A mão que segurava Grio se incendiou, fazendo a sua armadura de cristal se quebrar e logo em seguida uma explosão de chamas engoliu ele. Ventru o soltou e com a explosão o deixou ser lançado para longe.
Sua armadura agora em fragmentos deixou espaço para seu pelo aparecer, uma pelagem amarelada com tons de branco cobria se corpo chamuscado. Arga usou a distração e atacou ele pelas costas, ela não queria fazer isso mais boa parte de seu corpo estava sendo controlado pela vontade de Ani nesse ponto.
Seu corpo estava praticamente rachando-se em dois, grandes rochas foram lançadas contra ele, mas nenhuma chegou a tocá-lo já que com um único aceno todas se tornaram pó. Ela não parou e usou as patas com garras de pedra afiada e impulsionada pelos ventos mágicos para corta ele.
Tudo isso foi em vão quando uma grande labareda chamas engolfou ela, mas essa chamas tinham um tom mais esverdeado em seu interior algo quase impercetível naquela situação. As patas dela foram queimadas até parte dos ossos surgirem sobre a carne queimada, Arga fugiria em uma situação tão difícil mais Ani era movida puramente por sua vontade de matar agora.
Ela tentou morder ele, mas as chamas ainda estavam queimando e tudo que ela pode fazer foi queimar e cair no chão sem qualquer força. Grio observou a situação e vendo Vantru se vira para ajudar Tran ele tentou fugir, abandonado Arga para trás.
(Foda-se isso! Eu só vou ter essa chance. Você que morra, não vou morrer por você ou por uma promessa vaga! Se soubesse que teria um monstro como ele nunca teria vindo aqui!)
Arga olhou com o único olho bom que lhe sobrou Grio tentar fugir e se enfureceu, era óbvio que eles não tinham uma relação de amizade ambos era apenas companheiros por beneficio, é poderiam matar um ao outro quando não precisassem mais do outro. Mas, ela ao menos esperava que ele tentasse ajudá-la por conta de sua ganância por poder.
Mas para qualquer ser vivo do que vale poder se você não está vivo para usar?! Grio não arriscaria mais sua vida, ele se moveu para a floresta, mas de canto de olho pode ver a mão de Vantru se levantar em sua direção e sem pensar duas vezes mudou sua trajetória para Farn e Vru.
Ambos estavam feridos e sabiam que seriam de pouca ajuda então ficaram no chão, mas vendo Grio se aproximar ambos dispararam tiros de pedra contra ele. De pouco valia, pois mesmo ferido ele ainda era muito mais forte que eles e com apenas uma rajada sua mana todos os ataques desapareceram.
Ele avançou loucamente, sua ideia era usar os dois como reféns para fugir e vendo como Vantru veio ao resgate seria fácil dizer que ele se importava com esses também. Contudo, assim que alcançaria eles Vantru moveu seus dedos levemente.
De longe um objeto rapidamente apareceu com um brilho metálico, Grio só notou quando estava a centímetros de seu corpo e viu que era a mesma coisa que atingiu ele logo quando Vantru apareceu, era uma lança. Ela estava tão perto e rápida que esquivar era inútil, ele tão fraco que não poderia se defender, no fim a lança perfurou o que restava de sua armadura, sua pele e carne, sangue jorrou de sua boca e ferida com um rio enquanto era perfurado ao solo, de uma colina que dividia a floresta do rio, pela lança.
Um rastro de sangue ia do local aonde Farn e Vru até o corpo imóvel de Grio, tudo ocorreu tão rápido que mesmo sangue respingando neles ambos só entenderam o que houve depois de olhar para ele.
Vantru moveu seu rosto depois de ver o resultado e tocou no corpo de Tran. Vários de seus ossos haviam sido fraturados, órgãos estavam danificados e ela tinha perdido muito sangue, mas ele podia ajudar ela, tirando o sangue ele poderia tratar o restante para estabilizar seu corpo. Por sorte isso podia ser recuperado facilmente.
"Vo- está be-"
A voz de Tran era fraca, era um esforço para ela falar qualquer coisa, mas sua preocupação era audível para ele. Mesmo estando em um estado crítico ela se preocupava com outros em vez dela mesma, isso trouxe as memórias de sua mãe, Vaktia, e de suas outras vidas, ele conheceu pessoas parecidas com ela. Poderiam ser seus mestres, seus amantes ou seus amigos, mas eles sempre davam suas vidas para proteger quem era importante.
"Não se force. Os outros vão ficar bem, mas primeiro preciso cuidar de você."
Tocando no corpo dela ele deixou o seu Ji se infiltrar e avançou para os pontos mais danificados. Em questão de instantes os ossos começaram a se reestruturar, os órgãos danificados se regeneraram e suas feridas fechadas da melhor forma possível. Claro que um processo assim o paciente sofreria de uma dor imensa, mas Vantru também fez com que ela ficasse anestesiada com sua energia.
Junto com sua energia ele tirou uma pílula de comida que lhe restava daquelas que levou para seu treinamento, com um aperto entre os dedos ela se desfez em um pó fino. Com sua outra mão livre controlou o pó para entrar pela boca dela e pelos ferimentos, isso daria ela energia para se recuperar naturalmente depois.
Enquanto Vanru cuidava de Tran, Arga revirava sua mente para encontrar uma forma de fugir, mas nada era possível em seu estado lamentável. Ela rangeu os dentes de ódio, ódio por Ani ter essa ansiá de vingança, por Vantru ter estragado seus planos e até por Grio já que ele era um traidor.
Mas enquanto ela se remói em raiva o solo no local tremeu, era algo pouco perceptivo mais para alguém com uma inclinação a terra era mais fácil notar, especialmente para alguém experiente. O tremor aumento a tal ponto que todos puderam notar e um sorriso se formou na mente dela.
(Isso! Se for o escavador eu posso ter uma chance de escapar. Venha pequeno, venha para mim!)
O solo tremeu ainda mais e logo a terra se elevou com uma protuberância, que logo explodiu em uma nuvem de poeira seguindo por um grito estridente. Uma figura apareceu da poeira e logo se revelou como um grande inseto surgiu indo em direção a Arga, mas algo estava muito diferente.
(O que houve com ele? Por que está tão ferido? Era para ele ter achado Adra e matado ela! Não me diga que ela evoluiu?!)
O escavador correu para Arga como uma criança chorona que havia se machucado, muitas de suas patas haviam sido arrancadas e seu corpo estava cheio de ferimentos profundos, mas ela nem teve tempo de pensar sobre isso quando várias lanças apareceram ao lado dele. Elas surgiram de uma figura que apareceu do meio do rio, um felino grande com pelagem preta, mas com faixas corporais saindo de seus ombros e pelagem mais grossa próxima as patas, como esferas, de cor azul água.
As Lanças feitas de gelo perfuraram a carapaça dele, mas continuava vivo algo para se elogiar nele era sua resistência anormal. Mesmo sendo apenas um monstro equivalente a uma criatura de segundo círculo ele poderia aguentar ataques de seres bem mais fortes que ele, mas tudo tinha um limite.
Adra saltou da água e enquanto no ar criou uma imensa massa de água com sua mana, logo em seguida a deixou cair como uma lança girando que rapidamente se congelou antes de atingir o inseto. Ela perfurou seu corpo como uma broca e o destroçou da cabeça até o meio do corpo.
Ele teve pouco tempo para sentir dor ou gritar antes de morrer perfurado, Adra pousou no copo do pilar que sua lança havia se tornado e olhou para Arga com seus olhos âmbar com traço azul. Seu olhar não tinha raiva, mas sim pena.
"Pobre Ani! Usada de tal forma… eu terei certeza de fazer você descansar em paz."
Arga tentou se mover, mas seu corpo mutilado não permitiu tudo que lhe restava era encarar enquanto inúmeras estacas de gelo eram apontadas para ela. Contudo, uma força surgiu de dentro dela, uma vinda da pura loucura e com essa força ela avançou contra Adra envolta em um turbilhão de vento.
As estacas atingiram ela, mas por conta de sua proteção de vento o dano foi muito menor e de sua boca deformada disparou uma onda de ar comprimido contra Adra. Uma ataque desesperado mais poderoso que fez ela ergue uma barreira de terra para se defender, mas foi rapidamente destruída quando o ar fez um buraco.
Por um momento Adra ficou com medo por ter sido pega dessa forma mais muito rapidamente isso se tornou espanto completo quando Vantru, que devia estar muito atrás de Ani, apareceu em sua frente fazendo um movimento de soco com seu braço esquerdo e socando em direção ao ataque.
Os olhos dele se abriram um pouco mais e uma vasta energia emanou dele que anulou o ataque dela, seu punho fechado carregado de sua energia emanava intenção assassina.
"Eu matei seu irmão então nosso ressentimento só pode ter fim quando um de nós morrer pelas mãos do outro! Descanse em paz."
Seu soco nem chegou a colidir com o corpo dela só com sua energia seu corpo foi destroçado, a energia residual levantou poeira e criou um trajeto no solo até o rio e as árvores na outra margem. Os fragmentos de seu corpo foram incendiados logo em seguida pelas chamas dele, mas um pequeno fragmento brilhante chamou sua atenção e usando sua energia atraiu ele para sua mão.
(Isso é um fragmento de núcleo. Se tiver sorte pode ter um pouco de essência bestial!)
As partes não queimadas caíram ao rio e foram levadas pela correnteza. Adra olhava para o local aonde ela estava e não pode deixar de sentir tristeza por ela, mas não podia ser evitado. Ela olhou para Vantru.
"Você podia ter deixado eu cuidar dela, era minha responsabilidade!"
"Não, não podia! Você hesitou matar ela rapidamente. Quando se luta não se teve hesitar dessa forma, mesmo sendo alguém que você conheceu."
A resposta era fria, ainda mais vinda de alguém tão jovem, mas era verdadeira, se ele tão tivesse atacado talvez ela pudesse ter sido ferida gravemente. Deixando Adra em seu pensamento Vantru foi até Farn e Vru cuidar de suaa feridas.
"Obrigado!"
"Sim, obrigado por ter nós salvado!"
"Não me agradeçam, eu só cheguei a tempo porque vocês conseguiram lutar bem. Se querem agradecer alguém devia ser Tran."
Ambos assentiram e depois de se sentirem melhor foram até Tran, ajudar ela e agradecer por sua força. Vantru seguiu até o corpo perfurado de Grio e o encarou por um tempo.
"Por canto tempo você pretende fingir estar morto!?"
Adra se aproximou e ficou sem entender a suspeita dele, ela não sentia nem um sinal de vida de Grio. Com aqueles ferimentos e enorme perda de sangue seria impossível ele estar vivo.
"Eu entendo suas suspeitas mais ele está realmente morto!"
Vantru sorriu e estendeu sua mão contra o corpo dele, chamas começaram a surgir e aumentar.
"Essa e sua última chance. Pare de perder tempo ou morra como seus aliados."