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Chapter 96 - Jantar com os Amigos.

A entrevista acabou mais rápido do que o esperado, decorrendo da mesma forma que começou, perguntas seguidas de respostas rápidas, claro, tive que ter muito cuidado nisso, é nesse tipo de pergunta que você relaxa e acaba sem querer entregando alguma informação sensível, por exemplo, na pergunta:

 

Por que a Mulher-Maravilha, deixou de ser tão presente anos atrás?

 

Para não evitar pânico, é claro que a Liga, não revelou o afastamento quase que total da Diana, demorou bastante para o mundo perceber seu afastamento, pelo menos as pessoas comuns, tenho certeza que os jogadores de alto nível perceberam antes, de qualquer forma, se eu revela-se o ataque, isso poderia mostrar o estado de fraqueza da Ilha, e isso poderia atrair predadores, e mesmo com a barreira levantada, é melhor não arriscar.

 

A também o problema político. Logo após o fim da luta e prisão da Verônica Cale, o governo tentou fazer alguma pressão política na Liga, uma tentativa de fazer as Amazonas libertarem ela dê sua prisão, mas como eles não podem também revelar o que aconteceu na Ilha, afinal, se a notícia do ataque sair no jornal, eles vão ter que arrumar uma boa desculpa de como sabiam que isso aconteceu.

 

Tenho certeza que o primeiro ataque da mídia, foi planejado e executado pela Amanda Waller, que não deixou seu fracasso na primeira missão do Esquadrão Suicida, impedir sua criação, agora eles são famosos, não pelo povo como uma arma do governo, e sim um grupo de vilões loucos andando por aí causando caos, suas missões são secretas, eles são a arma suja do governo, destruindo tudo na sua frente, e a cada alvo destruído, o país ganha algo com isso, só os heróis sabem a verdade, e infelizmente até agora não conseguiram os deter, mesmo tendo cruzado com eles algumas vezes. É uma situação complicada, no momento que um deles for preso, o governo simplesmente vai ao soltar, e tudo recomeça.

 

De qualquer forma, tive que ter cuidado com perguntas assim, e tenho certeza que consegui fazer um bom trabalho.

 

"Acho que acabamos, realmente, não sei como agradecer." Lisa, falou para mim se encostando na parte de trás da cadeira, parecendo bem cansada.

 

A cada pergunta ela digitava minha resposta rapidamente no seu notebook, pode não ser uma tarefa realmente exaustiva fisicamente, mas com certeza é cansativa de outras formas.

 

"Tá tudo bem, na verdade, foi um pouco divertido." Brinquei com ela me levantando e dando uma volta na mesa nessa pequena sala apertada ficando atrás dela.

 

"Eu adorava quando você fazia isso." Suspirou ela, se rendendo a mim.

 

Com prática, levantei minhas duas mãos segurando gentilmente seus ombros com meus dedos, fazendo pequenos movimentos aplicando pressão nos lugares certos a fazendo quase derreter na cadeira. Essa não é a primeira vez que a pego completamente esgotada após realizar algum trabalho, acabei aprendendo um pouco de massagem, não por que gosto disso, eu poderia facilmente ajudar na dor dela com um simples feitiço, na verdade, me acostumei a fazer isso por que depois da primeira vez, isso levou para algo mais físico.

 

Não é muito justo com ela, com meus sentidos e tato aumentados, decorei facilmente seus pontos fracos, é como saber aonde ficam os interruptores secretos de uma pessoa, todos temos isso, mas em lugares diferentes.

 

"Bom que não perdi meu jeito, mas é melhor parar, não é?" Perguntei para ela, parando minha massagem alguns minutos depois.

 

"Sim!" Gritou Lisa, ela estava quase chegando naquele ponto, e ao despertar, ela pulou da sua cadeira se levantando com a roupa amassada e fora do lugar.

 

Com movimentos rápidos, ela colocou seu longo cabelo no lugar e depois as roupas, mesmo assim, ainda não estava perfeito, o tipo de coisa que sempre acontece quando você dormi e acorda, não importa o quanto você tente deixar suas roupas da forma que estava, elas simplesmente não se encaixam sozinhas mais.

 

Após fechar e pegar seu notebook, ela correu até a porta dando saltinhos para evitar rasgar sua saia longa preta chegando até a porta.

 

"Você não vem?" Perguntou ela, abrindo a porta e saindo por ela.

 

Com um sorriso no rosto, dei alguns segundos para ela se recuperar, feliz por ainda conseguir isso, e depois fui até a porta, a fechando depois de sair e ficando do lado dela no corredor vazio.

 

"Seu chefe realmente vai colocar a entrevista no jornal de amanhã?" Perguntei para mudar de assunto, dando uma saída mudando o clima.

 

"Claro que sim, heróis sempre são um assunto quente, ainda mais com uma novidade dessas, um herói que nunca deu uma entrevista antes." Respondeu ela seguramente, andando até as portas do elevador.

 

"Ele pode duvidar que você conseguiu isso de mim, quer dizer, diferente do que aconteceu com a Lois Lane, eu não aparece no telhado para dar a entrevista." Brinquei com ela.

 

Mas era verdade, Superman, realmente apareceu no telhado para dar sua primeira entrevista para Lois, que também já era uma repórter conhecida, e não uma estagiária.

 

Acho, que ela não pensou nisso, por isso acabou parando no meio do corredor na direção do elevador. Dei alguns passos para trás para ficar do lado dela, que está com a boca aberta, finalmente sabendo que isso realmente pode acontecer.

 

Como ela era fofa.

 

"Que tal eu te dar uma prova, só para garantir?" Propus.

 

"Por favor!" Implorou ela virando o rosto para mim, com a boca ainda aberta quase que parecendo desesperada.

 

Pensei rápido, e a solução do problema é algo que eu já daria para ela de qualquer forma. Levantei minha mão aberta apontada para cima na altura da minha cintura, depois de um brilho rápido negro, uma bola de cristal transparente do tamanho de uma laranja apareceu em cima da minha palma.

"Aqui." Dei para ela, que segurou a esfera com as duas mãos sem entender nada.

 

"Uma bola de cristal, sério?" Seu rosto, antes esperançoso por ter um problema resolvido se transformou, ela agora está achando aquilo muito engraçado, não posso culpar ela.

 

Na verdade, esse pequeno aparelho alquímico, nas minhas primeiras ideias, deveria ser criado como um espelho, mas para os encantamentos e a alquimia dessem certos, ele teria que ser pelo menos do tamanho da minha mão, seria muito difícil carregar algo assim se você não tem acesso à magia, tentei outras opções, até ir para o clássico, algo usando por feiticeiros, magos, bruxas, ciganos e trapaceiros a milhares de anos, uma bola de cristal.

 

Fácil de carregar e muito resistente, a forma geométrica também ajudou muito na criação dele. O deixei no tamanho de uma laranja por que ficaria difícil ver minha imagem nele se fosse menor.

 

Matemática se envolve em tudo, até na magia.

 

"Pense nisso como uma ligação direta comigo, tudo que você tem que fazer, é segurar a bola e dizer meu primeiro nome em voz baixa, meu nome verdadeiro." Avisei.

Uma parte de mim foi usada na criação da bola de cristal, ao ser ativada, do meu ponto de vista, minha consciência vai ser puxada para a esfera, do ponto de vista daquele que me chamou, uma visão da minha cabeça, assim transmitindo imagem e som para quem me chamou em qualquer lugar do mundo, garanto isso, já testei no Polo Norte.

 

"Se alguém não acreditar em você, apenas me chame." Falei para ela com um sorriso no rosto.

 

"Tudo bem, vou acreditar em você, mas se isso for uma brincadeira sua…" Avisou ela, fazendo o máximo para parecer intimidante, falhando completamente nisso, parecendo de vez disso mais fofa, claro, não sou burro para acender sua ira rindo dela.

 

"Não é brincadeira, todos meus amigos têm isso." Falei sério com ela.

 

Lisa, finalmente, abaixou a esfera a segurando com uma mão, e juntos voltamos a andar na direção elevador.

 

Ela apertou o botão do elevador, e depois só ficamos esperando ele descer olhando para as luzes acima dele, mostrando os andares em números se apagando de cima para baixo lentamente até que.

 

"Pelo fantasma do grande Cesar, isso é verdade!?"

 

Uma voz poderosa ecoou de dentro do túnel do elevador, o tipo de voz poderosa e alta, e pelas luzes, vinda de dois andares acima.

 

"Oh não, é o Chefe..." Suspirou Lisa, reconhecendo a voz.

 

Segundos depois, as portas duplas do elevador se abriram, havia apena duas pessoas dentro dele agora, um homem e uma mulher que conheço bem.

 

"Lisa, era aqui que você estava, seu irmão tá de procurando pelo prédio inteiro como se fosse um cão farejador." Falou Lois Lane, tão bonita como nunca.

 

Lois, envelheceu, mas não o bastante para esconder sua beleza, posso até mesmo dizer, que ela está mais bonita ainda com seus cabelos curtos lisos pretos soltos na altura do seu queixo, um óculos descansando no topo da sua cabeça, lábios cobertos por batom quase imperceptível rosa, usando sombra preta forte ao redor dos olhos, fazendo seus olhos azuis brilharem ainda mais.

 

A visão dela foi primeiro para Lisa, e depois para mim, que não consegui resistir mostrando um pequeno sorriso.

 

"Então, você estava ocupada..." Meu sorriso deu algumas ideias erradas para Lois, que abriu um sorriso conhecedor

 

"Não senhora Lane, só estava mostrando o prédio para meu amigo, ele está pensando em investir no jornal." Lisa, meio que desesperada, falou o que não devia.

 

"Oh, mostrando ao seu amigo, o prédio, entendo, mas por que você veio para um andar vazio?"

 

"Investidor ou não, entre logo!" Gritou o homem no elevador, chamando minha atenção de volta para ele.

 

Diferente da Lois, que mesmo estando com sua camisa social e saia longa preta amassadas do trabalho, o homem parece ter sido jogado de uma escada, sua camisa social está além do ponto de poder ser chamada de amassada, a gravata preta solta quase que se tornando uma corda pendurada no seu pescoço, e seus cabelos lisos pretos com as laterais brancas totalmente despenteados, dão a ele um ar de ser uma pessoa frenética.

 

Ele é um homem de idade, mesmo assim, a energia que ele me dá, e como se alguém tivesse pegado uma seringa, enchido com café quente e injetado diretamente no coração dele.

 

Lois, foi para esquerda, ficando mais próxima do seu chefe, que foi movido a força, sua atenção estava focada completamente nos papéis que ele está carregando, se não fosse nossa conversa, ele nem mesmo teria falado comigo

 

"Diomedes, esses são Lois Lane, e meu Chefe, Perry White." Lisa, fez as apresentações quando a porta começou a se fechar.

 

"Em nome do Reagan, já falei para não me chamar de Chefe?" Falou Perry, ainda de olho nos papéis na sua mão.

 

"Desculpe senhor." Murmurou Lisa, abaixando a cabeça.

 

"Então Dio, como vocês se conhecem?" Perguntou Lois, com atenção totalmente focada em mim.

 

"Minha irmã estudou na mesma universidade que a Lisa, acabamos nos conhecendo assim, e se me permiti dizer uma coisa Senhora Lane."

 

"Claro, mas por favor me chame de Lois, ser chamada de senhora tira alguns anos da minha vida." Brincou ela dê uma forma amigável, um truque para criar intimidade e conseguir respostas, foi muito sutil, e também não teve malicia.

 

"Só quero pedir para a senhora não chamar o Steve, de cão farejador, eles trabalham muito para deixar a cidade segura, diferente do outro." Brinquei.

 

Lisa, deu um soco forte no meu ombro, tive que afastar meu braço no último segundo para ela não se machucar.

 

"Sim, o Steve, é um pouco difícil de se engolir." Lois, me disse isso com um sorriso aberto, levando sua mão até a boca para a tampar assim que viu o soco que levei.

 

Na mão da Lois, uma aliança dourada brilhou chamando minha atenção.

 

O casamento entre Lois Lane e Clark Kent, aconteceu alguns anos atrás, foi um evento apenas anunciado nos jornais nas últimas páginas por conta da fama dos dois como jornalistas, o evento em si não chamou muita atenção, isso teria mudado se a verdade sobre o Superman, fosse revelada.

 

"Então Diomedes, com que você trabalha? Se não se importar de eu perguntar." Lois, voltou ao seu modo repórter.

 

"Joias e metais preciosos, é um negócio de família a muitas gerações, mas gosto mesmo de investir em bons negócios." Falei minha resposta inventada, que não é tanto assim.

 

"O Planeta Diário, sempre está de braços abertos para novos investidores, não é Chefe?"

 

Perry, que não estava nem aí para a deixa, continuou com a cabeça baixa, com atenção total aos documentos, ele só se deu o trabalha de corrigir a Lois, e voltou a ficar calado. Lois, deu um sorriso um pouco envergonhado para mim, e falou.

 

"Como você pode ver, somos muito comprometidos com nosso trabalho."

 

"Lisa, já foi mais do que persuasiva, sempre fui um fan do jornal, garanto que vou gostar muito de investir, vou falar com meu advogado para resolver as coisas."

 

Pior de tudo, que eu realmente tenho um advogado que cuida dos meus assuntos legais, assim como um contador, que cuida de todo meu pequeno império financeiro e das minhas despesas, investimentos e doações.

 

Logo as portas se abriram, e os dois saíram, mas não antes dela se despedir, deixando Lisa, sozinha comigo mais uma vez.

 

"Desculpe por isso, mas não fiquei preocupado, não acho que a Lois, vá se importar muito se você não investir." Lamentou Lisa.

 

"Na verdade, eu realmente não acho uma ideia ruim investir no jornal, ele é um dois poucos que ainda não está no controle dos ricos e políticos, gosto assim, é melhor garantir que as coisas fiquem dessa forma."

 

Não estou brincando sobre isso, jornais e portadores de notícia são empresas que podem ser compradas e gerenciadas, não vai ser a primeira vez e nem a última que as notícias foram ou vão ser manipuladas, o Planeta, é um dos poucos que parece não ter sido manchado por isso, pelo menos não muito, mas lembro claramente que isso aconteceu algumas vezes nas HQs, quando Luthor, se tornou o dono.

 

Nessa realidade, sendo muito mais animada que a minha antiga, jornais ainda conseguem se manter vivos por meio das reportagens surpreendentes, pelo menos os grandes portais com grandes reportes, mas a situação financeira pode ficar ruim, então é melhor dá uma ajuda.

 

Lisa, ficou orgulhosa com o que eu disse, fazendo parte, mesmo que um pouco, do melhor jornal do país, e talvez até mesmo do mundo.

 

Ao descer dos andares, o elevador voltou a ficar cheio, até a entrada no térreo, aonde andamos no meio da confusão de tanta gente até o lado de fora do prédio, formos andando no meio de outra confusão de gente até o fim da estrada à esquerda, havia um pequeno food truck, que parece ser especializado em café, que no momento era o lugar menos cheio da rua.

 

"Dio, vou escrever a melhor matéria que você já leu sobre um herói." Garantiu ela.

 

Sua face determinada, era a mais fofa dela, por isso não consegui me conter dando um abraço forte, que ela respondeu com seu próprio, ela teve cuidado para não deixar a bola de cristal que dei para ela cair no chão.

 

"Cuide disso, e me chame se tiver problemas, mas se eu não chegar rápido o bastante, jogue ela nos pés do problema, que ele vai ter um problema." Falei para ela me afastando, mas ainda próximo do seu corpo.

 

"Tudo bem." Falou ela.

 

Depois nos despedimos, fui andando pela rua olhando tudo ao redor, ainda falta algumas horas até o meu último compromisso do dia, um jantar com a família e amigos, e já que estou numa das maiores cidades do mundo, vou dar uma volta, talvez comprar algumas coisas.

 

Claro, sendo essa a realidade da DC, dei de cara com um brinquedo masculino gigante de trinta metros de altura andando pela rua pisando em carros como se eles fossem uma maquete em tamanho real, Superman, chegou logo em seguida.

 

 

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É sempre uma aula ver o Superman, lutar, seu controle é simplesmente ridículo, não estou falando apenas dos seus poderes, e sim dos seus arredores, mesmo tendo uma batalha contra um brinquedo gigante de trinta metros de altura que poderia facilmente derrubar prédios, nenhum deles sofreu danos, apenas a rua e alguns carros foram destruídos durante a luta que durou apenas alguns segundos.

 

Dei minha pequena ajuda é claro, mas só me movendo pelas sombras teleportando qualquer um que estivesse próximo da batalha, mesmo assim, tudo acabou rápido demais, deixando só um brinquedo gigante deitado no chão no meio da estrada. Claro, que minha pequena ação não passou despercebida dos sentidos dele, tivemos algumas interações nesses anos, por isso, ele me deu um sorriso e acenou naquele momento segurando o Homem Brinquedo, com apenas uma mão, depois disso ele foi embora.

 

Já eu, passei o resto das minhas quatro horas passeando por várias lojas e shoppings fazendo algumas compras, não sou uma pessoa que curti muito isso, na verdade, a metade das coisas que comprei foram para amigos, só comprei dois itens pessoais, um óculos de sol um pouco caro, e um relógio muito, muito caro.

 

Faltando apenas meia hora para as oito da noite, abri um portal num beco de volta para meu Local de Poder, aonde tomei um banho rápido que vesti roupas mais sociáveis e livres, as oito horas da noite, abri mais um portal, dessa vez para casa da Vanessa.

 

A casa da Vanessa, a mesma que comprei quando ela estava cuidado da sua mãe, fica na zona mais nobre de Nova York, um local onde vivem gente de alto nível, comprei esse lugar exatamente por isso, porque qualquer problema que aconteça aqui, os poderosos morando no lugar vão agir para se defender, é uma medida de proteção a mais. A segurança do prédio, feita por ex-militares que já serviram, também é ótima, mas como eles já me reconhecerem, minha entrada foi feita rapidamente. A segunda camada de segurança fica no elevador, que pare ser acessado é necessário sua digital cadastrada.

 

Assim que o elevador se abriu no andar correto, saio direto num corredor branco sem muitos detalhes e ando até as portas duplas de madeira sólida aberta também por digital ou senha no teclado a minha esquerda.

 

Digitei rápido a senha e a porta se abriu sozinha.

 

O interior do apartamento mostra para mim a sala de estar que engloba quase todo o andar que grita apenas uma coisa, luxo. Um lugar bem amplo, branco iluminado por luminárias de cristal que de acordo a minha irmã são bregas, mas como elas são muito caras, minha irmã tem medo de as tirar. A sala está bem decorada com bons móveis, mas é a visão do outro lado dela que tira o folego, não há uma parede, no lugar dela, temos janelas medindo cinco metros de altura e dez de largura, cobrindo toda a parede, com a visão sem limites do lado de fora da cidade, a floresta de pedra brilhante iluminada com as luzes da noite.

 

E a esquerda dessa bela visão que está meu destino, um pequeno terraço aberto com uma mesa no centro, o lugar é muito bonito, colado com os lados do parapeito, canteiros de flores vermelhas com uma iluminação que vem diretamente de dentro da casa, um lugar amplo aberto cercado pelas luzes da cidade.

 

"Amigo, você está atrasado de novo, estou com fome!" Gritou minha amiga Kori, sentada na mesa quadrada larga com dois metros de comprimento e um de largura feita de vidro com pratos, talheres e taças já postos em cima dela.

 

Minha amiga, segurando um garfo e faca prateadas em cada mão de cada lado de um prato de vidro, como se eles fossem ferramentas divinas, olhou para mim com raiva, ela odeia quanto alguém fica impedindo sua refeição, posso ver isso nos seus olhos verde-claro, ela está vestida com roupas simples, camisa azul folgada e calças jeans, seus longos cabelos vermelhos estão presos acima da cabeça, mas alguns fios lisos estão caídos sobre seu rosto, ela cresceu um pouco nesses anos, chegando a um metro e noventa, altura perfeita para seu trabalho, junte isso com seu corpo explosivo, e ela agora é uma das modelos mais bem pagas do mundo.

 

Kori, não mudou muito com o passar dos anos, tanto fisicamente quanto mentalmente, sua raça não envelhece da mesma forma que os humanos, envelhecendo num ritmo muito mais lento, coisa que só ficou clara muito tempo depois de a conhecemos, já que ela sempre disse que tinha a mesma idade que nós, o problema, é que Kori, estava contando isso em anos Tamaraneanos, um ano no seu planeta equivale a trinta e cinco anos terrestres.

 

Kori, é velha se for feita a conversão, é meio confuso, já que seu planeta criou seu próprio sistema para contar os anos por meio da sua vida longa, e depois de uma pequena consulta com o Lanterna Verde, que tem acesso aos arquivos da Tropa pelo seu anel, descobrimos mais sobre isso os antigos Tamaraneanos, uma raça que evoluiu de variantes felinas que viviam até mesmo bilhões de anos.

 

Minha amiga vai viver muito, muito tempo, talvez até nem mesmo envelheça mais, já que ela sofreu mudanças genéticas ganhando poderes que os outros da sua raça não tem acesso a bastante tempo.

 

"Dio, ela estava quase voando para te procurar, você sabe o que aconteceu da última vez que você atrasou naquele encontro." Brincou Dick Grayson, sentado do lado da sua namorada com um braço esticado atrás da cadeira dela e o outro em cima da mesa.

 

Sim, o encontro.

 

Eu estava indo até eles, íamos sair juntos e nos divertir um pouco após comer um pouco no restaurante que Kori, estava querendo jantar já faz um tempo, encontrei alguns problemas de herói no caminho, atrasei uma hora, e ela veio atrás de mim, com os punhos iluminados e o cabelo em chamas, quando ela viu o motivo do meu atraso, ela colocou toda sua raiva contra eles, não foi bonito para os vilões, fiquei com um pouco de pena deles.

 

"Dessa vez eu não fui o último, e não estou atrasado." Falei para eles puxando a cadeira do outro lado da mesa na frente dos dois.

 

"Você está dois minutos e trinta segundos atrasado!" Rugiu Kori, em voz baixa entortando os talheres de prata.

 

"Amor, por favor, os talheres." Pediu Dick, olhando para mão dela.

 

Kori, olhou também, e após colocar a faca na mesa, tentou arrumar os talheres com as mãos nuas.

 

Enquanto isso, olhei para Dick, que diferente da Kori, mudou muito esses anos.

 

Ombros largos, corpo magro musculoso como o meu, só que ele é muito mais magro, focado completamente no seu estilo de combate acrobata rápido, algo que ele aperfeiçoou muito esses anos, e duvido que nenhum herói, mesmo o Batman, consiga o pegar numa corrida pelos telhados. Dick, não mudou seu corte de cabelo, mas agora, ele está mais cheio virando para esquerda, seu queixo é pontudo e seus olhos azuis, ele é um homem bonito.

 

"E a nossa anfitriã?" Perguntei conjurando uma garrafa de vinho vermelha com a logo de um demônio vermelho em cima da mesa.

 

Posso escutar minha irmã do outro lado da casa, mas ela não é do tipo que deixa a visita sozinha.

 

"Ela foi buscar a comida para a Kori." Respondeu Dick, olhando para sua namorada, que continua tentando arrumar os talheres que ela torceu.

 

"E como vai à mudança?" Puxei assunto enquanto tirava a rolha do vinho e me servia, como só bebida mágica tem algum efeito em mim, sempre traço a minha bebida, e todos sabem disso.

 

"Blüdhaven, é quase igual a Gotham, mas não tão ruim, nós conseguimos um lugar perfeito, graças a você é claro." Ele me agradeceu sinceramente mais uma vez.

 

"Já falei mais de mil vezes Dick, só dei para você parte do negócio que foi criado por você mesmo, depois de muito e muito tempo tentando te convencer a pegar sua parte, estou feliz que isso aconteceu." Suspirei, tomando um gole de vinho feito no inferno.

 

"Nunca precisei me preocupar com dinheiro, isso mudou agora."

 

Nessa realidade a briga entre Batman e o Robin, também aconteceu, foi mais um acúmulo de vários motivos que finalmente chegou no seu limite explodindo, os métodos do Batman, não estavam mais funcionando para o Robin, nunca funcionaram, mas ele o seguia mesmo assim por vários motivos, sendo lealdade e agradecimento por tudo que eles fiz alguns desses.

 

Não ajudou também o Batman, ter adotado outro menino no meio dessa confusão. Não estou dizendo que isso é ruim, tirar uma criança das ruas sempre é algo louvável, mas isso acabou sem querer jogando mais sal na ferida.

 

Claro, que toda essa situação poderia ser resolvida facilmente se o Batman, tivesse dito coisas como:

 

Estou orgulhoso de você, ou, Eu te amo.

 

Infelizmente, é do Batman, que estamos falando, o cara não falaria seus sentimentos mais íntimos mesmo que alguém estivesse apontando uma pistola para sua cabeça.

 

Finalmente, o mesmo final aconteceu, Dick, escolheu deixar Gotham, e Batman para trás, ele quer criar sua própria identidade e forma de agir, por isso a mudança para Blüdhaven, uma cidade que fica entre Gotham e Nova Jersey, uma boa cidade para um herói atuar e proteger, e talvez se recriar, se transformando no Asa Noturna, um herói que é reconhecido por muitos outros, até mesmo o Superman.

 

Sem os recursos do Batman, Dick, quase teve que arrumar um trabalho, já que ele é orgulhoso demais para pedir dinheiro para Kori, que não se importa em nada com o que ela tem, Dick, finalmente aceitou o que ele merecia por criar meu negócio de joias e metais preciosos.

 

"Você tem que conhecer nossa nova casa Dio, tem até mesmo um dojo!" Riu Kori, torcendo de novo o seu garfo num momento de descontrole animado.

 

Outra mudança nessa realidade, é que os dois continuam juntos. No meio de toda a confusão Batman/Robin, o idiota tive a incrível ideia de terminar com a Kori, graças aos deuses, ele falou isso para mim antes de fazer essa besteira, resolve a situação dando uma boa surra nele.

 

"A única coisa que ela pediu, foi um local para treinar e tomar banho ao ar livre, não foi muito difícil encontrar os dois, e falando em negócios, você tem que assinar os documentos de novo esse mês." Avisou ele.

 

O negócio, é nada mais que uma forma legal para converter minhas joias e metais em dinheiro limpo que não posso ser rastreado até mim, e não vou nem mesmo tentar entender como isso foi feito, Dick, tomou a frente nesse processo, agora as coisas funcionam quase que automaticamente, só tenho que assinar alguns documentos a cada dois ou três messes e fazer um carregamento de joias a cada dois, para manter as coisas funcionando sozinhas.

 

Quanto ao lucro, dez por cento vai para a empresa, mantendo os poucos funcionários e despesas dos locais pagas e funcionando, quarenta por cento vai para várias organizações de ajuda espalhadas pelo mundo, cada uma delas foi investigada pelo Robin, garantindo assim que o dinheiro realmente vai ser usado para ajudar os mais necessitados, trinta por cento vai para as operações dos Titãs, nos tornando finalmente financeiramente independentes da Liga, o resto, é dividido entre mim e agora o Dick.

 

Estou mantendo um fluxo menino de materiais para vender, não quero quebrar a economia, e mesmo assim, nem sei mais quanto dinheiro tenho.

 

"Olha só quem finalmente chegou!" Entrando pela porta, minha irmã aparece carregando duas travessas grande de prata em cada mão cheias de comida como uma profissional.

 

"Van, como vai?" Perguntei para ela levitando as duas travessas da sua mão as colocando sobre a mesa, uma estava ocupada com uma enorme ave assada e a outra tinha um pernil bem grande também assado.

 

"Cansada de ficar o dia todo cozinhando para vocês, buracos sem fundo!" Brincou ela, colocando as duas mãos do lado do seu corpo.

 

Minha irmã, está cada vez mais bonita para minha tristeza, a vida seria mais fácil se ela fosse feia.

 

Seus cabelos longos, agora loiros, estão soltas na altura dos seus ombros, ela não está usando maquiagem, mas continua sendo linda usando seu longo vestido branco sem detalhes sem nenhuma joia também, ela tem esse sorriso lindo e confiante agora, algo que se ganha apenas com a idade.

 

Minha irmã é uma mulher adulta, formada e com um trabalho bem respeitável, mas ela também não precisa trabalhar, da minha parte dos lucros, dou dois por cento todo mês para ela, faço isso com uma desculpa é claro, disse para ela que isso é a parte dela, já que dei uma pequena porção da impressa para ela no papel no momento da sua criação.

 

"Van, foi você que inventou esses jantares, é mais do que justo que você faça a comida." Brinquei fazendo graça, mas também já convoquei um dos meus Aurae, para auxiliar na cozinha, coisa que sempre faço nesse jantar, e ela sabe muito bem disso.

 

Minha irmã, se sentou bem do meu lado empurrando seu ombro contra o meu, um gesto carinhoso.

 

"Só nos hoje?" Perguntei em voz alta, sei quem está de plantão, mas os outros livres podem ou não ter planos.

 

"Roy e o Wally, estão de plantão, Kaldur, foi visitar seus pais em Atlântida, Ravena está livre até onde sei." Dick, respondeu.

 

"Não podemos esperar, ou Kori, vai nos atacar." Brincou Van.

 

"E o seu namorado?" Perguntei para minha irmã, ainda não gosto do cara.

 

"Trabalhando, ele não vai poder vir hoje."

 

Mal, é um cara legal, mas só por estar namorando minha irmã, não tem como eu gostar dele, simples assim.

 

"Kori, o que você fez com meus talheres, de novo?" Perguntou Van, percebendo a alienígena laranja do outro lado da mesa, ela levou os talheres para baixo da mesa assim que Van, apareceu, como uma criança sendo pega fazendo algo errado.

 

"Desculpe." Kori, colocou os talheres de volta em cima da mesa, um de cada lado do prato, com um rosto muito, muito arrependido.

 

Ela até fez um bom trabalho tentando o recuperar, mas eles ainda estão muito tortos.

 

"Tá tudo bem Kori, o Dio, conserta."

 

Consertei os malditos talheres.

 

"Agora, podemos comer?" Perguntou Kori, de volta a sua alegria, olhando não para os dois pratos já na mesa, mas sim para os outros, vindo até nos flutuando no ar carregados pelo meu Aurae.

 

Assim que a comida estava sendo colocada de forma organizada em cima da mesa para caber tudo, senti uma assinatura no ar, uma vibração familiar.

 

"Ah, parece que a Ravena, chegou." Falei olhando para minha esquerda.