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Chapter 89 - Paraíso Recuperado (5/7).

Ao sobrevoar a ilha em direção ao seu pico, tive uma boa visão de tudo que estava acontecendo abaixo graças aos meus sentidos aumentados, só assim para conseguir pegar qualquer informação na velocidade que estamos voando agora.

A palavra destruição, não chega perto de descrever a tragédia.

Fogo, morte, luta e qualquer outra palavra que se assemelhe a essas estão acontecendo abaixo.

Graças aos deuses, que as Amazonas ainda não foram completamente aniquiladas, elas conseguiram se juntar numa última resistência do outro lado da cidade com Etrigan, batalhando no meio delas, a mais algumas espalhadas do outro lado da cidade, correndo como loucas dos mortos as perseguindo, pode parecer ruim, mas elas têm uma chance melhor de ficarem vivas agora que o buraco no coliseu em chamas foi tapado por uma rede de energia, com certeza, algo feito pela Zatanna, mas isso não vai durar, a quantidade de mortos no buraco tentando escapar aumenta a cada segundo, se eles estivessem em solo reto, a rede já teria sido destruída a muito tempo, só a escalada e a falta de espaço para um ataque conjunto que os matem presos.

Temos que ir mais rápido.

Acabar com isso rápido.

Então, ainda olhando para abaixo me aproveitando dos meus sentidos sem diminuir a velocidade, um forte cheiro de podridão vem até mim, numa intensidade tão grande, que fecho meus sentidos automaticamente para não passar mal. Coisa que não acontece a muito tempo, com o controle ganhado com o tempo, também veio a experiência para sentir, escutar e degustar tudo sem ser sobrecarregado.

O cheiro veio do topo da montanha, próximo do castelo, agora com um buraco enorme bem no meio dele o atravessando.

Claro que o cheiro veio da maldita cobra gigante enrolada ao redor da montanha como uma jiboia amassando sua presa para comer.

Era um dragão de uma cor negra forte e anormal, um drakōn, como os gregos os chamavam. Diferente dos dragões orientais e ocidentais, os gregos não têm asas ou pernas, os dragões gregos eram apenas grandes serpentes com a capacidade de cuspir veneno ou fogo, e quando digo grande, estou querendo dizer anormalmente grande. Confesso, que fiquei um pouco decepcionado por uma mitologia tão rica em histórias não ter seus próprios dragões de respeito quando descobri sobre eles nas minhas pesquisas, mas a serpente gigante de costas para nós com duas asas de carne saindo das laterais do seu rosto como uma naja, não precisava de pernas ou asas para ser um dragão, entende isso agora.

Também foi graças a esses estudos que reconheci o que estava na minha frente, não foi muito difícil, a lista de seres como esse na mitologia grega é bem curta, ele é o Dragão da Ismênia, também conhecido como filho de Ares, não a muito sobre ele, mas pelo cheiro saindo da sua boca aberta, ele tem um veneno poderoso o bastante para matar facilmente semideuses e talvez até mesmo ferir imortais.

De costas para a fera ainda parada, sei que tenho um chance agora de acabar com isso, talvez a única dada com essa facilidade.

Ares, agora sem armadura e com as costas torradas, está na frente da sua criatura, assim como Diana e Zatanna, consegui vislumbrar os três quando a serpente começou a mover seu corpo para esquerda e direita, como numa dança.

A luta vai recomeçar, e ainda tenho uma chance.

{Raven, o primeiro ataque é meu!} Avisei minha companheira voando ao meu lado usando telepatia, para não chamar atenção para nós.

No alto, sem dizer mais nada, puxei minha espada e voei na direção do drakōn mergulhando meu corpo para me aproveitar da velocidade, e para romper o limite imposto a mim pela pouca distância, usei meu teleporte para mover meu corpo para frente apenas alguns centímetros.

"Επικαλούμαι τη δύναμη του Sisyphus!" {Eu invoco a força de Sísifo!}

Falei em voz baixa, segurando a minha Xiphos de lado, sentindo minha força dobrar, não vou além disso, tenho que me poupar, a luta está longe de acabar.

Fiz tudo isso num pequeno espaço de apenas um segundo, e agora não passo de um meteoro negro coberto de fumaça bem na frente do corpo do drakōn, que visto de perto parece um tronco grosso de uma árvore, não, dez troncos grosso juntos brilhando em negro.

Sei que a tentar a cortar ao meio não vai ser um movimento inteligente, seu corpo é muito grosso para o tamanho da minha lâmina, em vez disso, movo meu corpo um pouco para esquerda, e minha espada passa da metade do seu corpo para a lateral cortando as escamas negras e a carne.

Estou agora no chão de joelhos na frente de Ares, com a Diana e Zatanna, atrás de mim.

Foi um golpe limpo e perfeito, tão rápido, que o ferimento só está se abrindo agora, e o sangue negro, começou a escorrer pelo corpo do drakōn.

{Filho do Submundo!?} Ares, me reconheceu, e não ficou nada feliz.

"HIIIIIIIIISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!"

Dragão da Ismênia, soltou um grito movendo seu corpo agora quase que descontroladamente para esquerda e direta com sua boca aberta para o alto.

Raven, apareceu saindo de uma sombra bem acima da boca aberta, e se aproveitando da dor dela e sua falta de atenção, invocou seu corvo negro de pura energia, que atingiu à esquerda do rosto do Dragão da Ismênia, com sua garra.

"BLOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"

O chão se quebrou e a poeira subiu no local depois do choque, Raven, recuou rapidamente aparecendo do meu lado.

{Você!} Gritou Ares, dessa vez avançando com seu machado duplo levantando.

"Tire elas daqui!" Gritei para Raven, levantando minha espada com sua ponta para baixo segurando seu cabo com as minhas duas mãos.

Raven, foi rápida conjurando um portal negro circular abaixo dos pés delas, deixando só o deus e seu filho monstro ainda caído sozinho no meio da entrada do palácio.

"Επικαλούμαι το κρύο της θλίψης του ποταμού Cocyte!" {Eu Invoco o Frio da Tristeza do Rio Cócito!}

Antes do machado cair sobre mim, minha lâmina já tinha perfurado o chão, e as palavras foram ditas.

"TRUMMMMMMMMMMMM!"

"TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!"

O chão tremeu levemente, até que dele, pilares de gelo transparente como vidro num tom de azul fraco de um metro de espessura com pontas parecendo lanças, explodiram.

"TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!"

Foram dez delas repentinamente, antes mesmo do machado completar seu arco na minha direção, e mais dez se juntaram a elas saindo do chão com força e velocidade parando só após passar da linha dos dois metros de altura se mantendo paradas nos lugares.

"TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!"

Os pilares continuaram nascendo causando destruição ao meu redor, eles começaram a sair próximos de onde estou, e agora estão se espalhando, aumentando o círculo comigo no centro.

"TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!" "TUNF!"

"HIIIIIIIIISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!"

Ares, foi o primeiro a ser acertado precisamente por um dos pilares que atingiu seu peito já ferido, mas o pilar não conseguiu perfurar sua carne apenas o mandando para longe, aonde com certeza ele vai ser acertado por mais pilares, o Dragão da Ismênia, por outro lado, não parece gostar nada do meu movimento.

"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"

Dessa vez o barulho veio atrás de mim. Meu pequeno feitiço acabou de chegar ao castelo, foi quando soube que era hora de parar, retirei a espada do chão parando o feitiço que me consumiu muito.

O resultado, uma floresta de gelo transparente e belo, refletindo tudo ao meu redor como espelhos criando também um fino nevoeiro sobre meus pés por conta da baixa temperatura.

"BLOMMMM!"

As "arvores" na minha frente foram dividas ao meio se quebrando pela Labrys, vindo na direção do meu pescoço, já tinha visto Ares, pelos reflexos no gelo, e consegui abaixar a tempo para depois me teleportar para o alto, aparecendo em cima do telhado do palácio do lado das outras.

Acho que vou ter que pedir desculpas para Rainha depois disso, meu feitiço furou muito sua casa.

"TRUMMM!"

Antes de dizer nada, o drakōn finalmente se levantou com apenas o primeiro machucado que dei para ela pouco visível e ainda sangrando, a fera negra abriu sua boca para nós, vi então suas duas presas do tamanho de uma pessoa cada, delas ela disparou seu veneno negro como um jato de alta pressão, eram dois jatos, que se juntaram só alguns metros à frente da sua boca.

Raven, foi a mais rápida de nós flutuando movendo seus dois braços criando um portal circular na frente do disparo, o teleportando para longe.

"Quanto tempo você precisa?" Perguntou ela, sem se virar ainda mantendo o portal aberto sobre o fluxo de veneno.

"Você precisa de tempo para quê?" Perguntou Diana, sem entender ou tirar os olhos do chão abaixo.

Finalmente, pode dar uma boa olhada nas minhas professoras. Zatanna, estava parecendo muito melhor que a Diana, só seu ombro foi ferido, não foi um corte muito profundo julgando pelo pouco sangue, a ferida continua aberta. Fisicamente, ela parece muito bem, mas ela já está chegando no seu limite, o feitiço que vi a pouco teve seu preço.

Diana, é a mais miserável fisicamente, suja numa mistura de areia e sangue dos pés à cabeça, seus ferimentos podem ter se curado, mas a regeneração dos semideuses tem um limite, mesmo para aqueles que tiveram suas habilidades aumentadas pelas bençãos, posso ver sim cicatrizes brancas espalhadas pelo seu corpo, nossa cura não deixa cicatrizes. Isso vai sumir com o tempo é claro, talvez logo depois de uma boa noite de sono.

"Kírix, o que você está planejando?" Perguntou Zatanna, ela me conhece bem demais.

Palavras levam demoram demais, e não temos tempo para uma explicação elaborada, graças aos deuses que a telepatia, mesmo de longe não sendo um dos meus talentos, funciona de formam muito mais rápida e completa que a fala, afinal, até mesmo uma pessoa comum luta às vezes para explicar algo, mas a telepatia envia o significado exato do que você quer dizer para o outro, cortando a dificuldade no significado e escolha das palavras.

Depois que a explicação foi enviada para a mente das duas num pequeno espaço de um segundo, Zatanna, respondeu para mim usando também telepatia sua análise do meu plano.

{Pode funcionar, mas o preço e o peso sobre você vão te colocar em risco, num risco muito alto.} Ela deixou isso bem claro.

{Vai dar certo, também tenho certeza que não vou morrer.} Digo querendo as tranquilizar, Zatanna, criou uma conexão entre todos nós, e pude sentir claramente a preocupação da Diana, sobre o plano.

Não estou mentindo sobre isso, se o feitiço não der certo, o máximo que vai acontecer comigo é ficar em coma por alguns dias, isso num campo de batalha é o mesmo que a morte, só que como meu inimigo quer remodelar todo o planeta a sua imagem, não conseguir o derrotar agora vai levar ao mesmo destino, não importando o tempo.

Elas entenderam isso, mas sei que a Diana e Zatanna, ainda não estão felizes com isso, e as duas vão tentar com tudo que tem, deter o Ares, antes de eu fazer meu movimento.

"Eu e a Raven, vamos lidar com a serpente!" Gritei para elas.

"BLOM!"

Da floresta de gelo abaixo, Ares pula segurando sua arma com uma só mão acima da cabeça, assim que ele superou a altura do palácio em que estamos, ele começou a cair sobre nós sorrindo como um louco coberto pela sua aura negra e vermelha.

"TRUINUNUNUNUNU!"

A Labrys caio sobre o telhado vazio levando abaixo toda a entrada do palácio.

Agora alguns metros no ar acima do palácio, o drakõn dá o bote projetando sua cabeça para frente com a boca aberta pingando veneno, acabo sendo o felizardo escolhido como alvo. Não tenho como desviar, então solta minha espada e seguro a parte de cima da boca da cobra empurrando meus pés na parte baixo a mantendo aberta, nisso, sou levado por ela para fora do pico da montanha, acertando a parte traseira da ilha e depois descendo montanha abaixo com a parte de trás do meu corpo se transformando num aríete, atravessando construções e mais construções, montanha abaixo enquanto a cobra tentava me devorar.

Finalmente, atravessamos toda a cidade em chamas chegando na praia desertar, e antes dela continuar seu caminho até o mar, consigo colocar meus pés para fora da sua boca e tento me manter firme ficando eles na areia com a intenção de parar seu avanço.

"Επικαλούμαι τη δύναμη του Sisyphus!" {Eu invoco a força de Sísifo!}

Em mais uma explosão de força, consigo girar meu corpo tombado a serpente de lado a soltando, seu corpo enorme gira na areia derrubando as árvores da floresta ao redor da ilha mais atrás até finalmente parar.

Ela tenta levantar de imediato é claro, foi aí que toda areia ao seu redor ficou negra brilhante ganhando vida, se comportando como ondas ao redor da criatura, a areia se levantou junta e maleável, cobrindo seu corpo o puxando para baixo como a mare.

Olho para trás e vejo a Raven, com as duas mãos levantada a acima da sua cabeça envolvidas por halos de energia negra.

"BUFFFF!"

Mesmo sendo afogado, o drakōn consegui tirar sua cabeça de areia e a primeira coisa que ele fez ao conseguir isso, é cuspir mais uma vez seu veneno, dessa vez para o alto, e assim que o disparo atingiu sua altura máxima, começou a cair como uma chuva negra e fedida sobre nós, não era uma chuva, e sim flechas.

Colocando ainda mais esfoço, as areias mais uma vez se levantaram e puxaram para baixo a cabeça do monstro, que não parou de luta causando erupções concentradas só num lugar, era realmente como ver o mar.

De qualquer forma, meu problema agora é outro.

Próximo da Raven, levantei meus braços e gritei.

"σηκωθείτε!" {Ergam-se!}

O crânio negro de energia envolvido de cinza cobriu nos dois bem a tempo das primeiras gotas começarem a cair sobre tudo ao nosso redor. As árvores foram as primeiras a sofrer, se incendiando e dissolvendo ao mesmo tempo, o chão foi queimado, e a areia da praia ficou negra fumaçando.

Durou alguns segundos, e tudo que podia fazer para era aguentar.

"O veneno está correndo minha mana!" Gritou Raven.

"BLOMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"

O "mar" de areia explodiu, e o Dragão da Ismênia, está livre.

Ele é inteligente? Não posso deixar de pensar que isso foi planejado, cuspir o seu veneno para cima dessa forma naquele momento exato demostra um certo nível de inteligência, os monstros mitológicos são seres inteligentes, e sendo um filho de um deus, faz sentido ele ser, mesmo não sendo capaz de se comunicar.

Sem querer perder seu movimento completamente, Raven, controlou mais uma vez a areia ao redor do drakōn, as dunas de areia agora manchadas de preto saíram dos lados da serpente se concentrando numa enorme duna de dez metros de algura. O Dragão da Ismênia, cuspi-o contra a duna sua rajada de veneno que atravessou toda areia passando pela nossa esquerda acertando o mar.

"SHIFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFF!"

O drakōn, com certeza parece ser inteligente, e nesse exato momento, moveu sua cabeça para esquerda, movimentou o seu jato de veneno cortando a enrome duna de areia na horizontal, mas sobre o controle da Raven, mais areia se juntou a duna, que começou a vibrar e tremer chegando no seu ponto crítico.

"HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!"

Um pouco antes do jato de veneno passar bem em cima de nós dois, Raven, dá um grito movendo suas duas mãos para frente do seu corpo, ela parecia estar empurrando uma parede invisível na sua frente que cedeu ao seu poder.

A duna de areia preta explodiu com violência para frente parecendo que estava sendo acertada por uma força invisível, mas em vez de enterrar o Dragão da Ismênia, como antes, ele foi acertado no corpo por uma onda de vinte metros de altura possuindo a força de um tsunami, varrendo tudo na sua frente e o empurrando para trás na direção da floresta em chamas.

"BLOMMMMMMMMMM!" "TUNYNYNYNYN!"

Foi uma cena incrível de ser vista, areia negra se comportando como uma onda, empurrando e atropelando o filho de Ares, que não conseguia manter seu corpo parado rolando e rolando e em alguns momentos ficando em baixo de tudo isso, só para ser levantando pela onda repetindo tudo de novo, os troncos das árvores quebrados também foram arrastados, batendo contra o corpo gigante da cobra numa cena de pura destruição, então acabou.

O tsunami de areia percorreu dez quilômetros na direção da cidade, com o dobro da extensão, limpando a floresta, que agora está coberta de areia e troncos quebrados espalhados por todo lugar, Raven, acabou de aumentar a praia.

Assim que acabou, Raven, perdeu a força do seu corpo quase caindo no chão de joelhos, mas a peguei antes disso, envolvendo seu corpo a mantendo em pé.

"Isso foi incrível, Raven." Falei para ela no seu ouvido em voz baixa.

"Que bom que você gostou, porque você não vai ver eu fazendo isso outra vez tão cedo." Ela riu, se permitindo um pouco de humor mesmo estando bastante enfraquecida.

Desde que reencarnei nessa realidade, vi grandes feitos de força e poder, feitos muito acima do comum no velho mundo, mesmo não sendo o movimento mais destrutivo que já vi na minha vida, controlar trilhões de pequenos grãos de areia todos de uma vez e os usando de forma tão destrutiva mudando de vez o ambiente, foi simplesmente incrível, não tenho mais palavras para descrever.

"Tummm!"

Infelizmente, isso não foi o bastante para matar a fera.

"Eu não posso mais ajudar em nada." Raven, disse para mim.

Posso sentir o coração dela batendo como uma bateria acelerada sem usar minha audição, só tocando seu corpo que está bem frio e suado, ela está próxima da exaustão física completa. Diferente de mim, sua regeneração de mana leva bastante tempo, só a meditação pode agilizar o processo, mas no Sonhar, esse método não funcionou, Raven, está lutando desde a Grécia, sem parar ou se recuperar.

"Tummm!"

Coloco a Raven, gentilmente sentada no chão e saco minha espada só para depois a enfiar na areia na minha frente a deixando em pé, depois conjuro em cada mão dois fracos redondos de vidro cheios com um líquido azul brilhando fechadas com rolhas de madeira, poções feitas por mim.

"Me dê uma…" Pediu Raven, reconhecendo o que tenho nas mãos.

"Não vai dar certo Raven, elas foram feitas para mim, não sou muito bom em alquimia ainda, elas são falhas funcionais, se qualquer outra pessoa as tomar, os efeitos não vão ser bonitos, graças a minha regeneração natural que posso fazer isso." Falei para ela retirando a rolha do primeiro frasco com a boca para depois a cuspir no chão e virar todo o conteúdo do frasco garganta abaixo.

Fora a criação e a garantia de que a poção funcione, outro aspecto que o alquimista tem que garantir é que sua poção não tenha um efeito colateral muito forte, já que não adianta você ter uma poção de regeneração que funciona se o efeito colateral dela depois da cura e a morte. Essa duas poções feitas por mim funcionam muito bem, uma delas aumenta a velocidade da minha regeneração de mana natural, e a outra funciona como um enérgico mágico para todo meu corpo, as duas tem efeitos colaterais bem desagradáveis que vão aparecer não muito tempo depois da luta.

Após beber a segunda poção os efeitos da primeira já estavam aparecendo, meu corpo começou a ficar mais quente, o coração batia mais rápido, e o cansado deu lugar a energia, como se eu tivesse acabado de acordar de um longo sono.

O falso energético mágico recupera minha resistência, mas o preço dela é pago em dobro o que ganhei depois de algumas horas. Logo, a segunda poção também começa a funcionar, e sinto minhas reservas de mana, se recuperando numa velocidade assustadora, segundo depois, meu corpo está cheio, como se fosse explodir.

"Tummmmmmmmmmmmm!"

O monte de areia mais a frente aonde ficava a floresta, começou a tremer com mais violência, não tenho muito tempo.

Jogo o último frasco vazio no chão, pego de volta minha espada e começo a andar lentamente a frente, deixando Raven, atrás de mim, não quero que ela veja o que vou tentar agora, segurando a espada de lado do meu corpo com minha segunda mão na sua lâmina negra brilhante enquanto andava lentamente, fecho meus olhos e começo a me concentrar.

Preciso de algo para cortar mais facilmente meu inimigo, não posso contar com ataques como o que dei na primeira vez, aquilo foi sorte demais, todo o combate agora vai acontecer em proximidade, minha espada e força não são os bastantes para passar facilmente pelas suas defesas, no final, não vou passar de uma pequena formiga mordendo meu inimigo esperando que isso o mate, a não ser é claro que eu acerte seus olhos, o que não é muito provável com sua inteligência e mobilidade.

Nunca tentei o que vou fazer agora, mas que seja, das loucuras não testadas de hoje que vou por em pratica, essa vai ser com certeza a menor delas.

"Επικαλούμαι τον πόνο του ποταμού Φλεγέθωνα!" {Eu invoco o sofrimento do Rio Flegetonte!}

Fecho minha mão sobre a lâmina que corta minha pele enquanto falo o feitiço em voz alta de olhos fechados, me concentrando para moldar o feitiço em algo que nunca fiz antes, pelo menos não de forma tão direta.

Mesmo que de olhos fechados, posso sentir a concentração de mana tomar forma se alterando ao meu comando, um segundo depois, minha espada começa a ficar quente, não a espada toda, só a lâmina dela que está queimando minha mão, mas não a retiro, esse é o preço a se pagar pelo feitiço, fora também minha resistência e mana drenadas.

O calor aumenta, e aumenta, até que sinto o forte cheio de carne queimada, a minha carne queimada. Foi quando a minha dor se tornou mais real, poucas coisas doem mais que uma queimadura, agora se manter agarrado com o que está o queimando, não é algo que recomendo para ninguém.

Lutando para não o gritar de dor, finalmente sinto a minha mana tomar forma completamente, se mantendo nela. Assim que sinto isso acontecer, removo minha mão que ficou grudada na lâmina tentando ignorar o cheiro e a pele presa queimando nela.

Abro meus olhos, e vejo que minha lâmina antes negra sem um pingo de cor brilhante, se tornou um vermelho incandescente emanando calor e poder. Acabei de colocar na minha espada o especto do sofrimento do rio, separando dele de outro aspecto, a cura.

Balancei a espada a deixando do lado do meu corpo, e pelo simples movimento dela, o ar ao seu redor parecia se torcer criando uma pequena miragem por conta da temperatura da lâmina.

Tal foi o esforço para fazer esse pequeno ato, que as minhas reservas, antes quase que transbordando, caíram para metade, agora, só falta testar se isso valeu a pena.

"TRUMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!"

Dragão da Ismênia, finalmente conseguiu desenterrar sua cabeça a deixando reta e subindo dessa forma. Suas escamas não estavam mais intocadas, durante sua subida, vi quatro troncos enfiados no seu corpo grosso, o movimento da Raven, realmente foi assustador para poder fazer simples troncos, perfurar sua defesa.

Ao conseguir tirar vinte metros de dentro da terra, a serpente abriu sua boca e fez seu som, agora numa mistura de raiva e sede de sangue.

"HIIIIIIIIISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!"

"Já está bom aí!"

"Επικαλούμαι το κρύο της θλίψης του ποταμού Cocyte!" {Eu Invoco o Frio da Tristeza do Rio Cócito!}

Pisei no chão com força, e dos meus pés, nevoa negra se expandiu ao meu redor como um anel negro que congelou tudo por onde passava. Toda areia foi congelada, assim como local onde ele está preso, o gelo não vai o segurar por muito tempo, mas tudo que quero é alguns segundos com a maioria do seu corpo ainda presa e sua cabeça exposta.

Deu certo, o gelo parou sua ascensão, e nesse momomento, eu já tinha dado uma arrancada com toda a minha velocidade mirando o ferimento do nosso primeiro encontro.

O gelo se quebrou um pouco antes deu acertar meu alvo, o Dragão da Ismêniam, se elevou um pouco acima de mim, mas não me importo, subo no corpo daquilo que quero matar fazendo força para ignorar o cheiro do veneno vindo da sua boca, e quando estou abaixo de um dos troncos perfurando seu corpo, pronto para dar meu golpe, ele se move me jogando para esquerda, mas antes de ir muito longe, giro meu corpo e chuto o ar, pisando em algo, meu ectoplasma solido criado na forma de uma plataforma, usei ele para me projetar de volta na direção do meu alvo.

"SHISHSIHIHI!"

A lâmina incandescente atravessou as escuras escamas como se elas fossem feitas de manteiga num corte de quase um metro, e antes de cair do outro lado da praia, giro meu corpo fazendo mais um pequeno corte na parte de trás do meu inimigo.

"HIIIIIIIIISSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS!"

"TUM!"

Caio no chão e rolo para ficar em pé escutando mais um rugido de raiva.

Olho para os cortes, e vejo que não há sangue, ele foi cortado e queimado ao mesmo tempo.

"Shiffffffffffffffffff!"

O jato de veneno negro fedorento passa de lado do meu corpo a centímetros de acertar em cheio, mas o drakõn, moveu sua cabeça para esquerda e direita tentando me pegar, escolhi fazer zigue-zagues desviando dele enquanto me aproximava mais uma vez, e até mesmo usei dois teleportes para finalmente ficar próximo do seu corpo, mas não sem sofrer um pouco, mesmo desviando do jato de veneno, alguns respingos acabaram pingando e mim, algo natural de se acontecer ficando tão próximo dele, a maioria dos respingos acertou minha armadura e capa, os dois estão fumaçando agora, e poucos acertaram também meu rosto e braços, criando bolhas me deixando com mais ainda cheiro de carne queimada.

Tento ignorar a dor, e encontro algum conforto ao cortar mais uma vez meu inimigo, minha espada dessa vez acabou soltando uma pequena chuva de faíscas ao entrar em contato com suas escamas negras resistentes, mas nada agora consegui parar minha espada incandescente.

"BLOMMMMMM!"

Acabei de ser jogado para esquerda, rolando pela areia até conseguir me erguer mais uma vez. Outro problema por conta da proximidade, seu corpo é grande e pesado demais, fui acertado por ele depois do meu ataque, ainda bem que o Dragão da Ismênia, não tentou me afundar com seu peso, seria problemático.

Depois de levantar, percebi que algumas costelas foram quebradas, sinto algo empurrando contra meu pulmão me impedindo de respirar fundo, e o sangue subindo pela minha garganta, isso não dura muito, a regeneração coloca tudo no lugar rapidamente, me curando só o bastante para não me tirar da luta, exatamente o que preciso agora.

Tento ao máximo evitar lutar dessa forma, é quase suicídio, aonde a única estratégia é matar seu inimigo antes de morrer, ignorando muito sua defesa colocando demais no ataque, mas não temos muito tempo, Diana e Zatanna, estão cansadas demais para deter o Deus da Guerra, e nem quero imaginar o que vai acontecer se ele conseguir acesso ao Tártaro.

Então sim, vamos ver quem morre primeiro, eu ou esse maldito dragão decepcionante.

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Um jato acabou de passar pela abertura no campo de força e camuflagem que cerca toda a ilha como um globo de neve, voando baixo se aproximando em alta velocidade da ilha central a frente. Esse não é um jato comum, ele era pequeno todo vermelho com duas asas que pareciam mais asas de um pássaro com um sistema de propulsão a foguete cuspindo chamas azuis.

O jato não demorou para encontrar seu destino, um iate encalhado na praia da ilha em chamas.

Em vez de pousar, o jato ganhou altitude, e quando estava passando por cima do iate, uma porta se abriu abaixo do pequeno local aonde fica o piloto, e a vinte metros acima do chão, um adolescente usando um traje laranja com preto, mascara verde com os olhos brancos, cabelos lisos pretos e uma capa também preta, que ele estava segurando dos dois lados os esticando e os usando para planar sobre o céu com as pernas esticadas e o corpo deitado lentamente caindo, e sem precisar de nenhum equipamento, Robin, pousou bem na frente da proa, cobrindo seu corpo com a capa olhando para baixo em direção da praia.

Ele deu sua melhor imitação do olhar do Batman, para a mulher vestida de enfermeira sexy sobre o corpo da sua namorada, um olhar que mesmo não se comparando ao seu professor, faria muitos homens adultos recuarem, mas ele foi bem treinado, e mesmo com um conhecimento bem rudimentar sobre magia, analisou o que viu durante sua queda, como o Steve e outros homens inconscientes no navio e a cena abaixo, chegando na conclusão que a enfermeira, estava, na verdade curando sua namorada usando magia, e pelo sangue no seu corpo e roupas, a situação dela é bem grave.

Seu jato sozinho fez uma volta sobrevoando a praia indo em direção do mar, pousando sozinho na água.

Finalmente, Robin, pode respirar fundo em paz. Demorou mais horas do que ele queria, mas aqui está, do lado da namorada que o deixa louco na maioria do tempo que eles ficam juntos.

Ele veio sozinho, mas isso não foi por coincidência, o Batman, imediatamente notou que no momento em que a Mulher-Maravilha, pediu ajuda, vários vilões mercenários ao redor do planeta começaram a agir, cada um deles de forma independente sem planos colaborados, mas todos com apenas um objetivo, garantir que os membros da Liga e os Titãs, ficassem bastante ocupados.

Cale, gastou a fortuna equivalente ao PIB de um pequeno país para fazer isso acontecer, e vendo a cidade das guerreiras imortais em chamas e nenhum outro herói aqui para ajudar, do ponto de vista dela, foi um dinheiro bem gasto.

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