, até que Ryzen quebra o silêncio:

– Pelos deuses, vocês demoram muito para meditar. – Comentou, o jovem. – Eu terminei minha meditação tem um dia, e a Jenipher ainda está meditando. – Arquejou uma das sobrancelhas. – Aliás, Aira não deveria alcançar o nível 22, se bem me lembro? Grant, você disse que quanto maior o nível, mais tempo levaria para atingi-lo, não é? Por que a Aira voltou antes da Jenipher? –

Grant manteve-se quieto por alguns segundos e então, baixou o pedaço de carne, pegou uma bandeja com um prato de carne e com um copo de suco, que estava atrás de um tronco em que eles se sentavam e o apontou na direção de Aira.

– Coma, você deve estar com fome. – Comentou o instrutor, enquanto Aira se levantava do chão, quase caindo novamente, sentindo as pernas dormentes, mas se esforçou e caminhou na direção do instrutor, e começou a comer, sentando-se em um tronco ao lado do deles.

– Aira possui uma compatibilidade com dez dos doze aspectos presentes na existência, por causa disso, e estando em um ponto onde todos os doze se encontram, ela consegue aproveitar melhor do que todos nós em fluir o Aspecto Principal dela no corpo. Juntando ao fato de que ela possui uma Afinidade Perfeita com o Aspecto Principal dela... isso dá à ela, um desenvolvimento mais acelerado do que vocês dois. – Disse, como se não tivesse tanta certeza do que falava, mas a explicação era boa.

– Então ela basicamente nasceu sortuda? – Perguntou, Ryzen, meio confuso.

– É. – Fora o que Grant respondeu, ainda que demonstrasse um olhar de julgamento.

– Significa que ela atingiu seu nível máximo. – Disse Ryzen com a mão sobre o queixo pensativo.

– Iremos esperar a Jenipher voltar da meditação, após isso, entraremos ao próximo andar... – Explicou, o instrutor. Colocando a mão sobre o queixo, igualmente pensativo, enquanto observava a Jenipher, que expressava certo desconforto.

– Instrutor. – Aira chamou a atenção do mais velho entre eles, enquanto engolia um pedaço de carne que havia posto na boca.

– Sim, senhorita Blake? – Ele sequer olhou para a Aira.

– Você não me respondeu mais cedo, mas... como funciona os andares das torres? Eu não lembro de ter subido nenhuma vez, durante a viagem inteira. –

– Hum... – Ele manteve a posição pensativa, com a mão no queixo. Depois de alguns segundos, ele levantou a mão e uma luz amarelada reluziu sobre a ponta do dedo dele. Sons de estalos podiam ser ouvidos desde que ele iluminou o dedo. Com a luz, ele desenhou uma torre reta, para cima, bem simples. – Imagine... que a gente esteja andando... – Ele desenhou versões menores do que parecia, Aira, Jenipher e Ryzen. – ...mas ao invés de andarmos na horizontal, a gente está andando na vertical, em direção ao topo. Estamos subindo a todo momento. –

– Então estamos sempre subindo, só não sabemos é? – Disse Aira, tentando entender direito.

– Sim, o que chamamos de "andares", na verdade são pontos da Torre em que a concentração dos Aspectos estão cada vez mais fortes. Sendo no topo, a concentração mais forte, de lá ela se espalha pelo resto da torre. –

– Isso explica o porquê de quanto mais subirmos, mais a gente sente que estamos em uma área perigosa não é? – Perguntou, Ryzen.

– Correto. – Afirmou Grant.

Aira se manteve em silêncio enquanto ouvia o resto de uma conversa calma entre os dois, mas não durou muito tempo acordada. Assim que terminou de comer, decidiu-se voltar à árvore em que estava meditando, para sentar ao pé dela e descansar. Então, Aira, dormiu.

- X -

Os dias seguintes passaram com certa pressa, visto que Jenipher não retornava de sua meditação, era como se ela não alcançasse seu limite nunca, talvez fosse algum defeito no corpo dela, ou ela não conseguia se concentrar, mas passara mais de quatro dias inteiros.

Durante a semana, Grant decidiu ensinar Aira e Ryzen um truque com suas Essências. Dissera que era uma técnica avançada e que talvez levassem um tempo para dominar, mas o tempo em que Jenipher estivesse meditando, talvez fosse o suficiente para que ao menos entendessem como fazer, e praticar de maneira segura.

Aira e Ryzen aprenderam a usar a Energia dentro de si para que criassem técnicas únicas, independentes de suas Essências Internas, ou Externas.

Após o treino, Aira e Ryzen, haviam aprendido uma Técnica de Energia, cada um em seus respectivos níveis "Um". Na Sexta-Feira, último dia útil da semana, ele dispensou Aira e Ryzen para que eles voltassem para o lado de fora da Torre. A explicação que ele deu, era bem simples. Ele queria que eles passassem os últimos dois dias da semana, Sábado e Domingo, fora da Torre, praticando sua nova técnica, e fora isso que eles fizeram.

Aira saiu da Torre em um pequeno tornado de vento, ao lado de Ryzen, pareciam realmente empolgados com suas novas habilidades.

Era final da tarde, e quando foram dar um passo em direção a escadaria, os dois perderam o equilíbrio e caíram contra o chão, sentindo uma tontura forte, Aira foi a primeira a reclamar:

– Ai! – Exclamou enquanto se sentava no chão, sentindo náusea e tontura. – O que está acontecendo? – Perguntou com uma irritação aparente.

– Eu não faço ideia, Aira. –

Os dois tomaram algum tempo, sentados na escadaria, recuperando a visão e concentração. Levou por volta de uma hora para que isso fosse feito e quando se sentiram melhores, uma jovem com roupas de empregada apareceu:

– Senhor, Ryzen, é muito bom vê-lo novamente. – Em uma apresentação formal, ela dobrou a coluna e levantou a saia um pouco, mostrando os pés até o calcanhar.

– Maria? Ah, que bom que você chegou, dá uma mãozinha aqui? A gente não consegue andar direito. – Disse o jovem de cabelos brancos, ao lado de Aira.

– Seu senhor me informou que talvez não consiga lidar com a saída na primeira vez, e me enviou. – Explicou enquanto estendeu a mão para o Ryzen e o ajudou a levantar, mesmo que ainda com dificuldade.

– Meu pai sabia que a gente não ia conseguir andar? Hein? – Pareceu tão confuso quanto a expressão que Aira demonstrou ao ouvir aquilo.

– Há uma explicação plausível para a súbita falta de capacidade, meu jovem. Seu atual responsável deve ter explicado a vocês sobre. – Respondeu.

– Não, ele não disse nada. – Ryzen pareceu bem inconformado.

– Entendo. Irei reportar ao meu amo, sobre. – Acenou com a cabeça. Manteve o braço erguido, esperando que Ryzen conseguisse recuperar o equilíbrio. – Deveria ser de conhecimento geral essa informação, mas preferem não espalhar. Por conta do interior da Torre possuir uma gravidade diferente da qual estamos acostumados. Ao sairmos de lá, sentimos a diferença por ter se acostumado com a gravidade de lá dentro. – Explicou.

– Quer dizer que por a gente estar subindo em linha reta para cima, quando a gente sai, sentimos a diferença da gravidade? É isso? – Pareceu confuso, mas ao mesmo tempo parecia entender.

– Correto, senhor. – Maria confirmou enquanto esperava pela ordem de seu jovem senhor.

– Bom... eu vou para a casa, Aira... a gente se vê por aí? – Perguntou, Ryzen, com um leve sorriso, o que não se pode dizer de Aira, que estava olhando em volta, procurando por alguém, chateada.

– Aira? – Perguntou, Ryzen. – Você... Você não tem onde ficar? –

– Huh? Ah... eu tenho sim... mas é bem longe, e ir a pé levaria mais do que algumas horas. – Ela sorriu de maneira fraca, como se não tivesse muito o que fazer.

– Onde estão seus pais? Eles não vêm buscar você? –

A garota não respondeu, apenas ficou quieta, observando as pessoas passarem pela praça. O entardecer estava dando lugar para a noite, e a escuridão aos poucos chegava no local.

– Aira? Onde estão seus pais? – Ryzen, perguntou mais uma vez, não pareceu ter entendido.

Maria ficou observando por alguns segundos e então lembrou de algo, colocou a mão no ombro de Ryzen, que deu a permissão para ela falar:

– Essa jovem seria uma Blake não é? – Perguntou ao jovem senhor.

– Sim, Maria, ela é uma Blake por quê? – Obviamente ele não estava inteirado das notícias.

- Imaginei, só uma Blake teria um cabelo tão estranho quanto o dela. Meu jovem senhor, há duas semanas os Blakes perderam duas pessoas importantíssimas em um acidente. Acredito que sejam os pais dessa garota. – Explicou.

– Ela perdeu os pais? – Pareceu surpreso. Olhou para a Aira, receoso. – Isso é verdade, Aira? –

A garota, que estava escutando eles, acenou com a cabeça, lentamente, confirmando a notícia, não conseguia falar, enquanto as lágrimas começavam a cair novamente, ela estava sozinha, de novo, não encontrava sua tia em lugar algum da praça.

– Bom... eu posso pedir para o meu pai pagar um quarto para você em algum hotel, ou apartamento aqui por perto. – Disse ele tentando ajudar.

– Isso é muita benevolência de sua parte, meu jovem senhor. – Disse, Maria.

– Isso é o máximo que eu posso fazer por ela. – Respondeu, Ryzen, respirando fundo e parecendo incomodado.

– Não precisa, Ryzen... Eu posso ficar no orfanato... – A ideia correu pela cabeça dela, e parecia nem um pouco confortável.

– Não, lembra do que o Instrutor Grant disse? Se eles quisessem entrar na Torre, eles deveriam desafiar a gente para ver se conseguem nossos braceletes. Com toda certeza, aqueles imbecis iriam se aproveitar do momento e juntar uns três, ou cinco, em cima de você. Eu não quero nenhum remelento, idiota, a mais no grupo. Já basta a Jenipher, que fica grudada na gente feito super bonder. – Parecia totalmente insatisfeito ao lembrar da garota-gato.

– Olha, se não se sente confortável ficando sozinha em um hotel, eu posso ver com o meu pai se não tem como você fazer parte do nosso clã, mas eu não vou dar certeza que vou conseguir. – Explicou enquanto se aproximava de Aira, apoiado na empregada, e pôs a mão sobre o ombro dela. – Somos um time, Aira, temos que nos ajudar. – Ele sorriu enquanto se soltou de Maria, meio desequilibrado, mas conseguia se manter de pé. – Ajude ela, Maria, vamos levar ela para o clã. –

– Meu jovem senhor, meu amo, não iria ficar nem um pouco satisfeito em saber que está levando uma garota para sua casa. – Explicou, mas não pestanejou em ajudar Aira a se levantar, que por sua vez, não resistiu, até cooperou em se levantar, sentindo a fraqueza nas pernas.

– Isso não vai dar muito problema, Ryzen? – Pareceu realmente preocupada que talvez o garoto se meta em encrenca, mas ele não disse nada, só fez uma careta, como se não gostasse de pensar muito nisso.

Feito isto, Ryzen, começou a andar. Maria, ajudou Aira a se levantar e caminhou com ela por um tempo, dando-lhe o tempo para conseguir andar por si só. Diferente de Ryzen, Aira levou mais tempo para se acostumar com a gravidade, de novo, o que fez com que Maria a acompanhasse o percurso inteiro até uma enorme casa.

A casa parecia mais uma mansão, tendo vários quartos e janelas por todos os lados.

Em frente a entrada da casa, estava um homem, que desfez um sorriso ao ver que Aira estava acompanhando Ryzen e Maria. A garota cedeu e então olhou para o lado, tentando não fazer contato visual.

Ryzen parou em frente do homem, e ambos se olharam por alguns segundos, os dois desafiando o outro a sustentar o olhar ao outro. Quando pensaram que Ryzen iria ceder, o homem abraçou o garoto com um sorriso totalmente fora do normal para a aparência dele.

– Meu filhinho conseguiu uma namoradinha! Eles crescem tão rápido! – O homem estava chorando enquanto demonstrava uma expressão de felicidade.

– Para com isso, pai! – Disse o filho, querendo empurrar o pai para longe. – Ela não é minha namorada, é minha companheira de equipe! –

Como se o que ele anunciasse fosse uma lástima, o homem se pôs de coluna ereta e voltou a serenidade.

– É um infortúnio, mas eu imaginei que o meu filho não teria o mesmo charme do pai. – Colocou a mão no queixo e sorriu com escárnio.

– Vai se foder. – Disse o garoto enquanto parecia irritado.

– Então o que ela faz aqui? Sabe bem que não aceitamos estrangeiros no clã. – O homem cruzou os braços atrás das costas.

– Ela não tem para onde ir, e somos um time, não podemos deixar ela perder o bracelete dela. – Explicou, Ryzen.

– Como assim ela não tem para onde ir? Onde estão os pais dela? – Esboçou uma cara de desagrado.

– Estão mortos. – Disse, de maneira seca e com o mesmo olhar do pai.

– Se me permite, meu amo. – Maria se prontificou, e em resposta, o homem permitiu a fala. Maria acenou com a cabeça e então começou a falar: – Esta é a senhorita Blake, que teve o infeliz destino de perder os pais. –

– Essa garota? É filha da madame Blake? A Madame Blake? Impossível. Os cabelos dela não tem as mesmas mechas. – Parecia completamente encucado que Aira fosse filha da... Madame Blake. – De toda forma, não era para ela estar no Continente Timenspace? O planejamento deles era que sua filha fosse lecionada para uma das duas Torres não era? –

– Como os pais dela foram mortos, o governo teve de guiar a garota para a parente mais próxima, que para o infortúnio da jovem, era sua tia, que sequer tinha recursos para levar a garota para fora do Continente. – Respondeu.

Enquanto os dois iam conversando como se Aira não estivesse ali, ela foi se sentindo cada vez mais mal por estarem falando dos pais. Ela esboçou uma careta e baixou a cabeça.

Ryzen, percebeu isso, então bateu as duas mãos uma na outra e disse:

– Bom, não é melhor vocês levarem essa conversa para um local mais privado? A garota de quem estão falando está na frente de vocês. – Disse como se aquilo fosse errado.

O pai de Ryzen observou o filho e então se virou para entrar na casa, com os dizeres:

– Ela pode entrar, mas iremos conversar sobre isso, filho. –

Ryzen esboçou uma cara de desagrado, de novo, então suspirou firme, olhou para a Aira e fez um joinha para ela, que por sua vez, sorriu de maneira fraca e acenou com a cabeça.

– Vamos indo, eu vou mostrar para você a casa. – Disse o garoto, mas então algo fez ele mudar de ideia. – Esquece, a Maria apresenta a casa para você. – Ele saiu caminhando, apressadamente, atrás do pai, para o acompanhar.

– Eles vão falar sobre mim agora, não é? – Perguntou, Aira, para a empregada.

– Eles verão o que fazer com você– Respondeu, enquanto levava a garota para dentro da casa, ajudando-a a andar.

As duas caminharam, juntas, até um certo ponto do casarão, onde Aira parou e olhou para o chão. Maria parou em conjunto, olhando para a garota. A ruiva deu uma pisada forte no chão e então foi se soltando da empregada, respirou fundo e tentou andar por si só. Depois de horas, desde a saída da torre, Aira conseguiu andar novamente, sozinha.

Não disse nada, e então olhou para a Empregada, Maria. As duas voltaram a andar pela casa do Clã dos Ventos.

Aira foi apresentada para a casa inteira, era realmente uma casa grande, com diversos quartos e muitas pessoas. Eles tinham até mesmo um espaço para treinarem. Não era um clã com bastante influência, portanto, o local de treinamento não estava sendo usado, por não ter pessoas novas querendo se juntar ao Clã em si, se é que eles estavam recolhendo pessoas para o clã.

Maria direcionou Aira para um tipo de sala de estar e a deixou ali, sozinha, no final da apresentação.

A garota ficou esperando ali, por minutos, alguns poucos, até que Ryzen chegava abrindo a porta à direita da ruiva, parecia impaciente, olhou a garota e então disse:

– Meu pai disse que se você quer ficar por aqui, vai precisar trabalhar como empregada, a Maria pode te ajudar com as coisas, mas é só isso. – Disse o jovem como se isso fosse horrível.

– Empregada...? É melhor do que nada... não é? –

– Pelo menos não é o orfanato. – Ryzen passou a mão pelos cabelos.

– Eu... eu espero a Maria aqui? – Aira não sabia bem o que fazer.

– Deixa que eu chamo ela. – E então Ryzen passou pela sala e saiu pela porta do outro lado do cômodo.

Quando Maria chegou ao local, ela insinuou que Aira a seguisse, foi o que a ruiva fez. Caminhando com a empregada, Aira chegou em um outro quarto, um bem escondido, ela não havia percebido antes, mas tinha uma porta na escadaria para o segundo andar da casa.

Maria abriu a porta e mostrou um cômodo totalmente surreal ali dentro. Ele era bem maior do que parecia, era um quarto que o centro era rebaixado, com uns dois degraus para descer, e no lugar das paredes, haviam mais três espaços para dentro, onde ficavam as camas, tinham por volta de quatro camas em cada buraco.

O chão e as paredes eram feitas de uma madeira lisa, que é bonita aos olhos, e aparentemente bem limpa. Aquilo significava que as empregadas limpavam bem o local.

Maria caminhou com a Aira até uma das camas, que estava sem lençol. Era a cama de baixo de uma das beliches do quarto, ao lado esquerdo.

– Você vai dormir nessa cama, sempre que estiver sobre o teto desse clã. – Maria estendeu a mão para baixo da cama e puxou uma caixa, bem cuidada para falar a verdade, não tinha poeira. Abriu-a e dentro havia duas trocas de uniformes, de empregada, e um lençol. – Você deve lavar a roupa que você usou no dia passado e usar a limpa. Você tem trinta minutos, toda manhã, a partir das cinco da manhã... –

Aira ouvia aquilo e foi esboçando uma careta de quem não gostava daquilo, nunca foi empregada:

"Acordar tão cedo assim...?" Pensou, Aira.

–... às cinco e quarenta e cinco você tem de estar pronta para... – Ela explicava uma rotina bem cheia para a garota.

E foi assim que se passou o primeiro dia da garota, sendo apresentada ao seu pequeno emprego. Ela pensou que seria bem trabalhoso, e era, mas a Maria estava sempre ao lado dela, ajudando-a com as coisas, mostrando como se fazer, afinal, Aira era uma criança, e nova neste trabalho.

Recebeu um monte de broncas em seu primeiro dia, enquanto Maria ajudava, mas depois de um almoço calmo, Ryzen, surgiu no quarto das empregadas e barrou Maria e Aira.

– Vamos lá praticar, Aira. – Disse, Ryzen, enquanto olhou para a Maria e sorriu.

– Deveria ter avisado a você, Aira. – Comentou, Maria. – Você será uma empregada apenas aos finais de semana, e depois dos almoços você irá ajudar Ryzen com seus treinos. –

– Pode se retirar, Maria. – Acenou com a cabeça, Ryzen, para a empregada.

– É só me chamar, se assim desejar, meu jovem senhor. – Ela fez uma reverência e assim passou por Ryzen para voltar ao trabalho.

Os dois esperaram Maria se retirar do local e então se olharam.

– E aí, Aira, o que está achando? – Ryzen sorriu com escárnio enquanto segurava uma risada.

– Se o orfanato não fosse mais problemático que aqui, eu preferiria lá. – Aira disse, sinceramente, enquanto soltava um suspiro de alívio.

– Ah vai, não é tão ruim assim, ser uma empregada. – Ele demonstrava um sorriso com o mesmo escárnio de antes, tirando sarro da garota.

– Exato, não deve ser tão ruim, afinal... meu trabalho como empregada é bem mais curto do que deveria ser... eu acho. A Maria me disse quais são os horários de uma empregada na casa. – Coçou a cabeça. – Parece que eu só trabalho de manhã... –

– Então não é ruim o trabalho. Você deve acabar ganhando menos, visto que só vai trabalhar nas manhãs dos finais de semana. – Ryzen ficou pensativo, enquanto se virava e começava a andar. – Venha, vamos praticar as técnicas... o instrutor Grant queria que a gente praticasse elas aqui fora. –

A garota acenou com a cabeça, em concordância, enquanto caminhava logo atrás dele. Os dois foram treinar em um pátio de treino, um local onde tinha os equipamentos necessários para um combate, um pequeno arsenal de armas em um canto do pátio, alguns bonecos de treino.

Aira e Ryzen tiraram o resto do dia, praticando, aprimorando suas técnicas que Grant ensinou a eles.

O dia seguinte deles foi a mesma rotina, com exceção de que ao final da tarde, eles foram retornando para a Torre, junto de Maria, que se despediu de Ryzen e Aira, quando ambos entraram de volta naquele mundo estranho.

Eles se encontraram no Primeiro Andar novamente, e seguiram até a casa de Grant, ou era o que eles achavam. Entraram na casa em busca do instrutor, mas ele não apareceu, nem mesmo a Jenipher estava por lá.

Os dois pensaram um pouco e acabaram seguindo até a Clareira no fim da Floresta, para se encontrar com o instrutor deles e ver o que ele preparava para eles agora.

Eles encontraram Grant e Jenipher na clareira, e se juntaram a eles. Curiosamente, Jenipher já tinha terminado de meditar, ela estava praticando uma técnica, Grant, aparentemente, ensinou-a a usar sua Energia para criar uma Técnica.

O que era curioso, era como a Jenipher se movia rápido com aquela técnica, e não suava nem um pouco, era como se ela tivesse energia em excesso.

– Chegaram cedo... é bom assim. – Disse Grant, enquanto estava com as duas mãos nas costas. – Jenipher, pratique mais uma vez sua Técnica e depois prosseguiremos para o próximo Andar. –

– Certo! – Ela exclamou, e então se voltou para Aira e Ryzen. – OIE GENTE! –

– Boa tarde, Jenipher. – Disse, Aira, com um leve sorriso.

– Tarde. – Ryzen estava olhando atentamente a Jenipher.

Depois de se cumprimentarem, como pedido pelo instrutor, Jenipher praticou mais uma vez sua técnica.

O corpo dela criou uma aura esverdeada, que se emitia bem próximo do corpo, ao invés de se espalhar exageradamente. Os olhos dela piscaram em um tom obscuro, mas com uma coloração leve de azul.

Ryzen e Aira observavam Jenipher enquanto ficavam pensativos, as técnicas deles eram diferentes, cada um tinha uma técnica bem única e isso era bem curioso para eles.

Jenipher pareceu saltar para frente e em um momento ela desapareceu da visão dos dois. Ambos ouviram o som de um vulto passar pela direita deles, e quando se voltaram para a direita, apenas conseguiram ver a poeira se erguer em uma das árvores, quando ouviram outro vulto pela esquerda deles. Os dois se voltaram para a direção de outra árvore, que havia uma leve poeira erguida. O som do vulto passou pelas costas dele e eles tiveram tempo de ver apenas a poeira se erguer do chão, atrás deles.

– Hã? – Aira não entendia o que estava acontecendo, e Ryzen não parecia estar muito atrás, mas estava raciocinando.

Em seguida eles ouviram o som de uma árvore sendo atacada, quando se voltaram para uma árvore em frente deles, havia cinco riscos no tronco da árvore, profundos, mas não o suficiente para cortá-la.

Jenipher surgiu novamente, meio agachada, com umas das mãos sobre o chão e com a poeira se erguendo, como se ela tivesse parado de correr. A aura verde dela se baixou, desaparecendo enquanto os olhos dela voltaram a coloração verde de antes. Ela sorriu para Aira e Ryzen, enquanto se colocava de coluna ereta.

– Ótimo, Jenipher, treine mais essa técnica e ela te ajudará bastante. – Elogiou, Grant. – Mais tarde quero ver como está a Técnica de vocês dois. – Disse, se voltando para Aira e Ryzen. Logo em seguida ele se virou para o Arco de Pedra e encostou a mão.

Demorou apenas alguns segundos e então uma energia se formou dentro do Arco de Pedra, essa energia parecia maleável e balançava um pouco com o vento batendo no local.

– Isto é um portal de Energia, concentrem um pouco de suas energias nele, e ele irá criar o portal para o próximo andar. Tem um portal a cada dez andares, eles não possuem requisitos para serem acessados, mas lembrem-se, depois de passar por um portal, vocês não poderão acessar os andares inferiores, a menos que se tornem instrutores, ou finalizem a torre. – Explicou Grant, dando espaço para eles entrarem.

– Se a gente não vai conseguir voltar para cá... onde a gente vai ficar durante a semana? – Ryzen, perguntou, como se não fizesse sentido o Grant ter apresentado a eles a casa de antes.

– Se o que preocupa você, é o motivo de eu ter apresentado aquela casa para vocês, sabendo que não voltariam para cá tão cedo... Existe uma réplica dela em toda cidade a cada dez andares. Instrutores vivem na Torre em sua maior parte do tempo. Só saem a cada ano para escolher novas crianças para a Torre, e levar elas para o Torneio. – Grant acenou com a cabeça para eles.

Sem perguntar mais nada, Aira, Ryzen e Jenipher entraram no portal.

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Capital do Coração, Navio para Timenspace.

Susan estava no navio para Timenspace, observando a Capital do Coração ali, havia ficado a última semana em uma pousada, esperando pelo barco para Timenspace. A mulher usava um capuz e olhava o horizonte.

"Demorou tanto, mas finalmente eu poderei seguir meu sonho..." Pensou, ela, se voltando para o oceano. Em seguida caminhou para dentro do navio. Susan havia ganho parte do dinheiro de herança de sua irmã, portanto tinha dinheiro para ir ao Continente.