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Chapter 113 - General Ph'yzzon.

"Como assim a ordem é falsa!?" Quase gritei elevando minha voz enquanto me levantava colocando minhas duas mãos sobre a mesa, fazendo com que a tigela quase cheia de zorkaberrys, tomba-se de lado, as frutas giraram em direção ao chão, mas antes da primeira cair, Ravena, as colocou de volta no seu lugar erguendo a tigela usando sua telecinese.

Perde o controle aqui, mas saber que o mandado, contrato ou carta, seja lá como você quer chamar, a coisa que daria uma vantagem tremenda para nós não existe, é devastador, mas isso é só metade do motivo do meu choque, as coisas são mais complicadas do que isso politicamente.

"É exatamente isso, a ordem que usei para parar os movimentos da Rainha Komand'r, foram inventadas por mim, os antigos rei e rainha, não deixaram nenhuma ordem como essa para trás antes de serem capturados." General Ph'yzzon, confirmou mais uma vez sua notícia, ainda de cabeça baixa, de joelhos do lado de onde Kori, está sentada com um cara de choque.

"Não sei quase nada da política de Tamaran, mas isso deve complicar e muito as coisas, não é?" Dick, perguntou, diferente de mim, está bastante controlado, mas isso é só na aparência, posso escutar seu coração batendo fortemente, isso mesmo controlando seus batimentos, algo que ele aprendeu que tem uma grande gama de utilidade.

Mais uma vez, foi o general, quem nos respondeu.

"Para evitar guerras civis e tomadas de poder quando o assunto e sucessão da coroa, formamos um conselho composto pelos nossos maiores estudiosos, artistas e guerreiros, são eles quem decidem qual dois lados vai se tornar nosso regente, esse costume é tão antigo no nosso povo que o escolhido, tem imediatamente o apoio de todo o povo e governo, dessa forma tirando qualquer poder e chance do lado perdedor tentar qualquer medida drástica."

"E agora?" Perguntei para o general, esperando a parte política do caos do que isso significa.

"Agora, como falei em nome da princesa Koriand'r, todos vão pensar que foi ela que tramou isso, e com certeza, ela vai perder o direito ao trono se o conselho for formado, dando poder total para a Rainha Komand'r, e ela vai usar cada um do nos como peças descartáveis durante essa guerra que vai acabar com todo o Sistema Vega!"

E aí está a outra metade da razão do meu susto.

E se o general, dizer que mentiu e tudo isso foi ideia dele?

Quem diabos vai acreditar nisso?

Sim, tomar o poder de forma pacífica para acabar com essa guerra antes dela começar não é mais uma opção, foi um movimento muito arriscado, que em algum momento, vai dar o poder total para nossa inimiga.

Kori, finalmente conseguiu se recuperar, seu rosto estava congelado desde o início dessa notícia.

"Levante general, você não fez nada de errado, na verdade, você salvou nosso povo evitando uma guerra." Essa foi a decisão da minha amiga.

Depois dessas palavras, o general finalmente se levantou, ele não parecia mais tão sério, mas ainda havia um toque de culpa nos seus olhos.

"Quais são nossas opções, então? Evitar uma guerra no sistema causando uma guerra civil em Tamaran, para colocar a Kori, no poder?" Dick, fez uma pergunta bem precisa da bagunça que estamos agora.

"Não é só isso, se uma guerra civil acontecer, a Cidadela, também vai agir, e sua ação vai transformar Tamaran, num inferno." Comentei ainda olhando para o General, o vendo se sentar mais uma vez na sua cadeira.

Sem pensar muito, peguei o copo cheio do líquido azul na minha frente e o tomei num só gole, era forte como menta, mas não desagradável.

"Eu queria pedir apoio da Aliança, suas frotas juntas da minha seriam o bastante para fazer a Cidadela recuar, deixando o problema da falsa Rainha, muito mais fácil de ser resolvido, mas as comunicações a longa distância até agora não estão se mostrando produtivas, eles pensam que isso é uma armadilha, que estou tentando atrair suas frotas." Continuou o General.

"Até mesmo, Okaara?" Perguntou Kori.

"A previsão da armadilha veio deles."

A sala ficou em silêncio por alguns segundos, agora ninguém parece ter uma boa ideia.

Ganhar a confiança da aliança é uma boa ideia, mas como?

"Você já tem um plano, não é?" Perguntei para o General, que estava agora muito calmo, claramente ele já tem algo em sua mente para driblar essa situação.

"Temos que reconquistar a confiança da aliança por meio de um gesto, por isso estou planejando o resgate dos Ômega Men, mas é perigoso, queria tentar pessoalmente uma conversa com a Realeza de Euforiana, antes de agir de forma tão drástica."

"Sim, isso com certeza, daria certo, os Ômega Men, são muito respeitados e amados, mais amados até mesmo que a Liga da Justiça." Kori, aceitou essa ideia, e até mesmo ficou animado com ela.

"Quem?" Perguntou o General.

"Os Heróis da Terra." Explicou Kori, continuando seu raciocínio em seguida.

"O líder dos Ômega, é da realeza Euforiana, e todos seus outros membros fazem parte de alguma civilização da aliança, com eles do nosso lado, vamos ter o apoio." Kori, continuou animada, então foi Dick, que jogou um pouco de água fria nas coisas, indo para o lado mais racional.

"Eles foram dados de presente para a Cidadela, esse resgate não vai ser fácil, e fora que isso não resolve todo o problema, mesmo com a aliança do nosso lado afastando a Cidadela, ainda vamos ter que ir numa guerra para destronar uma rainha, mesmo sem a Cidadela, e sem sua frota, ela tem poder para causar sérios danos."

"No pior dos casos, isso realmente aconteceria, mas minha intenção era um ataque cirúrgico, um grupo de ataque sequestraria a Rainha, precisaríamos de, pelo menos, quatro esquadrões, agora que ela ganhou seus novos poderes…"

Ele parece ser bastante religioso, e agora tem uma rainha com poderes que poderiam ser ditos como divinos, muito parecidos com o que a divindade de sua religião pode fazer nas escrituras, é claro, que sua fé aqui está sendo testada.

Sem dar qualquer sinal, abri uma comunicação telepática com a Ravena, que até esse momento, escolheu ficar calada, mas isso não era correto, em vez de falar, ela tinha toda sua atenção focada no General Ph'yzzon.

{O que você acha?} Perguntei.

{Ele não está mentindo, seu sentimento em relação à sua mentira são intensos, ele odiou fazer isso, mas fez em nome do seu povo, mas sua fé está sendo testada, no fundo, ele ainda se pergunta se está fazendo o certo em ir contra a escolhida da sua deusa.}

Ph'yzzon, se mostrou bastante inteligente e estratégico, quer dizer, seus planos e movimentação são bastante impressionantes, e agora tenho a resposta, ele não está contra a Kori, pelo menos por enquanto, quanto à religião.

"Kori, também ganhou esses poderes aumentados, garanto, que ela não fica atrás da sua irmã." Falei para o general, olhando nos seus olhos que se iluminaram imediatamente.

"Isso é verdade?" Perguntou ele para Kori, não escondendo suas emoções.

Minha amiga, levantou a mão e fez ela brilhar com sua energia, matando qualquer dúvida, mas ainda preocupada com a próxima ação.

Olhei para Dick, ela está certo, é claro, mas esse não é momento para resolver todos os problemas, estou feliz em saber que já temos uma boa direção.

"Deixei o plano de destronar a Rainha para depois, afastar a Cidadela, é o nosso o maior problema atualmente, sem ela, a irmã da Kori, vai ter um grande revés nos seus planos de guerra, quanto tempo temos até ela descobrir a mentira?" Perguntei para o general.

"A princesa Koriand'r, tem seis dias para se apresentar e ter sua carta verificada. Se isso não acontecer, a Rainha vai poder exigir uma assembleia para desconsiderar nossa mentira, ganhando mais uma vez acesso ao total poder de Tamaran."

"Isso não é muito tempo para planejar uma fuga na prisão." Suspirei.

"Kírix, ele está falando no tempo de Tamaran." Dick, me lembrou.

Sim, agora temos tempo, muito tempo.

"Minha irmã joga sujo, ela não vai esperar tanto."

"Então temos que ser mais rápidos do que ela, onde estão os Ômega Men?" Perguntei para o General, se ele já estava planejando um resgate, é claro que um homem com seu nível de poder tem boas informações para nos dar.

O general Ph'yzzon, não decepcionou, ele está bem informado, mas não por que ele tinha bons espiões, e sim por que era de informação pública onde e como estão os Ômega, acontece, que não há forma melhor na mente da Cidadela, para desacreditar todas as boas ações que esse grupo de heróis realizou do que usar humilhação pública, seguida de uma execução pública transmitida para todo universo, e infelizmente, não só era a Cidadela, que queria a morte desse grupo, a Guilda da Aranha, por exemplo, ofereceu uma grande soma de créditos, para poder dar o golpe final.

De qualquer forma, temos o local e também o tempo limite para realizar a recuperação, também somos o melhor grupo para o trabalho. Como todos membros desse time fazem parte de algum planeta da aliança, e diferente dos seus líderes, eles vão diretamente contra a Cidadela e muitos outros, medidas foram tomadas para isso não causar uma guerra, foi como um acordo entre cavalheiros entre as nações, os Ômega Men, podem agir sem causar guerra, mas das mesma forma, aqueles que os caçam tem o direito de fazer o que quiser com eles sem causar também uma guerra, é por isso que mesmo sendo muito amados e tendo até mesmo membros da realeza no seu grupo, uma tentativa de resgate por parte da aliança ainda não aconteceu, sendo forasteiros, não temos que nos preocupar com isso.

Após conseguir essas informações, passamos a refinar um plano usando o conhecimento do General, não demorou muito para bolar tudo, maior parte do planejamento foi contando o que podemos fazer, infelizmente, vamos ter que fazer isso sozinhos sem nenhum apoio, por isso mesmo, temos que esperar os reparos no Javelin, acabarem.

"Finalmente vejo a luz, e agora, está na hora!" Gritou o General Ph'yzzon, se levantando da sua cadeira, foi estranho agora, sua postura toda mudou de um segundo para outro, de duro e concentrado, para relaxado e divertido.

"Hora para quê?" Perguntei sem entender.

"A festa de boas-vindas é claro, não só conseguimos nossa princesa de volta, como também temos convidados!"

Estamos isolados completamente do lado de fora da nave, essa sala tem um cancelador de ruído bem poderoso, nem com meus sentidos consegui escutar o que está acontecendo do lado de fora, mas assim que o general apertou um botão na mesa, escutei os sons de música e alegria vindos do outro lado da porta agora aberta.

"Acho melhor gastar esse tempo nos preparando melhor." Dick, tentou inutilmente fugir do que vai acontecer agora, mas Kori, o conhecia bem demais, e já estava o puxando da cadeira, o segurando pelo braço.

Vendo a Kori, literalmente arrastar Dick, para a porta, me levantei com um sorriso e peguei a taça cheia de uma bebida azul do meu lado, esse era do Dick, que não tocou no seu drinque.

"Bem, acho que vou fazer esse pequeno esforço, afinal, somos convidados!" Falei rindo após beber tudo de uma só vez.

Ravena, se levantou também calmamente, ela abaixou sua cabeça, e seu corpo começou a afundar no chão, a um disco negro nos seus pés.

"Uma balada já é demais para mim, vou para o Javelin, me preparar." Foi a única coisa que ela falou assim que sua cabeça estava quase que desaparecendo.

"É uma pena que sua amiga não goste de festas, mas nós entendemos isso, e estou feliz por você aceitar junto do amante da nossa princesa." Rugiu o general, realmente animado.

Não é o momento para festas, é por isso mesmo que temos que ter uma festa.

"Só mostre o caminho."

Foi exatamente isso que ele fez, e pelo deuses, os Tamaraneanos conseguiram me cansar.

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Uma festa alienígena não é diferente de qualquer outra, tem música alta, luzes piscando, dança, comida e muita bebida. Essa é a receita principal, os ingredientes que mudam dependendo da região, mas sério, essa festa foi outro nível de intensidade.

Primeiramente, eles são uma raça que nasceu para voar, então sua dança podia ser tanto no chão quanto no ar, era como balé de certa forma, um magnífico espetáculo que fica mais lindo ainda já que assim como a Kori, quando voa, todos eles também acendem seus cabelos com uma energia que lembra o fogo, talvez seja por isso, que quase todos, matem seus cabelos longos. O espaço em que a festa aconteceu, um lugar amplo sem nada, estava tomado de dança ao som de uma música no estilo musical que se assemelha a tecno da Terra, com muitas luzes, era como uma rave, e mais uma vez, o troço de livre sexualidade da sua raça foi exposto, não era uma visão rara encontrar uma mulher ou homem dançando sem a parte de cima da sua roupa, ou talvez até mesmo sem roupa, mas não se engane, não aconteceu nenhum evento sexual a vista, apenas pegação, o que é muito normal em festas assim, esse é mais um traço único, exibir sua sexualidade não é algo considerado sexual para eles, não sei se faz sentido, mas é assim.

Teve também algumas brigas, entre homens, mulheres e até mesmo misto, nessas brigas, um espaço se abria e os dois competidores tiravam suas roupas e lutavam nus até alguém cair de costas contra o chão, era parecido com luta greco-romana, não houve feridos, e tudo parecia mais uma brincadeira, o General, que estava também se divertindo muito junto dos seus subordinados, me convidou para uma luta, mas mesmo eu sendo muito aberto para tudo, lutar na frente de tanta gente nu, meio que atingiu o meu limite pessoal, acho que decepcionei minha origem grega não fazendo isso.

Claro, também tivemos muita comida, estou falando aqui de comida o bastante para alimentar com facilidade um pequeno país, tinha mais de duzentas pessoas festejando, cada um deles com nove estômagos, eu não vou fazer essa multiplicação. As bebidas também eram muitos fortes, tinham que ser, eles são mais resistentes que os humanos, Dick, infelizmente, não aguentou a cede depois de uma pequena dança com a Kori, e acabou tomando uma bebida, nunca o vi bêbado antes, até esse dia, e foi muito, muito divertido. Toda essa comida estava sendo servida por meio de bandejas de garçom que flutuavam sozinhas sem entrar em conflito com a dança louca acontecendo.

Bem, o resumo do meu comportamento na festa foi beber, comer muito, aprender a dançar como eles com ajuda de alguns professores e professoras que gostaram muito de me ensinar, beijar quatro mulheres que nem mesmo sei o nome depois de uma dança bem quente, e ficar finalmente embriagado quatro horas depois, meu último ato da noite, antes de perder completamente o controle, foi me teleportar para o Javelin, e cair numa das cadeiras ainda segurando uma garrafa de uma bebida que nem sei o nome, mas que tomei muito a noite inteira, ou será dia, vai saber.

Mais uma vez após enjerir bebida de outro mundo, acabei dormindo como um bebê, tenho que ter cuidado, posso ficar viciado em álcool, não pelo seu sabor ou sensação de estar embriagado, mas sim pela facilidade que ele me faz cair no sono, algo que não preciso completamente, e gastei muito tempo para me acostumar a ficar acordado por semanas.

É um pensamento que muito provavelmente não vai acontecer graças à ressaca.

Acordei então com dor de cabeça, meio tonto e com um corpo que se parece feito de gelatina, isso não é algo que acontece muito desde que ganhei meus poderes, estar sempre no pico físico, me deixou mal-acostumado. Levantei da minha poltrona deixando a garrafa vazia antes descansando em cima do meu corpo cair de lado no chão, a primeira coisa que fiz ao levantar foi fechar meus olhos, a luz está muito forte, a segunda coisa, foi sentir o cheiro de café fresco, totalmente orgânico comprado por mim, abri um pouco apenas um olho para ver o vulto da Ravena, me oferecendo uma das duas xícaras cheias de café quente que ela está segurando para mim.

"Você não é filha de um demônio, e sim de um anjo." Falei em voz baixa, aceitando e bebendo o café sem açúcar, como deve ser tomado.

"Seis horas." Comentou ela, se sentando do lado numa poltrona depois de fazer a garrafa no chão desaparecer.

"E o Dick, como ele está?" Perguntei, me sentando do outro lado do centro da nave, bebendo meu café lentamente, que está me dando forças.

"Ele e a Kori, voltaram muito antes de você, depois disso eles foram para parte de trás do Javelin, e, as coisas ficaram barulhentas por um tempo."

Dick, sempre foi reservado com sua vida sexual, mas ele estava bêbado, e acabou com isso tudo agora, e isso me fez abrir um belo sorriso.

"Como vão às coisas no Javelin?"

"Reparos completos!" Galateia, respondeu pela Ravena, entrando pela porta lateral.

"Isso foi rápido." Comentei.

"A tecnologia e os engenheiros contribuirão muito para isso, se essa não fosse uma construção hibrida de vários tipos de tecnologia de raças diferentes, o que dificultou o trabalho, teria sido mais rápido ainda." Continuou ela.

"Ótimo, agora só precisamos fazer uma vistoria total, vamos procurar por "surpresas"."

"Estou fazendo isso nesse exato momento." Minha criação me conhece muito bem.

"Se eles são tão avançados, você tem certeza que vai conseguir achar algo que foi feito para não ser percebido?" Brincou Ravena, ela acha e já deixou bastante claro, o que senti sobre minha paranoia em situações como essa.

"Consumi algumas tecnologias Tamaranianas, tenho um ponto de apoio do seu funcionamento geral, o que aumenta minhas chances de pegar qualquer tipo de aparelho espião instalado no Javelin, mas a certeza, vai vir apenas durante minha conexão."

"Continue então." Falei após acabar meu café, já me levantando.

Galateia, acenou para mim e andou até a parte de trás do Javelin, ela vai se fundir com a nave, isso quer dizer que a missão está próxima.

"Quanto tempo temos?" Perguntei confuso, só dormir seis horas, mais o tempo da festa, não deveríamos estar próximos do nosso destino.

"O general acabou de mandar uma mensageira, estamos a vinte minutos do nosso destino." Respondeu Ravena, bebendo seu café devagar, diferente do que fiz.

O sistema solar em que Tamaran se encontra, fica quase no centro desse setor, e estávamos na sua borda há poucas horas, essa viagem levaria cerca de um dia para o Javelin, mas não por conta só da velocidade, havia muitos outros fatores, viajar pelo hiperespaço em espaço aberto e num sistema são duas coisas diferentes, de qualquer forma, essa nave, com certeza, é muito superior em velocidade e mobilidade do que a nossa, mesmo sendo muitas vezes maior.

"Vou falar com ele, conseguir alguns minutos para o Dick." Falei andando até a saída enquanto conjurava um feitiço simples de limpeza corporal.

O general, com certeza, não sabe o quão lento os humanos são comparados à sua raça, com a festa que ele realizou, qualquer pessoa comum precisaria de pelo menos oito horas para se recuperar completamente, mas aqui estamos, a festa acabou há pouco tempo, mas nenhum Tamaraniano precisou descansar.

Descendo as escadas, não consegui ser pego de surpresa com o tamanho dessa coisa. Estamos no hangar, onde no seu horizonte fica uma parede sem nada mostrando o universo, ou melhor, mostrando o túnel de energia do hiperespaço ao nosso redor, a um escudo de energia cobrindo esse buraco. Ao meu redor, posto em varias filas indianas uma do lado da outra, pequenos jatos, planadores estelares de cor verde, todos com suas asas dobradas para cima, e não era só no chão, havia também mais duas filas presas ao teto, fora isso, o lugar é bem espaçoso e vazio, só com alguns pilotos e mecânicos voando ou andando para lá e para cá.

Não é difícil se localizar nessa nave, como ela foi construída para ser reta e no seu início mais robusta, só preciso ir em direção ao sul para encontrar a ponte de comando, de certa forma, essa nave inteira é feita de corredores, indo de ponta a ponta com todos seus cômodos construídos nas laterais, esses corredores eram largos e altos, o bastante para cinco pessoas caminharem lado a lado e com uma altura pensada para aqueles que estão voando, não atrapalharem os que estão andando.

Assim que encontrei a primeira janela lateral no corredor, tive que parar mais uma vez e vislumbrar o túnel que estamos, diferente do criado pelo Javelin, esse é enorme, um túnel único envolvendo toda a frota com essa nave no seu centro, posso ver toda assa esquerda da frota, centenas de naves de médio e pequeno porte voando lado a lado com uma distância respeitosa entre elas.

Mesmo com todo esse poder militar, que envergonharia e colocaria a Terra, de joelhos com facilidade, eles continuam com medo da Cidadela, que sozinha lidou com a união de várias frotas como essa, esse, é o tamanho da confusão em que vamos entrar, se uma guerra no sistema começar.

Continuei meu caminho encontrando alguns homens e mulheres que reconheci imediatamente da festa de ontem, todos eles me complementarem muito animadamente, as mulheres até mesmo me deram beijos rápidos nas bochechas antes de continuarem seus trabalhos, com certeza, um povo muito caloroso, assim como a Kori.

Demorei cerca de dez minutos para chegar até o elevador, que me levou até a ponte de comando que tem uma entrada muito bem guardada por dois machos Tamaranianos de quase três metros de altura, montanhas de músculos, eles abriram as portas duplas assim que me aproximei, me dando um visão completa da sala de comando.

A sala era dividida em dois níveis, o de baixo, é onde ficam todos os controladores, homens e mulheres sentados em cadeiras prateadas com telas holográficas azuis na vertical bem na sua frente, a sala em si tinha um formato de meio círculo, as cadeiras foram postas no formato de meia-lua um do lado da outra, a uma escada que leva ao nível acima, onde só a uma cadeira de comando prateada, o General Ph'yzzon, está sentado nela agora.

"Amigo Kírix, por favor, se junte a mim." Ofereceu-o assim que entrei na sala pela lateral.

Ninguém olhou para mim, todos estavam focados no seu trabalho. Subi as escadas e fiquei em pé ao lado da cadeira do líder dessa frota, o homem que se mostrou ser muito inteligente e estratégico.

"Estamos perto?" Perguntei.

"Sim, só mais alguns minutos e vamos entrar no nosso sistema solar por um caminho pouco acessado, é claro."

"Tem certeza de que tantas naves não chamar atenção?"

"Claro que não, nosso sistema de defesa foi construído para ignorar nossas naves propositalmente, só focando no inimigo."

Sim, ele deu essa garantia para nós ontem, e ele tem muita certeza disso, afinal, foi o general quem montou o sistema inteiro de defesa planetária do seu mundo.

"Mesmo não sendo detectados pelos aparelhos, ainda podemos ser descobertos pelos nossos números e tamanho, por isso sua nave é perfeita para essa missão, desconhecida para todos os povos, e também não é muito grande, pode se passar despercebida, ainda mais com o grande evento, muitos criminosos estão indo ver a execução."

"Sim, é um bom plano, mas quero adiar por mais meia hora nossa chegada, ainda temos que resolver alguns problemas." Falei, mas não falando da situação embaraçosa do Dick.

"Claro, está tudo bem? Algum problema?" Perguntou o General, preocupado.

"Não, tudo está bem, só tivemos um pequeno problema com os equipamentos, a maioria deles está em caixas, e não tivemos tempo por causa da festa de tirar tudo, essas coisas têm que estar fáceis." Foi uma bela mentira.

"Claro, vamos diminuir a velocidade." Ordenou Ph'yzzon, apertando um botão no braço da cadeira, criando um pequeno holograma na sua frente que ele apertou algumas vezes, mudando a tela até ela desaparecer completamente.

"Agora, vamos chegar com meia hora de atraso." Garantiu ele.

"Obrigado, e desculpe pelo trabalho." Sei muito bem o quão apresado ele deve estar se sentindo agora, querendo não só evitar uma guerra, como também voltar para casa.

"Não, acho que sou quem devo me desculpar, não deveria ter nos apressado tanto, ainda temos tempo antes da linha de chegada."

No meu fuso-horário, ainda faltam dois dias para a execução dos Ômega.

"Gostaria de ver nosso destino?" Perguntou o General.

Acenei confirmando, e ele olhou para o teto, que até esse momento, não passou de muita coisa para mim, até que o metal prateado no formato de um ovo mudou, agora se transformando numa tela gigante, e sua imagem, um planeta lindo tingido de cores predominantes verde, azul e vermelho com um anel prateado ao seu redor posicionado bem no centro dele.

A imagem mudou de ângulo, agora mostrando as duas luas prateadas, uma em cima da outra orbitando o planeta, aumentando ainda mais sua beleza.

"É lindo." Não pude deixar de falar isso em voz alta.

"É sim, muito bonito." Ph'yzzon, estava até com os olhos brilhando.

"Você também tem imagens em tempo real?" Não pude deixar de perguntar.

"Infelizmente não, ainda podemos ser detectados se entrarmos no sistema, mas temos algo, essa foi a última imagem gravada pouco antes de nossa fuga."

A imagem mudou de novo, agora, o planeta inteiro estava cercado por naves, de pequenas até as maiores do que a que estamos agora, parecia até mesmo um exame de abelhas ao redor do planeta, numerosos e poderosos, a maior nave, está orbitando acima das duas luas, tem um formato esférico, e estava literalmente colocando sua sombra sobre as luas, se ela se aproxima-se mais, com certeza, alteraria o equilibrou do planeta só com sua massa.

Esse, é um pouco do poder da Cidadela.

Sou confiante nas minhas habilidades e nas dos meus amigos, mas acho que mordemos um pouco mais do que podemos mastigar, claro, já tinha essa sensação muito antes, sabendo muito bem o tamanho da bagunça que vamos ter se essa guerra acontecer, mas vendo essa imagem agora, foi o que fez cair a ficha, tem que dar certo, temos que salvar os Ômega, para fazer esse poder militar recuar, não há espaço para erros.