Das dez embaixadas americanas que foram atacadas, duas deles ficam no Japão, e mesmo sendo um dos países mais populosos do mundo, sua extensão de terra não é nada comparada aos outros grandes países, então foi fácil e rápido voar de uma ponta a outro dele atrás de pistas.
Enquanto isso, fiquei ligado na conversa dos membros pelo meu comunicador, o resumo desses dez minutos que estou fora pode ser resumido com nada mais que: indo até eles.
Tudo ainda não explodiu, e nenhum novo ataque foi realizado, por enquanto.
A primeira embaixada, era um local bem pequeno, com apenas um andar e vários escritórios, não demorou muito para convocar os espíritos ali presentes que ainda não fizerem a viagem para o próximo mundo e ver suas memórias.
Sendo uma pequena construção, o drone veio facilmente até eles passando por cima do muro do lado leste, de acordo as memórias de um dos seguranças, que deduziu que o drone não passava de uma brincadeira infantil o ignorando.
O drone nem mesmo precisou encontrar os dutos de ar para dispersar seu veneno mais facilmente, ele fez isso quando deu a hora em cima de um pequeno escritório infectando às seis pessoas presentes nele, o resto, não foi difícil imaginar o que aconteceu.
Após ver o que precisava para saber que não havia pista nenhuma aqui, usei o dom dado por Hermes, para que as almas fossem enviadas para seus devidos lugares, elas já sofreram o bastante em vida para ficar aqui mais tempo.
Minha segunda parada parece ser muito diferente da primeira.
A embaixada que estou indo agora fica em Tóquio, a capital do Japão.
Estou acostumado em ver cidades grandes com altos prédios super lotadas, Nova York é exatamente assim, Japão, tem isso tudo e muito mais confinado num lugar apertado.
Com o grande número de pessoas andando por todos os lugares no chão, e os prédios sendo muito próximos dos outros, esse lugar parecia não precisar respirar.
A também uma quantidade descomunal de anúncios de todos os tipos sendo mostrados por letreiros eletrônicos sempre brilhando em várias cores chamativas.
Mesmo assim, esse lugar é incrivelmente chamativo, talvez eu faça uma visita mais tarde, dessa vez como um turista comum.
O segundo destino também não era apenas um prédio com apenas um andar, e sim três, com a extensão de uma mansão, protegida por um longo portão preto e várias guaritas posicionadas em lugares estratégicos para não chamar atenção.
E como Diana disse, depois do ataque, o governo declarou quarentena nesse lugar, e para se valer essa ordem, o exército japonês se posicionou ao redor da embaixada com armas, carros e soldados.
Agora, diferente da primeira embaixada, um pequeno grupo de japoneses entrou, todos eles usando macacões químicos protegendo todo seu corpo com até mesmo um pequeno tanque de oxigênio preso aos seus cintos na parte de trás das roupas.
Isso é estranho.
Os japoneses não deviam entrar na embaixada.
Então, só a duas opções aqui, eles invadiram sem se importar com a confusão política que isso pode causar ou eles receberam autorização do governo americano.
Vou torcer para que a segunda opção seja verdadeira, mesmo não importando muito para mim essa parte política, isso realmente pode atrasar ao até mesmo complicar mais a situação geral, dando uma bela distração para o responsável pelo ataque terrorista.
Algo chama minha atenção do lado esquerda do edifício, do lado de fora, vejo provavelmente soldados, eles estão arrastando os corpos, tanto os que morreram pelos infectados como os que morreram pelo vírus, os colocando lado a lado à esquerda do edifício, os muros sendo altos e o espaço aéreo foi fechado, nenhum civil os pode ver sem bater de frente com o exército, fora eu é claro.
Acima no ar, numa bela noite escura com nuvens negras cobrindo todo o céu, deixei meu golem, antes na forma de capa cobrir cada pequena parte do meu corpo, até mesmo meu rosto. Mesmo com os olhos cobertos, posso ver perfeitamente já que a escuridão não me afeta.
Coberto pelas trevas, caio lentamente até colocar meus pés no telhado, então como uma sombra, meu corpo atravessa o solido como se eu não fosse solido.
Outro pequeno truque que aprende recentemente, atravessar objetos sólidos com meu corpo, mas para conseguir isso, tenho que está numa sombra, e demanda muita concentração minha, por exemplo, se eu quiser atravessar uma parede e uma pessoa do meu lado jogue algo em mim, isso cancelaria meu pequeno truque.
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Ainda estou muito longe da intangibilidade do Caçador Marciano, mas já é alguma coisa, consegui usar isso usando minha manipulação de sombras.
Do lado de dentro agora, meu corpo desliza pelo teto sem forma se juntando as sombras do ambiente.
Antes, eu sempre achei fácil me esconder, agora que meus poderes aumentaram, mesmo não treinando nada esse poder e junto do meu golem, duvido muito que até mesmo o Batman, consiga sentir minha presença.
Talvez mais tarde eu deva pedir ajuda do Robin, para me ensinar como se faz um ataque surpresa.
Acabei caindo num corredor não muito largo, não havia muita coisa, apenas um rastro de sangue no chão e alguns respingos nas paredes.
Se eu tiver sorte, esse lugar já foi limpo, e posso fazer meu trabalho aqui sem ser interrompido.
Antes de fazer isso, dei uma volta pelo terceiro andar.
Esse lugar provavelmente foi o escritório do chefe dessa embaixada, por isso não havia muita coisa aqui, a não ser o corredor, uma pequena sala e um escritório todo destruído, com cadeiras, mesa e sangue espalhados por todo lugar.
Posso ouvir sons vindos do andar abaixo, eles devem estar trabalhando lá agora, então aqui, é o melhor lugar para fazer minhas coisas sem ser notado.
No meio do escritório destruído, saio da sombra ainda mantendo o meu golem cobrindo todo meu corpo e fecho a porta lentamente para não fazer barulho, depois ando até o centro da sala com muito cuidado para não chutar nenhum objeto quebrado no chão ou pisar no sangue para não deixar pegadas.
No centro, de frente para porta, levanto minha mão e uso meu ectoplasma para invocar os fantasmas próximos para mim.
Se qualquer pessoa voltada para o lado místico visse o que estou fazendo agora, poderia dizer que o ectoplasma cinza tomou a forma de um pulso que atravessou paredes e chão do andar onde eu estava até chegar no térreo, para os outros, nada estava acontecendo aqui, alguns poderiam no máximo sentir uma sutil mudança na temperatura, mas era só isso.
Não demorou muito para os fantasmas, vindos de todos os lados, atravessassem as paredes, se agrupassem próximos de mim.
Dez no total, quatro homens e seis mulheres, todos eles vestindo ternos masculinos e femininos com uma aparência acabada.
Não sei como isso funciona, na verdade, os mortos geralmente vão para o pós-vida, seja lá qual, logo após morrerem, mas tem aqueles que demoram mais por vários motivos, alguns por ter um grande rancor ou terem algum assunto específico no mundo dos vivos, os motivos são variados demais para explicar exatamente como isso é possível, então nem tento intender por que eles ainda estão presos no lugar onde morreram, já que cada um tem seu próprio motivo.
De qualquer forma, não preciso resolver o motivo para fazê-los partirem.
Dei mais alguns segundos para ver se algum espírito estava atrasado, mas só eram dez mesmo, e logo, comecei a ver as memórias das últimas horas próximas da sua morte, as mulheres foram as primeiras.
Os cargos delas eram bastante variados, mas quase todas faziam algum tipo de serviço burocrático, uma delas, ficava na entrada como recepcionista, e diferente das outras, ela foi a única que recebeu o gás, as outras morreram por causa dos infectados.
O gás verde, não veio do lado de fora e sim da ventilação, o que diminuiu as chances de eu conseguir alguma informação aqui, já que nenhum deles parecia trabalhar na manutenção.
Mesmo assim, tenho que tentar.
Com as mulheres livres, as deixei paradas no lugar e passei minha atenção para os homens, entrando nas memórias do primeiro, que era um segurança na parte traseira do edifício aonde ele viu claramente um drone voando por cima do muro e voando até a janela de uma das salas na parte traseira do lugar.
Esse segurança foi experto, ele falou com seus superiores pelo rádio e foi até a sala aonde o drone entrou para pegar o brinquedo antes dele quebrar qualquer coisa.
Ele provavelmente foi o primeiro infectado, a parti daí, não consegui ver mais nenhuma lembrança. As memórias dos mortos são vistas pelos olhos deles, e a visão pode enganar, eu só vejo como ele viu o fato acontecido, então, a visão de um infectado é confusa e fora de foco para mim, praticamente inútil para qualquer coisa.
Mais uma decepção.
Passei para o próximo, e depois para o próximo, e finalmente, achei algo.
O penúltimo, tralhava no escritório no segundo andar com uma bela vista da parede aonde o drone veio, e para minha sorte, ele estava fumando próximo à janela quando isso aconteceu, e do outro lado da rua em cima de uma casa no talhado, uma mulher longe demais para a visão humana perceber estava com um drone na mão.
Mesmo que essa seja apenas uma memória dele como um filme, ainda tenho os sentidos superiores, e gravei muito bem aparência da mulher.
Agora, temos uma pista.
Fiquei animado demais com isso, mas antes de correr para Diana, achei melhor ver as memórias da última pessoa, só para garantir não ter perdido nada.
Preso na memória da última pessoa, fiquei distraído demais para ver alguém se aproximando de mim pelas costas, só fui perceber isso quando vi a lâmina de uma katana vindo da minha esquerda mirando meu pescoço.
Foi meu golem quem reagiu primeiro, a sombra ao redor do meu corpo se torceu para esquerda e um tentáculo acertou a lâmina a afastando de mim, e das minhas costas, um pico cresceu tentando acertar a pessoa que me atacou.
Virei meu corpo rápido e vi uma mulher acabando de dar uma cambalhota para trás ficar em pé colada com as costas na janela agora aberta.
Não considerei a janela, e a pessoa que me atacou usou isso sabendo que eu estava de frente para a porta, foi uma ideia ótima, ela é tão bem treinada quanto os Hqs, dizem ela ser.
Reconheci a mulher facilmente.
Usando uma jaqueta de couro preta curta que não cobria sua barriga amostra, ela estava usando bandagens brancas enroladas em volta do busto dela, calças pretas de couro, joelheiras e cotoveleiras pretas dando proteção.
Metade do seu rosto estava coberto por uma máscara branca com um sol vermelho bem no meio da sua testa, ela está usando um batom vermelho-escuro com cabelos lisos pretos.
Só que o mais interessante era sua arma, uma katana que ela estava segurando.
De certa forma era uma espada normal de lâmina brilhante de aparência bastante afiada, só que sendo um feiticeiro e voltando para o lado da morte, posso ver uma fumaça simples branca saindo da lâmina, e as vozes, sim vozes, a lâmina está falando com o som de várias e várias vozes num tom baixo, para minha sorte, se fosse mais alto, as coisas poderiam ficar piores para meus sentidos.
Essa é a Katana, uma heroína e às vezes anti-heroína bastante conhecida da DC.
"Espere!" Paro ela antes dela avançar contra mim.
"Estamos do mesmo lado." Continuou.
Mesmo com a máscara, posso sentir a Katana, franzindo sua expressão.
Então percebo que ainda estou com o golem cobrindo todo meu corpo com escuridão.
Antes de o remover, ela me ataca dando um bote segurando sua katana com uma só mão esticada visando meus olhos.
Abaixei-me e fui para esquerda passando pelo lado dela, agarrei o pulso da mão que ela estava segurando sua katana, ela agiu rápido, soltou a espada sem pensar duas vezes, a segurando pela lâmina na metade com sua mão livre para depois tentar apunhalar minha barriga.
Solto seu pulso e me afasto, só para ter que fazer isso de novo sobre o ataque dela.
A sala é bem apertada, e com o chão cheio de coisas, desviar não está sendo uma tarefa fácil, mesmo assim, continuei desviando dos ataques dela mirando meu pescoço e olhos principalmente.
Por fim, meu golem volta a ser minha capa de fumaça incorporia revelando minha aparência, mas ela parece ter não me reconhecido, e não parou seu ataque.
Ela não fala minha língua?
É uma possibilidade, essa versão dela pode ter nunca ter saio do país ou aprendido inglês.
Lancei um feitiço de tradução simples em mim, pulando por cima da mesa para depois a chutar na direção dela.
Katana, levou a espada acima da sua cabeça e cortou a mesa ao meio com facilidade e perfeição fazendo as duas partes delas voarem um para cada lado acertando as paredes da salas.
"Eu falei, estou do seu lado!" Digo para ela, agora em japonês perfeito, graças a meu feitiço.
Katana, inclinou a cabeça para esquerda, talvez surpresa com isso.
{Agente, pare o ataque, infelizmente, ele é um aliado nesse momento.} Falou uma voz não presente, vinda do comunicador no ouvido dela.
Mesmo vindo do comunicador, não tenho nenhuma dificuldade em identificar de quem é a voz.
"Amanda Waller, o que uma de suas agentes está fazendo aqui?" Perguntei em voz alta, num tom bastante descontente com ela.
Todas as partes ficaram em silêncio por alguns segundos.
{Estou investigando esse incidente como líder da A.R.G.U.S, com a autorização do governo Japonês, deferente de você, Menino.} Foi a resposta dela.
"E você mandou uma de suas agentes para provavelmente recuperar alguma informação guardada no escritório aqui."
Essa é uma embaixada num país estrangeiro, eles com certeza devem ter algum tipo de informação guardada, coisa que não me dei o trabalho de procurar.
{Correto.}
"Sendo assim, por que ela ainda está apontando sua arma para mim?" Perguntei para Waller, olhando para Katana, que ainda está com sua espada levantada.
{Agente, já falei, abaixe sua arma.} Ordenou de novo, Waller.
"Aqueles que mechem com as almas dos mortos não são confiáveis!" Foi a resposta dela em japonês.
"Oh, você pode as ver?" Perguntei surpreso.
As almas, ainda estão aqui presentes paradas ao meu redor.
"Não, mas a minha katana canta." Respondeu ela.
"Eu sei, posso escutar ela também." Comentei.
Fechei meus sentidos para o que as almas da espada estavam dizendo, não queria ficar sobrecarregado por isso ou arriscar qualquer outro tipo de problema durante nossa pequena luta.
"Convoquei essas almas para ver suas memórias, agora que já vi o que procurava, vou as dar paz."
Ela continuou com a arma levantada, mas não liguei para isso e levantei minha mão, liberando um pulso de energia que ela não poderia ver, mas as almas, sentiram isso e se transforaram em bolas de luz, flutuando para todos os lados livres para encontrar seu caminho até o pôs-vida.
"O que as almas na sua espada dizem sobre isso agora?" Perguntei para ela, abaixando minha mão.
Katana, tomou seu tempo, talvez escutando a música da sua espada que estou ignorando, até que ela baixou sua arma a guardando na bainha presa à sua cintura.
"Desculpe pelo julgamento incorreto." Falou ela, curvando um pouco sua cabeça com os dois braços juntos ao seu corpo.
"Está tudo bem, a situação também não ajudou em nada nesse pequeno mal intendido." Digo para ela, fazendo também uma pequena reverência.
Não intendo muito da sua cultura, mas parece que acertei dessa vez, e ela se levantou com um ar em volta dela mais, amigável que tinha antes.
"Se permite pergunta, o que aconteceu com as almas agora?" Perguntou ela.
"As libertei da vida terrena, e os enviei para a pôs-vida."
Por algum motivo, isso a deixou bem surpresa, não uma surpresa pelo fato do meu poder fazer isso, mas como se estivesse encontrado algo que estava procurando a um bom tempo.
{Kírix, essa é agente...} Waller, tentou nos apresentar.
"Tatsu Toro, mais conhecida como Katana, a portadora da Soultaker, e atualmente trabalhando para você, Amanda Weller." Interrompo ela.
{Como você....} Weller, perdeu um pouco o controle da sua voz.
"Eu falei Weller, vou ficar de olho em você, assim como naqueles sobre seu comando." Digo com um sorriso no rosto.
Isso é uma mentira.
E claro que usei minhas memórias para dar uma pequena surpresa na Weller, e se o rosto que ela estivesse fazendo agora fosse apenas metade da que a Katana, está fazendo agora, valeu a pena.
Pensando bem agora.
Da última vez que nos encontramos, falei do meu poder de colher informação dos mortos, e agora, ela arrumou uma subordinada com uma espada perfeita para lidar com almas, isso claramente não é uma coincidência, esse pequeno susto agora, deve ser o bastante para deixá-la menos confiante em lidar comigo.
"Agora que a confusão foi resolvida e todos nos estamos do mesmo lado, está na hora de ir, não quero causar mais problemas diplomáticos."
{Já passamos por isso, sua imagem foi capturada pela câmera da sala.}
Droga!
Eu deveria ter procurado por elas antes de remover a camuflagem do golem.
"É uma embaixada americana, o mesmo que estar em solo americano, e eu sou americano, sem problemas então."
Acho que posso pedir um favor para o Steve, ele pode apagar minha imagem, ainda mais agora, que Weller, recebeu um pequeno freio na sua autoridade nos assuntos da A.R.G.U.S, depois da falha na missão dela.
{Kírix, por conta da situação, acho melhor trabalharmos juntos, que informações você conseguiu das memorias dos mortos?} Perguntou ela, já recuperada usando seu tom superior.
"O ataque aconteceu da mesma forma que os outros, usando um drone e dispersando o gás pelo sistema de ventilação, fora isso, nenhuma alma presente aqui estava próxima do lugar para saber algo, e não tenho tempo para convocar mais delas." Minto.
Weller, está certa, temos que trabalhar juntos, governo e heróis, só que eu não estou no comando dos heróis, vou deixar o Batman e a Diana, decidirem se contam a ela o que vi ou não.
Ela, provavelmente sabia que eu não diria nada, e suspeitava da minhas mentira, mas não falou nada.
"Bem, com sua licença." Digo me virando para a janela.
"Espere!"
Viro-me de novo, e vejo Katana, retirando seu comunicador e apertando algum botão nele, então o guardando no seu cinto.
"Eu quero pedir sua ajuda, não, por favor, me ajude!" Antes ela se curvou levimente, agora, ela quase tocou o chão.
"Não precisa fazer isso tudo, vai me deixar envergonhado, o que você precisa?"
Ainda não sei se essa versão dela é boa ou má, mas vou descobrir isso com seu pedido.
Ela se levantou, mas antes de falar, levantei a mão a parando.
"Antes disso, deixa eu cuidar da enxerida."
Tecnologia não se da muito bem com mana, a não ser é claro que você a adapte para isso, então queimar aparelhos eletrônicos de pequeno porte é uma tarefa bem fácil para mim.
Só vale lembrar, que passei dias tentando isso com relógios digitais e outros eletrônicos simples para acertar a frequência de onda correta da minha mana.
"Snap!" "Shif!"
Estalo meus dedos criando faíscas azuis, a onda invisível de energia apagou a câmera e qualquer outro aparelho eletrônico nesse andar, faço isso só depois de tocar meu ouvido, desligando meu comunicador o protegendo disso.
"Acho que isso resolve tudo."
Katana, pareceu não intender, mas também não se importou muito com isso e se aproximou lentamente de mim, deixando claro que não era uma ameaça.
"Por favor, você pode libertar almas que estão presas na minha espada?" Perguntou ela.
"Isso, eu realmente não sei, só vou poder dizer quando tentar."
Katana, acena para mim e leva sua mão para o cabo da espada.
"Espere, antes disso, você se importa se eu fizer uma ligação rápida? É um assunto importante."
Mais uma acena com a cabeça, claramente uma mulher de poucas palavras.
Deixei-a no centro da sala e fui até a parede, me afastando um pouco dela.
Toco de novo no meu ouvido, e falo em voz baixa.
"Kírix, para Robin."
Alguns segundos depois, vem a resposta.
{Robin aqui, Kírix, seu comunicador ficou offline por alguns segundos, aconteceu alguma coisa?}
"Nada importante comparado a informação que tenho.}
{Estou ouvindo.} Dessa vez, não foi a voz do Robin, e sim do seu professor, o Batman.
"Numa das memórias, vi um dos membros que controlou o drone, uma mulher japonesa, trinta a quarenta anos, usando capuz preto e calças azuis, cabelo preto cortado estilo militar com uma cicatriz de corte abaixo do olho esquerdo."
{Local?} Batman, perguntou.
"No telhado mais próximo daqui, lado leste."
{Vou cuidar disso.} Batman, se desligou da conversa.
"Robin, como vão às coisas aí?"
{Tudo tranquilo até agora, a reunião no senado apenas começou, então ainda estamos bem tensos.}
"Chego em vinte minuto, só tenho que resolver outra coisa antes."
{Intendido, venha logo.}
Com o mais importante feito, voltei minha atenção para Katana, mais uma vez.
"Desculpe por isso." Peço desculpa, mas ela apenas puxa sua arma e a coloca sobre suas palmas esticadas de frente para mim.
"Posso?"
Ela acena.
Pego a espada da mesma forma que ela, tocando sua lâmina a sentindo pela primeira vez.
Assim que meus dedos tocaram a lâmina, tive que criar uma camada de ectoplasma cinza ao redor de toda a lâmina isolando-a.
As vozes a distância podiam ser controladas facilmente, mas assim que a toquei, senti esse controle escapando de mim.
A lâmina era incrivelmente afiada e fria como um cubo de gelo, não sou um ferreiro, mas depois de tanto tempo usando espadas, posso dizer que ela foi trabalhada por um mestre quase tão bom quanto o que forjou a minha espada.
A katana e minha espada tem funções parecidas, armazenar almas nelas e da um certo controle sobre elas, ideias iguais, mas a execução foi muito diferente nos dois casos. Diferente da minha espada, que não tem vibrações malignas, essa espada parece algo forjado indo contra lei natural das coisas, com certeza, a sangue e sacrifício envolvido na sua criação.
Quanto ao número de almas presas dentro dela, parei de conta quando cheguei a mil, faz sentido, ela sendo criada faz séculos.
Não senti encantamentos nela, e nem o metal parece ser algo único, essa é uma obra pura de um ferreiro, que de alguma forma, encorpou magia sem saber usar magia na lâmina, talvez por conta do ambiente que ele estava?
"Então?" Preguntou Katana, esperançosa.
Fiquei animado em pensar como a arma foi forjada, que esqueci dela.
"Antes de tudo, vou tentar retirar dela a força uma alma mais antiga, depois partimos para frente, tudo bem para você?" Perguntei, e ela acenou.
Tento usar o dom dado a mim por Hermes, gentilmente na arma, mas nada acontece, então passo a fazer isso com força, e a espada vibra na minha mão, como se quisesse fugir de mim, segurei a lâmina fechando meus dedos ignorando a dor do corte na minha pele, enfim, depois de um pequeno cabo de guerra, venci, e a alma na forma de uma bola de luz sai da lâmina e desaparece.
"Funcionou." Dou as boas novas para ela.
"Você libertou todas?" Perguntou Katana.
"Não, deu um pouco de trabalho, só consegui pegar uma delas, não posso fazer isso com todas as almas presas aqui, pelos menos não por enquanto, você quer que eu liberte alguém especifico?" Pergunto para ela, já sabendo a resposta.
A história da Katana, é bem conhecida, seu marido foi morto por um familiar dela com essa espada, ela de alguma forma a roubou, e conversando com a alma presa do seu marido por meio dela, descobriu tudo e começou sua vingança.
Isso aconteceu nos HQs, não há como saber se já aconteceu nessa realidade ainda.
"Sim, meu marido, Maseo Yamashiro!" Gritou ela, segurando meu braço ainda esticado.
"Eu vou tirar ele, antes disso, você quer falar com ele uma última vez?"
É algo bem único, ter que lidar com o assassinato do seu marido sabendo que sua alma ficou presa numa espada amaldiçoada, e por fim, ela ainda pode se comunicar com ele, é um pesadelo psicológico na minha opinião, e pelo fato dela estar hesitando agora, ela sentiu isso por muito tempo.
Katana, me soltou e colocou sua mão aberta em cima da lâmina sobre minha palma e começou a falar com ela em voz baixa, como se estivesse contando uma história de ninar para uma criança.
Para não me intrometer nesse momento íntimo, cancelei meu feitiço de tradução, e tudo que eu ouvi foi japonês, e pela espada nada.
Demorou vinte minutos, nesse tempo, não mostrei nenhuma má vontade a ela, apenas fiquei esperando pacientemente.
No fim, uma alma inocente ganhou a paz, e eu ganhei uma nova companheiro que pode se tornar no futuro uma amiga.
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{As coisas saíram do controle, assim como eu disso que aconteceria.} O holograma com a voz disfarçada contou para o homem, o único na sala.
O homem, era apenas escuridão, em pé olhando para a grande janela com uma vista incrível de uma bela cidade cheia de grandes edifícios com pessoas e carros andando para todo lado nas ruas.
"Depois de tantos anos, o cachorro finalmente saio da coleira." Falou ele, com uma voz forte, grossa e fria.
{Seu cachorro sabe demais.}
"O cachorro pode ter fugido, mas sua lealdade para seu dono ainda é forte, ela não vai nos trair."
{Isso não importa nada quando se tem que lutar contra telepatas.}
"Isso é verdade, planos de contingências."
{Qual deles? Sei que a pequena equipe infantil da Liga, também está envolvida, e eles recentemente ofenderam o maior mercenário do mundo, acho que ele nem mesmo vai nos cobrar se contratarmos para esse trabalho.}
"Não, as crianças estão sobre a proteção dos mais velhos, a missão vai ficar muito complicada se adicionarmos mais alvos, vamos nos contentar em apenas eliminar ela."
{Se fizemos isso, vamos ter que contratar outro, o mercenário não vai ficar só com um alvo."
"Uma das belezas desse mundo, é que ele está cheio de assassinos prontos para matar por trocados."
{Vou fazer os preparativos então, mas é realmente um desperdício não aproveitar para resolver alguns pequenos problemas.}
"Isso também é verdade, diga para o seu assassino, se ele tiver a chance, agir como quiser, a cada herói morto, vamos dobrar a recompensa do alvo principal, mas também não vamos pagar nada se um herói morrer e o alvo principal escapar, isso vai manter ele sobre controle."
{Isso é inteligente.}
"Faça mais um pedido para mim também."
{Qual?}
"Quero deixar meu pequeno cachorro se divertir o máximo, ela mereceu isso depois de tantos anos de serviço, diga para ele só sacrificar o animal quando ele for capturado ou fugir no fim do seu plano."
{Ele com certeza vai cobrar mais.}
"É apenas papel."
O holograma sem gênero de luz desapareceu da sala, deixando o homem só, olhando para a cidade com um sorriso imenso no rosto.
Ele treinou bem seu cachorro, e ele tem algumas habilidades, agora que ele se tornou um cachorro louco, as coisas vão ficar interessantes e divertidas.
Talvez seja por isso que ele soltou a coleira lentamente esses últimos anos, alimentando ela com mais odeio o seu fogo.
Sim, apenas para aliviar seu tédio.