Chereads / Contos de Homem #5 / Chapter 7 - 7 - O Clube Secreto dos Primos

Chapter 7 - 7 - O Clube Secreto dos Primos

Existe uma espécie de seita secreta na nossa família, onde só os primos homens são permitidos de entrar. E só os primos homens sabem a respeito desse ritual. Eu nem sei ao certo como começou, mas eu fui o quarto a participar da iniciação e introdução.

Isso aconteceu quando completei dezoito anos. Eu lembro de o meu primo mais velho me chamar pra tomar uma breja junto com meus outros três primos que viviam na rua de baixo.

— Vamos lá no Joca tomar uma, João? — Ele perguntou, colocando a mão no meu ombro.

Eu era viado naquela época já. Eu tinha sido viado desde os meus oito anos (provavelmente antes disso). Eu lembro até hoje de ver os gêmeos naquele programa da tiazinha e me pirar com os dois sem camisa. Acho que essa é a lembrança mais velha que tenho em relação a isso.

E sentir a mão dele ali, no meu ombro, fez meu corpo estremecer. Eu nunca tinha transado. Sempre tentei deixar minha homossexualidade escondida debaixo dos panos, por medo dos meus pais me expulsarem ou dos poucos amigos que eu tinha me abandonarem. Mas o filho da puta sabia. Até hoje eu não sei como, mas ele sabia.

O nome dele é Otávio, e por conversas que tive depois com meus outros primos, parece que ele tem meio que um sensor de viadagem. Os primos que ele diz que não são gays, a gente nem chega perto dessa conversa. Já os que seu radar apita, entram pro clube cedo ou tarde.

Pro Clube Secreto dos Primos.

— Claro, Tato, mas tô sem grana. Vou contigo só pra fazer companhia.

— Jura, né moleque! Teu primo paga pra tí. Presente de aniversário.

Eu sorri de volta pra ele. Meus primos sempre foram muito carinhosos comigo. Mais tarde eu saberia que eles seriam ainda mais.

O Tato (Otávio) tinha completado vinte e nove anos fazia uns dois meses. Ele sempre foi um cara gente boa, felizão e brincalhão. Lembro de ter ouvido meus pais elogiando ele algumas vezes, dizendo que a tia Cleide tinha feito um bom trabalho educando "aquele menino".

E o mais legal era que os outros três primos que entraram pro clube primeiro acabaram seguindo o mesmo caminho e absorveram grande parte da personalidade do Tato. São pessoas boas, amorosas e bem sucedidas na vida. Talvez parte do nosso clube seja sobre isso também. Sobre saber e aprender a viver em nossas peles da melhor maneira possível.

Eu mesmo mudei bastante depois que entrei no grupo. Fazem o que, dois anos e meio agora? Acho que é isso. Nem me recordo do tanto que aprendi com eles. Sobre a vida, sobre o amor e sobre o sexo.

— Então bora lá.

A gente foi na direção do bar e ele me abraçou enquanto caminhávamos. Lembro bem de me sentir confortável com o braço dele ao redor do meu pescoço. E também de algo querendo acordar dentro da minha cueca.

— E aew, como é ter dezoito anos, priminho?

— Sei lá, é a mesma coisa por enquanto. Única diferença é que posso ser preso, né?

Ele riu ao ouvir aquilo.

— É, mas isso não vai acontecer, você é um menino bom.

— Assim espero, né.

Ele afagou meus cabelos e então continuamos andando.

O bar do Joca não era muito longe de casa. Era o lugar preferido dos meus primos pra se reunirem e se divertirem. Quer dizer, naquela época era o único que eu sabia. Logo mais eu descobriria que eles tinham outro lugar secreto e outro tipo de diversão, também.

Chegando lá ele pediu um litrão de Skol e a gente se sentou em uma mesa mais afastada de todos. Enchemos os nossos copos e começamos a beber.

— E como anda a vida? O trampo, as namoradas?

Fiquei vermelho com a pergunta.

— Ah, o trampo ta bem. Virei programador Junior esses dias. Passei no estágio de trabalho e eles me efetivaram.

— Que daora moleque! Um brinde a isso.

Levantei meu copo, esperançoso que a segunda parte da pergunta fosse esquecida. Engano meu.

— E as namoradas? — Ele perguntou de novo.

— Ah, não tem nenhuma, primo. Tá fraco — respondi, sentindo meu rosto avermelhar.

Ele sorriu de volta pra mim, um sorriso acolhedor e amigável, não de deboche ou nada do tipo.

— Sei bem como é essa parte do tá fraco. Não tenho uma até hoje, e olha que já tenho vinte e nove anos.

— Hehe ... é, sei lá ... — falei, quase deixando escapar a verdade.

Eu me sentia confortável com ele, mas ainda assim não me sentia seguro em me abrir sobre meus verdadeiros desejos. Não sabia como ele ia reagir caso eu contasse. Se fofocaria pros meus pais e pros meus outros primos, e etc. Mesmo tendo um trampo fixo, eu ainda não poderia arcar com minhas próprias despesas caso fosse expulso de casa por ser quem eu sou.

— Relaxa, moleque — ele falou, encerrando o assunto ... por enquanto.

A gente ficou ali no bar do Joca por algumas horas, bebendo e jogando conversa fora. Falei pra ele sobre meus planos de facul e de carreira. Ele me deu algumas dicas de faculdades. Falou que a dele era muito boa e não era absurdamente cara, que se eu quisesse ele poderia me dar mais informações mais tarde. Passar o site deles, os cursos e etc.

Então a pergunta veio seca e na lata, fazendo eu cuspir a cerveja que tava bebendo na hora.

— E os namoradinhos?

Naquele ponto eu já tava um pouco bêbado e acho que ele também. Olhei pra pro Tato com os olhos arregalados e ele sorriu de volta pra mim.

— Quê?

— É, não precisa ter vergonha se tu prefere os caras. Teu primo não vai te julgar. Talvez eu também prefira eles do que elas.

Meu coração acelerou. Ele tava me dizendo que era gay? Bi? Meu primo, que eu nunca tinha imaginado ...

— Ah, eu dei uns beijos aqui e outros lá, mas nada demais.

— Hmmm ... nada além de beijo?

— Não ... sei lá, acho que tenho medo de como vai ser.

— Mas sabe do que tô falando, né?

Eu ri alto quando ele falou aquilo. Claro que eu sabia, já tinha batido muitas e muitas punhetas vendo vídeos na internet.

— Claro, né! — Respondi, ainda rindo.

— Massa. Eu sabia que tu era ... tenho um radar aqui que nunca falhou com vocês.

— Vocês?

— É, com os primos. A gente é em quatro ... agora cinco.

— Como assim, tem outros primos gays e eu não sei?

Foi a vez dele de rir.

— Tem muito mais que você não sabe. Termina essa breja aí e vamos lá pra casa. Tenho uma surpresa pra tu.

O nervosismo começou a criar vida mais uma vez dentro de mim. Uma surpresa? Como assim? Será que ele ia ... sei lá, acho que não ... meu primo, é família, jamais rolaria algo assim. Não que eu não sentisse tesão nele ... eu pegaria ele fácil, mas acho que eu não seria pego por ele. Enfim ... a gente terminou o que restava da breja e seguimos na direção da casa dele.

Chegando no apartamento dele, outra surpresa. Ao abrir a porta, meus outros quatro primos gritaram "surpresa", me dando um puta susto.

Todos começaram a rir ao ver minha cara de assustado. Que porra eles tavam fazendo ali?

— Entra ai, primão! Dezoito anos na cara, hein? Agora já pode transar sem se preocupar.

Eu dei um sorrisinho, lembrando que tinha acabado de me abrir pro Tato sobre minha sexualidade.

— Relaxa, eles sabem que tu é também. Aqui nós todos somos — o Tato sussurrou no meu ouvido, me dando um tapa na bunda.

Um tapa na minha bunda? Do meu primo? Não consegui controlar meu pau e minha rola ficou dura na hora. E os outros notaram, porque começaram a sorrir ... mas aqueles sorrisos ....

— Ih, ele curte uns tapinhas na bunda, hahahaha — meu primo mais novo depois de mim falou.

Abaixei a cabeça, com vergonha de ter sido pego. Sim, eu curtia uns tapas na bunda, na cara, uns mijão e de ser submisso. Quer dizer, era o que eu sempre fantasiava na minha cabeça quando ia bater uma, ou o tipo de vídeo que eu procurava nos sites pornôs pra me aliviar. Foi quando descobri que isso existia que meu tesão foi de 10 à 1000000.

— Para de implicar com o moleque, tu também já passou por isso — o Tato falou, sorrindo de volta pra mim.

— Vem, pode deixar o tênis aí. Pega uma cerva ali na geladeira e vem pra sala conversar com a gente.

E eu fiz como ordenado por ele. Demorei um pouco pra ir pra sala, porque tava nervoso ainda por tudo que tava acontecendo no dia. Me abri pro meu primo, descobri que ele era gay, descobri que tinha mais primos gays, tinha sido pego no pulo ficando duro por um tapa na bunda. Era demais pra um dia só. Porém, eu tava gostando. Só de lembrar da mão pesada do Tato me batendo ...

Me recompus e fui até eles. Os quatro, sentados no sofá, bebendo uma e me esperando. Quase deixei a cerveja cair quando vi que eles tavam pelados. De boa, um na frente do outro, de pau duro e batendo uma.

— Chega aí, Jão. Tira essa roupa e senta aqui com a gente. Hoje você tá sendo iniciado no nosso clube, e se quiser fazer parte, você quem decide.

Bom, eu tava bêbado já. E ver eles lá, de pau duro e curtindo como se fosse algo natural, me deixou confortável. Tirei a roupa ali mesmo, surpreso que meu pau tava duro sem eu mesmo notar.

— Ah, priminho safado, de rola dura vendo a gente pelado, é? — Um dos meus primos falou.

Não respondi nada, só sorri e fui sentar do lado do Tato. Me sentia confortável e mais seguro alí. Ele me abraçou e afagou meus cabelos quando sentei.

— E aew, curtiu a surpresa? Uma festa de aniversário todinha pra você.

Abaixei a cabeça com vergonha, mas respondi:

— Sim, só não esperava isso.

— Não curtiu? A gente pode sair.

— Não, não!! Eu curti. Só não esperava que vocês fossem também ... é bom não me sentir sozinho, sabe.

Todos se levantaram e vieram na minha direção pra me abraçar.

— Não se preocupa, priminho, a gente também passou por isso. Nossa sorte foi ter o Tato aqui pra nos ajudar.

— Valeu, é massa mesmo. Agora tira essas rolas daqui — falei, rindo.

— Tem certeza? Não quer tocar? — um dos meus primos falou. Senti minha cara esquentar, porém não disse que não.

— Vai, primo, toca! Aproveita que a gente tá em família e descobre o que tu gosta.

— Eu sei o que eu gosto — escapou.

O Tato me olhou com um sorriso malicioso nos lábios.

— Ah, é? E o que tu gosta? Conta pra nós.

— Ah ... não sei ... tenho vergonha de vocês não ... sei lá.

— Vai, moleque! Aqui a gente não julga ninguém. Esse ali gosta de ficar com a rola trancada. Nunca entendi, mas também nunca falei que ele não devia fazer isso.

Olhei pro Tato e senti segurança nas palavras dele. Então decidi me abrir.

— Ah, eu curto uma pegada mais dominação e submissão. Gosto de bater assistindo vídeos sobre, gosto de ler histórias sobre. O cara mandão e o outro obediente e etc.

O Tato sorriu. De canto de olho pude ver meus primos batendo uma, bem devagar, mexendo na rola deles, enquanto ouviam as minhas preferências. Até o Tato tava fazendo isso, só que de forma mais discreta.

— E qual dos dois tu quer ser? O que manda ou o que obedece? — Ele perguntou, sorrindo mais uma vez pra mim.

— Ah ... tenho vergonha.

— Para com isso, moleque! Fala pros teus primos.

— O que obedece.

— Bom, então pega minha rola na mão e brinca com ela — o Tato disse, me olhando firme nos olhos.

Eu obedeci. Sentir outro pau que não fosse o meu foi uma sensação muito boa. O Tato pulsando ela e eu sentindo as contrações, enquanto fazia movimentos pra cima de pra baixo. Logo minha mão ficou molhada com o pré gozo dele. E ele afagava meus cabelos enquanto eu brincava e descobria aquela nova sensação. Depois disso, nada mais foi um pedido. Tudo foram ordens.

E eu adorei obedecê-las.